segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A Energia e os desafios do aumento de demanda

Trabalho realizado para a disciplina de Geografia.

Professor: Jonathan Kreutzfeld (edição e revisão).

Por:  Fernanda Barma Leitzke e Gabriel Antonio Zoboli
  

Introdução

A energia é o combustível que move um país, inclusive, um mundo inteiro. Porém, as formas utilizadas atualmente para gerá-la vêm se tornando cada vez mais desgastantes para a vida no planeta, sobretudo quanto aos desafios encontrados atualmente quanto a melhor forma de continuar o seu uso, talvez propondo a sua substituição por fontes energéticas mais limpas e renováveis.  
O objetivo deste trabalho é satisfazer todas as dúvidas referentes ao tema em questão, além de possibilitar um melhor entendimento quanto às dificuldades sociais, econômicas e ambientais provocadas pelo aumento da demanda energética a nível mundial e nacional.
No desenvolvimento do trabalho foram encontrados dados, a maioria em porcentagem, referentes ao aumento da demanda energética nos próximos anos, suas principais causas e as consequências para a vida na Terra. Os desafios mundiais causados por esse aumento, bem como os problemas enfrentados no Brasil, serão tema de destaque nesse trabalho.
As pesquisas foram realizadas em sites da internet, os quais continham notícias relevantes acerca do assunto em questão.

Fornecimento de energia, suas causas e consequências

A energia é essencial no progresso econômico e social de uma nação. Contudo, é cada vez maior a dificuldade de se desenvolver um futuro melhor para a energia, com menor uso de combustíveis fósseis, visando à adoção de um sistema energético com menos emissão de carbono.
Uma alternativa ao uso dos combustíveis fósseis está em trocá-los pela energia renovável, a qual é proveniente de fontes novas e mais limpas e, portanto, deverão suprir com maior eficiência a demanda por energia a longo prazo. Tendo em vista a questão do consumo humano e do aquecimento global, acredita-se que esta seja a medida mais cabível, a princípio.
A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a demanda energética aumente até 2030, principalmente nas economias de países como Índia e China, que possuem um forte crescimento (dados mais precisos serão encontrados ao longo do presente trabalho). Isso fará com que a demanda mundial de energia primária seja modificada em todo o globo.
Por outro lado, regiões menos desenvolvidas, como o sul do Saara, na África, predomina uma enorme falta de energia.
No período compreendido entre os anos 2007 e 2008, a alta nos preços da energia gerou, em muitos países, uma grande preocupação, ameaçando o desenvolvimento da economia, os serviços públicos e o preço dos alimentos, pois este está ligado ao da energia. A maior preocupação nos países em desenvolvimento é quanto à oferta de energia de base, e, nos países desenvolvidos, a segurança energética duradoura é a questão que vem gerando apreensão.
Essa questão da segurança energética é uma estratégia importante, pois abrange o desenvolvimento econômico, bem como as mudanças climáticas, a variedade ecológica e a segurança nacional. Pensando nisso, percebe-se que é há a necessidade de se combater o problema a partir do desenvolvimento de energias renováveis e da conservação, juntamente com o apoio dos setores público e privado.
No meio político, uma fonte alternativa de energia que vem se destacando é a bioenergia, cuja produção, nos últimos anos, só tem aumentado. Essa fonte surgiu sob pressão em meio à crise alimentar de 2007 e 2008, quando havia o dilema “combustível versus comida”. Todavia, a redução nos preços do petróleo entre 2008 e 2009 diminuiu a vantagem comercial do biocombustível que, ainda hoje, possui elevado custo de produção.

Demanda de energia no mundo

O crescente aumento do consumo de energia é uma grande preocupação mundial. De acordo com pesquisas, entre 2010 e 2040 a demanda de energia no mundo irá aumentar 35%. Essa mesma pesquisa mostra que o gás natural será a fonte energética que mais crescerá no mundo, e sua demanda ficará em torno de 65%, passando o carvão mineral e ficando atrás somente do petróleo. A maior parte desses 65% será proveniente de fontes não convencionais, sendo liderado pela América do Norte.
O carvão mineral terá um aumento de 25% em até 2025, depois disso, chegará a menos de 20%.
O petróleo também crescerá em torno de 25%, impulsionado pela maior atividade de transporte e comércio. Antes de sua exploração, estima-se que existiam reservas de 2,3 trilhões de barris de petróleo. As atuais reservas comprovadas no mundo somam 1,137 trilhões de barris, 78% dos quais se encontram no subsolo dos países do cartel da OPEP. Essas reservas permitem suprir a demanda mundial por 40 anos, mantido o atual nível de consumo.

Crescendo a economia também cresce a demanda por energia. Mas como existe eficiência no uso, a demanda de energia não cresce no mesmo ritmo do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo estudo da companhia BP (British Petroleum), o consumo de energia deve crescer a 1,6% ao ano ou a 0,7% ao ano per capita, totalizando um crescimento de 39% entre 2010 e 2030 (menos da metade do crescimento do PIB no período). O crescimento do consumo de energia foi de 2,5% ao ano entre 2000 e 2010, deve cair para 2,0% ao ano entre 2010 e 2020 e 1,3% entre 2020 e 2030. Isto acontece devido ao aumento da eficiência energética, isto é, há um menor consumo de energia por unidade do PIB.
Entre os 34 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD em inglês), o consumo de energia deve crescer apenas 4% entre 2010 e 2030. Já os países que não pertencem à OECD, devem ter um crescimento de 69% entre 2010 e 2030. Desta forma, os países da não-OECD, que já eram responsáveis por 54% do consumo mundial de energia em 2010 devem passar a consumir 65% em 2030. Conclui-se, assim, que o mundo em desenvolvimento passará a consumir quase dois terços da energia mundial no ano de 2030, o que é uma grande novidade em relação ao que acontecia no século XX, quando os países desenvolvidos monopolizavam o uso da energia não animal.
Ainda segundo a BP, a energia não fóssil (nuclear, hidrelétrica, biocombustíveis, solar, eólica, etc) deve apresentar o maior crescimento nos próximos 20 anos. Porém, as fontes fósseis (petróleo, gás e carvão) continuarão representando mais de 75% da oferta de energia em 2030, sendo que o crescimento maior do consumo ocorrerá nos países em desenvolvimento. Ou seja, se estas previsões estiverem corretas, mesmo com maior eficiência energética, o mundo vai continuar dependendo das energias fósseis nas próximas décadas.
Isto quer dizer que a emissão de CO2 vai continuar aumentando nos próximos anos com o constante aumento do aquecimento global e com todos os efeitos negativos sobre o meio ambiente. Outro ponto negativo seria o aumento dos acidentes com vazamento de óleo, principalmente no mar, como aconteceu no Golfo do México e como já está acontecendo no Brasil. As dificuldades de exploração de petróleo em águas profundas (além dos problemas de gestão administrativa) são um dos motivos que estão por trás da recente queda de valor das ações da Petrobrás. Em todo mundo, crescem as preocupações com os impactos ecológicos da indústria da energia fóssil.
Essas dificuldades podem vir a trazer o aumento no preço dos combustíveis, aumentando assim o preço dos alimentos. Ou seja, combater a fome e garantir que a população mais pobre tenha dinheiro para comprar comida seria um grande desafio. 
Evidentemente, a indústria do petróleo tende a desconsiderar os problemas ecológicos e a ponderar o sucesso da produção de energia baseado somente das novas tecnologias e nos novos investimentos. Porém, muitos críticos alertam que o fim do mundo do petróleo não está longe e é preciso estar preparado para isso.

Brasil em comparação com o mundo

Segundo informações da Agência Internacional de energia (AIE), o Brasil está na décima posição entre os países que mais consomem energia elétrica no mundo. Em 11 anos, o aumento do consumo de eletricidade no país ficou acima da média mundial, que era de 30%, enquanto que, no Brasil, foi de quase 38%.
Todavia, em comparação com países como China e Índia, cujo aumento foi de 153% e de 64%, respectivamente, o Brasil não obteve um aumento tão grande do consumo energético.
A nível mundial, o aumento crescente do consumo de energia têm se tornado cada vez mais preocupante. A AIE informa que a demanda por energia primária deve aumentar um terço no período de 2010 a 2035, sendo somente China e Índia os responsáveis por metade desse crescimento. No Brasil, o aumento deve ser de 78% nesse período.
Quanto à produção e ao consumo de fontes renováveis de energia, o Brasil é um dos líderes mundiais, principalmente em relação à energia hidrelétrica e de biocombustíveis. O Brasil está em segundo lugar entre os maiores produtores mundiais de energia hidrelétrica, perdendo apenas para a China. 45% de toda a energia produzida em território brasileiro vem de fontes renováveis, dado esse consideravelmente maior do que a média dos países ricos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que é de 8%.
Entre 2009 e 2035, prevê-se que a utilização de fontes energéticas renováveis como a solar e a eólica (com exceção da hidrelétrica) tenha um crescimento de 3% a 15%, devido ao aumento dos recursos para o aprimoramento dessas fontes. China e União Europeia devem ser as que mais participarão nesse crescimento.
Apesar disso, cerca de 1,3 bilhão de pessoas no mundo ainda não tem energia elétrica em casa.

Problemas quanto à demanda de energia no Brasil

Consumo brasileiro de energia aumentou mais que a média mundial nos últimos 13 anos. Desde 2001, o consumo de eletricidade no país aumentou quase 38%, acima da média mundial, que foi de 30% no período, ficando como o décimo maior consumidor mundial de energia elétrica, segundo dados da Agência Internacional de energia (AIE).
Apesar de significativo, o crescimento do consumo de eletricidade no Brasil ficou bem abaixo das taxas registradas pela China e pela Índia entre 2001 e 2009. Nesses dois países, o aumento foi, respectivamente, de 153% e de 64%, de acordo com a AIE. Os Estados Unidos, a China, a União Europeia e a Índia representam mais de 60% do consumo mundial de eletricidade.
A situação energética do país preocupa com seus reservatórios esvaziados, usinas com impasses para construção e possibilidade de novos custos ao consumidor. As discussões, no entanto, adotaram mais um caráter politico do que um compromisso ou preocupação com uma solução para estabilizar a oferta de energia no país. As discussões mais promissoras são as voltadas à racionalidade do consumo, conforme alerta Gilberto De Martino Jannuzzi, professor da Unicamp. Ele destaca que a crescente demanda de energia elétrica no Brasil pode tomar proporções insustentáveis, que nenhuma nova usina hidrelétrica seria capaz de suprir.
Jannuzzi explica que o problema maior que a dificuldade para implantar novas usinas ou tecnologias que deem conta da demanda é justamente perceber que um aumento constante desta é insustentável, além de tornar a energia cada vez mais cara. É urgente implantar então uma política de demanda consciente, o que só é feito quando a população se depara com uma crise como a de 2001, que impôs um racionamento e poderia ter funcionado para educar os brasileiros, que não seguiram o aprendizado.
A classe média se expandiu e o ar-condicionado, por exemplo, deixou de ser algo que pertencia somente às pessoas de classe alta. Hoje em dia, são muitas as famílias que possuem esse aparelho. Falta agora uma conscientização para saber lidar com a nova capacidade de consumo.
O consumo de energia acabou “virando moda” no Brasil, como é o caso de ter ar-condicionado em cada cômodo da casa. A construção de prédios e cidades é feita com o uso de uma arquitetura que não está associada ao clima do país, que dependerá sempre de climatização. Isso gera uma demanda desnecessária de energia elétrica.
Jannuzzi destaca medidas positivas e negativas adotadas nos últimos anos, do ponto de vista da demanda da energia elétrica. Uma das medidas positivas foi a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de eletrodomésticos mais eficientes que, inclusive, acredita, poderia ter sido uma medida mais agressiva, implantada logo em dezembro de 2011. Também poderia ter sido incentivada a oferta de aparelhos ainda mais eficientes no mercado. As medidas menos eficazes seriam, por exemplo, incentivar o consumo, ao contrário do restante do mundo, e a redução de tarifas, que gerou problemas de sustentabilidade financeira para um setor “tão crítico”.
O Brasil tem capacidade para administrar melhor o seu sistema energético, afinal, o país conta com recursos, pessoas e inteligência suficiente para fazê-lo, basta aprender a fazer melhor uso desse sistema, bem como dos seus recursos financeiros. Segundo Januzzi, é necessário administrar a demanda por energia o tempo inteiro, não somente em tempos de crise, estimulando o racionamento de forma mais eficaz.
Pensando nisso, vem sendo desenvolvidos programas que incentivam o consumo consciente de energia no Brasil. Um exemplo é a melhora da capacidade de pagamento das contas pelos clientes, além do aumento do nível de consciência ambiental e energética para as questões ligadas ao desperdício de energia. Outro é a redução da demanda de ponta, com a postergação de investimentos nos sistema de geração, transmissão e distribuição; redução de perdas comerciais e técnicas, bem como o aumento da adimplência dos clientes beneficiados pelo programa.
Além do mais, com o aumento da conta de energia elétrica, é bem provável que a população diminua o consumo de energia, visto que essa ação necessária afetará (e muito) a parte financeira das famílias brasileiras.
Em relação ao custo do programa embutido na conta dos clientes, afirma-se que 1% da receita operacional líquida das concessionárias se destina ao programa e à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), sendo que este percentual já é um encargo na tarifa de energia elétrica estabelecido por Lei Federal nº 9.991, de 24 de julho de 2000.
Seria necessária a criação de uma política de desenvolvimento tecnológico para garantir que os melhores equipamentos estejam no mercado, e ainda avaliar se os selos oferecidos são os mais adequados. As políticas fragmentadas falam em construir novas usinas, e isso é cada vez mais difícil, considerando-se a questão do reservatório, a climática e um incentivo ao consumo que poderia ser feito de outra maneira. O país deveria trabalhar melhor a questão do gasto de energia elétrica. Na mentalidade do brasileiro, quanto maior sua geladeira, maior o seu “status”, não se importando com a quantidade de energia que ela irá gastar. O perigo está em insistir na ausência do planejamento da demanda de eletricidade. Como o setor de energia é estratégico para o desenvolvimento do país, é preciso investir em planejamento hoje.

Projeções quanto ao futuro da energia elétrica no Brasil

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia elétrica no país vai crescer 4,3%, em média, nos próximos dez anos. Os dados serão utilizados como subsídio para a formulação do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) e do Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (PNE). De acordo com as novas estimativas, o crescimento médio anual da demanda total de eletricidade (que inclui consumidores cativos, consumidores livres e autoprodutores) será 4,3% ao longo da próxima década, atingindo 781,7 terawatts-hora (TWh) em 2023, contra os atuais 514 TWh.
Para esse ano (2014), o crescimento do consumo será de 3,8%, com destaque para os setores comercial, com alta de 4,4%, e residencial, com crescimento de 4,1%. Essa taxa supera a do ano passado, quando o consumo de energia cresceu 3,5%, segundo dados preliminares apurados pela EPE. E para os próximos anos, essa taxa será, em média, 4,3% ao ano.
Ainda segundo a EPE, este ano, a indústria deve apresentar uma taxa de crescimento do consumo de eletricidade na rede de 3,4%, contra a alta de 0,6% registrada no ano passado.

 
Projeção do aumento do consumo de energia elétrica e a variação acumulada do PIB. Fonte: brazilenergy.com.br

Conclusão

O aumento do consumo humano de energia elétrica tem gerado o crescimento da demanda nesse setor, e a tendência é continuar com esse crescimento nos próximos anos. Isso vem causando grande preocupação mundial, pois o aumento da demanda energética fará com que as fontes atuais se esgotem mais rapidamente, mesmo as renováveis. Por isso da importância e urgência de descobrir novas e mais limpas fontes de energia.
        Em relação ao Brasil, o uso desnecessário e sem consciência de energia também vem sendo um desafio para o país, apesar de contar com fontes renováveis, principalmente a hidrelétrica. Um exemplo é quanto ao ar-condicionado, presente na maioria das residências brasileiras e que está sendo utilizado de forma inadequada, sem levar em conta fatores como os prejuízos financeiros à própria família, visto que a conta de luz está aumentando consideravelmente em decorrência disso.
        Segundo as pesquisas apresentadas no decorrer desse trabalho, a energia elétrica deve aumentar 15% nos próximos 10 anos. Isso mostra que o país precisa encontrar novas alternativas ou melhorar o desempenho das já existentes, caso contrário, é bem provável que aconteça uma crise energética.

Referências

http://www.biodieselbr.com/energia/alternativa/demanda-energia.htm

Matriz Energética Brasileira

Trabalho realizado para a disciplina de Geografia.

Professor: Jonathan Kreutzfeld (edição e revisão).

Por: Ademilson André Viebrantz; Antônio Ferrari Junior; Caroline Hoffmann; Gustavo Vicenzi; Laércio José Benvenutti Filho; Vitor Probst Curtarelli


O Brasil é um dos países com maior diversidade de matriz energética, tendo capacidade (tanto geográfica quando econômica) para suportar e poder usar de vários tipos de fonte de energia (tradicionais e alternativas), para suprir a demanda regional e nacional de energia, criada de várias maneiras.

Definição de Matriz Energética

O aumento abrupto da demanda energética, como a população global, causa um grande problema, a insuficiência de fontes energéticas, para manter as facilidades da vida humana e o desenvolvimento econômico. A partir deste ponto de vista, a comunidade cientifica busca a ampliação da matriz energética.
Matriz Energética é conceituada como uma representação dos recursos energéticos fornecidos por um determinado país, por toda a energia que é disponibilizada, transformada, distribuída e consumida nos processos produtivos. Sendo também um instrumento de estudo fundamental para a realização de um planejamento correto, quando se fala em cenários futuros, em geral de 20 a 25 anos. O Ministério de Minas e Energia, órgão do Poder Federal, a fim de documentar o consumo, a produção e a comercialização de espécies energéticas a nível nacional, faz anualmente o Balanço Energético Nacional (BEN). O BEN é um instrumento fundamental para conhecer atentamente a matriz energética nacional.

A matriz energética brasileira é composta por fontes renováveis e não renováveis. As fontes de energia não renovável são, carvão mineral, urânio, petróleo e seus derivados. Já as fontes renováveis de energia são a biomassa, hidráulica, solar, eólica e proveniente da cana de açúcar e seus derivados.  Mas lembrando de que tanto as fontes de energia renovável ou não renovável causam impactos ambientais e de saúde.
Todas as fontes de energias atuais são impactantes, umas em um maior potencial e outros em menor. Mas a sociedade considera algumas fontes de energia renovável como energia limpo, entendo que energia limpa é aquela que não agride a atmosfera, mas na verdade a energia limpa é aquela que não gera degradação ambiental.
No Brasil, 45% da energia ofertada é renovável, diferenciando-se dos demais países que apenas 12,7% da energia é renovável.


Energia Elétrica

No Brasil, a energia elétrica é produzida, principalmente, na forma de hidroelétricas, termoelétricas e energia nuclear (dando destaque para a energia hidrelétrica).

FONTES TRADICIONAIS


O sistema hídrico do Brasil é composto por grandes bacias hidrográficas (como a bacia do Paraná e a bacia Amazônica, que é a maior do mundo) e, por isso, tem a energia hidroelétrica como principal representante, no quesito eletricidade. Por ter um baixo custo (a longo prazo), e gerar uma quantidade alta de energia elétrica, muitos países com uma rede hidrográfica tão próspera quanto a do Brasil optaram por gerar energia com base na água, e o Brasil não ficou de fora. Tendo alguns dos maiores geradores hidrelétricos do mundo, a energia gerada por eles é quase suficiente para suprir a demanda nacional.

Usina de Belo Monte - PA



Nome
Estado
Capacidade (MW)
Área Alagada (km²)
Funcionando
Itaipu
Paraná
14.000
1.350
Sim
Belo-Monte
Pará
11.233
516
Não (em construção)
São Luiz do Tapajós
Pará
6.133
722
Não (em construção)
Tucuruí
Pará
8.370
2.850
Sim
Santo Antônio
Rondônia
3.568
271
Não (em construção)



Por ser uma fonte de energia barata (gera energia suficiente para pagar a construção de si própria facilmente), por gerar uma quantidade alta de energia, ser muito renovável, por utilizar um recurso da natureza sem consumi-lo (a água), e não causar poluição (como gases tóxicos, por exemplo), ela é uma das preferidas no mundo. Ela também é muito reconhecida por durar muito tempo (geógrafos consideram-na uma das mais duradouras e mais rentáveis, a longo prazo), e por poder ser instalada com uma facilidade razoável no Brasil, em função do relevo irregular aqui presente, ela é a favorita de muitos.


Como necessita normalmente de uma área razoavelmente grande, para poder acumular água suficiente para girar as turbinas e produzir energia, as usinas hidroelétricas comumente devastam áreas enormes, causando danos ao meio ambiente, alterações climáticas, mudanças no ciclo hídrico, desmatamento em grande escala e extinção de algumas espécies. Por ter uma alta rentabilidade, não apresentar poluição (de forma direta), ser constantemente renovada naturalmente, e poder sustentar uma grande população, a energia hidroelétrica é tomada por muitos como “perfeita”, que abusam dela e acabam construindo ela de maneira exagerada, e em quantidade exagerada, o que faz com que áreas muito grandes sejam devastadas, causando ainda mais danos ambientais. Além disso, a sua construção é cara e demorada, e depende muito do clima, podendo ser afetada por estiagens e secas.


Assim, pode-se afirmar que a energia hidrelétrica no Brasil realmente funciona, por apresentarmos vastas bacias hidrográficas e um relevo irregular, ideal para a construção de tais, e por ela gerar uma quantidade alta de energia. Porém, é preciso ter cuidado ao construí-las, pois elas podem causar danos irreversíveis ao meio ambiente e as pessoas.


No Brasil, a energia termoelétrica é menos valorizada que em outros países, para produção de energia, em parte por produzir muita poluição, e em parte por não ser renovável, mas mesmo assim ela é representativa. Ela funciona, basicamente, pela queima de algum material (principalmente combustíveis fósseis, como carvão mineral, gás natural, gasolina...), que aquece um tonel com água, e o vapor dessa água gira uma turbina.

Usina de Gás Natural em Duque de Caxias - RJ


Cidade
Capacidade (MW)
Combustível
Funcionando
Duque de Caxias
1.058
Gás Natural
Sim
Rio de Janeiro
1.000
Gás Natural
Sim
Macaé
868
Gás Natural
Sim
Macaé
639
Gás Natural
Sim
Uruguaiana
532
Gás Natural
Sim


Além de ser consideravelmente mais rápida de construir (e, dessa maneira, podendo suprir uma demanda momentânea de energia mais facilmente), elas podem ser construídas quase que em qualquer lugar (com relevo favorável ou não, independente de recursos ambientais), e podem ser construídas próximas aos locais onde a energia será consumida, diminuindo a quantidade de torres de transmissão e linhas a serem construídas. Por ser movida a queima, pode usar praticamente qualquer tipo de combustível, de derivados de petróleo até biomassa (uma alternativa “reciclada” e menos poluente ao carvão e aos derivados de petróleo).


Por se basear na queima de combustíveis (comumente fósseis derivados de petróleo), ela produz uma quantidade enorme de poluentes atmosféricos (como carbonetos e ácido sulfúrico e carbônico, muito prejudiciais a vida), sendo considerada a mais degradante do ambiente, a longo prazo. Além disso, ela necessita de fontes não-renováveis para poder ser utilizada, o que faz com que ela tenha um custo a longo-prazo alto, por precisar importar o combustível a ser queimado. Contudo, é uma boa opção para momentos de crise de água.



Assim, a energia termoelétrica é uma fonte importante de energia para o nosso país, sendo usada de forma estratégica em momentos críticos de falta de energia (devido a secas, por exemplo), ou em lugares onde a produção de energia hidroelétrica é muito desfavorável, e onde é complicado chegar para trazer energia por meio de torres de transmissão. Ela representa apenas 7,5% da energia do país, porém é de extrema importância.

Energia Nuclear        

No Brasil existe um grande e amplo uso de energia nuclear, porém não para fins de geração de energia elétrica ou de abastecimento para a população, pois em sua maioria seu uso é feito pela indústria (como é o caso da energia produzida pelas usinas Angra, as maiores do país), e em parte por postos de saúde (que usam geradores básicos de energia para suprir a sua demanda, em momentos de corte de energia).

Usina Angra I e II - RJ


Quanto a produção de energia elétrica a partir de usinas nucleares, o Brasil possui duas usinas nucleares em funcionamento: Angra 1 e Angra 2, e uma usina ainda prevista para o ano que vem (2015) a Angra 3.

Usina
Município
Capacidade (MW)
Ano
Angra 1
Angra dos Reis
640
1985
Angra 2
Angra dos Reis
1.350
2001
Angra 3
Angra dos Reis
1.080
2015











A energia usada a partir de reatores nucleares no Brasil é algo que pode ser muito interessante, pois o país é um dos maiores consumidores de energia do mundo, e seu recurso para a geração da mesma vem de grande parte de hidrelétricas, que por sua parte tem um custo muito alto e estão muito vulneráveis a alterações climáticas. O país é o 6º com maior reserva do mundo de urânio, principal elemento usado na fissura nuclear. Por ser uma energia fácil de ser produzida, e as usinas serem pequenas em relação a área ocupada por uma usina hidroelétrica, a quantidade de energia produzida por km² ocupado é muito alto, tornando-a a assim uma das principais fontes do Brasil.


Por outro lado ainda existe o fato de não se saber o que fazer com os resíduos nucleares, que podem afetar o meio ambiente se mal guardados, e se o país se tornar um grande produtor de energia nuclear, poderá se tornar um grande problema. Além disso, existe o fato de as pessoas terem medo de problemas que possam ocorrer, como a explosão da usina (como ocorreu em Chernobyl e Fukushima), e assim não quererem a construção de uma próxima.


A energia nuclear é uma saída rápida, quando é necessária a produção de uma grande quantidade de energia de maneira rápida e em um espaço pequeno, mas por causar danos por enquanto desconhecidos ao ambiente, ela deve ser usada com cautela. Também por usar um “combustível” um pouco escasso (por ser necessário refinar o urânio), ela não deve ser abusada, por poder causar uma dependência dela, vulnerável a falta de minérios radioativos.


No Brasil, o petróleo é a principal fonte de energia (não necessariamente como fonte de eletricidade), assim como no resto do mundo, e é utilizado principalmente para alimentar motores de veículos na forma de seus derivados, como gás natural, gasolina, diesel e querosene. Ainda serve para alimentar certas usinas termoelétricas espalhadas pelo país, que por estarem localizadas próximas às bacias petrolíferas, não utilizam carvão para ser queimado, mas sim outros de seus derivados.

Plataforma P56 - RJ


Há alguns anos, o Brasil importava cerca de 60% do petróleo consumido de outros países (principalmente dos países árabes, ainda os maiores produtores de petróleo), porém com a descoberta do Pré-Sal no litoral da bacia de Santos (SP), principalmente, o país é quase que completamente abastecido e suprido pela sua produção interna atualmente.
O Pré-sal é uma camada de material orgânico decomposto depositado por baixo de uma placa salina cristalizada (por isso chamado de Pré-sal), localizado a aproximadamente 5.000 metros de profundidade (podendo chegar a 8.000 metros).


Bacia
Estado
Ano
Bacia de Campos
Espírito Santo
1974
Bacia de Santos
São Paulo
1970
Bacia do Espírito Santo
Espírito Santo
1960


Por ser líquido e ser material orgânico em decomposição, o petróleo pode ser facilmente transportado e armazenado, e seus derivados facilmente retirados. Além disso, ele produz uma quantidade de energia grande, para a quantidade de material a ser usado. É conveniente (isso é, é de fácil utilização em vários lugares, como termoelétricas, carros, entre outras ocasiões), e pode ter seus derivados utilizados para várias coisas (não somente combustível, mas para criação de outros produtos), tornando-o assim o combustível mais versátil já conhecido.


Por ser composto de hidrocarbonetos, libera muitas substâncias tóxicas na atmosfera quando queimado, podendo gerar danos como efeito estufa, inversão térmica, etc. Também existe o risco de vazamentos no mar, enquanto é transportado da base para a terra, e o seu refinamento é relativamente caro. Sobretudo, há o problema para chegar às jazidas de petróleo no Pré-sal, já que elas se encontram a milhares de metros de profundidade, e sob várias camadas de rocha cristalina, o que faz com que, mesmo sendo um combustível de extrema importância, ele ainda é difícil de ser obtido na maioria dos lugares (exceto na Arábia, lá você cava um buraco de dois metros e achou petróleo).

FONTES ALTERNATIVAS

Biomassa

Biomassa é todo recurso renovável naturais de matéria orgânica, seja de origem vegetal ou animal, que pode ser utilizada na produção de energia. Assim, plantas, animais e seus derivados (como: Fezes, e todas as matérias orgânicas que o ser vivo gera) são considerados biomassa.
O processo de renovação da biomassa é natural do ciclo do carbono. A decomposição ou a queima da matéria orgânica ou de seus derivados provoca a liberação de CO2 na atmosfera. As plantas, através da fotossíntese, transformam o CO2 em água nos hidratos de carbono, que compõe sua massa viva, liberando oxigênio.

Usina de Biomassa em Lages - SC

A utilização da biomassa como fonte no Brasil é crescente, destacando-se a cana de açúcar na produção do etanol e biodiesel. A oferta energética por biomassa é crescente na matriz energética brasileira pelo fato de ser favorável ao consumidor cujo preço é inferior à do petróleo e seus derivados.
Como toda fonte de energia gera algum impacto ao meio ambiente e na sociedade, a biomassa também faz parte desta regra, uma vez que enseja o desflorestamento, seja pela parte de retirada da madeira para a produção do carvão vegetal ou para o cultivo da cana de açúcar. A cana de açúcar necessita de uma grande extensão territorial favorável à agricultura para o seu plantio, o que demanda a destruição do bioma local, substituindo-o pela monocultura.
O incentivo a este tipo de energia favorece à expansão das fronteiras agrícolas, que no caso do Brasil pode atingir certos biomas especialmente protegidos como, Floresta Amazônica, Mata Atlântica e a Zona Costeira. Conforme o artigo 225, §4°, da Constituição Republicana. Strapasson coloca os possíveis impactos ambientais decorrentes do plantio de cana de açúcar para uso de fonte energética.

·     Redução da biodiversidade, causada pelo desmatamento e pela implantação da monocultura;
·    Contaminação das águas superficiais e subterrâneas e do solo, por meio da prática excessiva de adubação química, corretivos minerais e aplicações de herbicidas e defensivos agrícolas;
·     Compactação do solo, pelo tráfego de máquinas pesadas, durante o plantio, tratos culturais e colheita;
·  Assoreamento de corpos d’água, devido à erosão do solo em áreas de reformas;
·  Emissão de fuligem e gases do efeito estufa, na queima, ao ar livre, de palha, durante o período de colheita;
·     Danos à flora e fauna, causados por incêndios descontrolados;
· Consumo intenso de óleo diesel, nas etapas de plantio, colheita e transporte;
· Concentração de terras, rendas e condições subumanas do trabalho do cortador.

Energia Solar

Usina Fotovoltaica em Tubarão - SC

A radiação do sol pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos. Esta radiação (raios solares) também pode ser convertida diretamente em energia elétrica, através de efeitos termoelétrico e fotovoltaico.
A utilização de uma superfície escura para a captação transformará a energia solar em calor. O uso de células fotovoltaicas, ou seja, painéis fotovoltaicos resultarão em eletricidade. Os equipamentos necessários à produção do calor são chamados de coletores e concentradores – pois, além de coletar, às vezes é necessário concentrar a radiação em um só ponto. Este é o princípio de muitos aquecedores solares de água.
A maior parte do território brasileiro está localizada relativamente próxima da linha do Equador, de forma que não há grandes variações na duração solar do dia. Em média, a insolação diária é superior a seis horas, o que viabiliza o desenvolvimento da energia solar.
No Brasil, não há lei federal que determine a obrigatoriedade de percentuais mínimos na geração de energia para aquecimento de água e eletricidade. No entanto, a cidade de São Paulo promulgou a Lei n° 14.459/2007, sancionada pelo Prefeito Gilberto Kassab, tornando obrigatória a preparação de todas novas casas e edifícios para o uso dos aquecedores solares de água. Casas e apartamentos com quatro ou mais banheiros, incluindo lavabos, são obrigados a instalar os aquecedores solares.

Energia Eólica

Usina Eólica de Bom Jardim da Serra - SC

Os moinhos de vento foram inventados na Pérsia no século V. Naquela época, estes eram usados para bombear água para irrigação. No Brasil, esta realidade não é muito distinta, uma vez que o vento é usado principalmente para produzir energia mecânica no bombeamento de água na irrigação.
Os mecanismos básicos de um moinho de vento não mudaram desde então: o vento atinge uma hélice que ao movimentar-se gira um eixo que impulsiona uma bomba, gerando eletricidade.
A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento. Ao girar, essas pás dão origem à energia mecânica que aciona o rotor do aero gerador, produzindo a eletricidade. A quantidade de energia mecânica transferida está diretamente relacionada à densidade do ar, à área coberta pela rotação das pás e à velocidade do vento.
A ANEEL (A Agência Nacional de Energia Elétrica) afirma ainda que os “ventos brasileiros” são favoráveis à produção de energia eólica, pois estes possuem uma presença duas vezes superior à média mundial e a volatilidade, cuja oscilação da velocidade é 5%, o que aumenta a previsibilidade do volume a ser produzido. Outro fator positivo é a maior velocidade dos ventos em períodos de estiagem, possibilitando a operação das usinas eólicas num sistema complementar com as usinas hidrelétricas.
No Ceará, a Central Eólica de Prainha tem capacidade para 10 MW (megawatts), a partir da instalação de 20 turbinas de 500 KW (quilowatts). Na Paraíba, são 13 turbinas de 800 KW e potência de 10.200 KW. Até o ano de 2003, a potência eólica total instalada no país era 22 MW. Em 2008, foi registrada a geração de 273 MW provenientes da energia eólica, o que significa que, nos últimos cinco anos, a taxa média anual de crescimento foi 65%.
 A Atlas do Potencial Eólico de 2001, editado pela ANEEL, aponta para um potencial de geração de energia eólica de 143 mil MW no Brasil. Volume este superior à potência total instalada no Brasil, em novembro de 2008, qual seja, 105 mil MW.

Considerações Finais

O Brasil possui uma das mais variadas matrizes energéticas, usando desde fontes renováveis e naturais (como a hidroelétrica), até fontes de recursos esgotáveis e não renováveis (como termoelétricas e usinas nucleares citadas), e supre sua demanda energética das maneiras mais variadas e possíveis para o momento, podendo suportar várias crises e problemas energéticos sem perder muita capacidade elétrica. Além disso, nota-se que ele tem capacidade para suprir a própria demanda de vários combustíveis e recursos por muito tempo daqui em diante (como, por exemplo, a necessidade de carvão, petróleo e urânio do Brasil já está suprida por, pelo menos, 50 anos). Porém, se as fontes energéticas não forem remanejadas e usadas de maneira consciente e lógica, podem acabar muito mais cedo do que o esperado, tornando assim o Brasil dependente novamente de outros países.