terça-feira, 25 de outubro de 2011

Comentário Prova de Geografia ENEM 2011

ENEM 2011 - GEOGRAFIA - Questão 08 - Prova Azul


Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas.

GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).


A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho contrário a essa solução é
A) a aração.
B) o terraceamento.
C) o pousio.
D) a drenagem.
E) o desmatamento.


Resolução:

A presença de cobertura vegetal, nas áreas de encostas, diminui a intensidade da erosão pluvial e, dessa forma, a possibilidade de ocorrência de deslizamentos, que poderiam resultar em catástrofes naturais. Sendo assim, a resposta correta é o desmatamento.

Resposta: E

Meu comentário: Concordo com a alternativa, mas as outras também representam "prática humana que segue no caminho contrário a essa solução que seria a preservação do solo".

Outro detalhe:

Quem estudou questões de 2010 encontrou esta questão:

E esta tinha como resposta "D", o que induz ao mesmo raciocínio de alguns para a questão de 2011.

Síntese: Praticamente todas as provas possuem questionamentos, minha opinião é de que a questão de 2011 gerou ambiguidade, não pretendo em hipótese nenhuma utilizar em algum tipo de prova que eu possa fazer com meus alunos. No mais, a prova estava muito boa e coerente com o conteúdo ministrado e previsto para o Ensino Médio.

Jonathan Kreutzfeld


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Biografia Milton Santos


MILTON SANTOS (1926 / 2001 )
Biografia Resumida



O Prof. Dr. Milton Santos (Milton de Almeida Santos ou Milton Almeida dos Santos), nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 03 de Maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, homem amoroso, afável, fino, discreto e combativo, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sempre teve. Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud, em 1994 ( o prêmio Nobel da geografia), professor em diversos países (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entre outros.

O Prof. Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros, que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia: "O Povoamento da Bahia" (48), "O Futuro da Geografia" (53), "Zona do Cacau" (55) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, da França, com o doutorado em Geografia, trabalhou no jornal "A Tarde" e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene, foi preso em 1964 e exilado. Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tânzania; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um "prêmio Nobel", o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia. Outras de suas magistrais obras são: "Por Uma Outra Globalização" e "Território e Sociedade no Século XXI" (editora Record) .

Milton Santos, este grande brasileiro, morreu em São Paulo-SP, no dia 24 de Junho de 2001, aos 75 anos, vítima de câncer.

Gabarito da prova Viagem do Conhecimento 2011 - Fase Regional


1

DESAFIO NATIONAL GEOGRAPHIC 2011 - GABARITO DEFINITIVOSEGUNDA PROVA - (FASE REGIONAL) - 24/09/2011

CARTÃO DE RESPOSTAS


QUESTÃO


HABILIDADE (SEGUNDO A MATRIZ DE REFERÊNCIA)


ALTERNATIVA CORRETA

1. Vale a pena desmatar a Floresta Amazônica em nome do desenvolvimento? H14 - Conhecer e avaliar usos da natureza e seus impactos com base na produção econômica, geração de energia, transportes e comunicações, fluxos de pessoas e bens e processos de urbanização.
A

2. Partos de mulheres com mais de 35 anos nos Estados Unidos. • H34 - Compreender e analisar dinâmicas demográficas em diferentes países, regiões, sociedades e culturas levando em conta indicadores de natalidade, mortalidade e migrações.
B

3. Os helicópteros tornaram-se populares nos céus de São Paulo... • H45 - Compreender a constituição, inovação, difusão e apropriação das redes de energia, transporte, comunicação ou da informação e seu papel na organização dos espaços em diferentes escalas.
C

4. A Síria é uma terra antiga... • H47 - Identificar e analisar a ocorrência de guerras e conflitos regionais em diferentes países e regiões do mundo.
A

5. Em décadas futuras... • H11 - Caracterizar diferentes tipos de clima e avaliar o papel das ações humanas nas alterações de dinâmicas climáticas no Brasil e no mundo.
• H13 - Reconhecer e analisar formas e interações entre elementos de origem natural e social em diferentes paisagens no Brasil e no mundo.

A

6. Ali onde ficava uma fazenda... • H12 - Identificar e caracterizar biomas e coberturas vegetais no Brasil e no mundo avaliando usos predatórios e iniciativas de preservação da biodiversidade e dos ambientes.
B

7. Quais as implicações das alterações no Código Florestal... • H16 - Conhecer e avaliar tratados e convenções internacionais sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, aspectos da legislação ambiental e práticas sustentáveis no Brasil.
B

8. Sobre a distribuição e disponibilidade de água no Brasil... • H10 - Identificar e avaliar a distribuição e disponibilidade de água no Brasil e no mundo considerando os diferentes sistemas naturais e o uso e aproveitamento das bacias hidrográficas.
A

9. Sobre os diferentes usos da água... • H14 - Conhecer e avaliar usos da natureza e seus impactos com base na produção econômica, geração de energia, transportes e comunicações, fluxos de pessoas e bens e processos de urbanização.
C

10. Futurismo é a palavra da moda em Águas Claras. • H37 - Analisar processos de urbanização no Brasil e no mundo considerando os diferentes tipos e tamanhos de cidade, a mobilidade espacial urbana, as relações cidade-campo e o papel das metrópoles modernas.
D

11. Equipamentos vendidos no Brasil... • H15 - Reconhecer e avaliar a produção, deposição e técnicas de coleta e processamento de resíduos sólidos e outros dejetos e seus impactos para os ambientes e a vida social.
C

12. Comparando-se as cidades de Nova York e São Paulo... • H38 - Conhecer e avaliar a oferta e distribuição de habitações, equipamentos, infraestruturas e serviços públicos em cidades do Brasil e do mundo.
D

13. O governo afirma que ela é essencial... • H14 - Conhecer e avaliar usos da natureza e seus impactos com base na produção econômica, geração de energia, transportes e comunicações, fluxos de pessoas e bens e processos de urbanização.
B

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Oktoberfest - A Maior Festa Alemã das Américas



Inspirada na Oktoberfest de Munique, a versão blumenauense nasceu da vontade do povo em expressar seu amor pela vida e pelas tradições germânicas. Sua primeira edição foi realizada em 1984. Consagrada como a segunda maior festa alemã do mundo, a Oktoberfest é a confraternização de gente de todas as partes.
Ela nasceu inspirada na maior festa da cerveja do mundo, a Oktoberfest de Munique, na Alemanha, que deu seus primeiros passos em 1810, no casamento do Rei Luis I da Baviera com a
Princesa Tereza da Saxônia.
Em Blumenau, a Oktoberfest está na alma do povo, faz parte da história de cada um.

Por isso outubro é um mês especial. São 18 dias de festa, em que os blumenauenses se integram com visitantes de todo o Brasil e do exterior.
E não há quem não se encante com os desfiles, com a participação dos clubes de caça e tiro ou com a apresentação dos grupos folclóricos.

A Oktoberfest de Blumenau ostenta um número admirável: em suas 26 edições mais de 17 milhões de pessoas passaram pelo Parque Vila Germânica. Isto significa que um público superior a 700 mil pessoas, em média, por ano, participou da festa desde a sua criação. O segredo para este sucesso é simples: a Oktoberfest de Blumenau é um produto que se mantém autêntico, preservando as tradições alemãs trazidas pelos colonizadores há 160 anos. E são as belezas desses traços que conquistaram o país inteiro.
À noite, é no Parque Vila Germânica que todos se encontram e fazem da Oktoberfest um acontecimento incomparável. Todas as tradições alemãs afloram na sua máxima expressão, através da música, da dança, dos belos trajes, da refinada culinária típica e do saboroso chopp.
A cordialidade do povo, a paz e a beleza da cidade também tornam a festa inesquecível.

A maior festa alemã das Américas

A Oktoberfest teve sua primeira edição em 1984 e logo demonstrou que seria um evento para entrar na história. Em apenas 10 dias de festa, 102 mil pessoas foram ao, então Pavilhão A da Proeb, número que na ocasião representava mais da metade da população da cidade. O consumo de chopp foi de quase um litro por pessoa. No ano seguinte, a festa despertou o interesse de comunidades vizinhas e de outras cidades do país. O evento passou, então, a ser realizado em dois pavilhões.

O sucesso da Oktoberfest consolidou-se na terceira edição e tornou-se necessário a construção de mais um pavilhão e a utilização do ginásio de esportes Sebastião da Cruz - o Galegão - para abrigar os turistas vindos de várias partes do Brasil, principalmente da região Sudeste, e também de países vizinhos. O evento acabou fazendo de Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro.

Mas, para quem não sabe, a Oktoberfest não é só cerveja. É folclore, memória e tradição. Durante 18 dias de festa os blumenauenses mostram para todo o Brasil a sua riqueza cultural, revelada pelo amor à música, à dança e à gastronomia típica, que preservam os costumes dos antepassados vindos da Alemanha para formar colônias na região Sul.

A cultura germânica o turista confere pela qualidade da festa, dos serviços oferecidos, através de sociedades esportivas, recreativas e culturais, dos clubes de caça e tiro e dos grupos de danças folclóricas. Todos eles dão um colorido especial ao evento, nas apresentações, nos desfiles pelo centro da cidade e nos pavilhões da festa por onde circulam, animando os turistas e ostentando, orgulhosos, os seus trajes típicos.
É por essa característica que a festa blumenauense, versão consagrada da Oktoberfest de Munique, transformou-se, a partir de 1988, numa promoção que reúne mais de 600 mil pessoas. E foi, também, a partir dela que outras festas surgiram em Santa Catarina, tendo a promoção de Blumenau como carro-chefe, fato que acabou por tornar o território catarinense no caminho preferido dos turistas no mês de outubro.
Programação Oktoberfest

Crise Econômica Mundial 2011

Apresentação do Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central do Brasil.

Cenário Internacional (economias maduras)
Consequências da crise de 2008

Esgotamento das políticas macroeconômicas

Riscos soberano e financeiro

Economia Brasileira
Sólidos fundamentos econômicos e financeiros

Economia em processo de moderação

Avanços econômicos e sociais

Para acessar o arquivo:
http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/A_Tombini_CAE_27-09-2011.pdf

domingo, 9 de outubro de 2011

A Escalada Chinesa

Sobre a escalada chinesa e seus desafios
Por Elias Jabbour
Há não muito tempo, década de 1990, o processo de desenvolvimento chinês, posto em marcha com as reformas econômicas de 1978, não era motivo de grande atenção por parte de especialistas dos mais diversos campos das ciências sociais.
A caracterização do “modelo exportador” e ancorado em “vantagens comparativas” em mão-de-obra era o máximo que se vislumbrava nas análises produzidas, sobretudo no centro do sistema capitalista. Porém mudanças significativas ocorridas no último decênio denunciaram a emersão de novos atores internacionais, entre eles a Índia, a Rússia, o Brasil e principalmente a China. A realização deste processo pode ser claramente percebida na atual condição de indispensabilidade alcançada pela China num quadro internacional de aprofundamento de uma crise financeira que já caminha para seu terceiro ano.

O objetivo deste curto ensaio, não acadêmico, é o de pontuar algumas particularidades do processo de desenvolvimento chinês, chamando a atenção para uma caracterização geral de sua economia. Assim como apontar os limites e as possibilidades intrínsecas ao processo com ênfase nas mudanças internas no que concerne ao regime de acumulação encetadas com a apresentação execução do 12º Plano Quinquenal (2011-2015).

A segunda economia mundial
À primeira vista é mais do que óbvio atribuir o aumento do poderio e influência internacional da China ao seu robustecimento econômico. Seu dinamismo é fruto de um crescimento médio de 9,9% entre 1980 e 2010 e do aumento em 20 vezes de sua renda per capita (em preço corrente) de US$ 205,1 em 1980 para US$ 4.281,9 em 2010. Sua participação no PIB global saltou de 1,9% para 9,3% em 2010, sendo que entre 2005 e 2010 quase que duplicou essa participação saindo 5% para o referido índice de 9,3%; expressão do baixo impacto que a crise financeira causou ao país no âmbito mais geral da economia[1].

Seu aumento visível de importância no mundo está diretamente ligado ao volume de seu comércio exterior. O crescimento médio de suas exportações e importações a partir de 2000 (crescimento anual de 38,2% para as exportações e de 34,6% às importações). Em 1980 suas exportações corresponderam a 1,4% do total mundial e as importações 1,6%. Já em 2010 alcançou o patamar de 10,4% e 9,7% respectivamente o que demonstra a proporcionalidade, para este caso, das participações tanto no PIB quanto nas correntes de comércio internacionais. A transformação pela qual passa a divisão internacional do trabalho tem relação direta com estes dados e se expressa, também, pelo aumento dos fluxos comerciais entre a China e o mundo: entre 2000 e 2009 essa corrente aumentou em 4,6 vezes, enquanto que em termos globais o aumento verificado foi de 1,9 vezes[2]. A China é o maior exportador global e o segundo maior importador criando elos de intensa complementaridade produtiva com simplesmente todas as regiões do mundo e sendo parte essencial de um modelo – em esgotamento – caracterizado pela relação entre a alta taxa de consumo da economia norte-americana e a própria formação de poupança na China. O crescimento de sua participação no comércio internacional foi acompanhado de mudanças qualitativas em sua pauta de exportações, constituindo-se em fator de impacto relevante em sua balança comercial e demonstrando a cada vez maior centralidade do fator ciência e tecnologia à manutenção do esforço econômico nacional. Em 2005, 20% de suas exportações eram de produtos eletroeletrônicos, o mesmo passou a ser de 36% em 2010. Em 2009 já era a maior produtora de automóveis do mundo (10.383.831 de unidades) e no dia-a-dia se percebe claramente sua disposição em exportar carros com “marca própria” (Cherry, JAC Motors, Lifan).

Uma complexa cadeia de reestruturação produtiva internacional iniciada há mais de 30 anos é fator histórico de grande dimensão. A externalidade deste longo processo de alto crescimento e a conseqüente transformação da China em “máquina do mundo” é síntese de uma combinação entre grandes empresas norte-americanas, européias e japonesas – detentoras de marcas globais e altíssimo valor agregado em suas cadeias produtivas – com empresas de grande porte de países como Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong (responsáveis pelo suprimento de máquinas e equipamentos. O território chinês tornou-se o lócus privilegiado de uma grande fabricante e montadora de bens variados e com crescente agregação de valor. Além do fator histórico (e recente) acima posto, cabe salientar o movimento de constituição de um círculo internacional chinês espalhado pelo Sudeste Asiático. Círculo com poder financeiro suficiente para carrear ao continente seus excedentes, viabilizando, assim, tanto o financiamento externo da modernização e a internalização de avançadas técnicas modernas de administração, quanto à solução de pendências históricas como Hong-Kong, Macau e principalmente Taiwan.

Estes fatores têm dado cabo a um amplo processo histórico e geográfico de inserção soberana chinesa na chamada “globalização” como forma – em um mundo marcado pelo rápido desenvolvimento das forças produtivas (decadência do modelo fordista com grandes impactos negativos sobre a URSS, o nascimento da 3º Revolução Industrial centrada no Japão, além da presente crise financeira) – de reprojetar o país no rol das grandes nações.

Algo sobre o regime de acumulação
Uma caracterização da economia chinesa para fins de uma análise mais fina sobre como deverá ser seu comportamento diante de um mundo em instabilidade econômica demanda, de antemão, ter no centro da análise o fato de a China ser ao mesmo tempo o 3º maior país e a maior população (1,3 bilhão) mundiais, dados estes que acarretam – necessariamente – um escopo mais de conjunto da unidade de análise.

Os dados do comércio e participação do PIB em âmbito internacional são importantes pontos de partida, porém podem levar a equivocada constatação para quem a China é mais um caso de “modelo exportador” em dimensões continentais demandando num triste reducionismo do verdadeiro alcance daquele projeto nacional e de sua grande estratégia de inserção soberana. O tamanho de sua população enceta tanto limites quanto potencialidades. Limites de ordem natural, enérgica e ambiental. Potencialidades ao país e capacidade de “giro de compasso de fora para dentro” conforme aponta determinada conjuntura particular tendo o desenvolvimento econômico, em primeira e última instância, a variável estratégica e para onde convergem os mais amplos interesses das diferentes classes sociais e regionais.

Assim como é impressionante seu volume de comércio exterior, a mesma impressão serve para avaliar a alta porcentagem de 47% na relação investimentos x PIB alcançado no ano de 2010. Comparativamente, no mesmo ano de 2010, na Índia esta relação foi de 34%, na Rússia, 20% e no Brasil, 18%. Este dado, acrescido aos demais referentes ao comércio internacional, demonstra que o sucesso da estratégia chinesa, até o momento, reside num mercantilismo moderno que combina ganhos de produtividade na economia doméstica atrelado a uma taxa de câmbio indutora de exportações, além de uma planificação aplicada ao comércio exterior que se responsabiliza pelo estímulo aos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED`s) em áreas de grande valor agregado e condicionados a transferência de tecnologia. Esta planificação estende-se à manutenção de barreiras alfandegárias, apesar das barreiras tarifárias rebaixadas desde a admissão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001.

A utilização deliberada da taxa de câmbio está atrelada a uma política de longo alcance que envolve a formação de reservas cambiais, que por sua vez tem serventia na aplicação de uma política de juros atraente ao crédito interno. As reservas cambiais chinesas saíram de um patamar de US$ 286,4 bilhões em 2002 e alcançou, num crescimento geométrico, US$ 3 trilhões no final de março último e em grande parte utilizadas para financiar o déficit norte-americano com a própria China. Uma das preocupações centrais do governo chinês é o de adotar as políticas econômica e monetária de mecanismos que possibilitem o surgimento de grandes global players nacionais. Trata-se de um longo processo em que os chineses são parte desta concorrência oligopólica. Concorrência centrada na relação virtuosa entre sistemas financeiros e conglomerados industriais voltada à consagração da lei da centralização e concentração do capital sob forma de bilionárias fusões e aquisições e agressividade sobre mercados externos. Neste contexto de fusões e aquisições entre estatais é que a partir de 1999 a China construiu a espinha dorsal de seu sistema industrial formado por 149 conglomerados estatais concentrados nos setores-chave da economia nacional. As corporações privadas são – em sua maioria ancilares – a esta “espinha dorsal” estatal. Nas estatais está o “grosso” do capital intensivo, nas privadas o “extensivo”. Dentro desta estratégia interna centrada na “grande empresa” é que se insere as chamadas “Empresas de Cantão e Povoado” (ECP`s), responsáveis pelo caráter rural tanto da industrialização, quanto da urbanização. Surgida no âmbito da liberação de grande massa de mão-de-obra resultante das reformas rurais pós-1978. São empresas nem estatais, nem privadas. Tem caráter coletivo e municipal. Em 2005 eram responsáveis pelo emprego de 138.661.740 milhões de trabalhadores[3].

Reformas na agricultura possibilitadoras de acúmulo ao nível das famílias, inserção externa que serve ao acúmulo de capital e uma “grande estratégia” empresarial teve de passar, para se reproduzir, pela solução do problema financeiro. Esta solução teve de vir pela formação de um sistema nacional de intermediação financeira – via bancos e mercado de capitais – capaz de dar sustentação ao esforço da transformação da quantidade em qualidade. Abrindo parêntese, a independência nacional assume diversas formas ao longo do tempo. Sua expressão varia da luta pela implantação de uma indústria pesada até os nossos dias onde a aparelhamento de um complexo aparelho para financiar a produção é a base por onde se assenta a afirmação de um determinado país, principalmente, em épocas de crises ditas “sistêmicas”. O crédito é o motor do processo: a relação crédito x PIB no país é de 166%; no Brasil esta relação hoje é de 47,2%. O “grande banco” e a “grande empresa” são a própria essência deste nada paradoxal “socialismo de mercado”.

A China transitou do sistema de um único banco responsável por depósitos e retiradas para outro formado por quatro bancos estatais de desenvolvimento (“Big Four”) e outros 12, de caráter comercial. Junta-se a este conjunto a existência de um – já sofisticado – conjunto de bancos municipais e provinciais voltados à sustentação do desenvolvimento urbano, além de 33.000 cooperativas de crédito rural e urbana que deverão ser fundidas em outras 16 grandes instituições financeiras até o ano de 2020[4]. Seu recente mercado de capitais é responsável pela capitalização tanto das empresas, mas também pelo próprio financiamento de grandes empreendimentos em infraestruturas; algo a ser ainda muito melhor estudado e que deve – necessariamente – se remeter às formas de financiamento das obras em infraestruturas em andamento no Brasil.

Existem elementos a serem melhor explorados na análise deste sistema em comparação com outros similares. O essencial é o caráter estatal do mesmo. Isso tem implicações. Enquanto no Brasil e, principalmente, nos Estados Unidos não existe relação direta entre liquidez bancária e concessão de créditos de médio e longo prazo, na China, o crédito (e o fato dos chamados “Big Four” terem caráter político e não comercial) tem determinação estratégica; logo determinado pelo Estado e não por um sistema financeiro autônomo, privado.

Último detalhe reside no fato de a China já ser a principal fonte de crédito liquido do mundo. As implicações políticas e geopolíticas deste movimento ainda carecem de estudos mais aprofundados. O poderio financeiro chinês está proscrevendo as instituições nascidas no bojo de Bretton Woods. O século XXI será determinado, por entre outras variáveis, pela transformação da China em uma potência financeira. E deverá ser no campo comercial e financeiro que a China deverá tratar sua grande fonte externa de limites: a dependência energética.

A crise externa e os limites do “modelo”
A condição que o mundo vive, às voltas de uma crise que ainda não se pode determinar seu real alcance, e a própria dependência para com a China suscita muitos (e justos) questionamentos sobre os limites do “modelo” chinês de desenvolvimento. Outros elementos devem ser acrescentados a esta preocupação, notadamente a transição de poder no país e o aprofundamento das mudanças na estrutura de acumulação enunciadas pelo conteúdo do 12º Plano Quinquenal (2011-2015). O sucesso da transição tanto política, quanto do “modelo” são essenciais para compreender o comportamento da economia chinesa diante da crise. O essencial é perceber que nos próprios limites do “modelo”, estão anexadas as próprias soluções. O desequilíbrio e a contradição são a chave do próprio processo de desenvolvimento e não seu contrário.

Os “limites” do modelo chinês, e dependendo do ponto de vista, podem ser perceptíveis na análise mais detida de quaisquer elementos da demanda. Por exemplo, ao observarmos a relação investimentos x PIB na China poder-se-ia concluir que se trata de uma economia superaquecida e com problemas imediatos de sobreinvestimento. Outra relação que poderia ser alarmante é o encerrado na relação consumo x PIB que em comparação com economias como a coreana e a japonesa posta a economia chinesa num patamar abaixo com 36%, enquanto as duas citadas são superiores a 50%[5]. Os dados sobre a dívida pública chinesa são muito divergentes. O governo chinês aponta para uma dívida proporcional a 17% do PIB (No Brasil esta relação é de 39,9%).

Em outros cálculos de estudiosos ocidentais variam de 70% a 130%, algo que “explodiu” nos últimos anos em razão dos pacotes anticíclicos do governo central (US$ 586 bilhões) de um lado, e por outro da própria autonomia gerencial a nível provincial. Altas taxas de investimentos, baixo nível de consumo, divída pública crescente, alto endividamento provincial e sistema financeiro em “pré-default” – assim como o fechamento de mercados externos e a “inflação de alimentos” - constituem-se, ao senso comum econômico, no núcleo duro dos “limites” do modelo chinês. Os quatro aumentos seguidos da taxa de juros (que atualmente encontra-se em 3,25% para depósitos em um ano e 6,31% para empréstimos para o mesmo período) e a incapacidade do governo em debelar um processo de alta inflacionária (o dado de julho indica uma de 6,67% em relação ao mesmo mês do ano passado) são expressão de um “expresso desgovernado”; redundando em mais um “modelo exportador” de tipo asiático entrando em decadência. Neste sentido, pela “fotografia da realidade” em si, a situação não é tão otimista a ponto de apesar da moeda chinesa ter subido 6,8% diante do dólar desde junho de 2010, porém os efeitos arrefecedores da queda dos preços internacionais de commodities ainda não foram devidamente mensurados no que tange as projeções, de queda, para a inflação do país para os anos de 2011 e 2012. O mesmo vale para o Brasil, diga-se de passagem.

Falemos um pouco da taxa de investimentos. É impossível ter um diagnóstico correto de uma determinada economia destacando uma única variável e a transformando em “unidade padrão”. É muito comum este tipo de ação utilizando (ao caso chinês) sua taxa de investimentos e o nível de seu comércio exterior. Uma alta taxa de investimentos, como a chinesa, não teria como se sustentar ao longo de muito tempo. As exceções estão situadas justamente em países continentais e/ou altamente populosos, pois investimentos lineares em infraestrutura e habitações são componentes importantes pouco perceptíveis. A China manteve uma taxa de investimentos com relação ao PIB médio de 33,5% até 2000 e entre 2000 e 2010 saltou de 35% para 47%. Desagregando esta taxa entre investimento industrial, investimentos em infraestruturas e investimentos imobiliários, chega-se ao dado para quem os dois últimos componentes foram responsáveis pela metade do investimento total em relação ao PIB, ou 30% do PIB. Enquanto que os investimentos industriais alcançaram 17% do PIB[6]. Ainda é alto a taxa de investimentos industriais, porém nada que esteja em descompasso tanto em comparação com o histórico da própria China, quanto de seus vizinhos asiáticos.

A particularidade chinesa, neste aspecto, é que enquanto países como a Coreia e o Japão já terem transitado, com sucesso, de uma forma industrial extensiva para outra já com grandes traços de intensividade de capital, na China esta mesma transição encontra-se ainda em andamento e centrada – particularmente – nos 149 conglomerados estatais e grandes e médias empresas privadas do setor eletro-eletrônico. Já os investimentos em infraestruturas, ao que parece, estão em plena consonância tanto com as necessidades de um país das proporções territoriais chinesas, quanto de uma economia onde a conexão interna entre seus mercados regionais ainda estão longe de se completar. Outra evidência que comprova o acerto da decomposição da taxa de investimentos está na força que o processo de urbanização adquiriu nos últimos anos: entre 2006 e 2011, cerca de 45 milhões de pessoas foram registradas como urbanos, enquanto outras 150 milhões estão em trânsito entre o vilarejo natal e grandes cidades industriais[7]. O impulso recente ao desenvolvimento chinês, desta forma, encontra-se concentrada tanto nos investimentos em infraestruturas quanto na acelerada urbanização, arrastando assim, grandes investimentos e substituição de importações na indústria pesada (aço, cimento, alumínio e indústria química). A formação de um mercado interno e de uma divisão social do trabalho robusta são as principais características do desenvolvimento recente da China.

O plano e o “grande desafio”

Qualquer crescimento econômico pautado por altas taxas de investimentos mais mercado externo para exportações traz consigo uma gama de contradições de ordem social e territorial de grandes proporções, cujas soluções demandam três ordens de fatores: o fator político, o fator financeiro e o fator relacionado a implementação de um planejamento de tipo socialista e de nível superior. O fator político encerra-se numa clara estratégia de enfrentamento de contradições-limite e a capacidade de manobra política num mundo pautado por uma ordem liberal e hostil à tipologia de seu desenvolvimento. O outro lado da solução deste tipo de óbice está na capacidade financeira do país e sobre isto já comentei mais acima. Sobre o planejamento socialista de nível superior, o mesmo se resume a uma planificação baseada numa base financeira jamais concebida nas experiências socialistas do século passado, cuja planificação estava a serviço da mediação da escassez e na obtenção de excedentes via agricultura, ou seja, por relações campo-cidade desfavoráveis ao campo. Enfim, eis a base para uma transformação qualitativa do “modelo” num ambiente de crise externa. O “grande desafio” está na redução das desigualdades via mobilização da maior taxa de poupança do mundo, correspondente a 45% do PIB. A mobilização desta poupança – e conseqüente transferência de renda do capital para o trabalho é o elo da cadeia com grandes impactos tanto para a China quanto para o mundo. O 12º Plano Quinquenal (2011-2015) aponta justamente na direção do fortalecimento do mercado interno.

***

Uma política de valorização dos salários foi instituída com reajustes médios anuais com variação determinada pelo crescimento do PIB. Interessante notar que no quesito salário, os aumentos médios – o que inclui – de todas as categorias em 2010 foram da ordem de 20%. A prioridade ao encaminhamento de uma dita “questão social” no país está claro nas prioridades do orçamento nacional para 2011. Com o crescimento da arrecadação da ordem de 8% com relação a 2009, o governo central deve manobrar US$ 1,36 trilhão sob forma de investimentos. Deste montante 75% devem ser direcionados a projetos de melhoria das condições de vida do povo e concentrados nas áreas de educação, saúde, previdência social, emprego e cultura, além de grandes projetos de infraestruturas rurais[8].

Algumas anotações sobre a amplificação de um sistema nacional de saúde. A reforma fiscal promulgada em 1994 ao mesmo tempo em que fortaleceu o governo central debilitou em demasia as finanças ao nível provincial. O resultado mais visível deste processo foi o colapso do sistema de saúde e a utilização deste serviço como forma de arrecadação fiscal. A reversão deste quadro inicia-se em 2004 com a criação do Sistema de Medicina Cooperativa (SMC) e financiado por um fundo entre contribuintes, governo nacional, províncias e cidades. Entre 2004 e 2010, o número de cidades e/ou vilas participantes subiu de 233 para 2999. No mesmo período, os cidadãos sob cobertura deste plano saltou de 76 para 585 milhões[9]. Até 2011 a expectativa é que aumente a cobertura total para 90% das localidades nacionais. Para 2015, a cobertura (via Estado) deverá sair do atual patamar de US$ 18,29 por pessoa para US$ 61,20.

A necessária transição de um tipo de crescimento quantitativo para outro qualitativo é muito evidente nas metas de redução do consumo de combustíveis fósseis e emissão de poluentes expostas no 12º Plano. Caminhará em paralelo ao plano qüinqüenal anunciado um chamado “plano qüinqüenal verde” que estima investimentos na reestruturação produtiva e conservação ambiental da ordem de US$ 222,5 bilhões e objetivando a queda de 17% na intensidade de carvão por unidade do PIB[10]. Não são somente em políticas setorializadas e sob pressões externas que se mede a opção pela proteção ambiental.

São sete os setores industriais-chave prioritários a investimentos para os próximos cinco anos, a saber: geração de energia via fontes não fósseis, indústrias relacionadas a setores de alta tecnologia, novas matérias-primas, biotecnologia, indústria farmacêutica, tecnologia da informação e o de carros elétricos. Uma política industrial deste porte depende de mais esforços em matéria de ciência e tecnologia e maior interação entre os 149 conglomerados estatais e o sistema financeiro. Objetiva-se subir do atual patamar de 1,8%– em investimentos no setor de C&T – para uma média de 2,2% com relação ao PIB. Ao lado disto, a concentração dos investimentos no ensino secundário é muito clara com a intenção de aumentar os investimentos médios em 87% com relação ao verificado nos últimos cinco anos. A redução da média de crescimento do PIB deverá ser acompanhada por uma alta de 4% na participação do setor de serviços por meio do maior desenvolvimento dos chamados “serviços tecnológicos”[11].

Existe uma relação de continuidade com o 11° Plano deve ser destacada, pois desde o ano de 2010 a China já é a maior produtora mundial de células solares e turbinas eólicas, inclusive mudando uma situação de importadora deste tipo de tecnologia para exportadora ao mercado norte-americano. Essa ênfase – também – na reestruturação produtiva demonstra que a questão ambiental, antes de ser uma questão a ser tratada no campo da moral, transformou-se – aos chineses – em mais uma larga fronteira de acumulação e de alcance estratégico. Em outras palavras, isso significa que a questão ambiental e sua solução terão cabo na medida em que esta empreitada suscitar lucros no horizonte. Uma grande fronteira entre a 2ª Revolução e a 3ª Revolução Industrial e por onde se travará mais um capítulo na novela da concorrência e cooperação entre China e Estados Unidos.

A aposta na urbanização torna-se fato no objetivo de criação de 50 milhões de empregos urbanos e construção de 36 milhões de casas para população de baixa renda são números que indicam a clareza da necessidade de iniciar um processo de transição interna da estrutura econômica e social do país. Outro exemplo está no implícito recado à base rural do regime no objetivo de subsidiar a agricultura com a injeção de US$ 300 bilhões nos próximos cinco anos, significando em aumento de 23% com relação aos anos compreendidos entre 2006 a 2010. O maior desafio macroeconômico está na intenção de reduzir o crescimento médio do PIB para patamares variáveis de 7% a 8% ao ano. Somente no primeiro semestre de 2011, mesmo diante de uma política monetária de contenção, o país cresceu 9,7% com relação ao mesmo período do ano de 2010.

Possíveis impactos ao mundo e ao Brasil
As especulações sobre o impacto, sobre o mundo, de uma redução da taxa de crescimento na China são muito variadas. Há o temor em países provedor de matérias-primas como o Brasil de uma desaceleração das importações chinesas. A mesma preocupação acomete estudiosos norte-americanos. Não acredito nestas hipóteses pelo menos no médio e longo prazo. Ao contrário, o grande efeito a ser sentido deverá ser a da manutenção dos termos de troca favoráveis aos países periféricos decorrente da crescente participação da variável consumo na composição do PIB chinês. Se por um lado, o chamado “excesso de capacidade” na indústria pesada poderá ser absorvida gradualmente pela expansão do processo de urbanização, por outro esta mesma urbanização, turbinada pelo programa para construção de 36 milhões de moradias (investimentos da ordem de US$ 700 bilhões), deverá manter a tendência de alta tanto do preço do minério de ferro, quanto de commodities alimentícias (carne bovina e de frango, por exemplo e maior integração comercial com o BRIC). A estrutura de exportações e importações de diversos países deverá continuar a sofrer mudanças – dentre eles o Brasil – também, diante da tendência de manutenção de baixos preços de manufaturados chineses em decorrência da alta escala de produção industrial do país.

A ameaça a parques produtivos mais sofisticados, como o do Brasil, também tem relação com o atrelamento da moeda chinesa, o yuan, ao dólar. Na medida em que o excesso de liquidez internacional provocado pelos EUA não encontra ressonância na geração de emprego e renda, a tendência é que essa liquidez seja absorvida tanto por mercado de títulos, como o do Brasil, quanto em mercados futuros de commodities. Logo, na mesma medida em que os preços das commodities tendem a subir (especulação sobre seus preços + demanda chinesa), a valorização de moedas cujo valor é regido pelo mercado passa a ser a outra face da desvalorizada moeda chinesa. A continuidade da “primirização” da economia brasileira é uma tendência clara e objetiva.

Outra tendência que deverá ser ampliada tanto como resposta a crise quanto à manutenção do ímpeto desenvolvimentista chinês está no fortalecimento de sua posição externa, acarretando em uma realocação dos IED`s mundo afora. Este movimento de preenchimento de espaços no mundo segue três variáveis:

1) Aumento da presença chinesa, via IED`s, em países produtores de matéria-prima, sobretudo na África e América Latina, constituindo em fator de aumento do caráter estratégico da competição China x EUA. Importante frisar que neste aspecto a complementaridade entre as duas maiores economias do mundo é quase zero. A intervenção da OTAN na Líbia é um claro sinal neste sentido;

2) IED`s voltado a setores industriais recentemente (automóveis, informática e eletroeletrônica) com o claro objetivo de demarcar campo na concorrência oligopólica aguçada desde a eclosão da crise o que irá aumentar o lobbie industrial norte-americano contra práticas comerciais chinesas. A competição entre China e EUA tem aumento proporcional aos ganhos chineses em matéria de valor agregado de seus produtos;

3) Redução de suas posições em títulos norte-americano em prol de uma maior diversificação de ativos e em outras moedas.

___________

[1] Dados estatísticos extraídos dos sites da NBS e FMI.
[2] ACIOLY, Luciana; PINTO, Eduardo Costa & CINTRA, Marcos Antonio M.: As Relações Bilaterais Brasil-China (A ascensão da China no sistema mundial e os desafios para o Brasil). IPEA, Grupo de Trabalho. 2011, mimeo.
[3] Sobre o caráter das empresas estatais, privadas e as ECP`s, assim como dados estatísticos concernentes, ler: JABBOUR, Elias M. K.: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado na China de Hoje. Tese de Doutorado ao Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da FFLCH-USP. 2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-18012011-103155/pt-br.php
[4] Maiores detalhes em: “O crédito e as ‘múltiplas formas de financiamento’ como o motor primário do desenvolvimento chinês”. In, JABBOUR, Elias M. K.: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado na China de Hoje. Tese de Doutorado ao Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da FFLCH-USP. 2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-18012011-103155/pt-br.php
[5] Partindo destas duas variáveis, Nouriel Roubini traça um quadro dramático do futuro imediato da economia chinesa em: “China`s Growth Model: The Rising Risk of a Harding Landing After 2013”.
[6]LAI, Pingyao: “China`s Excessive Investment?”. In, China & World Economy. Vol. 16, nº 5, p. 50-55.
[7]Poucos percebem, mas outra particularidade do “modelo” está no fato de o chamado “exército industrial de reserva” não estar presente nas grandes cidades, habitando grandes favelas ou cortiços, e sim concentrados no âmbito do vilarejo.
[8] “A Budget for the People”. In, Beijing Review. No. 12 March 24, 2011. Acessível em:http://www.bjreview.com.cn/business/txt/2011-03/20/content_345843.htm
[9] China Statistical Yearbook para todos os anos.
[10] China Economic Watch: New 5-Year Plan and Budget Set to Support China’s growth. In, BBVA Research. Hong-Kong, March 25, 2001. Acessível em: http://www.bbvaresearch.com/KETD/ketd/bin/ing/publi/asiayotros/novedades...
[11] Idém.

Guerra na Líbia

Líbia! Atualidades! Postagens do Blog a Marcha Verde sobre o tema.

http://www.amarchaverde.blogspot.com/


Rebeldes líbios não conseguem vencer a resistência dos povos do deserto


Combatentes do governo legítimo da Jamahiriya Árabe Popular Socialista Líbia (apoiadores de Muamar Kadafi) continuam resistindo heroicamente na maioria das cidades líbias do deserto, incluindo a cidade natal de Kadafi, Sirte, onde novamente as forças de rebeldes traidores apoiados por bombardeios terroristas da Otan foram derrotados.
Na cidade de Bani Walid a população repete o exemplo de Sirte.
As previsões dos fantoches do Ocidente na Líbia, repetidas exaustivamente em todos os meios de comunicação, segundo o qual os rebeldes teriam dominado a Líbia e Kadafi fugido, revela-se uma mentira diária de comerciantes disfarçados de jornalistas, a serviço do imperialismo britânico, norte-americano e francês.
Milhares de civis na cidade de Sirte foram assassinados por bombas da Otan (40 países governados por canalhas subservientes) e por ataques alonga distância dos rebeldes traidores. Trabalhadores da Cruz Vermelha que puderam chegar ao hospital da cidade descreveram pacientes procurando abrigo contra as balas nos corredores e a falta de médicos para atendê-los.
A tomada de Sirte é de grande importância simbólica para os rebeldes, e até que seja capturada, eles estão deixando em espera os planos para começar a exportar petróleo líbio para as potências invasoras do país – motivo principal desta guerra absurda.
O falso governo do CNT (Conselho Nacional de Transição, órgão político rebelde) em Sirte deixou a Líbia em um limbo político, com apenas um pretenso governo de transição e milícias rivais armadas em Trípoli brigando por poder e influência, saqueando lojas e residências, seqüestrando e torturando jovens, diante do silêncio cúmplice das Nações Unidas e da mídia mundial.
Comandantes do CNT previram que terão controle total de Sirte, uma cidade costeira de 75 mil habitantes, até o final de semana, mas a promessa vem sendo feita há 8 meses, e não tem nenhuma credibilidade. A cidade foi transformada na segunda capital da Líbia pela população que não aceita a presença de invasores no país.
Eles prometeram que as unidades posicionadas nos arredores de Sirte serão trazidas à batalha na sexta-feira em uma ofensiva coordenada. Os comandantes estão trazendo tanques para se prepararem para o ataque coordenado em dois fronts. Mesmo concentrando tanques e bombardeios indiscriminados da Ota, os rebeldes não conseguem entrar em Sirte porque o povo luta heroicamente em cada estrada, em cada duna do deserto.
As forças leais ao legítimo governo da Jamahiriya Líbia estão impondo forte resistência. "Muitos deles são veteranos, fanáticos. Há também mercenários e pessoas fortemente leais a Kadafi", disse Matthew Van Dyke, norte-americano agente da CIA que coordena parte dos ataques à Sirte.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011


EUA deixam reunião do Conselho de Segurança após acusação de apoiar genocídio



Todas as vezes que se trata de enfrentar a verdade dos fatos que contrariam a política imperialista norte-ameircana o resultado é o mesmo: a delegação dos Estados Unidos abandonou nesta terça-feira a reunião do Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China vetaram uma resolução de condenação à Síria, depois que o representante de Damasco acusou os americanos de "apoiarem o genocídio" ao protegerem Israel em detrimento dos palestinos.
A embaixadora americana nas Nações Unidas, Susan Rice, e os demais diplomatas americanos se levantaram e deixaram a sala do Conselho, enquanto o representante sírio, Bashar Jafari, dizia em seu discurso que os EUA poderiam ser acusados de genocídio por seu apoio aos israelenses.
Jafari assegurou que os EUA usaram seu poder de veto 50 vezes desde 1945 para protegerem Israel, pelo que poderiam ser acusados de participar do genocídio israelense contra os palestinos.
"Essa linguagem é equivalente a fechar os olhos e apoiar os massacres israelenses nas terras árabes ocupadas", indicou Jafari, que foi o último representante diplomático a discursar na reunião que frustrou a tentativa dos países da UE (União Europeia) de condenar Damasco.
Antes de Jafari ter finalizado seu discurso, o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, também abandonou seu assento na mesa do Conselho de Segurança em protesto por suas palavras. A Inglaterra é um país governado por colonialistas submissos (cúmplices) aos imperialistas norte-americanos, como ficou provado na recente guerra de agressão à Líbia.
Em declarações posteriores à imprensa, a embaixadora americana evitou comentar o incidente, mas foi especialmente dura com Rússia e China, que utilizaram seu direito de veto de maneira conjunta pela primeira vez desde julho de 2008 para evitar que o Conselho condenasse o regime de Bashar al Assad.
Diversas prisões de mercenários estrangeiros foram efetuadas na Síria. Mercenários financiados pela Arábia Saudita, EUA e Israel tem criado manifestações contra o governo sírio e disparado com armas de fogo contra as forças de segurança e contra a população civil, tentando criar um clima de guerra civil para justificar intervenção militar estrangeira e derrubar um governo legítimo, honrado, que apóia a Causa Palestina.
"Os sírios que querem que os direitos humanos universais sejam respeitados, assim como suas aspirações de liberdade, foram esbofeteados por vários membros do Conselho de Segurança", disse Susan Rice, que lamentou que alguns países façam "de tudo para defender os ditadores que seguem o caminho da guerra". A frase de Susan Rice não é apenas estúpida, é idiota. Na verdade, o governo norte-americano e o regime sionista de Israel promovem – em conjunto - os maiores massacres de civis indefesos em diversas partes do mundo, e não, portanto, nenhuma moral para falar em liberdade ou respeito aos direitos humanos.
Rússia e China vetaram a resolução apresentada pelos quatro países da UE que estão no Conselho - França, Alemanha, Reino Unido e Portugal -, que não incluía sanções contra Damasco, mas sim uma dura condenação pela repressão, enquanto Brasil, Índia, África do Sul e Líbano se abstiveram.
Os europeus e os EUA, além de Bósnia, Colômbia (colônia norte-americana), Nigéria e Gabão votaram a favor.
O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, assegurou que seu país não concorda "com este movimento unilateral e acusatório contra Damasco", e assinalou que a aposta europeia não promoveria uma solução pacífica para a crise, como deseja a Rússia.
O veto à resolução europeia gerou o protesto de algumas organizações humanitárias, como a HRW (Human Rights Watch), cujo diretor na ONU, Philippe Bolopion, acusou Rússia e China de "permitirem que o governo sírio siga com sua aberrante campanha de repressão" e lamentou "a passividade" de Índia, Brasil e África do Sul.
Philippe Bolopion da HRW está a serviço do imperialismo norte-americano ao não condenar veementemente os massacres diários de civis na Líbia pela Otan, os massacres promovidos por israelenses nos territórios palestinos ocupados, entre outros.

Kadafi na ONU

Quem melhor descreveu a Organização das Nações Unidas foi o líder Muamar Kadafi, falando na Assembléia Geral: "A ONU está a serviço da guerra e destruição dos povos, para beneficiar o imperialismo e os países colonialistas".
Após analisar muitas guerras promovidas ou apoiadas pela ONU, Kadafi rasgou a Carta das Nações. Foi um ato que revelou a verdadeira faze daquela entidade, responsável pela desgraça de muitos povos e nações.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011


Jamis Kadafi: nosso sangue não sairá barato; nenhum dos traidores vai dormir tranqüilo




O general Jamis Kadafi responde a carta de Sergei, um companheiro de estudos da Academia Militar de Moscou.
“Estou honrado pelos professores e companheiros com os quais convivi, e com o tempo vou mostrar-me digno deles.
Agradeço o apoio dos povos da Rússia e Ucrânia, e outras partes da União Soviética, especialmente os valentes que lutam lado a lado conosco para defender nosso país contra a atual agressão.
Vamos ganhar ou morrer. Ninguém vai renunciar ou fugir. Morrer lutando lado a lado com guerreiros é um sonho de qualquer patriota que defenda seu país.Ter amigos entre o povo russo é uma honra para os líbios. Deus é nossa testemunha. Vamos recordar as palavras da bela canção russa: “Esta terra será nossa, ainda que eu venha a morrer nesta batalha”. Sem dúvida, a Líbia tem sido e sempre será nossa terra, ainda que venhamos a morrer.
Muitas coisas mudaram no mundo. Quem seria capaz de pensar que tudo viesse a sair dessa maneira? Porém, recordem-se que para Istoé que estudamos e nos preparamos.Vamos suportar esta prova, com valor.
Apesar do que dizem os jornais e canais de televisão britânicos, franceses e norte-americanos, a imensa maioria da população nos apóia, e não vamos abandoná-los, não vamos permitir que promovam saques e massacres.
Nossos inimigos são os traidores que venderam a Líbia aos estrangeiros, aos capitalistas e colonialistas. Ordenei a todos os meios de comunicação da Líbia que informassem a comunidade internacional sobre os crimes da Otan e dos rebeldes. Pedi que difundissem informações após cada ataque a objetivos civis ou massacres de líbios por traidores e estrangeiros.
Quero assegurar que hoje a Líbia foi transformada em um rio de sangue, e deve ser visto pelo mundo.
Nosso sangue não é barato. Os traidores não vão dormir tranqüilos até o final de seus dias, juro por Deus e pela honra dos oficiais do Exército da Grande Jamahiriya Árabe Popular Socialista Líbia.
Cuide-se. Cuide da sua família e do seu país.
Mais uma vez, Sergei, nossa amizade é uma honra para mim.”

domingo, 2 de outubro de 2011


Líbia: Musa Ibrahim explica las últimas noticias de la guerra de liberación nacional


El portavoz del gobierno legítimo libio Musa Ibrahim quién el CNT-OTAN afirmaba haber capturado el jueves pasado, ha llamado a la TV Arrai desmintiendo la nueva mentira de los sicarios. Ha explicado que el jueves se encontraba con 23 combatientes cerca del frente de Sirte. “Hemos sido atacados durante mas de un día y medio por rebeldes muy bien armados. Hemos tenido muertos. Hemos podido ir a otros frentes”. Informa que las noticias de Beni Walid son muy buenas. Ha sido totalmente limpiada y los cuerpos de los agentes de la OTAN yacen en las afueras de la ciudad y en las montañas. Beni Walid es la muerte (para la OTAN-CNT), los hospitales están llenos de ratas.
Señala que Sirte ha sufrido bombardeos con tanques y cohetes Grad que han destruido barrios enteros forzando a centenares de habitantes a escapar. Este sábado los patriotas han lanzado un ataque en el Este expulsando a los traidores varios kilómetros. Los frentes Sur y Norte van bien, esperamos aumento de combates desde mañana en los frentes Oeste y sur pero estamos preparados. Tenemos muchos combatientes en los frentes Oeste y Sur. Los rebeldes atacan en 5 frentes con ayuda de los aviones de la OTAN y armas modernas.
Los patriotas han realizado operaciones militares ofensivas en Zliten, Trípoli, Aziziyay y Tajura. Ha pedido a las tribus de Tarjuna que envíen voluntarios a Beni Walid y Sirte. Fuente http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-libye/201110-A6270/moussa-ibrahim-sur-tous-les-fronts.html

La resistencia controla gran parte de los 5 mil misiles antiaéreos SAM-7
La OTAN está preocupada porque sabe que las fuerzas patriotas libias controlan gran parte de los 5 mil misiles Sam-7 depositados en los arsenales militares que han desaparecido. Una buena logística permitirá que dichas armas lleguen a todos los frentes y sirvan a la autodefensa del país.


Atención: avión de carga y helicóptero Apache de la OTAN destruidos por la resistencia nacional
Noticias que deben ser confirmadas apuntan a que la resistencia nacional habría destruido un helicóptero de combate Apache en el frente de Sirte en la zona Jiza marítima el día 1 octubre mientras agredía a la población civil y el día 2 en Ras Lanuf un avión de carga Airborn North 82 perteneciente a la 82 División aerotransportada del ejército estadounidense. El Ejército libio sigue en tareas de legítima autodefensa de la soberanía nacional de acuerdo estrictamente a los principios del derecho internacional y a la carta fundacional de las Naciones Unidas frente a una agresión extranjera. Fuentes http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-libye/201110-A6273/libye-cargo-militaire-americain-airborne-north-82e-division-aeroportee-est-tombe-ras-lanouf.html y http://www.algeria-isp.com/actualites/politique-libye/201110-A6273/libye-cargo-militaire-americain-airborne-north-82e-division-aeroportee-est-tombe-ras-lanouf.html


Artillería pesada de la OTAN sobre Sirte
Los mercenarios de la OTN-CTN bombardean Sirte, residencias civiles, con artilleria pesada. Si la OTAN justificaba su intervención en Libia or supuestos bombardeos, nunca comprobado, del al lider libio Muammar Al Gaddafi a la población civil. Ahora con esta prueba ¿La OTAN bombardeara a sus mercenarios del CTN? ¿Se reuniara el CS de la ONU para condenar los hechos y tomar una resolución q detenga a los mercenarios del CTN-OTAN? No lo creemos.

Fonte: http://resistencialibia.info

sexta-feira, 30 de setembro de 2011


EUA-Otan: bombardeios “cirúrgicos” e ”ajuda humanitária”


No mesmo domingo, 25 de setembro, em que os aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se aproximavam das 24 mil “operações de patrulha aérea” contra a Líbia, incluídas 8.941 missões de ataque para “proteger civis”, as agências internacionais reforçavam o bombardeio midiático.
Despejando desinformações, o jornalismo teleguiado buscava inocular o vírus da apatia e da alienação em massa enquanto tratava de transformar a vítima em culpada, a ação genocida em caridade, o invasor em libertador.
Com o propósito de atender aos monopólios do dinheiro, das armas e da palavra, a “notícia” tinha de ser bombástica para se impor: “Corpos de 1270 são achados em fossa comum na Líbia”. “A descoberta somente foi possível porque um simpatizante do regime de Muammar kadafi detido horas antes apontou o local exato. A fossa comum fica perto da prisão de Abu Saleen. Os corpos encontrados na fossa poderiam pertencer aos presos massacrados pelo regime de Kadafi em 1996”, dizia a nota da agência espanhola Efe, rapidamente mimetizada sem o mínimo de critério e o máximo de estardalhaço.
A mesma imprensa que nada vê, ouve ou fala sobre o bombardeio a hospitais e o assassinato em massa de mulheres e crianças pelos EUA/Otan ou procura encobrir o acordo de sangue por petróleo, por meio do qual os fantoches se comprometeram a conceder 35% do ouro negro da Líbia aos franceses em troca do reconhecimento do “governo” do auto-denominado Conselho Nacional de Transição (CNT). A mesma mídia que estende um manto de silêncio sobre o cerco criminoso a Sirte e à crise humanitária provocada pelos bombardeios “cirúrgicos” que estão arrasando com a infraestrutura da cidade natal do líder líbio, que continua resistindo sem água potável, energia elétrica, alimentos ou remédios.
MENTIRAS E MAIS MENTIRAS
A orquestração da “fossa” fez do boato um “fato”, repetido mil e uma vezes como verdade absoluta e inconteste pelos grandes conglomerados privados e suas emissoras de rádio e televisão, jornais e revistas.
Horas depois, médicos líbios que foram até a prisão em Trípoli, acompanhados de vários meios de comunicação, incluindo uma desiludida e cabisbaixa CNN, tiveram de desmentir a notícia. A suposta fossa, “com mais de mil cadáveres”, era falsa, mais uma invenção publicitária dos marionetes da Otan. Os fragmentos ósseos não eram de humanos, mas de animais. Desconsertados, os propagandistas do império optaram pelo silêncio, confessando através da omissão o medo pânico que sentem diante da verdade.
Na Colômbia, o terrorismo de Estado está institucionalizado e os números falam por si: nos últimos 10 anos foram assassinados mais de 2.778 sindicalistas, sendo cometidos mais de 11 mil atos de violência. Nada menos do que 60% dos assassinatos de sindicalistas do mundo ocorreram no país, que tem um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os EUA e onde bases militares ianques – e suas empresas - avançam a ritmo de câncer terminal pelo território.
Ali, a cerca de 200 quilômetros ao sul de Bogotá, foi descoberta no ano passado uma vala comum na pequena cidade de La Macarena com centenas de cadáveres produzidos pelo exército colombiano.
“O comandante do Exército nos disse que eram guerrilheiros mortos em combate, mas o povo da região nos falou de muitos líderes sociais, camponeses e comunitários que desapareceram sem deixar rastro”, declarou o jurista Jairo Ramírez, secretário do Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos na Colômbia, que acompanhou uma delegação de parlamentares espanhóis ao local. “O que vimos foi arrepiante, de causar calafrios. Uma infinidade de corpos e na superfície centenas de placas de madeira de cor branca com a inscrição NN (sem identificação) e com datas de 2005 até hoje”, acrescentou.
A mídia que propagandeia os feitos humanitários da luta dos paramilitares de direita contra os “terroristas” – como são chamados os patriotas colombianos – é a mesma que incentiva o genocídio dos patriotas líbios pelos “rebeldes” – como qualifica os mercenários dos EUA e da Otan.
CADÁVERES E MAIS CADÁVERES
Registrem ou não os grandes conglomerados midiáticos, até recentemente haviam sido descobertos cerca de 2.500 cadáveres em fossas espalhadas pela Colômbia, dos quais foram reconhecidos tão somente 600, identificados e entregues aos seus familiares. Todos os demais eram NN.
Diferente do país norte-africano onde as agências noticiosas diziam ter chegado ao local por intermédio de “um simpatizante do governo de Kadafi” – a fim de enlamear e incriminar o líder da revolução verde -, a localização destes cemitérios clandestinos na Colômbia somente foi possível devido a relatos de membros dos esquadrões da morte, fascistas com nome e sobrenome, beneficiados pela Lei de (IN)Justiça e Paz que trocou confissões de psicopatas por microscópicas penas.
Um dos assassinos que decidiu destampar o bueiro cavado e cevado por bilhões de dólares made in USA do “Plano Colômbia”, John Jairo Rentería admitiu ter enterrado pelo menos 800 pessoas. “Todos tínhamos que aprender a desmembrar, a esquartejar aquela gente. Muitas vezes isso era feito com as pessoas ainda vivas”, relatou.
Em agosto de 2010, pouco depois de uma audiência pública em La Macarena, foi informada “a suposta detenção, desaparição e execução extrajudicial da senhora Norma Irene Perez, identificada com o CC 40.206.080, de quem não se voltou a ter conhecimento desde o dia 7 de agosto de 2010, entre 7h e 8h da manhã, quando dirigia-se a sua casa depois de sair de uma assembleia com a junta de ação comunal da referida localidade. Posteriormente seu corpo foi encontrado nas estranhas circunstâncias no dia 13 de agosto de 2010 na jurisdição de La Unión, do município de La Macarena, do departamento de Meta. A comunidade afirma que o exército encontra-se na aldeia dos oásis, local próximo de onde ocorreu o fato”.
Agricultora, mãe de quatro crianças, Norma era presidenta do Comitê de Direitos Humanos de La Unión e membro do comitê regional de direitos humanos da região de Guayabero do departamento do Meta, onde há uma base militar dos EUA, mas nenhum órgão de imprensa.
Conforme relataram Felipe Cantera e Laura Bouza, que participaram da audiência pública, os testemunhos de vizinhos e familiares das vítimas, deixaram “em evidência as ameaças de morte, torturas, assassinatos, execuções extrajudiciais e desaparições forçadas – conhecidas e mal chamadas de ‘falsos positivos’ pelo exército”. Esta era a senha para que os civis fossem identificados como “guerrilheiros mortos em combate” e levados por helicópteros do exército até o cemitério de La Macarena. “O óbvio é que não se pode negar o que salta aos olhos. Na atualidade, os meios de comunicação oficiais colombianos têm a digital da família Santos, que hoje em dia é o presidente da Colômbia e anteriormente era seu ministro da Defesa”.
CIFRÕES E MAIS CIFRÕES
Da mesma forma que na Líbia as transnacionais buscam tomar de assalto o petróleo, na Colômbia diferentes empresas estrangeiras buscam explorar 200 mil hectares da região de La Macarena e convertê-la em área para o monocultivo de agrocombustível, como a palma africana. Além disso, conforme denuncia o movimento sindical e social, o departamento de Meta é a porta da Amazônia e de todo o controle genético da zona, abrindo caminho para o transporte de minérios e de petróleo até a capital.
De acordo com documentos “desclassificados” pelo governo dos EUA - (jargão técnico que indica a liberação oficial de informações secretas), mais da metade dos recursos do Plano Colômbia em 2009 foram direcionados a multinacionais norte-americanas para desenvolver, promover e impulsionar a guerra irregular no país sul-americano. Conforme a advogada americana-venezuelana Eva Golinger, os documentos comprovam que houve uma “privatização total da guerra na Colômbia”. “Essas transnacionais mercenárias não têm a obrigação de responder legalmente a nenhum sistema judicial do mundo. Em outras palavras, gozam de total imunidade", acrescentou. Na lista foram encontradas 31 multinacionais estadunidenses ligadas ao Departamento de Estado mas que, apesar de serem empresas americanas contratadas pelo Pentágono, não estão sujeitas a nenhuma lei pública dos EUA. "Como parte do acordo binacional, na Colômbia têm imunidade total, ou seja, não respondem a ninguém por seus crimes, ações e operações".
Entre as empresas de maior relevância destacam-se a Lockheed-Martin, gigante do complexo industrial-militar que tem 95% de seu orçamento anual vinculado ao Departamento de Defesa dos EUA, a Dyn Corp International – que tem no currículo a participação na Guerra do Vietnã, contra a insurgência de El Salvador e no Golfo Pérsico -, a Oackley Network (que entrega softwares de monitoração de internet), a tristemente célebre ITT - transnacional de telecomunicações comprometida até a medula no golpe de estado contra Salvador Allende no Chile - e o Grupo Rendón, que elabora campanhas que mexem com “operações psicológicas” na mídia. Seu proprietário, John Rendon, é um dos propagandistas preferidos de Washington por seus métodos de mentira, difamação e calúnia. É dele a invenção da história da soldado Jessica Lynch, de 19 anos, que teria sido resgatada das garras de Saddam em um hospital de Bagdá durante a segunda guerra do Golfo, em 2003. Empenhado em satanizar o presidente iraquiano, o “guerreiro da informação” e “dirigente de percepções” inventou que Jessica havia sido capturada durante uma “batalha sangrenta”, mas por ter resistido como uma leoa foi “torturada e estuprada” por sádicos médicos iraquianos. Na verdade, foram os médicos que doaram seu próprio sangue para salvar a vida da soldada invasora, tendo sido levada ao hospital pelas tropas especiais iraquianas.
Na Colômbia, entre as multinacionais que apostaram suas fichas nos grupos de extermínio para limpar o terreno e facilitar sua entrada no território de La Macarena está a petroleira BP, iniciais da British Petroleum. Muito conhecida na Líbia, ao lado da francesa Total, da espanhola Repsol YPF e da italiana Eni. Todas, igualmente, bastante parceiras de certa mídia. E de seus crimes.

Escrito por: Leonardo Wexell Severo

quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Muamar Kadafi: “O governo da Jamahiriya jamais será vencido”


Parte da fala do líder Muamar Kadafi, distribuída por gravação divulgada rede Arrai de televisão da Síria:

“Todos devem lembrar que o governo da Líbia é governo de Jamahiriya: o poder está nas mãos dos homens e mulheres das Conferências Populares e dos Comitês Populares que há em toda a Líbia. Esse Governo do Povo não termina nem pode ser derrubado, porque o governo são os milhões de líbios. Quem diga que “o governo Kadafi” foi derrubado faz papel ridículo, patético. Não há “governo Kadafi”. Kadafi não tem governo. Quem tem governo na Líbia é o povo líbio.

Kadafi já não governa nada e ninguém desde 1977, quando passou o poder aos Comitês Populares da Jamahiriya. Quando 2 mil tribos encontraram-se e declararam que só o povo da líbia representava a Líbia. Não basta?!

Essa é a resposta que temos para a OTAN, que insiste em meter no poder o Conselho Nacional de Transição de Benghazi, dizendo que representaria o povo líbio. O povo líbio está aqui, lutando comigo porque eu luto com ele. Ninguém nos representa ou fala por nós. O poder na Líbia pertence ao povo. Nada e ninguém, senão o povo líbio, é legítimo para falar pela Líbia. Todos os líbios são membros dos Comitês Populares. Essa é a verdade. Tudo mais que digam, é falso.

O que está acontecendo na Líbia é tentativa de golpe de estado, que só sobreviveu até aqui porque se mancomunou com a OTAN, que atacou o povo líbio com seus aviões de guerra. Mas nenhum ataque desse tipo pode durar para sempre. No instante em que a OTAN tiver de sair da Líbia, com ela fugirão também os traidores. Estamos prontos a morrer para defender o poder do povo. Vivemos por isso. Lutamos por isso. Por isso morreram os nossos mártires.”

A declaração de Kadafi foi divulgada pouco antes dos primeiros encontros ‘oficiais’ entre o presidente Barack Hussein Obama dos EUA e Mustafa Abdel Jalil, apresentado como chefe do Conselho Nacional de Transição, pelas potências ocidentais que atacam a Líbia. O encontro entre Obama e Jalil serviu para liberar milhões de dólares do povo líbio congelados nos bancos norte-americanos, em trocada entrega das riquezas naturais do país às potências estrangeiras que financiaram esta guerra.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


10.000 tuaregs se unen a las fuerzas kadafistas de la Jamahiriya libia




En Trípoli los combates no cesan. Son constantes entre las milicias locales (los vecinos de la capital) y los "rebeldes" OTANistas y mercenarios de Al-Qaeda.
Hassan Alliby | La Haine

Los aviones de la OTAN han seguido con sus bombardeos en Sirte, Sabha, Bani Walid. Pero las tres ciudades mantienen sus defensas firmes en combate contra los carros blindados de las fuerzas OTANistas. Los combates siguen.
Unidades de la OTAN, del ejército de Qatar y de Al-Qaeda usan artillería pesada ya que se han integrado nuevas unidades de artillería. La ciudad de Bani Walid ha abierto otro frente de combate contra los agresores que estaban concentrados a las afueras de esa ciudad, que está protegida por las fuerzas nacionales de la Gran Jamahiriya.
Una fuente reporta que uno de los jefes rebeldes, Ibrahim Halbas Tauorga, quien había masacrado a gente africana solo por el color de su piel, ha muerto. “Tauorga ya no está vivo. Él fue alcanzado en Sirte por una bala que le penetró el cuello y lo paralizó”, dijo la fuente.
En Trípoli los combates no cesan. Son constantes entre las milicias locales (los habitantes de la capital) y los mercenarios de Al-Qaeda. Los renegados son atacados sin tregua desde todas partes.
Los habitantes de Benghazi llaman a los estudios del Canal Al-Rai para expresar su apoyo a Muammar Al Ghaddafi y anunciar que vuelven a unirse a la resistencia libia.
Un analista norteamericano, antiguo militar, ha dicho que la Brigada 32 bajo el comando de Khamis Al Ghaddafi está en condiciones de seguir luchando por muchos meses. Khamis Al Ghaddafi continua reagrupando y desplegando los elementos operativos para combatir los renegados en las zonas ocupadas.
El 19 de septiembre las tribus tuaregs tuvieron un congreso general compuesto por los jefes de esas tribus en Libia, Mali y Níger. Declararon que todos los tuaregs combatirán contra los renegados porque estos iniciaron una guerra contra los tuaregs libios y mataron un gran número de ellos.
Los tuaregs de Mali también han declarado que irán a la guerra contra el gobierno de Mali si este reconoce el “Consejo” de títeres en Libia o si el gobierno de Mali pone bajo arresto a personas cercanos a Muammar Al Gaddafi que se encuentran en Mali. Los tuaregs recuerdan que ellos son los amos del desierto sahariano y que “solo las personas autorizadas por los tuaregs pueden entrar al desierto... el Sahara será liberados de los islamistas” han prometido los tuaregs.
Así que los tuaregs han dado una respuesta clara a la gente de la OTAN que siguen enviando grupos de fuerzas especiales y de Al Qaeda al Sahara como fuerzas de ocupación.
Grupos saharianos ya están en camino hacia la ciudad libia de Sabha
En Bani Walid, las pérdidas de los renegados “se estiman en más de 1.000 muertos. Igual en Sirte y Sabha. Las Fuerzas Nacionales han retomado Brega con su puerto petrolero de donde está despachado el petróleo libio. También han retomado Ras Lanuf donde se ubica una importante refinería de petróleo.”
Son más de 10.000 touaregs (sin incluir los mencionados arriba) que se han unido a las fuerzas de la Jamahiriya libia y algunos de ellos han cruzado la frontera para ayudar la resistencia contra los terroristas colonialistas cruzados.
Como estaba previsto, numerosos combatientes árabes han llegado de países vecinos para unirse a sus hermanos libios y combatir a su lado contra los invasores.
La bandera verde ondea sobre los edificios en los barrios de Benghazi donde hay batallas entre los renegados. Estas luchas intestinas también han ocurrido en el campo de batalla. Los islamistas del CNT quieren la piel de Mustafa Abdul Jalil, títere de los nazis-OTANistas y jefe del mismo CNT.
Mujahedin de las tribus árabes han pasado por Egipto para unirse a las fuerzas libias en resistencia.
Los renegados siguen desorientados. No han arreglado su problema de mando. Combaten entre si a cada rato porque todos quieren ser comandantes. Al mismo tiempo, cuando se dio la orden de entrar a Bani Walid contra las fuerzas de la Jamahiriya, los renegados se rehusaron. Esto fue una gran sorpresa para sus jefes quienes les preguntaron si rehusaron debido al cansancio. Los renegados respondieron, “no por cansancio sino porque no queremos seguir haciendo correr la sangre de los libios.”

La Voix des Opprimés. Traducido por Tortillaconsal. Revisado por La Haine
http://www.lahaine.org/index.php?p=56287