quinta-feira, 31 de maio de 2012

Resenha - Planeta Favela - Mike Davis



Livro resenhado:DAVIS, Mike. Planeta Favela. Tradução de Beatriz Medina. São Paulo, Boitempo, 2006. ISBN: 85-7559-087-1 [imagem: Michael e a paisagem. Favela da Rocinha, Rio de Janeiro. Foto da capa do livro]
Um mundo dominado pelas favelas resenha de Erminia Maricato.

Planeta Favela oferece contribuição ímpar para desvendar a desconhecida e gigantesca escala de favelização e de empobrecimento das cidades do chamado "Terceiro Mundo". Considerando-se que a população das favelas cresce na base de 25 milhões de pessoas a cada ano – conforme lembra Mike Davis ao citar os dados da UN-Habitat – e que as mais altas taxas de urbanização são observadas nos países pobres, que eram, ou ainda são, predominantemente rurais, esse processo diz respeito à maioria da população do planeta. Contribuições como a deste livro tornam cada vez mais difícil ignorar a dimensão do fato e tentar dar a ele tratamento pontual, com enfoque em best practices (boas práticas) como tem tentado o establishment das agências internacionais de desenvolvimento.
Davis revela que, ao contrário de aliviar o problema, essas instituições, especialmente o Fundo Monetário Internacional (FMI), que impôs os Planos de Ajuste Estrutural (PAEs) aos países do "Terceiro Mundo", foram cruciais na explosão da pobreza responsável pelo desemprego de 1 bilhão de pessoas, ou um terço da mão-de-obra dos países do Sul no final dos anos 1990, segundo dados da CIA, citados pelo autor.
Em vez das cidades de ferro e vidro, sonhadas pelos arquitetos, o mundo está, na verdade, sendo dominado pelas favelas. Os números que abundam ao longo da obra não são novos, embora nunca tenham sido apresentados juntos e com tal ênfase. A tendência ao empobrecimento urbano vem sendo alertada por numerosos autores e instituições, muitos dos quais presentes na extensa bibliografia final.
Por que reconhecer que este livro é forte instrumento para derrubar essa barreira e iluminar os problemas urbanos e grande parte de suas causas? O primeiro motivo está na abrangência ampla do diagnóstico. O autor tenta mostrar que há tendências, no processo de urbanização recente, que são universais, apesar de se tratar de diferentes países. Em um estilo direto e, por vezes, chocante, Davis valoriza o conhecimento empírico e é pouco dado a longas abstrações ou desenvolvimento conceitual, o que revela sua origem proletária e de militante de esquerda. Seu trabalho tem finalidade militante, e o estilo contraria a abstração e o distanciamento usuais na maior parte dos trabalhos acadêmicos.
Como já foi mencionado, uma sucessão de dados numéricos e de informações qualitativas flui como uma torrente a tirar o fôlego do leitor. O tema do crescimento e do empobrecimento das cidades do "Terceiro Mundo" é cercado e abordado por meio de inúmeras entradas. A formação de “superurbanizações” e “megacidades” – que podem merecer a alcunha de “leviatã”, como a região que engloba São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas– abre uma longa lista de temas como por exemplo o crescimento de favelas provocado por guerras, expulsões catástrofes, recessão econômica (como no caso da América Latina), alto crescimento econômico e urbano (como nos casos da Índia e da China), segregação, racismo; tragédias decorrentes de desmoronamentos, enchentes, incêndios, terremotos (que vitimam sobretudo os pobres); áreas contaminadas, explosões tóxicas; os males do transporte rodoviarista como a poluição do ar e os acidentes de trânsito, entre outros.
A “crise sanitária” – tratada na seção “Viver na merda” – mereceu uma descrição dramática ilustrada por dados sobre centenas ou milhares de habitantes de favelas que disputam apenas uma latrina em algumas cidades da África ou da Ásia. Aborda-se ainda o impacto da carência de água, ou o altíssimo preço que os pobres pagam por ela. 
Davis lembra que, mesmo em circunstâncias trágicas como as mencionadas, a orientação implementada pelo FMI e pelo Banco Mundial foi a da privatização do saneamento. A água, assim como a “defecação humana”, foi transformada em negócio global, inclusive em cidades nas quais a população mal tem recursos sequer para comer.
O “big bang da pobreza” tem suas raízes quando, entre 1974 e 1975, o FMI e o Banco Mundial reorientam as políticas econômicas do Terceiro Mundo, abalado pelos preços do petróleo. A orientação aos países devedores para abandonar suas estratégias de desenvolvimento foram claramente explicitadas no Plano Backer, em 1985. Davis classifica o impacto dessa direção na América Latina como “maior e mais longo do que a Grande Depressão” e, considerando-se a realidade das décadas que ficaram conhecidas como décadas perdidas, ele sem dúvida não está exagerando.
O Brasil, por exemplo, cresceu 7% ao ano de 1940 a 1970. Na década de 1980, cresceu 1,3%, e na década de 1990, 2,1%, segundo o IBGE. Ou seja, o crescimento econômico do país, nas duas últimas décadas do século XX, não conseguiu incorporar nem mesmo os ingressantes da População Economicamente Ativa (PEA) no mercado de trabalho, o que acarretou consequências dramáticas para a precarização do trabalho e, consequentemente, também para a crise urbana (1).
Quem acompanha a vida de qualquer grande cidade no Brasil é testemunha do crescimento explosivo das periferias abandonadas ou da favelização a partir do início dos anos 1980. Não que o ovo da serpente não estivesse lá antes disso. As favelas do Rio de Janeiro e de Recife surgiram no final do século XIX e começo do século XX, quando uma parte da mão de obra escrava libertada ficou sem alternativa de moradia (o restante passou a viver de favor). Décadas se passaram, e nem o trabalho passou à condição absoluta e geral de mercadoria, nem a moradia, como acontecera no capitalismo central.
Entretanto, o aumento do desemprego e da pobreza urbana a partir dos anos 1980 contribuiu para mudar a imagem das cidades no Brasil: de centros de modernização que se destinavam a superar o atraso e a violência localizados no campo, passaram a representar crianças abandonadas, epidemias, enchentes, desmoronamentos, tráfego infernal, poluição do ar, poluição dos rios, favelas e...violência. Há trinta anos, o que não constitui período muito longo, não se temia a violência urbana; as cidades eram relativamente pacíficas. Para quem viveu apenas na cidade formal e evitou perceber o que estava acontecendo, a violência serviu de alerta, como a ponta do gigantesco iceberg. As taxas de homicídio no Brasil, segundo o IBGE, passaram de 17,2 mortos para cada 100 mil habitantes, em 1980, para 35,9 mortos em 1989, e, finalmente, para 48,5 em 1999.
Em algum momento, em meados dos anos 1990, a professora Maria da Conceição Tavares, ao participar de uma banca de doutorado na Unicamp, alimentou a idéia de que, para o capital, na era da globalização, havia gente sobrando, ou melhor, que parte da força de trabalho, em vez de exército industrial de reserva, seria “óleo queimado”. A lembrança desse debate veio a propósito de expressões usadas por Mike Davis que vão nessa linha: “fardo humano”, “humanidade excedente”, “massa permanentemente supérflua”. Até mesmo o acesso a essa terra gratuita, situada em meio adverso, obtida por meio das invasões, deverá acabar. Essa é, segundo Davis, a verdadeira crise do capitalismo, e nada, segundo o autor, parece apontar para a mudança desse quadro. O livro se conclui sem deixar resquício de esperança, sobretudo ao chamar a atenção para a criminalização das favelas, agora no foco dos estrategistas militares norte-americanos.
Essa falta de saída ou a ausência de qualquer proposta tem gerado críticas ao trabalho de Davis. Não é necessário que um texto que contenha denúncias apresente propostas. Como já enfatizamos, o pensamento crítico é indispensável para desmontar a falsa representação da realidade, que serve a determinados interesses. O texto, entretanto, pode alimentar uma atitude contrária àquela que pretende Davis e promover o medo em relação às cidades e às pessoas que moram nela. Essa crítica partiu de Tom Angotti quando se referiu ao artigo que deu origem a este livro (2). Angotti acusa Davis de promover uma visão antiurbanista ou anticidade, classificando-o no time dos TINA (There Is No Alternative; Não Há Alternativas, em português), expressão usada para se criticar uma atitude que é comum entre acadêmicos e ativistas. Ele questiona a falta de atenção para com os movimentos sociais em todo o mundo e a tendência de vê-los como “mero produto da informalidade urbana e do paroquialismo”.
De fato, em sua crítica demolidora, Davis inclui propostas de urbanização de favelas, de microcréditos, de regularização fundiária, de construção por conta própria, entre outras. As críticas são pertinentes, mas deixam de considerar especificidades históricas e geográficas que alimentam muitas lutas sociais.
Davis aponta corretamente o caráter reformista ou, não pouco freqüentemente regressivo, de muitas das propostas apontadas como soluções para os problemas habitacionais. Mas a busca de alternativas ou exemplos de soluções nem sempre leva à cooptação ou à acomodação. Muito freqüentemente, mostrar que esses problemas têm soluções que estariam à mão se houvesse mais justiça social é alimento fundamental para o avanço da luta democrática. Apesar de todos os revezes, o Brasil também apresenta muitos aspectos que alimentam a esperança de mudança.
O movimento pela reforma urbana, que reúne entidades profissionais, acadêmicas, de pesquisa, ONGs, funcionários públicos, além das entidades nacionais que lutam pela moradia, são uma das características positivas da sociedade brasileira na conjuntura atual. Esse movimento social conquistou a aprovação de leis importantes como o Estatuto da Cidade (lei n. 10.257, em 2000), a Lei do Fundo Nacional de Moradia Social (lei n. 11.124, em 2005), conquistou ainda a criação do Ministério das Cidades (ele era uma reivindicação que vinha sendo feita havia mais de dez anos). Com ele, o movimento acabou se fortalecendo, devido à promoção das Conferências Nacionais das Cidades, processo que teve início nos municípios, envolveu todos os estados da federação e culminou em Brasília com a participação de mais de 2500 delegados, dos quais 70% foram eleitos nas Conferências Estaduais e o restante indicados por entidades nacionais. A primeira conferência das cidades, em 2003, abrangeu a participação de mais de 300 mil pessoas para debater princípios, diretrizes e prioridades da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. A segunda, em 2005, aprofundou as propostas.
Esses avanços são afetados mas sobrevivem à crise partidária eclodida em 2005 que evidenciou ter o Partido dos Trabalhadores lançado mão de expedientes condenáveis que fazem parte da política institucional no Brasil.
Entretanto não podemos afirmar que existe uma clara reversão do processo de aprofundamento dos problemas urbanos. Essas conquistas são relativamente recentes e as mudanças são lentas, já que envolvem uma cultura histórica – ou de raízes escravistas – de exclusão social. A esperança está assentada em fatos concretos, mas Davis acerta quando remete a fonte principal das mazelas às forças globais dominadas por interesses financeiros e garantidas militarmente pelos Estados Unidos ou por aquilo que David Harvey denomina de Novo Imperialismo.

Notas

1Ver a respeito J. Mattoso, O Brasil desempregado. São Paulo, Fundação Perseu Abramo, 1999.

2O artigo em questão é: “Planet of Slums” (publicado originalmente em New Left Review, n. 26, mar.-abr. 2004, e incluído, com o título “Planeta de favelas”, em Contragolpes: seleção de artigos da New Left Review, organizada por Emir Sader e publicada pela Boitempo em 2006). A crítica pode ser encontrada em T. Angotti, “New anti-urban theories of metropolitan region: ‘Planet of Slums’ and apocalyptic regionalism” (Kansas City, Conference of the Association of Collegiate School of Planners, 2005).
O presente texto é a Apresentação do livro de Mike Davis
Hermínia Maricato, arquiteta, professora da FAU-USP.

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/resenhas/textos/resenha163.asp


VÍDEOS RELACIONADOS
Vídeo relacionado com o livro

Favela Brasil

Resenha - Por Uma Outra Globalização - Milton Santos


UNIDAVI – Universidade Para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí 
Curso de Geografia – Parfor

Disciplina: Geografia das Sociedades – Moderna e Contemporânea

RESENHA

Aluno: Jonas Fabiciaki
Professor: Jonathan Kreutzfeld

Identificação da Obra: Por uma outra Globalização – do pensamento único a consciência universal – Milton Santos

 I – Introdução

       Vivemos em um mundo cheio de conflitos provenientes da atual fase da expansão capitalista no globo, varias são as discussões sobre esse processo em que vivenciamos na atualidade. Milton Santos traz nesta obra uma importante visão diferenciada de globalização, a globalização como perversidade, como abandono social tudo em nome de um projeto de reprodução do capital.
         Nesse texto a globalização é apresentada como fábula, como perversidade e como possibilidade – “por uma outra globalização”. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula, o segundo seria o mundo tal como ele é, e o terceiro, um mundo como ele pode ser. Esse texto tem a função de desenvolver ideias em torno destas perspectivas apontadas por Milton Santos.

A globalização como Fábula - o mundo tal como nos fazem crer

    A globalização como fábula é imposta principalmente pelos meios de comunicação a todos que procura enfatizar o planeta em que vivemos como um amplo espaço e que podemos sim explorá-lo com o consumo. Como a padronização cultural, onde as pessoas são atraídas pelas mesmas coisas, mesmos hábitos, mesmos costumes e que ainda disfrutam de uma mesma rede que nós conhecemos como internet que fez com que nós ficamos presos numa gigante aldeia global, sem ter pra onde ir. Mas ao mesmo tempo nos dá uma importante noção de que o mundo está dentro da nossa casa, o capitalismo nos devorando e nós nem percebemos graças à globalização como fábula.
Um descaso com o estado que aparentemente ficou distanciado das demandas sociais, pois ele o estado precisa se apequenar as grandes corporações que hoje detém o poder sobre o próprio estado. Percebemos que vivemos em um único mundo, um mundo voltado a atender as necessidades das grandes empresas, vivenciamos uma nova tendência mundial de mercado.

O mundo como ele realmente é – a globalização como perversidade

A globalização como uma fabrica de perversidades tais como: fome, desabrigo, AIDS, mortalidade infantil, analfabetismo, enfim gravíssimos problemas sociais, quase sem solução na globalização em que vivemos, infelizmente para a maior parte da humanidade, o desemprego crescente consequentemente a pobreza aumenta e a classe media perdem em qualidade de vida, novas enfermidades se instalam e as velhas doenças retornam com força total. A perversidade está na raiz desta evolução negativa da humanidade e estes processos estão diretamente ligados com a globalização.
           
O mundo como pode ser – uma outra globalização

        Podemos pensar na construção de um outro mundo, uma globalização que volte seus olhares a esses problemas citados, uma globalização que se engaje sistematicamente a todas as pessoas, ou seja, um processo globalizado mais humano. Que em vez de apoiar sempre o grande capital internacional que possam servir a outros interesses sociais e políticos e não apenas econômicos.
        Alguns são os fatores que poderiam colaborar pra isso: a miscigenação de povos, culturas, valores, gostos, credos em todos os quatro cantos do globo possibilitaria uma outra globalização, um outro discurso é possível, uma nova visão de mundo, devemos urgentemente reaprender a ver o mundo.

II – A Produção da Globalização

A globalização é o apogeu do mundo capitalista de um processo que conhecemos como internacionalização do mundo globalizado os fatores que levaram a este processo são: a unicidade da técnica, a convergência dos momentos, o conhecimento do planeta e a mais valia globalizada.
As técnicas são oferecidas como um sistema, graças ao avanço da ciência fora produzido um sistema de técnicas da informação, que assim possibilitou um novo sistema de presença em todo o planeta. Globalização é o resultado deste sistema que resulta de ações que asseguram a emergência de um mercado global.

III – Uma Globalização Perversa

        Nestes últimos anos testemunhamos grandes mudanças em todo o planeta terra. Tornamos pessoas que habita em um único mundo nos impondo, infelizmente para a maior parte da população do nosso planeta a globalização perversa, o poder do dinheiro e da informação, vários retrocessos como a noção de bem publico e de solidariedade, perdemos a noção de ajuda mutua, vivenciamos cada vez mais a noção de isolamento social, mas o mundo continua em nossa casa. Enquanto isso os governos agem com descaso com as funções sociais, com o chamado de “enxugamento” da maquina publica, os governos estão cada vez menos atribuições, consequência disso: “aumento da pobreza”.

IV – O Território do Dinheiro e da Fragmentação

       No mundo globalizado tudo ganha novas “caras”, inclusive o espaço, com isso nosso espaço geográfico sofre profundas transformações, novos contornos, novas características, tem novas definições.
      Nossos territórios tendem cada vez mais se fragmentar em função deste novo processo globalizado, novos espaços são criados tudo em nome do “progresso”, onde tudo entra em confronto direto e indireto, meio ambiente-sociedade e vice versa.
O dinheiro traz consigo um papel importantíssimo nessa dinâmica apresentada, ou seja, é ele que reorganiza essa distribuição no espaço geográfico. Novas perspectivas em favor do capital. Hoje vivemos em um mundo de rápido em que as coisas tendem a fluir de forma instantaneamente, desta forma quem consegue acompanhar ótimo, porém, vivemos uma tendência em que “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”, por isso por outra globalização URGENTE.

V – Limites à Globalização Perversa

     A análise do fenômeno conhecido popularmente como Globalização é o descaso social que ela impõe, com seus aspectos extremamente dominantes para a maior parte da população mundial. Cabe a nós analisar os limites desse processo se continuarmos assim, onde iremos parar?
Podemos afirmar que estamos entrando em um novo período de transição da história, o momento em que vivemos com a globalização parece indicar a emergência de novos valores, novas atitudes, que nos faz crer que estamos produzindo as condições para a realização de uma nova história.
Não aceitamos mais a tantas evidencias factuais deste processo penoso que é a globalização. A velocidade nem sempre colabora com uma distribuição generalizada, são as disparidades no seu mau uso que caracterizam cada vez mais o aumento das desigualdades. O mito em que as novas técnicas contemporâneas pudessem colaborar e melhorar a vida do ser humano na terra desabaram, pois o que se observa realmente é cada vez mais a expansão da pobreza.

VI – A Transição em Marcha

        No mundo atual em que vivemos sentimos a necessidade de transformar as coisas que estão por ai, não ficamos mais calados, com as injurias que acontecem, um processo natural pra sociedade que estamos criando, temos a necessidade de criar algo novo, de viver um novo período, mas estamos num processo lento, pois o que aprendemos é a utilização das técnicas e da ciência pelas formas do capital, apoiados por formas institucionais são de certa forma igual.
     Os indivíduos que estão inseridos nesse processo não são igualmente atingidos por esse fenômeno, pois se encontra muita resistência ainda, pelas características culturais e nas diversidades destes indivíduos em rever como o processo esta inserido nele.
       Diante dos fatos e do que temos sobre nosso mundo atual, acreditamos que as condições estão sendo distribuídas para que nós pudéssemos desempenhar um novo papel nesse contexto. Um novo mundo é possível e outra globalização também. Agora descobrimos o verdadeiro sentido da nossa presença no planeta, podemos dizer que uma nova historia verdadeiramente universal está começando.
        De um ponto de vista mais existencial tudo isso pode obter outro uso e ou outra denominação. Porem a globalização atual pode e deve ser diferente.


VII – Conclusão

     A Mudança ocorrerá em todos os aspectos em todos os níveis, mas o principal responsável por ela ocorrer de verdade, somos nós que estamos diretamente engajados nesse contexto. Pois temos que fazer uma reflexão sobre a essência do capitalismo, pois este é à base da atual fase da Globalização. Pois nenhuma barreira será erguida, nada irá mudar se a reprodução do capital e o lucro continuarem fortes como estão.
O capitalismo jamais na sua história conseguiu reproduzir o capital e o lucro consequentemente sem gerar crises, para tanto é preciso fazer essa relação, precisamos mudar o sistema em vigor e desenvolver uma nova globalização.
É preciso urgentemente avançar no sentido que o ser humano possa atribuir um novo sentido à sua existência no planeta, de uma forma sistemática frear um pouco as tecnologias quanto à ciência e ou as suas técnicas utilizadas, para sim se preocupar um pouco mais na essência do ser humano e seu verdadeiro papel aqui no globo.

DOCUMENTÁRIO

Taxa de Juros 8,5% a Menor da História do BR


Taxa de juros cai para 8,5%, e poupança vai ter rendimento menor

Com a taxa básica de juros a 8,5%, o novo rendimento anual passa a ter uma nova fórmula: 70% da Selic (5,95%) mais variação da TR


Como esperado pelo mercado, o Banco Central anunciou na noite desta quarta-feira (30) um novo corte de 0,5% na Selic, levando a taxa básica de juros da economia brasileira a 8,5% ao ano, o valor mais baixo da série histórica divulgada desde 1986. Com a Selic nesse patamar, a aplicação financeira mais popular do país, a caderneta de poupança, passa a ter um rendimento menor.
Até quarta (30), a remuneração da poupança era de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR). Com a taxa básica de juros a 8,5%, o novo rendimento anual passa a ter uma nova fórmula: 70% da Selic (5,95%) mais variação da TR - índice calculado a partir da média de rendimento dos CDBs, em 0,2% em abril.
Desde a sua criação, em 1861, é a primeira vez que a poupança passará a render menos que 6% ao ano. A regra só vale para depósitos feitos a partir do dia 4 de maio, data em que o governo anunciou a nova fórmula de rendimento para a poupança.
Tradicionalmente uma aplicação de renda fixa, a poupança passou a ter renda variável toda vez que a taxa Selic atingir 8,5% ao ano ou menos, de acordo com a nova regra. Com a medida provisória, o governo busca impedir que a poupança fique mais atraente que outras aplicações financeiras, já que sempre que os juros da economia caem, os investimentos anexados à Selic rendem menos. Assim, o governo espera evitar que compradores da dívida pública retirem dinheiro dos títulos do governo e o coloquem na poupança.
Apesar do rendimento menor, a poupança continua valendo a pena para o pequeno investidor, de acordo com o vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. “Mesmo com a queda na rentabilidade, a poupança vai continuar valendo mais a pena em comparação com os fundos de investimento, por exemplo, pois taxas de administração e descontos no Imposto de Renda incidem sobre as aplicações desses fundos”, explica.
O cientista social Rogério Franco, 26, tem um dinheiro guardado na poupança e não pretende tirá-lo mesmo com as mudanças. “Mantenho o dinheiro lá por uma questão de segurança. Posso tirar e colocar na hora que quiser”, diz.
O professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, também acredita que a poupança continua valendo a pena, pois, segundo ele, não é um tipo de aplicação que visa ao grande lucro. “A poupança serve para evitar que o dinheiro que você tem guardado perca o valor com a corrosão inflacionária. Ela continuará garantindo isso”.
Diferença 
Com o novo rendimento da poupança, a diferença dos ganhos ao final de um ano em depósitos pequenos é pouco significativa. Por exemplo: uma pessoa que depositou R$ 100 na poupança no dia 3 de maio deste ano, um dia antes da nova regra entrar em vigor, terá R$ 106,37 no dia 3 de maio de 2013. Se uma outra pessoa depositar a mesma quantia hoje, terá R$ 106,15 daqui a um ano, caso a taxa Selic permaneça como está, em 8,5%. A diferença nos ganhos será de apenas R$ 0,22.
No entanto, essa diferença aumenta conforme a taxa de juros básicas baixe e quanto maior for o valor depositado (confira tabela na página 24). E a tendência da economia, segundo especialistas, é que haja novos cortes na taxa Selic. “Essa é a expectativa do mercado. A Selic a 8,5% ainda está alta. Dá para cair ainda mais”. A taxa Selic serve como base para os juros praticados em toda a economia e é anunciada pelo Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central, a cada 45 dias.
Crédito tende a ficar mais barato
Especialistas consultados pelo CORREIO comemoraram a nova redução dos juros. “Essa queda de meio ponto na Selic (de 9% para 8,5% ao ano) já era esperada pelo mercado e é muito positiva. Os rendimentos vão cair, mas vai ser bom para a economia como um todo”, analisa o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.
A opinião é compartilhada pelo professor de Economia da Trevisan Alcides Leite. “Começamos a ter níveis históricos de juros baixos, o que é muito bom. Agora, o Brasil está se tornando um país normal sob o aspecto dos juros. Os 8,5% ao ano ainda são altos, mas é o início de um processo”, considera.
Os dois especialistas acreditam que os juros continuarão caindo, o que levará a novas quedas das taxas de juros praticadas pelos bancos. “Com isso, a expectativa é que as operações de crédito, como os empréstimos e financiamentos, comecem a ficar mais baratos nos próximos meses”, espera Leite. Oliveira, da Anefac, acredita que o novo corte da Selic levará à diminuição do preço de financiamentos de veículos e da casa própria, por exemplo, beneficiando os consumidores. 

Atualidades - Crise do Euro Atinge toda UE


Crise do euro ameaça avaliações de todos os países da UE

Agência de risco Moody's diz que nenhuma nação está imune à queda no rating

Moedas de euro
Moedas de euro (Michael Buholzer/Reuters)
A agência de classificação de risco Moody's adverte em comunicado emitido nesta segunda-feira que o contínuo e rápido aumento da crise da dívida na zona do euro ameaça a avaliação econômica de todos os países da União Europeia (UE).
Diante da ausência de políticas que permitam estabilizar as condições de mercado a curto prazo, o risco do crédito continua em aumento, acrescenta a Moody's.
Segundo a agência, as autoridades do euro enfrentam cada vez mais limitações ante a crescente pressão para agir rapidamente com o objetivo de restabelecer a confiança creditícia.
"Apesar de a zona do euro em seu conjunto contar com uma grande força econômica e financeira, as debilidades institucionais dificultam a resolução da crise", destaca o comunicado.
Quanto ao âmbito político, a Moody's percebe que a zona do euro se aproxima de uma encruzilhada, que pode levar tanto a uma maior integração do bloco quanto à sua fragmentação.
A agência alerta que um ímpeto político a um plano que resolva o problema só pode surgir após uma série de choques, que podem fazer com que mais países percam acesso a financiamento por um período sustentado de tempo.
Isso pode levar as avaliações desses países a entrarem numa área especulativa à luz dos testes de solvência que devem ser requeridos, indica a nota.
Nas últimas semanas, a possibilidade de mais cenários negativos aumentou, segundo a Moody's, devido às incertezas políticas na Grécia e Itália e de perspectivas econômicas piores que as estimadas pelos analistas.
"A possibilidade de mais suspensões de pagamentos por parte de países da zona do euro não é mais ignorada. Segundo a Moody's, quanto mais se estender a crise de liquidez, a possibilidade de default (moratória) aumentará com maior rapidez", diz a agência. O comunicado assinala que uma série de calotes pode aumentar a possibilidade de um ou mais países abandonarem a zona do euro.
A Moody's lembra ainda que a situação é fluente e os políticos podem reagir aos riscos com novas medidas.

Terremoto no Norte da Itália 5,8 graus


Terremoto de magnitude 5.8 destruiu igrejas, casas, e fábricas que já estavam abaladas pelo tremor de nove dias atrás.




Enquanto o norte da Itália ainda se recuperava do terremoto do último dia 20, outro forte tremor atingiu a mesma região do país esta manhã e matou 16 pessoas.
O novo terremoto destruiu igrejas, casas, e fábricas que já estavam abaladas pelo tremor de nove dias atrás.

O epicentro do terremoto de magnitude 5.8 foi a 40 quilômetros de Bolonha e atingiu diversas cidades da região da Emília Romanha. O abalo foi sentido em Milão, Veneza e até na Áustria.

Na sequência, uma série de tremores secundários foi registrada. O número de desabrigados do último terremoto subiu de seis mil para 14 mil pessoas, que estão vivendo agora em tendas erguidas pelo governo. Há centenas de feridos. Durante todo o dia, bombeiros tentaram
resgatar sobreviventes.
O prefeito da cidade de Mirandola afirmou que a situação é dramática. "Todas as casas, indústrias e monumentos foram destruídos. “Há uma semana nós estávamos tentando nos recuperar do primeiro terremoto. Agora, não recomeçaremos do zero, mas abaixo do zero”.
“Garanto que tudo será feito para que a vida volte ao normal rapidamente na região”, prometeu o primeiro-ministro Mario Monti.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/05/novo-terremoto-atinge-norte-da-italia-e-mata-16-pessoas.html

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Os Ciclos Longos de Kondratieff



Palavras chave: Ignácio Rangel, Armen Mamigonian, Nicolai Kondratieff.

Obs: A figura é de um artigo de Armen Mamigonian. Elaborado por Cláudia Finck (Acadêmica do curso de Geografia da UNIDAVI).


RANGEL, Inácio. O Brasil na fase B do quarto Kondratiev, p. 259-287, In: Obras Reunidas v2. 2ª ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

Jonathan Kreutzfeld
22/03/2011


RESUMO

Os ciclos longos de Kondratiev representam o ciclo de ascensão e recesso do regime capitalista. Nicolai Kondratiev definiu o capitalismo sob uma ótica independente e acabou desagradando tanto os comunistas, que não queriam acreditar em ascensão pós crise do capitalismo e os capitalistas não se agradaram por acreditarem ser capazes de impedir que as mesmas ocorressem. Com relação a fase recessiva do quarto ciclo proposto, Rangel explora os conceitos de Kondratiev e demonstra que o Brasil não enfrenta as crises da mesma forma que os principais países desenvolvidos e os de economia planificada.

DESENVOLVIMENTO

A fase “A” do quarto ciclo de Kondratiev ocorre entre os períodos de 1948, ou seja, no pós Segunda Guerra Mundial e termina no ano de 1973, quando a crise do petróleo assola os principais países envolvidos no conflito em especial os capitalistas. Esta fase ascendente triplica a produção dos Estados Unidos e praticamente quadruplica nas demais nações capitalistas. A fase “B” que se inicia a partir de 1973 foi considerada semelhante aquela ocorrida no ano de 1929.
Considerando a crise de 1929, vale lembrar que o Brasil da década de 30 foi revolucionário e onde ocorreu de fato o início da industrialização. Rangel destaca que o Brasil sempre tem encontrado meios de se ajustar a esta conjuntura dos ciclos. Em 1975 por exemplo o Proálcool desperta como uma das alternativas encontradas para reduzir as importações de petróleo. Lembrando que nesta época o Brasil ainda era extremamente dependente do petróleo externo. Outros países não tiveram tanta facilidade em se ajustar ao ciclo recessivo. Estes tiveram que reduzir substancialmente seus bens e serviços, repercutindo no menor conforto de seus habitantes, que ascenderam junto com o ciclo ascendente.
A Guerra Fria, ou o pós guerra, resultaram em grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o que acabava gerando sucessivas novas crises pois mais rapidamente o capital investido era substituído. Mas novas demandas foram surgindo e o desenvolvimento tecnológico tornou-se cada vez mais dinâmico. Por este motivo os ciclos de Kondratiev possuem sucessivos ciclos curtos dentro dos ciclos longos, pode se relacionar a esta dinâmica de “envelhecimento precoce”.
Diante dos problemas econômicos decorrentes dos ciclos longos em fase recessiva, vários países tomaram o planejamento como a essência da saúde econômica. Rangel cita a União Soviética que passou a desenvolver planos vintenal (1960-1980) e assim conseguiu verificar grande crescimento na geração de energia e por consequência disto na produção industrial também.
No Brasil havia alternativas inesgotáveis de geração de energia e assim o país as explorou, é o caso da energia hidráulica e é citada também a possibilidade nuclear que de forma mais branda o país também adotou. Embora nosso país então não precisasse se preocupar tanto com os seus recursos energéticos, acabou se tornando muito dependente dos combustíveis líquidos, e isso gerava uma demanda tecnológica intensa no que diz respeito à obtenção e o tratamento dos mesmos.
Durante o ciclo “B” de Kondratiev, os países do terceiro mundo em geral, tiveram que desenvolver-se tecnologicamente para enfrentar suas crises, e resolveram a partir da ampliação de sua produção industrial, energética e tiveram que fazer isso para substituir as importações. No Brasil o resultado aparente foi bom, mas para os planejadores surgia então um novo problema: “o exército de reserva” referindo-se ao campo que também precisaria de uma revolução tecnológica e como conseqüência geraria novas demandas nas cidades. E diante disto alterações institucionais também seriam necessárias, pois novos desafios surgiriam.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


A fase “B” do ciclo de Kondratiev trouxe ao Brasil novos desafios, assim como em todos os países do terceiro mundo, planificados e os desenvolvidos. Não somente nesta fase recessiva em escala mundial, o Brasil consegue assegurar crescimento, mesmo que por alguns períodos de forma modesta. A substituição das importações foi parte do sucesso brasileiro perante outras nações semelhantes economicamente. As alternativas energéticas também tiveram substancial importância. Sucesso ou sorte o Brasil enfrentou de forma criativa os desafios que surgiram. Vale lembrar que este artigo de Rangel data de 1981 e considerando o que veio à seguir, mais precisamente na metade da década de 90, pode-se dizer que foi um período de estabilidade e aparelhamento “preparatório” para o próximo decênio que foi bastante ascendente. Embora, lógico não haja menção ao período em seu artigo.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Fórum Regional de Prevenção de Desastres


No dia 30 de maio das 9h até às 17h ocorrerá o Fórum Regional de Prevenção de Desastres.

O evento ocorrerá no Auditório do Bloco J da Furb.
Participe e divulgue!

Jonathan Kreutzfeld

domingo, 13 de maio de 2012

Espaço Rural Brasileiro


ESPAÇO RURAL BRASILEIRO

CETISA – CENTRO EDUCACIONAL TIMBÓ S.A.
DISCIPLINA: GEOGRAFIA
PROFESSOR: JONATHAN KREUTZFELD
SÉRIE: 2º ANO A

ALUNA: MORGANA ALINE VOIGT



INTRODUÇÃO

Quase metade do território brasileiro é designada à agropecuária, o que faz do país um grande produtor agrícola, bem como um influente participante de projetos referentes à importação e à exportação de matérias-primas alimentícias. Suas regiões apresentam ampla diversidade natural, o que garante a cada uma delas características de cultivo e produção específicas. Os estados referentes ao Centro Sul, em geral, utilizam técnicas modernizadas de produção, e usufruem das tecnologias tanto na agricultura, quanto na pecuária; ocupando, desse modo, um lugar de destaque no mercado interno e externo. Em oposição a isso, as regiões Norte e Nordeste do Brasil, enfrentam dificuldades referentes ao clima e à vegetação local; mantendo, assim, o cultivo baseado em técnicas rudimentares e trabalho familiar, gerando uma baixa produção, normalmente voltada ao consumo local. 


O Trabalho e a Terra no Brasil
O desenvolvimento do agronegócio no Brasil acompanhou o crescimento da produção de grãos, iniciado em larga escala a partir de meados da década de sessenta. Antes, a economia agrícola brasileira era caracterizada pelo predomínio do café e do açúcar. Pouca importância se dava ao projeto de utilização da imensa base territorial brasileira na produção de grãos. A produção de alimentos básicos, como milho, arroz e feijão, era voltada para a subsistência, e os poucos excedentes dirigidos ao mercado eram insuficientes para formar uma forte cadeia do agronegócio dentro dos moldes hoje conhecidos.
Atualmente, o Brasil é um país extremamente agrícola, quase a metade do território é ocupada por estabelecimentos rurais. As concentrações e as relações estão divididas em estrutura fundiária, latifúndio, minifúndio, expropriação e êxodo rural. No campo existem as relações de trabalho que são diversificadas, como mão de obra familiar, posseiros, parceria, arrendatários, trabalhadores assalariados temporários e o trabalho escravo no campo. 
O agronegócio representa mais de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que representa a soma de todas as riquezas produzidas no País. Os números também são positivos nas vendas de produtos para outros países. O principal parceiro comercial do Brasil, a China, importa US$ 388,8 milhões em produtos agrícolas brasileiros ou 8% no total exportado pelo setor. Em seguida, aparecem os Estados Unidos, que importam do agronegócio nacional pouco menos que os chineses.
Os produtos exportados de maior destaque são: carnes, produtos florestais, complexo soja - grão, farelo e óleo, café e o complexo sucroalcooleiro - álcool e açúcar. A mandioca, o feijão e a laranja também estão entre os principais produtos agrícolas do Brasil. Já o trigo é principal produto agrícola que o Brasil importa.
Projeções mostram que, até 2022, a produção de grãos aumentará 22%, sendo a soja o produto principal, com média de 2,3% ao ano. A carne de frango poderá crescer 4,2% e deve liderar o ranking. O trigo, milho, carnes bovinas e suínas também aparecem nos resultados das preliminares como produtos que vão puxar esse crescimento.
Não apenas o solo fértil, a disponibilidade de água em abundância, a biodiversidade e os trabalhadores qualificados impulsionam o agronegócio. Contribuem também o aumento do preço das commodities nos mercados interno e externo nos últimos anos. 

Divisão do agronegócio
As Regiões do Brasil possuem ampla diversidade climática e, portanto, apresentam vocação agrícola e industrial com problemáticas bastante diferenciadas, trazendo assim participações bem distintas no agronegócio.
No ano de 1995, as regiões brasileiras participavam, percentualmente, da seguinte forma no total do volume do setor: Norte – 4,2%; Nordeste – 13,6%; Centro-Oeste – 10,4%; Sudeste – 41,8%; e Sul – 30,0%, dados estes que revelam a concentração nestas duas últimas regiões de mais de setenta por cento de todo o montante do agronegócio brasileiro. Este quadro vem se alterando, com a pequena e gradual ampliação das regiões Centro-Oeste e Norte.

Região Sul
A Região Sul conta com uma série de fatores que contribuem para uma alta produtividade agropecuária, dentre elas os solos férteis e as chuvas regulares durante o ano.  
Nos últimos tempos, uma grande parcela das propriedades rurais presentes na Região Sul ingressou em uma nova etapa produtiva, que está diretamente ligada ao uso de tecnologias em criação de animais e cultivo de diferentes culturas.
Na pecuária utiliza-se orientação técnica, realiza-se uma seleção genética dos animais, inseminação artificial, uso de medicamentos, rações especiais para ganho de peso, ordenha mecânica para dinamizar o trabalho e melhorar a qualidade, por exemplo. 
Já na agricultura são utilizadas novas técnicas de plantio e manejo, como correção de solo, rotação de culturas, plantios diretos, manejo de solo, além do emprego de tecnologias, como tratores, plantadeiras, colheitadeiras, implementos em geral e insumos agrícolas (inseticidas, herbicidas e fertilizantes). 
A Região Sul, através dessas evoluções, ocupa um lugar de destaque na produção agropecuária, abastecendo dessa forma o mercado interno e externo em diferentes tipos de produtos rurais.

·         Agricultura
A atividade agrícola no Sul distribui-se em dois amplos e diversificados setores:
o    Policultura: desenvolvida em pequenas propriedades de base familiar. Foi introduzida por imigrantes europeus, principalmente alemães, na área originalmente ocupada pelas florestas, e é a atividade econômica de maior rendimento e que emprega o maior número de trabalhadores no Sul do país.
Cultivam-se, principalmente, milhofeijãomandiocabatatamaçãlaranja, e fumo;

o    Monocultura comercial: desenvolvida em grandes propriedades. Essa atividade é comum nas áreas de campos do Rio Grande do Sul, onde se cultivam sojatrigo, e algumas vezes, arroz. No Norte do Paraná predominam as monoculturas comerciais de algodão, cana-de-açúcar, e principalmente soja, laranja, trigo e café. A erva-mate, produto do extrativismo, é também cultivada.


·         Pecuária
No Paraná, possui grande destaque a criação de suínos, atividade em que esse estado é o primeiro do Brasil, seguido do Rio Grande do Sul. Essa criação processa-se paralelamente ao cultivo do milho, além de abastecer a população, serve de matéria-prima a grandes frigoríficos.
Os campos do Sul constituem excelente pastagem natural para a criação de gado bovino, principalmente na Campanha Gaúcha ou pampa, no estado do Rio Grande do Sul. Desenvolve-se ali uma pecuária extensiva, criando-se, além de bovinos, também ovinos.
A pecuária intensiva também é bastante desenvolvida na região, que detém o segundo ranking na produção brasileira de leite. Parte do leite produzido no Sul é beneficiado por indústrias de laticínio.
Café: produto agrícola do Paraná.
Criação de ovinos na Campanha Gaúcha.  
                              
Região Sudeste
Apesar de a indústria ser a principal fonte de receita para os estados da região sudeste, a agricultura também é importante.
Com a modernização e mecanização do espaço rural, a agricultura adquiriu um elevado padrão técnico. A região ficou caracterizada com um alto nível de modernização e produtividade, com um grande número de pequenas e médias propriedades e com uma imensa diversidade produtiva. As propriedades rurais próximas aos grandes centros da região são geralmente de pequeno porte com característica de produção de hortaliças e frutas.   
·         Agricultura
O setor agropecuário apresenta-se muito desenvolvido e extremamente diversificado. A existência de um setor agrícola forte nessa região deve-se à existência de vastos solos férteis. Embora o café tenha sido a força econômica pioneira da ocupação do estado de São Paulo e de seu grande desenvolvimento econômico, o seu cultivo tem se reduzido cada vez mais, sendo, atualmente, a região do sul de Minas a principal área produtora. A produção de café intercalou-se com outras culturas ou foi inteiramente substituída.
 Destacam-se, na produção agrícola regional, a cana-de-açúcar, a soja e a laranja. O Sudeste é responsável pela maior parte da produção de cana-de-açúcar do país, concentrada na Baixada Fluminense, na Zona da Mata mineira e no estado de São Paulo. Já o cultivo da soja apresenta crescente avanço, pois é largamente utilizada na indústria de óleos e de rações para animais, sendo uma grande parte exportada. Em sua maior parte destinada à industrialização e exportação de suco, a produção de laranjas é realizada principalmente no estado de São Paulo. Também são produtos de destaque na agricultura do Sudeste, o algodão, o milho, o arroz, a mamona e o amendoim.

·         Pecuária
pecuária também tem grande destaque na região, sendo o seu rebanho bovino o segundo maior do país. A grande produção de carne bovina e suína permite a instalação e o desenvolvimento de frigoríficos e indústrias de laticínios. A criação de aves e a produção de ovos são as maiores do país, concentrando-se no estado de São Paulo.
 Criação de aves em São Paulo
Laranja: produto agrícola de São Paulo

Região Centro Oeste
O agronegócio é a principal atividade econômica da região Centro-Oeste. O mesmo engloba as agroindústrias e a produção agropecuária. A última tem se destacado no fornecimento de matéria prima para indústrias de alimentos e de outros setores do Brasil e do exterior.
A região tem uma participação significativa no cenário nacional quanto à produção agropecuária, uma vez que a cada ano os índices de produtividade se elevam. Isso tem ocorrido em razão de investimentos em tecnologias, especialmente nas propriedades de produção tradicional. Os recursos são aplicados na compra de maquinários, insumos agrícolas, e na utilização de mão de obra especializada no desenvolvimento das atividades.
Com relação à pecuária, é importante dizer que a região detém cerca de 1/4 de todo o rebanho bovino brasileiro. Essa participação tende a aumentar, graças a uma série de fatores favoráveis, tanto de ordem natural, como de ordem político-econômica. O objetivo mais importante é a produção de carne para as indústrias frigoríficas do Centro-Sul.

·         Agricultura
agricultura de subsistência, com o cultivo de milhomandiocaabóborafeijão e arroz, através de técnicas primitivas, sempre se constituiu em atividade complementar à pecuária e ao extrativismo.
As áreas agrícolas de maior expressão no Centro-Oeste são:
o    O "Mato Grosso de Goiás", área de solos férteis localizada no sudeste de Goiás, que é o centro produtor de arrozalgodãocafémilho e soja;

o    Vale do Paranaíba, no extremo sul de Goiás, onde solos vermelhos favorecem o desenvolvimento agrícola de municípios como ItumbiaraGoiatuba, com o cultivo de algodãoamendoim e principalmente arroz;

o    O sul do Mato Grosso do Sul, região que se caracteriza pela produção de sojaarrozcaféalgodãomilho e, recentemente, trigo.

o    A Região de Campo Grande e Dourados (MS), destacam-se as produções de sojamilhoamendoim e trigo;


·         Pecuária
O Centro-Oeste dispõe de um enorme rebanho, destacando-se o gado bovino, criado geralmente solto, o que caracteriza a pecuária extensiva. Esse tipo de criação dificulta o aproveitamento do leite e, assim, praticamente todo o rebanho é destinado ao corte. Apenas no sul da região é que a pecuária leiteira apresenta maior expressão, sobretudo em áreas mais urbanizadas e que dispõem de uma boa rede de transportes, facilitando a comercialização da produção. Parte do leite é industrializado por laticínios da própria região e do Sudeste.
A vegetação do cerrado não é de boa qualidade para a alimentação animal e por isso os rebanhos têm baixo rendimento, produzindo pouca carne. Para contornar esse problema, recorre-se às chamadas invernadas, fazenda de engorda onde o gado passa um período para ganhar peso. Embora o gado seja abatido no Mato Grosso, as invernadas estão localizadas geralmente em Minas Gerais e São Paulo.
As áreas de campo do Pantanal, o cerrado próximo à Campo Grande e a parte sul de Goiás constituem as áreas pastoris de maior importância na região, onde, inclusive, se desenvolvem muitas pastagens artificiais. Essa atividade econômica enfrenta sérios problemas na área do Pantanal, onde as cheias frequentes forçam a entrada do gado para áreas mais altas. Recentemente, importantes áreas de pecuária têm sido implantadas ao longo das rodovias que ligam o Centro-Oeste à Região Norte.
Além dos bovinos, que representam 80% dos rebanhos do Centro-Oeste, destaca-se ainda o rebanho suíno, em Goiás.
   Pecuária de corte: atividade econômica.
Soja: produto agrícola do Centro Oeste.

Região Nordeste
No Nordeste, há quatro paisagens naturais diferentes: o Meio-Norte, prolongamento da Amazônia; o Sertão, que corresponde à área mais seca; a Zona da Mata, que ocorre nos trechos mais úmidos do litoral e finalmente, o Agreste, transição entre os dois últimos.
Apesar das adversidades impostas pelo clima, a economia da sub-região do sertão do Nordeste está ligada diretamente à atividade agropecuária, desse modo, para um bom desenvolvimento da mesma, é indispensável que o clima contribua oferecendo condições para que ocorra um plantio, e que todas as etapas de uma lavoura não sejam prejudicadas por falta de umidade, especialmente em períodos de estiagem.
No sertão, a atividade pecuária ocupa um lugar de destaque, uma vez que é a principal atividade econômica. 
Na agricultura, a produção é destinada ao próprio consumo, isso se desenvolve em praticamente todo o sertão, especialmente em pequenas propriedades rurais. Nelas, a produção é pequena e o trabalho é desenvolvido pelos integrantes da família sem utilização de tecnologias, usando técnicas e instrumentos rudimentares e tradicionais. 
Alguns lugares do sertão nordestino, como as encostas das serras e os vales fluviais, detêm certa umidade que proporciona condições que permitem o desenvolvimento da atividade agrícola, além do cultivo de lavouras com fins comerciais, ambas com produção destinada ao mercado externo. 

·         Agricultura
Na Zona da Mata, a cana-de-açúcar é a atividade dominante desde 1530, quando foi introduzida. O clima tropical e o solo massapé propícios favoreceram a implantação da cultura. Na região, destacam-se também o fumo e o cacau no sul da Bahia, cultivado com sombreamento da bananeira.
A monocultura de fumo e soja está entre as principais agropecuárias desenvolvidas no Agreste.
O Sertão é marcado pelo latifúndio e pela pecuária. Nas "Bocas do Sertão", ilhas úmidas, encontramos a subsistência. A atividade agrícola de mercado é o algodão. Ali se cultiva também cebola e vinha.
Na sub-região do Meio-Norte destacam-se o extrativismo vegetal (madeira, babaçu e carnaúba), a pecuária extensiva e as lavouras de algodão e arroz.


·         Pecuária
Como essa região ainda não ingressou em um processo de mecanização e modernização efetiva do campo, a pecuária é desenvolvida de forma tradicional ou extensiva, isso quer dizer que os animais são criados em extensas áreas, no caso dos latifúndios, sem maiores cuidados e se alimentam quase sempre de pastagens nativas e não cultivadas, diante disso a produtividade é baixa. Depois da criação de gado, a principal é a produção de caprinos, animais de pequeno porte que resistem às condições mais adversas impostas pelo clima. Devido a esse fator, o Nordeste detém o maior rebanho dessa espécie no Brasil, com aproximadamente 9 milhões de animais. 
 Cana-de-açúcar: produto agrícola da Zona da Mata.
Pecuária: criação de caprinos.                  

Região Norte
A região é considerada uma fronteira agrícola do Brasil, nela são produzidos desde produtos tradicionais, até de exportação.
O cultivo de produtos alimentícios ocorre, especialmente, em propriedades rurais de pequeno porte, nas quais são desenvolvidas plantações por meio de mão de obra familiar e aplicação de técnicas rudimentares, fatores que resultam em uma baixa produtividade. Os produtos têm como destino o abastecimento da família do produtor e a comercialização no mercado local. Em geral, os índices de produtividade da agricultura nortista são baixos se comparados a outras regiões do país. 
A atividade pecuária também tem crescido na região Norte, modificando a paisagem de forma significativa, pois a vegetação da floresta Amazônica é substituída pela pastagem. Geralmente essa atividade rural é desenvolvida de maneira tradicional ou extensiva, os animais são criados soltos, sem receber maiores cuidados, resultando em baixa produtividade.
A produção agropecuária na região Norte gera uma grande preocupação ambiental, pelo fato de abrigar a maior floresta equatorial do mundo. É bom lembrar também que o solo amazônico é pobre em nutrientes, desse modo, se retirada a cobertura vegetal, a área se transforma praticamente em um deserto. 
·         Agricultura
Em relação à agricultura, têm crescido muito as plantações de soja. Além da soja, outras culturas muito comuns na região são o arroz, o guaraná, a mandiocacacaucupuaçucoco e o maracujá.
A agricultura comercial concentra-se nos seguintes pólos:
o    A área de várzeas, no médio e baixo Amazonas, onde o cultivo da juta possui grande destaque;

o    A Região Bragantina, próxima a Belém, onde se pratica a policultura, que abastece a grande capital nortista, e a fruticultura. A pimenta-do-reino, é outro importante produto da região. Uma das características dessa área são os solos lateríticos, presentes nas zonas intertropicais em geral, onde a intensa umidade provoca a concentração de minério de ferro na superfície. O resultado é uma camada de coloração avermelhada, endurecida e ácida, imprópria para a agricultura. Por esse motivo, os imigrantes japoneses implantaram um sistema de cultivo denominado cultura de vaso, que consiste em abrir covas, de onde retiram o solo laterítico, substituindo-o por solos de melhor qualidade, aplicando-lhes corretivos agrícolas até obterem o aproveitamento desejado;

o    Rondônia, que a partir da década de 1970 atraiu agricultores do centro-sul do país, estimulados pelos projetos de colonização e reforma agrária do governo federal e da disponibilidade de terras férteis e baratas. O desenvolvimento das atividades agrícolas trouxe uma série de problemas ambientais e conflitos fundiários. Por outro lado, transformou a área em uma das principais fronteiras agrícolas do país e uma das regiões mais prósperas e produtivas do Norte brasileiro. Atualmente o estado destaca-se na produção de cafécacaufeijãomilhosojaarroz e mandioca. Até mesmo a uva, fruta pouco comum em regiões com temperaturas elevadas, é produzida em Rondônia, mais precisamente no sul do estado.

o    Cerrado, no Tocantins, onde a correção do solo ácido com calcário e fertilizantes garante uma expressiva monocultura de soja.
Acredita-se que o estado do Acre, onde há vastas áreas de solos férteis, se torne a próxima fronteira agrícola da região. Cientistas e ecologistas temem que tal fato se concretize, pois a devastação da floresta, como já ocorreu em outros estados da Amazônia Legal, como Mato GrossoPará, Tocantins, Maranhão e Rondônia, seria inevitável. Uma medida apontada como eficaz para evitar a reincidência de tais problemas seria a aplicação rigorosa da legislação ambiental na região.

·         Pecuária
A paisagem predominante na região Norte — a grande Floresta Amazônica — não é propícia à criação de gado. Apesar disso, a implantação de projetos agropecuários vem estimulando essa atividade ao longo das rodovias Belém-Brasília e Brasília-Acre, principalmente devido à facilidade de contato com os mercados do Sudeste e Centro-Oeste. A pecuária praticada é do tipo extensivo e voltada quase que exclusivamente para a criação de bovinos. Grandes transnacionais aplicam vultosos capitais em imensas propriedades ocupadas por essa atividade.
Assim, a pecuária é desenvolvida com sucesso apenas nos Campos da Hileia, principalmente em Roraima e na ilha de Marajó, onde se encontra o maior rebanho de búfalos do país.
Além da pecuária de corte, a pecuária leiteira também se destaca na região.
 Rebanho de búfalos em Roraima.
Pimenta-do-reino: produto agrícola do Pará.



CONCLUSÃO

Conclui-se que o agronegócio tem presença influente no desenvolvimento da economia referente às regiões do Brasil, independentemente das diferenças entre elas. Porém, é importante mencionar que a cada localidade são adaptados métodos e tecnologias diferenciados, que caracterizam essas áreas de acordo com a qualidade e com a quantidade de produção e cultivo exercidos. As regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste se destacam no mercado interno e externo devido à utilização de métodos voltados à agricultura e à pecuária moderna. Diferentemente destas, as regiões Norte e Nordeste utilizam de conhecimentos tradicionais e técnicas rudimentares voltadas à agropecuária; o que garante a ambas, características de produção específicas.

REFERÊCIAS

o    Acesso em: 09/ABRIL/2012
o    Acesso em: 09/ABRIL/2012
o    Acesso em: 07/ABRIL/2012
o    Acesso em: 05/ABRIL/2012
o    Acesso em: 07/ABRIL/2012
o    Acesso em: 05/ABRIL/2012
o    Acesso em: 09/ABRIL/2012
o    Acesso em: 05/ABRIL/2012
o    Acesso em: 09/ABRIL/2012
o    Acesso em: 05/ABRIL/2012
o    Acesso em: 09/ABRIL/2012
Disponível em: 
o    Acesso em: 09/ABRIL/2012
o    Acesso em: 05/ABRIL/2012