Em
27 de junho de 2017 na cidade de Havana em Cuba, após mais de meio século de
conflito. As FARC com seus mais de 7.000 combatentes deixam de ser oficialmente
um grupo armado e agora se encontram na fase final de transição à vida civil. E passam a ter seu próprio partido a partir
do dia 1º de setembro do mesmo ano.
Nos
acordos com o Governo de Juan Manuel Santos, a representação política garantida
é de no mínimo, dez cadeiras divididas entre o Senado e a Câmara.
“O congresso ocorrerá no final de agosto e terminará com um ato político na praça de Bolívar”, explicou o chefe da delegação de paz da guerrilha, Iván Márquez. “Para isso assinamos a paz, deixamos as armas para participar da política. Eles nos disseram ‘senhores, deixem as armas pelos votos’. Bom, é isso que faremos”, continuou. “Aceitamos o convite. Os processos de paz são justamente para isso, para deixar as armas e entrar de cabeça na política, e é o que faremos, é uma determinação que está em andamento”.
“O congresso ocorrerá no final de agosto e terminará com um ato político na praça de Bolívar”, explicou o chefe da delegação de paz da guerrilha, Iván Márquez. “Para isso assinamos a paz, deixamos as armas para participar da política. Eles nos disseram ‘senhores, deixem as armas pelos votos’. Bom, é isso que faremos”, continuou. “Aceitamos o convite. Os processos de paz são justamente para isso, para deixar as armas e entrar de cabeça na política, e é o que faremos, é uma determinação que está em andamento”.
As
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) serão, a partir de 1º de
setembro, um partido político para todos os efeitos. O anúncio foi feito em
pronunciamento dos dirigentes da organização guerrilheira Iván Márquez, Carlos
Antonio Lozada e Erika Montero. O novo
movimento finalizará em agosto seu modelo econômico, suas propostas em matéria
de política agrária, meio ambiente, juventude, desenvolvimento urbano e
igualdade e, finalmente, se apresentará formalmente à sociedade colombiana como
um partido com programa e candidatos para as eleições de 2018.
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Juan Manoel Santos e Rodrigo Londoño |
O
anúncio favorece a incorporação das FARC à sociedade e ao sistema democrático,
além de modificar o mapa de partidos da Colômbia. O financiamento do novo
partido, que ainda não tem nome e organograma, será estabelecido nos acordos de
Havana. “Da mesma forma que os outros partidos, terá uma verba por parte do
Estado e esperamos que o Estado cumpra com esses compromissos”, disse Márquez,
que mostrou sua preocupação pelo assassinato de guerrilheiros indultados após a
assinatura da paz. Afirmou que foram seis combatentes, além “alguns
familiares”. “Seria triste que na Colômbia voltássemos à eliminação de uma força
política como aconteceu com a União Patriótica”, lamentou.
O
principal líder da organização guerrilheira, Rodrigo Londoño, conhecido como
Timochenko, sofreu em 2 de julho uma isquemia e foi internado em uma clínica de
Villavicencio (centro do país). Dias depois retornou a Cuba, onde morou nos
últimos anos, para continuar recebendo tratamento médico. Timochenko demonstrou
em junho, durante o ato simbólico de entrega de armas realizado no acampamento
Mariana Páez de Mesetas, sua determinação de transformar a insurgência em ação
política. Seu discurso foi o de um político próximo à ideologia chavista, mas
suas promessas demonstraram a vontade de romper com um passado de violência.
“Ontem [éramos] exército do povo, hoje a esperança do povo. Esse dia não acaba com a existência das FARC. Na realidade, acabamos com nosso levante de 53 anos. Continuaremos existindo como um movimento de caráter legal e democrático”, afirmou para tranquilizar suas bases.
“Ontem [éramos] exército do povo, hoje a esperança do povo. Esse dia não acaba com a existência das FARC. Na realidade, acabamos com nosso levante de 53 anos. Continuaremos existindo como um movimento de caráter legal e democrático”, afirmou para tranquilizar suas bases.
As
dúvidas que cercam esse processo agora têm a ver com os futuros candidatos da
antiga guerrilha, com sua modalidade de participação nas diversas eleições –
presidenciais e legislativas – do próximo ano, com possíveis alianças com
outras forças políticas e, principalmente, com seu trabalho nas instituições. De
qualquer forma, começará a andar por esse novo caminho em pouco mais de um mês.
Será que o Governo
consegue o fim da outra guerrilha (ELN) até a visita do Papa Francisco?

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