sexta-feira, 1 de junho de 2018

Ideologia e Política: Liberal x Conservador

Esta é uma série de postagens de autoria dos alunos do Ensino Médio do Centro Educacional Timbó S/A (Cetisa) que visam contribuir com conceitos simples de cunho ideológico. As postagens são parte de textos apresentados em seminário realizado com os mesmos na disciplina de Geografia.

O objetivo do trabalho jamais foi o de definir algum conceito como absoluto, único e verdadeiro e sim debater o entendimento que se faz sobre os mesmos.

Jonathan Kreutzfeld

Organizadores: Henrique Simioni e Kaue Cadene

Alunos: Alunos: Andre Felipe Reiter, Barbara Maas, Gabriel Rene Pegoretti e Luiza Lenzi

O que é ser liberal:

Entende-se por liberalismo a concepção de Estado em que este tem poderes e funções limitados. As correntes liberais, que defendem o liberalismo político, possuem diversas variações dependendo de seus precursores. Dentre os nomes mais conhecidos estão John Locke, Montesquieu, Rousseau e Adam Smith.

Surgiu durante o iluminismo, vindo de encontro ao espírito absolutista. Ao longo da história, os Estados Liberais foram surgindo como uma consequência do desgaste progressivo do poder absoluto do rei, enquanto o absolutismo decai, surgem correntes liberais, que acabam se juntando para instituir o Estado Liberal.

O liberalismo não significa necessariamente conservadorismo moral. O adjetivo liberal é associado à pessoa que tem ideias e uma atitude aberta ou tolerante, que pode incluir a defesa de liberdades civis e direitos humanos. Já o conservador seria aquele com um pensamento tradicional. Na política, o conservadorismo busca manter o sistema político existente, que seria oposto ao progressismo. 

Após a II Guerra Mundial, surgiram movimentos com tendências democráticas que trouxeram de volta o liberalismo, com o objetivo de reconstruí-lo no campo político e econômico.

Os seus princípios fundamentais são a transparência, os direitos individuais e civis e um governo consentido pelos governados, estabelecido por meio das eleições livres, geralmente um governo democrático, e a igualdade da lei perante todos os cidadãos.

Alunos: Caroline Bonin, Caio Oss-emer, Felipe Gustavo Tancon, Maria Julia Tafner, Lucas Curtarelli e Luiz Gabriel da Silva

O que é ser conservador:


“O conservador pensa na política como um meio de preservar a ordem, a justiça e a liberdade.” 

Russell Kirk (1918 – 1994), teórico político americano.

O conservadorismo é um pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais tradicionais – como a família, a comunidade local e a religião -, além dos usos, costumes, tradições e convenções. Os principais valores do conservadorismo ocidental são a liberdade, política e econômica, e a ordem, social e moral.

Para o conservador, as tradições são a base de qualquer atuação política. Fornecendo um início seguro que deve ser conservado, porém que deve ser discutido e melhorado. O conservadorismo não acredita na bondade natural do homem, portanto acredita que os hábitos e as tradições permitem que a sociedade funcione, de modo que exigem valores morais de toda a população.

O conservadorismo não é um conjunto de ideias fixas e definidas, afinal os valores conservadores variam de acordo com o país e com a época. Conservadores chineses e conservadores brasileiros podem defender ideias diferentes, por exemplo, porém ambos são conservadores por estarem de acordo com as tradições de suas sociedades.

A diversidade é muito valorizada no conservadorismo, logo a igualdade social não é considerada um objetivo da política conservadora. Entendem que a igualdade política-jurídica (todos são iguais perante a lei) é suficiente na sociedade. E que a desigualdade é natural, consequência inevitável das diferenças entre os seres humanos.

Os conservadores se opõem a movimentos revolucionários e a projetos que idealizam uma sociedade. Porém, não são contra mudanças, apenas defendem que estas devem ser feitas de forma cautelosa e gradual, sempre preferindo manter e melhorar as instituições já conhecidas, tradicionais.

O conservadorismo defende o individualismo na esfera econômica e a defesa da propriedade privada, porque, para eles, a liberdade está ligada a independência financeira. Entretanto, a defesa de uma economia de livre mercado não é assunto de consenso entre conservadores, pois o conservadorismo tende a preservar a identidade nacional. De forma geral, conservadores nacionais prefere políticas econômicas desenvolvimentistas, nacionalistas e protecionistas.

Sobre a política brasileira, em 2014 foi eleito o congresso mais conservador em cinco décadas. E a sociedade também atingiu um ápice de conservadorismo tendo em vista que em pesquisa realizada em 2016 pelo Ibope 54% dos brasileiros têm posições tradicionais em relação a questões como legalização do aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, pena de morte e redução da maioridade penal.

Na atualidade, uma parcela da população brasileira considera o polêmico Jair Bolsonaro um representante do conservadorismo brasileiro, entretanto, muitos jornalistas defendem que este, e muitos outros políticos brasileiros, proferem discursos vulgares que não respeitam o verdadeiro conservadorismo, e desconhecem os verdadeiros princípios desse pensamento, que é amparado por uma base filosófica.

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