Por: Alexandre Censi Küss, Amanda Letícia Zatelli,
Anny Carolliny Lacerda, Mayara Lais Sandri e Morgana Aline Voigt. Professor: Jonathan Kreutzfeld
CETISA – Centro Educacional Timbó S. A. Disciplina de Geografia
A
expressão Primavera Árabe faz
referência a uma série de protestos que ainda ocorrem no chamado “mundo árabe”,
compreendendo basicamente os países que compartilham a língua árabe e
a religião islâmica, apesar de etnicamente diversos.
Países envolvidos na
Primavera Árabe
As
causas já estavam de certo modo presentes, e o descontentamento em vários
países era já latente, pela comum falta de emprego e oportunidades para as
gerações mais jovens, além da repressão política e da concentração de poder e
riqueza na mão de poucos. Assim, já ocorria mobilização por parte de vários
grupos, mostrando que este não era um fenômeno novo na região, e, contrário à
visão que predominava na mídia ocidental, os envolvidos nos protestos não
tinham qualquer influência fundamentalista religiosa, nem haviam absorvido as
ideias anti-ocidente promovidas por grupos terroristas como a Al Qaeda.
Na
Tunísia, primeiro país a viver essa “primavera”, houve uma mudança de regime. O
mesmo aconteceu na Líbia e no Egito. Em outros países houve mudanças de governo
significativas, embora sem mudança de regime: Jordânia, Oman, Iêmen, Kuwait. No
Bahrain houve uma combinação de repressão com concessões. Outros
países passaram por concessões, como o Marrocos, a Argélia, o Sudão e o
Iraque. No Sudão há contínuos protestos estudantis, além de uma situação de
confronto político com o recém criado Sudão do Sul. No Iraque, os
movimentos populares são vistos pelo governo e parte da
mídia com profunda inquietação, senão uma angústia que beira o
pânico. Há países em que nada parece ter mudado, como o Líbano, ou ainda
sobre os quais pouco se sabe, como o Saara Ocidental. Entretanto, hoje,
toda essa coleção de movimentos, embora tenham seu próprio impulso e sua
motivação específica, parecem estar na expectativa do que vai acontecer na
Síria.
Entende-se
que o episódio catalisador de toda a recente onda de protestos foi a
autoimolação do vendedor de rua tunisiano Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao
próprio corpo em 17 de dezembro de 2010 em protesto contra humilhações causadas
pelas autoridades locais. Logo, foi promovida a queda do ditador tunisiano Ben
Ali.
Logo
após iniciaram-se protestos em países vizinhos, em especial o Egito, onde,
multidões se reuniram na praça Tahrir, no Cairo, e em várias outras praças nas
restantes cidades egípcias, acampando em protesto contra outro dirigente há
décadas no poder: Hosni Mubarak. Assim como seu colega tunisiano, o egípcio
mantinha o poder atrás de um regime forte, apoiado diretamente pelos militares
locais, que se concentravam em reprimir a população. Após meses de protestos e
completa paralisação do país, Mubarak renunciou em favor de um governo de
transição, apoiado pelos mesmos militares. Os protestos continuam ainda hoje,
para que os militares deixem de interferir no governo, o que parece estar
próximo de acontecer.
Em
fevereiro, o movimento toma corpo na Líbia, onde Muamar Gadafi exercia o poder
com mão de ferro desde 1969. Determinado a não abrir mão do poder ou ao menos
fazer concessões em seu corrupto e opressivo regime, Gadafi reprimiu com
violências as manifestações, matando milhares de civis, dando origem a uma
guerra civil. Isto causou a reprovação internacional ao seu regime, drenando
toda a sua credibilidade, o que causou a intervenção da OTAN. Com o apoio desta,
os rebeldes líbios passaram a conquistar o território e capturaram e mataram a
maioria dos chefes do regime deposto, inclusive Gadafi e três de seus filhos.
No Iêmen, o
presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há quase 30 anos, após meses de fortes
protestos, incluindo um atentado que o levou a deixar o país para tratamento
temporariamente, cedeu, concordando em entregar o cargo a seu vice, Abdu-Rabbo
Mansur al-Hadi.
Na
Síria, assim como na Líbia, os protestos estão sendo reprimidos violentamente,
pelo presidente do país, Bashar Al-Assad. Isso causou o desligamento da
Síria da Liga Árabe, pois os países daquela organização reprovam a violência
utilizada pelo governo, além das manifestações veementes da ONU, União Europeia
e Estados Unidos para que o presidente sírio deixe o cargo. Até o momento,
Assad ainda se sustenta no poder, porém, sua situação vai ficando delicada,
ante a continuação dos protestos.
Por
fim, há a questão palestina. Houve uma melhora na sua situação internacional. O
Egito, por exemplo, hoje está menos distante da causa palestina do que esteve
até o fim do regime de Mubarak. A Turquia está mais distante do governo
israelense do que já esteve. Mas enquanto não mudar a verdadeira cadeia de
regimes despóticos que ainda são a maioria na região, os palestinos
permanecerão isolados na região em sua causa. Somente a realização plena de uma
“Primavera Árabe” poderá criar condições para que a política mude em direção à
retomada das negociações.
BIBLIOGRAFIA
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Acesso em: 09/11/2012
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Acesso em: 09/11/2012
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Acesso em: 09/11/2012
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Acesso em: 09/11/2012
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Acesso em: 09/11/2012
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