quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Redação Nota 1000 – Patrimônio Histórico Nacional


Série de postagens de redações que atingiram nota máxima, considerando os critérios do Enem e ou de importantes vestibulares do Brasil.

A redação a seguir foi proposta e corrigida pelo professor Nardy Bechtold Júnior do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Cônsul Carlos Renaux de Brusque.

Pelo incidente com o Museu Nacional ter acontecido muito recentemente, dificilmente aparecerá no Enem 2018. No entanto, pode aparecer em outras provas regionais que são finalizadas mais perto da aplicação das mesmas.

Tema: “Patrimônio Histórico Nacional”

Por Isadora Bastiani

Ao analisar-se o decorrer histórico do Brasil, pode-se inferir que o descaso, tanto popular quanto governamental, para com o patrimônio público do país é extremo. Recentemente, mais um instituto brasileiro foi tomado pelas chamas e resumido a cinzas, em setembro de 2018 o Museu Nacional do Rio de Janeiro, até então administrado pela universidade federal do estado, perdeu cerca de 90% do seu acervo; entretanto, essa não foi a primeira, e certamente não será a última, perda artística do país. Nesse viés, dois aspectos fazem-se relevantes: a falta de direcionamento de verbas para o setor cultural da nação, bem como o não interesse da população pelo mesmo.

Como já́ citado anteriormente, o incêndio do Museu Nacional não foi o primeiro fruto da má́ distribuição dos gastos públicos no Brasil, anteriormente vários outros patrimônios foram afetados por esse fator. Dentre eles está o primeiro museu do mundo dedicado a uma língua, o Museu da Língua Portuguesa, situado na cidade de São Paulo, que também foi dizimado pelas chamas e ainda encontra-se em restauração. Sendo assim, tendo em vista o longo histórico brasileiro de acidentes no que tange a centros históricos do país, conclui-se que a responsabilidade pela perda do Museu Nacional não cai inteiramente sobre o estado do Rio de Janeiro ou sobre a UFRJ, mas sim sobre o governo nacional como um todo, já́ que foi o corte na verba cultural que acabou comprometendo a segurança do edifício.

Ademais, vale ressaltar que o prédio que alojava o museu é o mesmo em que residiu a família real durante o império no Brasil, fato que por si só́ já́ deveria assegurar a sobriedade do local. Parte do descaso brasileiro para com patrimônios históricos deve-se ao fato de que o não incentivo cultural está presente no país, caindo novamente no primórdio de quase todos os problemas brasileiros, a falta de investimento em educação. Uma população mal instruída não conhece a história de seu país; logo, não irá despertar interesse pelo patrimônio cultural que a cerca, e assim, como um efeito dominó, catástrofes históricas virão a acontecer.

Dessarte, tendo em vista os argumentos supracitados, as propostas interventivas a seguir precisam ser concretizadas. Primeiramente, é nevrálgico que cada esfera administrativa do país, tanto cidades quanto estados, designem verbas para a preservação do patrimônio histórico nacional, desse modo, em âmbitos menores haverá́ maior organização para distribuir corretamente o dinheiro público. Paralelo a isso, cabe ao MEC incluir na grade curricular nacional, o estudo antropológico da cultura brasileira, formando, portanto, cidadãos com uma maior bagagem de conhecimento sobre o seu próprio país, que assim chocar-se-ão com acontecimentos tão catastróficos quanto esse. Afinal, como afirmou o escritor e jornalista brasileiro Monteiro Lobato, “uma nação se constrói com Homens e livros.

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