Censo 2010: número de
católicos cai e aumenta o de evangélicos, espíritas e sem religião
Os resultados do Censo
Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no
Brasil. A proporção de católicos seguiu a tendência de redução observada nas
duas décadas anteriores, embora tenha permanecido majoritária. Em paralelo,
consolidou-se o crescimento da população evangélica, que passou de 15,4% em
2000 para 22,2% em 2010. Dos que se declararam evangélicos, 60,0% eram de
origem pentecostal, 18,5%, evangélicos de missão e 21,8 %, evangélicos não
determinados. A pesquisa indica também o aumento do total de espíritas,
dos que se declararam sem religião, ainda que em ritmo inferior ao da década
anterior, e do conjunto pertencente às outras religiosidades.Os dados de cor,
sexo, faixa etária e grau de instruçãorevelam que os católicos romanos e o
grupo dos sem religião são os que apresentaram percentagens mais elevadas de
pessoas do sexo masculino. Os espíritas apresentaram os mais elevadosindicadores
de educação e de rendimentos.
As mudanças, no entanto,
não se restringem à composição religiosa da população brasileira. O Censo 2010
também registrou modificações nas características gerais da população, como,
por exemplo, a aceleração do processo de envelhecimento populacional, a
redução na taxa de fecundidade e a reestruturação da pirâmide etária. A
investigação sobre cor ou raça revelou que mais da metade da população
declarou-se parda ou preta, sendo que em 21 estados este percentual ficou acima
da média nacional (50,7%). As maiores proporções estavam no Pará (76,8%), Bahia
(76,3%) e Maranhão (76,2%). Apenas em Santa Catarina (84,0%), Rio Grande do Sul
(83,2%), Paraná (70,3%) e São Paulo (63,9%) mais da metade da população havia
se declarado branca em 2010.
Além disso, quase 46
milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou possuir pelo menos
uma das deficiências investigadas (mental, motora, visual e auditiva), a
maioria, mulheres. Entre os idosos, aproximadamente 68% declararam possuir
alguma das deficiências. Pretos e amarelos foram os grupos em que se
verificaram maiores proporções de deficientes (27,1% para ambos). Em todos os
grupos de cor ou raça, havia mais mulheres com deficiência, especialmente entre
os pretos (23,5% dos homens e 30,9% das mulheres, uma diferença de 7,4 pontos
percentuais). Em 2010, o Censo registrou, ainda, que as desigualdades
permanecem em relação aos deficientes, que têm taxas de escolarização menores
que a população sem nenhuma das deficiências investigadas. O mesmo ocorreu em
relação à ocupação e ao rendimento. Todos esses números referem-se à soma dos
três graus de severidade das deficiências investigados (alguma dificuldade,
grande dificuldade, não consegue de modo algum).
Estas e outras informações
integram a publicação Censo Demográfico 2010: Características gerais da
população, religião e pessoas com deficiência, que pode ser acessada pelo link
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_religiao_deficiencia/default_caracteristicas_religiao_deficiencia.shtm.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_religiao_deficiencia/default_caracteristicas_religiao_deficiencia.shtm.
Em 30 anos, percentual de evangélicos passa de 6,6% para 22,2%
Os evangélicos foram o
segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período intercensitário. Em
2000, eles representavam 15,4% da população. Em 2010, chegaram a 22,2%, um
aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões).
Em 1991, este percentual era de 9,0% e em 1980, 6,6%.
Já os católicos passaram
de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população
brasileira mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem
perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872. Até 1970, a
proporção de católicos variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de 99,7%, em
1872, para 91,8%.
Esta redução no percentual
de católicos ocorreu em todas as regiões, mantendo-se mais elevada no Nordeste
(de 79,9% para 72,2% entre 2000 e 2010) e no Sul (de 77,4% para 70,1%). A maior
redução ocorreu no Norte, de 71,3% para 60,6%, ao passo que os evangélicos,
nessa região, aumentaram sua representatividade de 19,8% para 28,5%.
Entre os estados, o menor
percentual de católicos foi encontrado no Rio de Janeiro, 45,8% em 2010. O
maior percentual era no Piauí, 85,1%. Em relação aos evangélicos, a maior
concentração estava em Rondônia (33,8%), e a menor no Piauí (9,7%).
8,0% dos brasileiros se
declararam sem religião em 2010
Entre os espíritas, que
passaram de 1,3% da população (2,3 milhões) em 2000 para 2,0% em 2010 (3,8
milhões), o aumento mais expressivo foi observado no Sudeste, cuja proporção
passou de 2,0% para 3,1% entre 2000 e 2010, um aumento de mais de 1 milhão de
pessoas (de 1,4 milhão em 2000 para 2,5 milhões em 2010). O estado com maior
proporção de espíritas era o Rio de Janeiro (4,0%), seguido de São Paulo
(3,3%), Minas Gerais (2,1%) e Espírito Santo (1,0%).
O Censo 2010 também
registrou aumento entre a população que se declarou sem religião. Em 2000 eram
quase 12,5 milhões (7,3%), ultrapassando os 15 milhões em 2010 (8,0%). Os
adeptos da umbanda e do candomblé mantiveram-se em 0,3% em 2010.
Homens estão em maior
proporção entre católicos e sem religião
Com proporções de 65,5%
para homens e 63,8% para mulheres, os católicos são, junto com os sem religião
(9,7% para homens e 6,4% para mulheres), os que apresentam mais declarantes do
sexo masculino. Nos demais grupos, as mulheres eram maioria.
A proporção de católicos
também foi maior entre as pessoas com mais de 40 anos, chegando a 75,2% no
grupo com 80 anos ou mais. O mesmo se deu com os espíritas, cuja maior
proporção estava no grupo entre 50 e 59 anos (3,1%). Já entre os evangélicos,
os maiores percentuais foram verificados entre as crianças (25,8% na faixa de 5
a 9 anos) e adolescentes (25,4% no grupo de 10 a 14 anos).
No que tange ao recorte
por cor ou raça, as proporções de católicos seguem uma distribuição aproximada
à do conjunto da população: 48,8% deles se declaram brancos, 43,0%, pardos,
6,8%, pretos, 1,0%, amarelos e 0,3%, indígenas. Entre os espíritas, 68,7% eram
brancos, percentual bem mais elevado que a participação deste grupo de cor ou
raça no total da população (47,5%). Entre os evangélicos, a maior proporção era
de pardos (45,7%). A maior representatividade de pretos foi verificada na
umbanda e candomblé (21,1%). No grupo dos sem religião, a declaração de cor
mais presente também foi parda (47,1%).
População espírita tem os
melhores indicadores de educação
Os resultados do Censo
2010 indicam importante diferença dos espíritas para os demais grupos
religiosos no que se refere ao nível de instrução. Este grupo religioso possui
a maior proporção de pessoas com nível superior completo (31,5%) e as menores
percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental
incompleto (15,0%). Já os católicos (6,8%), os sem religião (6,7%) e
evangélicos pentecostais (6,2%) são os grupos com as maiores proporções de
pessoas de 15 anos ou mais de idade sem instrução. Em relação ao ensino
fundamental incompleto são também esses três grupos de religião que apresentam
as maiores proporções (39,8%, 39,2% e 42,3%, respectivamente).
Os católicos e os sem
religião foram os grupos que tiveram os maiores percentuais de pessoas de 15
anos ou mais de idade não alfabetizadas (10,6% e 9,4%, respectivamente). Entre
a população católica é proporcionalmente elevada a participação dos idosos,
entre os quais a proporção de analfabetos é maior. Por outro lado, apenas 1,4%
dos espíritas não são alfabetizados.
Mais de 60% dos
evangélicos pentecostais recebem até 1 salário mínimo
A comparação da
distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade por rendimento mensal
domiciliar per capita revelou que 55,8% dos católicos estavam concentrados na
faixa de até 1 salário mínimo. Mas são os evangélicos pentecostais o grupo com
a maior proporção de pessoas nessa classe de rendimento (63,7%), seguidos dos
sem religião (59,2%). No outro extremo, o das classes de rendimento acima de 5
salários mínimos, destaca-se o percentual observado para as pessoas que se
declararam espíritas (19,7%).
Fonte:
http://censo2010.ibge.gov.br/pt/noticias-censo?id=3&idnoticia=2170&view=noticia
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-ibge-e-a-religiao-%E2%80%93-cristaos-sao-868-do-brasil-catolicos-caem-para-646-evangelicos-ja-sao-222/
Fonte:
http://censo2010.ibge.gov.br/pt/noticias-censo?id=3&idnoticia=2170&view=noticia
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-ibge-e-a-religiao-%E2%80%93-cristaos-sao-868-do-brasil-catolicos-caem-para-646-evangelicos-ja-sao-222/