CETISA
– ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA:
GEOGRAFIA
PROFESSOR:
JONATHAN KREUTZFELD
SÉRIE:
2ª A
ALUNA:
DIANA POLETTI
A
modernização vem causando inúmeros impactos ambientais e sociais. As inovações
(sobretudo as biológicas) indicam cada vez mais quanto o homem tenta interferir
nas forças da natureza. Por enquanto estamos dando prioridade ao lucro,
modificamos tudo para estar conforme as necessidades capitalistas do mundo
atual. Vamos extraindo os recursos naturais, vamos abusando de agrotóxicos e
fertilizantes, vamos devastando as florestas, vamos cada vez mais empobrecendo
o solo... Mas será que o planeta sobreviverá a essa ganância?
Hoje
se tornou mais do que essencial pensarmos em sustentabilidade. E para auxiliar isso,
surge a agricultura alternativa, que tem como função a promoção de produções
mais sustentáveis e prioriza a utilização e manejo de práticas que respeitem a
natureza.
Contexto histórico – A modernização no Brasil
Para refletir sobre a questão agrária do
Brasil atualmente, é essencial analisar a história da agricultura e das suas
formas de produção. Desde o início da colonização até 1950, a agricultura
brasileira não apresentava grandes modificações no tocante ao perfil produtivo,
baseava-se na grande propriedade de terras distribuídas nas mãos de uma minoria
historicamente constituída e na produção de monoculturas de exportação como a
cana-de-açúcar, o algodão e o café, utilizando técnicas rudimentares e o
emprego de vasta mão-de-obra.
Ao final da década de 50, o Brasil passou por
transformações importantes no campo, a modernização da agricultura, que só foi
possível devido à inserção do modo de produção capitalista nas atividades
agrícolas. Esse processo foi desencadeado no campo principalmente a partir da
Revolução Verde e da dependência da agricultura por produtos industrializados.
E assim como produziu uma série de alterações no campo, gerou mudanças também
no meio urbano. No Brasil, recebeu o nome de “modernização conservadora” ou
ainda, “modernização dolorosa”, visto que promoveu a saída do homem do campo,
levou a uma maior concentração de terras - o enfraqueceu a agricultura familiar
em favor da implantação de grandes monoculturas-, além de toda a exploração e a
espoliação dos recursos e a degradação ambiental.
É claro que a modernização do campo também
trouxe benefícios, como a diminuição do tempo de produção - viabilizado pelas
inovações tecnológicas tais como o desenvolvimento da biotecnologia, a
aplicação de insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas e a utilização
de máquinas e tratores (dispensando, dessa forma, parte da mão-de-obra
empregada, racionalizando a produção). No entanto, devido aos diversos
problemas desse sistema já citados anteriormente, como os altos gastos com
maquinário e fertilizantes, degradação ambiental, desemprego e etc., eles
precisavam encontrar alternativas viáveis de sua organização social e de
sustentabilidade da produção.
Assim, surge um novo modelo de produção, a agricultura alternativa, onde as
interações biológicas e os ciclos naturais são tidos como mais equilibrados do
que os métodos tradicionais. Essa agricultura privilegia a diminuição dos
insumos químicos utilizados na agricultura, bem como uma relação mais
equilibrada entre o homem e o meio ambiente natural.
Agricultura Alternativa: características e vantagens
A agricultura alternativa surgiu na segunda
década do século XX com as ideias de Rudolf Steiner, através da agricultura
biodinâmica, e Albert Howard, que desenvolveu pesquisas em agricultura
orgânica.
Em 1989, um importante estudo intitulado Alternative Agriculture (Agricultura
Alternativa), foi lançado nos Estados Unidos, elaborado pelo National Research Council (NRC), serviu
de alerta não só aos agricultores, mas também à comunidade científica que
durante muito tempo descartou esse tipo de produção por achar que era um
“retrocesso no modo de produzir”. Além do amis, os índices de crescimento da
produtividade da agricultura moderna desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com
o padrão tecnológico baseado na Revolução Verde, mascaravam os reais problemas
que esta provocava.
Agricultura Alternativa tem como função, a
promoção de produções mais sustentáveis, visto que, prioriza a utilização e
manejo de práticas que respeitem a natureza. Esse tipo de agricultura está
baseado em conceitos ecológicos, onde é possível o reciclamento de nutrientes e
de matéria orgânica, fluxos de sistemas fechados, equilíbrio de pestes e
pragas, além de uma utilização múltipla da terra. Dessa forma, o
agroecossistema se manteria em equilíbrio e os danos ambientais seriam
minimizados.
Ela incorpora os ciclos biológicos, tais como
o ciclo de nutrientes e a fixação de nitrogênio, além de aproveitar o potencial
da fauna e da flora local, mantendo a fertilidade do solo através de uma
produção integrada de culturas (policultura); equilibra de forma mais eficiente
o comportamento de peste-predador e evita a dependência de produtos de fora da
propriedade; propõe-se a reduzir as agressões que por ventura ocorrem com
técnicas de manejo mais adequadas, além do seu papel principal que é produzir
sem destruir o meio ambiente, pois essa é a base para a produção e reprodução
do homem no campo.
A agricultura alternativa (ou sustentável,
agroecologia, agricultura regenerativa, etc), ao contrário da convencional ou
moderna, não é poupadora de mão-de-obra, já que absorve grande parte desta,
principalmente a agricultura familiar, o que poderia significar uma melhoria na
renda e na satisfação das necessidades dos agricultores.
Agricultura Alternativa no Brasil atual
Ainda que pouco difundida em relação à
agricultura convencional, já é possível reconhecer os seus benefícios em
algumas unidades de produção espalhadas pelo Brasil, sobretudo em áreas de
pequena produção agrícola ou familiar.
Atualmente, o Brasil ocupa a 34ª posição no
mundo no ranking dos países exportadores de produtos orgânicos, sendo que na
última década foi assistido um crescimento de 50% nas vendas por ano.
Calcula-se que já estão sendo cultivados perto de 100 mil hectares em cerca de
4.500 unidades de produção orgânica espalhadas por todo o país. A maior parte
da produção brasileira (cerca de 70%) encontra-se nos estados do Paraná, São
Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. Apesar da tendência de
crescimento, o Brasil ainda perde para a Argentina em termos de área
certificada para o cultivo de orgânicos na América do Sul.
Abaixo, temos um mapa do Brasil onde estão
representados os principais produtos orgânicos produzidos em cada região. Hoje,
já são no mínimo 11.500 unidades de produção controladas ligadas ao sistema
produtivo de orgânicos, mais do que o dobro do número anterior (do Censo
Agropecuário do IBGE, de 2006, que contabilizava apenas 5 mil estabelecimentos
agrícolas orgânicos com algum tipo de certificação), incluindo aí propriedades
rurais e estabelecimentos de processamento de orgânicos.
CONCLUSÃO
Hoje, mais do que nunca, é emergencial que se
estabeleça uma nova racionalidade ambiental, uma mudança de paradigmas dos
diferentes fatores sociais em relação ao uso consciente e não predatório do
meio ambiente. A agricultura alternativa se estabelece como um ideal a ser
alcançado, um ponto decisivo do futuro na vida na Terra, já que é na
agricultura que essa questão ambiental pode ser percebida cada vez mais
fortemente. Não se trata apenas da tal “degradação da natureza” (que de tão
falada se tornou só mais um item de discurso praticamente ignorado), mas também
envolve a perda de produtividade. Quem sabe se isso começar a interferir no
nosso bolso compreendamos melhor a importância desse “pensar sustentável”.
REFERÊNCIAS
Acesso em: 02/04/2013.
Disponível
em: http://www.prodema.ufc.br/dissertacoes/109.pdf
Acesso em: 02/04/2013.
Acesso em: 02/04/2013.
Disponível
em: http://www.institutosouzacruz.org.br/groupms/sites/INS_8BFK5Y.nsf/vwPagesWebLive/DO8KLR56?opendocument&SKN=1
Acesso em: 03/04/2013.
Disponível
em: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2011/08/presentes-em-1-cada-3-mercados-organicos-ficam-mais-baratos.html
Acesso em: 03/04/2013.
Disponível
em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/produtos-organicos/produtos-organicos-5.php
Acesso em: 03/04/2013.
Disponível
em: http://agriculturaemblumenau.wordpress.com/2012/08/20/os-primeiros-numeros-confiaveis-da-agricultura-organica-no-brasil/
Acesso em: 03/04/2013.
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