terça-feira, 29 de maio de 2018

Greve dos caminhoneiros e noções de sustentabilidade

Por Lorena Ventura

Estamos passando por um "treinamento de apocalipse". Sem combustível nos postos, poucas frutas e legumes, quase nada de verduras, faltam itens nos mercados... Parece cena de filme, mas não é.

E dessa vez, nós temos sorte (!!!), é por conta de uma paralisação de caminhoneiros que daqui a alguns dias estará solucionada com os acordos que estão sendo feitos com o governo.

No futuro, se continuarmos fazendo as coisas da mesma forma, será por falta real de recursos. Falta, aliás, que já existe constantemente para pelo menos 1 bilhão de pessoas pelo mundo.

Tudo isso me faz ver que nós ainda dependemos MUITO dos combustíveis fósseis. Dependemos MUITO de meios de transporte de longa distância. Dependemos MUITO das coisas erradas, daquelas coisas que podem até ser úteis atualmente, mas que irão nos destruir no futuro.

Que esses dias apocalípticos nos sirvam de inspiração para alterar hábitos e rotinas destrutivas.

Menos carros nas ruas, mais bicicletas.

Menos consumo de alimentos que vêm de todos os cantos do mundo, mais produção local.

Mais hortas urbanas nos bairros das grandes (e pequenas) cidades.

Mais fontes de energia alternativas.

Mais respeito por quem produz e transporta aquilo que necessitamos - independente da distância.

Mais pessoas interessadas em promover mudanças em suas vidas pessoais.

Não vai adiantar estocar comida quando recursos como o petróleo estiverem escassos e causando o caos completo numa sociedade que se sustenta em bases frágeis.

Horta Urbana
Mas adianta aprender a plantar, se organizar e montar uma horta em casa ou no bairro, compostar as sobras de alimentos. Adianta buscar os pequenos agricultores que moram mais próximo de você.

Adianta buscar novas fontes de energia. Adianta aprender a reduzir a necessidade por itens que demandam gasto de energia ou combustíveis fósseis.

Adianta aprender sobre veganismo, minimalismo, sustentabilidade, horta urbana, empreendedorismo, viver (mais e melhor) com menos.

Adianta mudar.

Primeiro sozinho, de dentro para fora. Depois unindo-se a outros que também estão promovendo mudanças nas estruturas da sociedade.

A estrutura primeira de toda civilização é o indivíduo. Mudando o indivíduo, muda-se a sociedade. E pouco a pouco começamos a ver as mudanças individuais reverberando no mundo ao nosso redor.

Novas leis, novas iniciativas, novas formas de ver e viver a vida.

Mas por onde começar? Por onde você quiser. Todo despertar natural começa com apenas uma transformação.

Você quer reduzir a sua produção de lixo? Parar de comer animais? Diminuir o seu vício em consumo? Emagrecer com saúde? Deixar de depender dos mercados e grandes marcas para comer, se cuidar e se vestir? Defender uma causa?

Você escolhe por onde começar.

O mundo está acabando, é sério. Só que tudo o que acaba dá a oportunidade de início a alguma coisa. Estamos vendo o nascer de um novo mundo - e o colapso de um mundo antigo.

Por isso, tome as providências necessárias para acessar cada vez mais a realidade do novo mundo e depender cada vez menos do velho. É mais fácil e bem mais barato do que você pensa.

Quem continuar a depender do velho mundo, vai acabar junto com ele.

E a paralisação dos caminhoneiros é só um aviso para quem quiser entender as coisas com os olhos da transformação: não coloque a sua vida nas mãos de um sistema falido.

Acorde e co-crie um novo sistema mais justo, limpo e sustentável!

terça-feira, 22 de maio de 2018

Redação Nota 1000 – A Modernização do Mercado de Trabalho



Série de postagens de redações que atingiram nota máxima, considerando os critérios do Enem e ou de importantes vestibulares do Brasil.

A redação a seguir foi proposta e corrigida pelo professor Nardy Bechtold Júnior do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Cônsul Carlos Renaux de Brusque.

Tema: “Impactos da revolução tecnológica digital no mercado de trabalho”

Por Francisco De Nardi

Mercado de Trabalho Contemporâneo

Os impactos da revolução tecnológica digital no mercado de trabalho consistem em um assunto de suma importância na contemporaneidade. Com o advento da Terceira Revolução Industrial, após a Segunda Guerra Mundial, as inovações científicas e tecnológicas foram implementadas em todos os setores da economia. As consequências desse processo se intensificaram ao longo dos anos, tornando-se especialmente evidentes no século XXI. Nesse viés, dois aspectos fazem-se relevantes: o aumento do desemprego estrutural e a mudança no perfil profissional.

As tecnologias digitais prenunciam a substituição da mão de obra humana. A eficiência e alta produtividade das máquinas, que realizam trabalhos complexos de maneira precisa e em um curto período de tempo, provocam o desaparecimento de inúmeras profissões e, consequentemente, o desemprego estrutural. Serviços que não necessitam de relações interpessoais são mais suscetíveis a esse problema; a permutação dos caixas bancários por caixas eletrônicos e dos contadores por sistemas digitais exemplificam a situação. Dessarte, essa adversidade gera instabilidade profissional, uma vez que os trabalhadores não sabem até quando seus serviços serão necessários.

Charles Chaplin em Tempos modernos 
Além do discutido, há de se ressaltar a alteração no perfil do trabalhador. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Jornal Econômico, o índice de interessados em trabalhar de maneira autônoma é elevado – no Brasil, 80% dos entrevistados têm essa perspectiva de futuro. Os resultados são reflexo do novo ambiente digital, que está em constante mutação e não fornece estabilidade aos empregados fixos – esses, na maioria dos casos, não pretendem ficar mais de cinco anos no mesmo emprego. Ademais, a qualificação profissional tornou-se fundamental no atual cenário, submetendo todos aqueles que não se adequam ao sistema a subempregos.

Haja vista o supracitado, medidas fazem-se necessárias para resolver os impasses. O Legislativo deve criar projetos de lei para que o Executivo consiga destinar parte das verbas públicas para a implementação de instituições de capacitação profissional, a fim de preparar mais indivíduos para o mercado de trabalho. Outrossim, é função dos sindicatos garantir a segurança dos trabalhadores por meio de reivindicações de leis protecionistas e de um aumento dos postos de trabalho, com o objetivo de barrar o desemprego. Dessa maneira, a revolução tecnológica deixará de ser um problema e representará avanços positivos na sociedade.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Paraguai e a Lei da Maquila

Seria talvez o Paraguai a China sul-americana? Dadas as dimensões territoriais e populacionais completamente diferente, fica impossível fazer tal comparação. Mas no mínimo uma comparação com outro país asiático de crescimento recente bastante significativo o Vietnã.

O país de pouco mais de 6,6 milhões de habitantes é praticamente, neste aspecto do mesmo tamanho que Santa Catarina. Porém seu território é bem maior com 406 mil km2.

Conhecido por ser uma nação de terras baratas e por suas lojas de importados próximas a fronteira com o Brasil, o país é atualmente o país com melhores indicadores num aspecto que o Brasil tem ido muito mal, a indústria.  

Regulamentada em 2000, a Maquila ganhou força em 2013 e desde lá vem se acentuando. É considerada o principal pilar do desenvolvimento econômico e a grande vitrine internacional do Paraguai. Já são 124 indústrias incluídas no programa de Maquila e cerca de 80% delas são brasileiras – mais de 50% das empresas se estabeleceram por lá só nos últimos três anos e geraram mais de 10 mil empregos diretos.

Mas o que é a Lei de Maquila e por que as empresas brasileiras estão migrando ou abrindo filiais no Paraguai? Primeiro, porque a Lei de Maquila não cobra impostos na importação de máquinas e matéria-prima para as empresas estrangeiras que decidirem fabricar no país e há um único imposto de 1% do valor agregado para a exportação. Em contrapartida, a empresa deve exportar 100% de sua produção até completar um ano no regime.

Mas há ainda outros benefícios, além da Lei de Maquila, ao investir no Paraguai. Já há alguns anos o país conta com baixa inflação e economia estável. Além disso, a legislação trabalhista é mais flexível, com encargos sociais 35% mais em conta e a energia elétrica é quase 50% mais barata. A previsão é de que com este baixo custo de produção, o empresário brasileiro chegue a uma economia de até 20% se comparado ao que gastaria ao produzir no Brasil.



Outro ponto é a vantagem geográfica. As empresas brasileiras que lá se estabelecem contam com a rapidez para abastecer e repor mercadorias, além de poder acessar mais facilmente alguns mercados, como a Europa, por exemplo. Isso porque hoje o Paraguai mantém acordo com a União Europeia e o Brasil não.

E por final vamos citar a forte concorrência com a Ásia. Com o regime especial da Maquila, o Paraguai quer substituir os produtos que as empresas brasileiras trazem da China. Para algumas indústrias, que importam dos chineses, está saindo mais barato fabricar no país vizinho. Além disso, a exportação com baixíssimo imposto também favorece a competitividade – no Brasil, cobra-se até 35% de imposto para importar da China e não é possível ‘re-exportar’ o produto pela grande quantidade de impostos a serem pagos.

Por isso, o capital brasileiro já está indo para o Paraguai e em diferentes setores. Fábricas de confecções e de calçados, indústrias têxteis, indústria plástica, de autopeças, etc estão entre as principais empresas brasileiras utilizando os benefícios da Lei de Maquila no Paraguai.

Jonathan Kreutzfeld

Segue abaixo, 2 vídeos recentes sobre a situação atual do país.




Fonte: