quarta-feira, 18 de julho de 2018

Opinião: A Geografia na BNCC do Ensino Médio

Introdução

Na educação básica brasileira, os principais documentos norteadores do que hoje é colocado em prática nas escolas, em geral foram criados por leis da década de 1990.

No entanto, os documentos nunca especificavam quais os conteúdos obrigatórios para cada nível de ensino.

Aí por duas décadas, quem determinou o que deveria ser ensinado em cada componente curricular e a profundidade do mesmo eram determinados das seguintes formas:

- SISTEMA DE ENSINO (MATERIAL DIDÁTICO);
- ESCOLA;
- PROFESSOR.

Basicamente, cada escola/professor/material fazia o que considerava mais importante em cada série de ensino e sendo assim, as mudanças de escola poderiam ser trágicas. O aluno poderia rever todo o conteúdo da 1ª série novamente numa nova escola, estudando na 2ª série.

Aí nos anos 2010, de forma mais contundente, reuniões e “consultas populares” passaram a definir o que hoje chamamos de BNCC do Ensino Médio. Esta vende a ideia de uma revolução na educação e que todos os estudantes vão ter acesso aos mesmos conteúdos em qualquer localização do país e que ao mesmo tempo vão poder compor um itinerário por área.

A Geografia na BNCC do Ensino Médio

Eu não vou me ater aos detalhes da base no seu contexto geral ou de outros níveis e área. Vou focar apenas na disciplina de Geografia no Ensino Médio.

Mas professor, não existe mais disciplinas na BNCC!

ERRADO! Seja lá qual for o nome dado (componente, disciplina, gaveta...) a Geografia antes de qualquer normativa, assim como as demais, é uma ciência. E a Geografia como ciência, pertence à área das Ciências Humanas que se entrelaçam sim, mas continuam sendo ciências diferentes em todo seu contexto de formação acadêmica.

O texto de Competências e Habilidades criado para compor a BNCC ao meu ver nada mais é do que um amontoado de frases abrangentes e com ampla possibilidade de interpretação. Para compor o que já aparecia em Planos de Ensino e materiais de Sistemas de Ensino competentes e que já buscavam contemplar plenamente os conteúdos previstos por cada CIÊNCIA que compõe a grade curricular da Educação Básica brasileira.

O governo vende a ideia de que todos terão os mesmo direitos de aprendizagem a partir de uma futura homologação da BNCC. Isso é uma grande mentira! As únicas coisas que garantem direitos de aprendizagem em quantidade e qualidade são COMPETÊNCIA e COMPROMETIMENTO do profissional que entra na sala de aula. Planos e Bases, não fixam nem garantem que algum conteúdo seja contemplado, muito menos padronizado. As desigualdades na qualidade da educação nacional vão continuar, (e obviamente o governo sabe, mas insiste vender outra ideia) o que de fato deve melhorar são as referências. Sendo que referência é uma coisa que todos os bons profissionais deveriam ter a partir do momento em que se formam na universidade. Mas isso é outro assunto que poderia ser amplamente discutido em outro texto.

Conforme já dito anteriormente, os conteúdos continuam existindo plenamente e estão entremeados nas competências e habilidades que analisaremos abaixo.

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS HUMANAS E
SOCIAIS APLICADAS PARA O ENSINO MÉDIO: COMENTÁRIOS SOBRE O CONTEXTO GEOGRÁFICO

1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.

Comentário: Aqui temos todos os conteúdos hoje contemplados em assuntos de Geografia Regional do Brasil e do Mundo onde abordamos processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. E obviamente há a necessidade de relacionar com assuntos atuais ou enfatizar o que mais se destaca em cada situação.


Comentário: Sobre as habilidades da Competência 1 temos o conteúdo que já foi identificado, no contexto da Cartografia tanto da parte conceitual como na análise de escala. Da evolução tecnológica/política/econômica/social que os territórios estão submetidos.

2. Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o exercício arbitrário do poder.

Comentário: Bastante voltada para a formação histórica do território, vai ser contemplada na Geografia com os conteúdos de População/Demografia bem como os tradicionais temas de Geopolítica e Geoeconomia que de certa forma estão contemplados parcialmente na Competência 1.


Comentário: Sobre as habilidades da Competência 2 temos então o conteúdo de população e tudo que cerca o tema, além de Terra no Espaço / Movimentos da terra.

3. Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.

Comentário: Esta competência visa abordar conteúdos sobre sustentabilidade no contexto da descrição de Biomas, Atmosfera, Geologia, Hidrografia.


Comentário: Bastante abrangente, envolve Organizações internacionais, Espaço Urbano (Industrial/Serviços) e Rural (Agropecuária/Extrativismo) bem como as atividades econômicas desenvolvidas em cada ambiente bem como seus fluxos de problemas socioambientais.

4. Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes
territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das sociedades.


Comentário: A competência 4 em princípio se assemelha bastante as anteriores, mas se diferencia no enfoque aos Direitos Humanos, Desigualdade Social, que já costumam ser abordados no contexto das Organizações Internacionais e ou Espaço Urbano ou Demografia...


5. Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.


6. Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
  

Considerações Finais

A Base sozinha não muda nem engessa o conteúdo que atualmente é abordado na educação nacional. Vendem uma ideia de inovação e itinerários, mas isso meramente representa uma necessidade de tentar adequar às necessidades dos estados em cumprir leis sobre acesso a educação e oferecer conteúdos de acordo com a existência maior de algum nicho de professores do que outro.

Creio que a escola privada vai continuar muito parecida com o que já é, seja ela de qual vertente for e a pública da mesma forma para pior. Considerando que a falta de profissionais é responsável por grande parte da reestruturação do Ensino Médio. Quando não tenho profissionais adequados, ofereço apenas o que tenho disponível.

É uma opinião bastante pessimista? Talvez sim, na verdade penso que muitos profissionais tem feito a diferença na educação e que por outro lado os governos em todas as esferas têm buscado muito mais a melhoria de indicadores do que a qualidade da educação de fato.

Jonathan Kreutzfeld

Fonte:




quinta-feira, 5 de julho de 2018

Vulcão de Fogo na Guatemala

Volcán de Fuego ("Vulcão de Fogo") é um estrato vulcão ativo na Guatemala. Ele fica aproximadamente 16 quilômetros a oeste de Antígua Guatemala, uma das cidades mais famosas da Guatemala e um importante destino turístico.

"Fuego" é famoso por estar quase sempre ativo em um nível baixo. A fumaça é emitida de seu topo diariamente, mas erupções maiores são raras. O vulcão de Fogo da Guatemala havia registrado sua última erupção em 9 de agosto de 2007, onde o fogo eclodiu expelindo lava, rochas e cinzas. O serviço de vulcanologia da Guatemala informou que sete famílias foram evacuadas de suas casas perto do vulcão.

Erupção em 1974
Já em 2018, no dia 03 de Junho ele registrou uma grande explosão. O Instituto Nacional de Sismologia da Guatemala reportou em um comunicado que o vulcão de 3.763 metros de altitude em sua erupção o mesmo gera entre sete e nove explosões por hora, e expele uma grossa coluna de fumaça que chega a 4.800 metros sobre o nível do mar. E mesmo após uma semana das primeiras explosões ele continua registrando explosões após uma das mais violentas erupção da sua história, cujas consequências provocam até o momento 113 mortes. Tanto a erupção quanto as constantes atividades vulcânicas subsequentes afetaram 1,7 milhão de pessoas, deixou 12.400 desabrigados, 332 desaparecidas e 58 feridas e as 113 mortes confirmadas.

Dos 113 mortos, três perderam a vida nos Estados Unidos e no México, onde se recuperavam das queimaduras. Dos 110 restantes, 85 já foram identificados pelo Instituto Nacional de Ciências Forenses, que continua trabalhando nos outros casos.

A atuação das autoridades em relação à emergência, na qual não houve ordem de evacuação, foi questionada várias vezes e levou o Ministério Público a iniciar uma investigação e um grupo de deputados denunciou Sergio Cabañas, secretário da Conred, por diversos crimes, entre eles homicídio culposo.

O vulcão registra ainda em julho de 18 a liberação de gases de cor branca que se dispersam para o leste e o nordeste gerando, pela instabilidade da cratera, avalanches fracas e moderadas nas encostas Ceniza, Las Lajas e El Jute.



Jonathan Kreutzfeld

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VÍDEO DA DISCOVERY SOBRE O VULCÃO


Fonte: