Neste ano, chegaremos a 7 bilhões de habitantes. Haverá comida para todos?
Para sustentar a crescente população mundial (neste ano, devemos atingir a marca de 7 bilhões de habitantes no planeta) será preciso duplicar a produção de alimentos. Mas nossas safras não vêm aumentando em ritmo suficiente. Além disso, mudanças climáticas e diversas pragas têm colocado em risco as poucas variedades das quais dependemos. Qual é a saída?
Uma delas é preservar espécies domésticas de pouco uso comercial.
A 9,5 quilômetros da cidadezinha de Decorah, no estado americano de Iowa, fica a Heritage, uma fazenda com 360 hectares de campos ondulados e bosques que deixou de ser cultivada. A intenção é que as plantações revertam a uma condição silvestre, o que, a princípio, não parece ser muito lógico. Mas na realidade tudo nessa propriedade destoa das áreas circundantes, nas quais a soja e o milho são cultivados com esmero, exemplos perfeitos da agricultura moderna. Mas a fazenda Heritage tem como objetivo colecionar, e não cultivar. Ela é a sede de um dos maiores bancos não governamentais de sementes dos Estados Unidos.
Em 1975, Diane Ott Whealy recebeu em testamento mudas de duas variedades antigas de plantas levadas por seu bisavô da Bavária aos Estados Unidos em 1870: um tipo de ipomeia (planta trepadeira) e outro de tomate. A fim de preservar essas espécies únicas, Diane e seu marido, Kent, criaram um lugar em que as pessoas pudessem armazenar e trocar sementes. Hoje, a bolsa conta com mais de 13 mil participantes, e guarda em ambientes refrigerados milhares de variedades antigas. A fazenda exibe uma magnífica profusão de legumes, hortaliças e flores ao redor de um velho celeiro pintado de vermelho.
"Todo ano, os nossos membros inscrevem as suas sementes aqui", diz Diane Ott Whealy, mostrando um exemplar do Seed Savers Exchange 2010 Yearbook. Grosso como a lista telefônica de uma cidade grande, o catálogo tem exóticos feijões, alhos, batatas, pimentas, peras e ameixas - cada qual com nome próprio, história única e características peculiares. Por exemplo, uma variedade de maçã que remonta à Idade Média, um tomate-cereja amarelo da Estônia e um feijão achado por arqueólogos que procuravam fósseis de elefantes-pigmeus no Novo México.
No decorrer da última década, a demanda por legumes antigos cresceu nos Estados Unidos e na Europa, impulsionada por um movimento em favor de alimentos locais e da preservação de seu sabor e singularidade. Encontradas, sobretudo, em feiras de produtores, as variedades remotas não estão disponíveis nos supermercados, onde deram lugar a poucos tipos modernos, cultivados mais por sua resistência ao transporte e sua aparência homogênea do que por seu sabor. Todavia, o movimento pela preservação é mais amplo que o interesse renovado por alimentos saborosos. Ele faz parte de uma campanha que visa resguardar o suprimento futuro no planeta.
Nas regiões mais ricas do mundo, a maioria das pessoas demonstra pouco interesse em saber de onde vêm ou como são cultivados os alimentos. Elas empurram seus carrinhos pelos supermercados sem se dar conta de que aquela abundância aparente não passa de um cenário reluzente cujos fundamentos são cada vez mais precários. Há tempos estamos ouvindo falar da perda de espécies vegetais e animais nas florestas tropicais. Por outro lado, pouco se fala ou se faz para evitar uma redução equivalente na diversidade genética dos alimentos que nos chegam à mesa.
Este blog tem por finalidade ampliar a interatividade no processo ensino-aprendizagem, bem como disponibilizar informações referentes ao ensino de Geografia, Atualidades, Santa Catarina, dicas de vestibular e algumas variedades.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário