domingo, 14 de abril de 2013

Agricultura Alternativa no Brasil


CETISA – ENSINO MÉDIO
DISCIPLINA: GEOGRAFIA
PROFESSOR: JONATHAN KREUTZFELD
SÉRIE: 2ª A
ALUNA: DIANA POLETTI

A modernização vem causando inúmeros impactos ambientais e sociais. As inovações (sobretudo as biológicas) indicam cada vez mais quanto o homem tenta interferir nas forças da natureza. Por enquanto estamos dando prioridade ao lucro, modificamos tudo para estar conforme as necessidades capitalistas do mundo atual. Vamos extraindo os recursos naturais, vamos abusando de agrotóxicos e fertilizantes, vamos devastando as florestas, vamos cada vez mais empobrecendo o solo... Mas será que o planeta sobreviverá a essa ganância?
Hoje se tornou mais do que essencial pensarmos em sustentabilidade. E para auxiliar isso, surge a agricultura alternativa, que tem como função a promoção de produções mais sustentáveis e prioriza a utilização e manejo de práticas que respeitem a natureza.

       Contexto histórico – A modernização no Brasil

Para refletir sobre a questão agrária do Brasil atualmente, é essencial analisar a história da agricultura e das suas formas de produção. Desde o início da colonização até 1950, a agricultura brasileira não apresentava grandes modificações no tocante ao perfil produtivo, baseava-se na grande propriedade de terras distribuídas nas mãos de uma minoria historicamente constituída e na produção de monoculturas de exportação como a cana-de-açúcar, o algodão e o café, utilizando técnicas rudimentares e o emprego de vasta mão-de-obra.
Ao final da década de 50, o Brasil passou por transformações importantes no campo, a modernização da agricultura, que só foi possível devido à inserção do modo de produção capitalista nas atividades agrícolas. Esse processo foi desencadeado no campo principalmente a partir da Revolução Verde e da dependência da agricultura por produtos industrializados. E assim como produziu uma série de alterações no campo, gerou mudanças também no meio urbano. No Brasil, recebeu o nome de “modernização conservadora” ou ainda, “modernização dolorosa”, visto que promoveu a saída do homem do campo, levou a uma maior concentração de terras - o enfraqueceu a agricultura familiar em favor da implantação de grandes monoculturas-, além de toda a exploração e a espoliação dos recursos e a degradação ambiental.
É claro que a modernização do campo também trouxe benefícios, como a diminuição do tempo de produção - viabilizado pelas inovações tecnológicas tais como o desenvolvimento da biotecnologia, a aplicação de insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas e a utilização de máquinas e tratores (dispensando, dessa forma, parte da mão-de-obra empregada, racionalizando a produção). No entanto, devido aos diversos problemas desse sistema já citados anteriormente, como os altos gastos com maquinário e fertilizantes, degradação ambiental, desemprego e etc., eles precisavam encontrar alternativas viáveis de sua organização social e de sustentabilidade da produção.
Assim, surge um novo modelo de produção, a agricultura alternativa, onde as interações biológicas e os ciclos naturais são tidos como mais equilibrados do que os métodos tradicionais. Essa agricultura privilegia a diminuição dos insumos químicos utilizados na agricultura, bem como uma relação mais equilibrada entre o homem e o meio ambiente natural.

Agricultura Alternativa: características e vantagens

A agricultura alternativa surgiu na segunda década do século XX com as ideias de Rudolf Steiner, através da agricultura biodinâmica, e Albert Howard, que desenvolveu pesquisas em agricultura orgânica.
Em 1989, um importante estudo intitulado Alternative Agriculture (Agricultura Alternativa), foi lançado nos Estados Unidos, elaborado pelo National Research Council (NRC), serviu de alerta não só aos agricultores, mas também à comunidade científica que durante muito tempo descartou esse tipo de produção por achar que era um “retrocesso no modo de produzir”. Além do amis, os índices de crescimento da produtividade da agricultura moderna desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com o padrão tecnológico baseado na Revolução Verde, mascaravam os reais problemas que esta provocava.
Agricultura Alternativa tem como função, a promoção de produções mais sustentáveis, visto que, prioriza a utilização e manejo de práticas que respeitem a natureza. Esse tipo de agricultura está baseado em conceitos ecológicos, onde é possível o reciclamento de nutrientes e de matéria orgânica, fluxos de sistemas fechados, equilíbrio de pestes e pragas, além de uma utilização múltipla da terra. Dessa forma, o agroecossistema se manteria em equilíbrio e os danos ambientais seriam minimizados.
Ela incorpora os ciclos biológicos, tais como o ciclo de nutrientes e a fixação de nitrogênio, além de aproveitar o potencial da fauna e da flora local, mantendo a fertilidade do solo através de uma produção integrada de culturas (policultura); equilibra de forma mais eficiente o comportamento de peste-predador e evita a dependência de produtos de fora da propriedade; propõe-se a reduzir as agressões que por ventura ocorrem com técnicas de manejo mais adequadas, além do seu papel principal que é produzir sem destruir o meio ambiente, pois essa é a base para a produção e reprodução do homem no campo.
A agricultura alternativa (ou sustentável, agroecologia, agricultura regenerativa, etc), ao contrário da convencional ou moderna, não é poupadora de mão-de-obra, já que absorve grande parte desta, principalmente a agricultura familiar, o que poderia significar uma melhoria na renda e na satisfação das necessidades dos agricultores.

Agricultura Alternativa no Brasil atual

Ainda que pouco difundida em relação à agricultura convencional, já é possível reconhecer os seus benefícios em algumas unidades de produção espalhadas pelo Brasil, sobretudo em áreas de pequena produção agrícola ou familiar.
Atualmente, o Brasil ocupa a 34ª posição no mundo no ranking dos países exportadores de produtos orgânicos, sendo que na última década foi assistido um crescimento de 50% nas vendas por ano. Calcula-se que já estão sendo cultivados perto de 100 mil hectares em cerca de 4.500 unidades de produção orgânica espalhadas por todo o país. A maior parte da produção brasileira (cerca de 70%) encontra-se nos estados do Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. Apesar da tendência de crescimento, o Brasil ainda perde para a Argentina em termos de área certificada para o cultivo de orgânicos na América do Sul.
Abaixo, temos um mapa do Brasil onde estão representados os principais produtos orgânicos produzidos em cada região. Hoje, já são no mínimo 11.500 unidades de produção controladas ligadas ao sistema produtivo de orgânicos, mais do que o dobro do número anterior (do Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, que contabilizava apenas 5 mil estabelecimentos agrícolas orgânicos com algum tipo de certificação), incluindo aí propriedades rurais e estabelecimentos de processamento de orgânicos.


CONCLUSÃO

Hoje, mais do que nunca, é emergencial que se estabeleça uma nova racionalidade ambiental, uma mudança de paradigmas dos diferentes fatores sociais em relação ao uso consciente e não predatório do meio ambiente. A agricultura alternativa se estabelece como um ideal a ser alcançado, um ponto decisivo do futuro na vida na Terra, já que é na agricultura que essa questão ambiental pode ser percebida cada vez mais fortemente. Não se trata apenas da tal “degradação da natureza” (que de tão falada se tornou só mais um item de discurso praticamente ignorado), mas também envolve a perda de produtividade. Quem sabe se isso começar a interferir no nosso bolso compreendamos melhor a importância desse “pensar sustentável”.

REFERÊNCIAS
Acesso em: 02/04/2013.

Acesso em: 02/04/2013.

Acesso em: 02/04/2013.

Acesso em: 03/04/2013.

Acesso em: 03/04/2013.

Acesso em: 03/04/2013.

Acesso em: 03/04/2013.

Acesso em: 03/04/2013.




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