Nesta postagem escrevo sobre a dimensão e a localização geográfica do desastre em Brumadinho. Sabemos que desastre ou tragédia são palavras que remetem a evento, acontecimento que causa sofrimento e ou grande prejuízo de ordem física, social, moral. Eu até poderia mencionar negligência para este caso, mas no final é uma negligência que causa perdas e sofrimentos, então serve.
O
maior pesadelo ecológico do Brasil em sua história teve uma reprise ainda pior
que o recente ocorrido em Mariana – MG. No dia 25 de janeiro de 2019, o
rompimento da barragem da Companhia Vale em Brumadinho, também em Minas Gerais,
deixou um rastro de mortes e lama.
A
barragem da mineradora Vale na região do Córrego do Feijão teve o rompimento
informado à Secretaria do Estado de Meio-Ambiente às 13h37 de 25 de janeiro. O número de mortos deve chegar a 310
considerando confirmados e desaparecidos. O acidente de Brumadinho é o maior do
mundo, entre mineradoras, em número de mortes. E a Vale já é a empresa
responsável pela maior tragédia ambiental do Brasil, três anos atrás, em
Mariana, quando 19 pessoas morreram soterradas pela lama, e o distrito de Bento
Rodrigues foi apagado do mapa, soterrado.
O Ibama declarou que a tragédia de Mariana despejou cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos, contra 13 milhões de Brumadinho. Foram destruídos cerca de 270 hectares de terreno, que equivalem a 270 campos de futebol.
Este rio tem extensão de 546,5 km, área de 12.054,25 km² e abrange 48 municípios mineiros, nos limites e ecraves da Mata Atlântica e do bioma Cerrado. O rejeito contaminado deixa toda essa rede de drenagem alterada, desde nascentes e curso do rio, com vazões interrompidas em alguns trechos e com variações ao longo de toda a bacia hidrográfica.

A Usina de Retiro Baixo de acordo com a Agência Nacional de Águas, foi desligada e deve ser por tempo indeterminado, responsável por reter a lama de rejeitos. Como sua potência é de apenas 30MW, tal desligamento não deve afetar o fornecimento de energia da região que atualmente está com as demais hidroelétricas em pleno funcionamento devido à grande quantidade de chuvas que tem acontecido na estação.
Grandes perdas ambientais
Segundo dados da SOS Mata Atlântica/INPE/MapBiomas, houve uma perda de 112 hectares de florestas nativas. Destes, 55 hectares eram áreas bem preservadas. Além disso, a bacia do rio Paraopeba é formadora e corresponde a 5,14% do território da bacia do rio São Francisco, além de ser um dos principais mananciais de abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte – desde a tragédia, o Paraopeba se manteve indisponível para qualquer tipo de uso.
A comunidade da região, incluindo ribeirinhos, quilombolas, indígenas e agricultores, utilizam a água do Paraopeba para subsistência, atividades econômicas e, principalmente, para animais e lazer. Existe ainda, o impacto de valor imaterial – associado a cultura dessas comunidades -, que não vem sendo mensurado. Assim como no rio Doce, este dano silencioso é de impacto profundo em várias gerações.
O
dano ambiental ocorreu logo após o período de piracema – época de reprodução de
espécies que só ali vivem –, além daquelas que foram reintroduzidas pela Usina
Hidrelétrica de Retiro Baixo, como o repovoamento de alevinos que tinha acabado
de ser realizado. Após a tragédia, todas essas espécies foram perdidas.
Jonathan Kreutzfeld
VEJA MAIS EM:
Obs: abaixo seguem imagens anexas pois ficaram sem contexto na postagem e já tem bastante disso na internet.
Alguns ANTES e DEPOIS do desastre:
Fonte:
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