A
desigualdade social e de gênero se acentuaram no Brasil. Esse é o diagnóstico
revelado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com dados de 2015. O país ocupa o 79º lugar entre 188 nações no ranking de IDH, que leva
em conta indicadores de educação, renda e saúde, mas despencou 19 posições na
classificação correspondente à diferença entre ricos e pobres.
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Desigualdade social, a marca do Brasil! |
Enquanto
a nota de 0,754 do Brasil se mantém
estagnada, preservando-o em um patamar considerado alto pela ONU, o número cai
para 0,561 no indicador social. Analisando somente esse fator, o país seria
rebaixado para a escala de países com índice médio. O IDH varia entre 0 (valor
mínimo) e 1 (valor máximo). Quanto mais próximo de 1, maior é o índice de
desenvolvimento do país. Pela primeira vez desde 1990, quando o levantamento
começou a ser publicado anualmente, o Brasil não elevou sua nota no ranking. A
Noruega permanece na primeira colocação e encabeça a lista das nações com IDH
muito alto, com 0,949, seguida por Austrália e Suíça, ambas com 0,939.
Ainda
no cálculo ajustado pela desigualdade social, o Brasil, empatado com Coreia do
Sul e Panamá, só não regrediu mais nesse quesito que Irã e Botsuana, que caíram
40 e 23 posições, respectivamente. Já o Coeficiente de Gini, que mede a
concentração renda, aponta o país como o 10º mais desigual do mundo e o quarto
da América Latina, à frente apenas de Haiti, Colômbia e Paraguai. Segundo o
levantamento da ONU, o percentual de desigualdade de renda no Brasil (37%) é
superior à média da América Latina, incluindo os países do Caribe (34,9%).
A
desigualdade brasileira também cresce nas comparações de gênero. Embora as
mulheres tenham maior expectativa de vida e mais escolaridade, elas ainda
recebem bem menos que os homens no Brasil. A renda per capita da mulher é 66,2%
inferior à de pessoas do sexo masculino. No índice de desigualdade de gênero, o
país aparece na 92ª posição entre 159 países analisados, atrás de nações de
maioria religiosa conservadora, a exemplo de Líbia (38ª), Malásia (59ª) e
Líbano (83ª).
Também
é baixa a representatividade da mulher no Congresso Nacional. O comparativo
entre número de cadeiras em parlamentos indica que as mulheres brasileiras
ocupam somente 10,8% dos assentos. O número é inferior à média mundial (22,5%)
e até mesmo ao de países com IDH baixo, como a República Centro Africana,
última colocada do ranking, que tem 12,5% de seu parlamento ocupado por
representantes do sexo feminino.
Por
meio de um comunicado, a Presidência da República avaliou que os dados
divulgados pela ONU “ilustram a severidade da crise da qual apenas agora o país
vai saindo”. De acordo com a nota, as reformas propostas pelo presidente Michel
Temer devem se refletir em números melhores nas próximas edições do ranking.
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