A Aliança do Pacífico é um
acordo comercial entre Colômbia, Chile, Peru e México criado em 6 de junho de
2012
que agora próximo de completar um ano de existência começa a chamar a atenção
por seus bons resultados.
Em maio de 2013 na cúpula
da Aliança que ocorreu em Cali, o grupo definiu a exclusão total de tarifas
para 90% dos produtos comercializados dentro do bloco para, no mínimo, 50% dos
itens comercializados, as regras valem a partir de 30 de junho.
No encontro, Joe Biden que
é vice presidente dos EUA afirmou ao presidente da Colômbia, Juan Manuel
Santos, que os americanos querem ser observadores da Aliança do Pacífico.
Fora do bloco, os quatro
membros mantêm, somados, acordos de livre comércio com mais de 50 países. Especialistas
veem no aliança um possível isolamento do Brasil e do Mercosul.
Com um PIB de 35% do total
latino-americano e crescimento que supera os vizinhos do
Mercosul, a jovem Aliança do Pacífico desperta o interesse como "a
alternativa pró-mercado" do continente.
Diante de um Mercosul com
imagem fragilizada por decisões políticas recentes, como a suspensão do
Paraguai, e pela lentidão em fechar um acordo de livre comércio com a União
Europeia, o grupo formado por Colômbia, Chile, Peru e México tomou para si o
papel de "novo motor econômico e de desenvolvimento da América
Latina" na definição do presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
De fora, o Brasil
acompanha o crescimento do bloco vizinho tentando não mostrar preocupação.
Segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, a
Aliança "não tira o sono" do Brasil. Para o Itamaraty, não existe
"inveja" ou medo de "perder espaço".
No entanto, o contraponto
mais liberal ao Mercosul está criado e ganha atenção o que se deve, em parte,
pelo papel "pouco ativo" do Brasil e do bloco do sul, na opinião do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"O Brasil não
conseguiu exercer uma liderança capaz de impedir a fragmentação da América do
Sul", disse FHC ao Jornal Folha de São Paulo. "Os países do Mercosul,
como se sabe, não se esforçaram muito por acordos comerciais e tampouco
avançaram na direção de formar um verdadeiro bloco integrado."
O crescimento registrado
em 2012 entre os integrantes do grupo do Pacífico foi de 4,9%, em média
--índice bem acima dos 2,2% do Mercosul.
E enquanto as negociações
de um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia se desenrolam
lentamente após mais de uma década de discussões, a Aliança do Pacífico já
atraiu França, Espanha e Portugal como membros observadores.
Para o Brasil, em
especial, o bloco do Pacífico ameaça o que era até então uma importante
vantagem comparativa do país: o tamanho do mercado. Juntos, os países da
Aliança têm população de 209 milhões e PIB de US$ 2 trilhões --importância
próxima aos 198 milhões de habitantes e US$ 2,4 trilhões de PIB do Brasil.
Jonathan
Kreutzfeld
INFOGRÁFICO
– SÍNTESE SOBRE O TEMA
Veja
na íntegra o comentário de Reinaldo
Azevedo da Revista Veja:
Três países da América do Sul e México
formam a Aliança do Pacífico… E o Brasil vai ficando prisioneiro de um Mercosul
que é só atraso de vida
Enquanto o Brasil segue amarrado a um Mercosul que só existe para
criar embaraços, mais um bloco econômico se consolidou. Chile, Colômbia, México
e Peru formaram a Aliança do Pacífico: “Instruímos que se conclua a redução
tarifária de todo o universo de bens e que ao menos 50% tenham taxa zero desde
a entrada em vigência de um acordo, no próximo 30 de junho”, afirmou, segundo
informa a Folha, Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia. Por aqui, o
Brasil segue enfrentando a má vontade da Argentina e amarrado a um bloco que o
impede de firmar acordos bilaterais.
Desde 1991, quando se tornou membro do Mercosul, o Brasil fechou,
ATENÇÃO”!, três acordos bilaterais: com Israel, Egito e… Palestina! Só o
primeiro está em vigência. Parece piada, mas é assim mesmo. Até 10 de janeiro
de 2013, a OMC tinha registrados nada menos de 543 acordos bilaterais. Estavam
em vigência 354 deles — a metade havia sido firmada a partir de 2003.
É interessante notar que o Peru integra o novo bloco. O presidente
Ollanta Humala, inicialmente um nacionalista com inclinações bolivarianas, parece
ter cedido ao pragmatismo. Herdou um país que estava na rota do crescimento e
não fez, até agora, nenhuma besteira, distinguindo-se dos pterodáctilos que
sobrevoam o continente. A presença do México no grupo facilita a negociação de
todos esses países com o Estados Unidos e com a União Europeia.
Só Banânia vai ficando para trás… Afinal, sabem como é, os
petistas têm uma missão evangelizadora. Contam com a retomada da Rodada Doha,
agora que há um brasileiro no comando da OMC, para mudar o comércio mundial.
Com ambições mais modestas, o resto do mundo vai firmando acordos regionais e
bilaterais.
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