quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sudão do Sul - Após Independência Permanecem os Conflitos


Conflito tribal matou 900 em três meses no Sudão do Sul, diz ONU

Quase 900 sul-sudaneses morreram durante uma onda de violência envolvendo tribos pecuaristas rivais entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2012, afirmou a Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira, criticando o Exército do recém-criado país por sua incapacidade de proteger civis.
O Sudão do Sul, que se separou do Sudão há um ano, vem tentando impor a sua autoridade num país subdesenvolvido do tamanho da França e inundado por armas de fogo.
Num dos episódios mais sangrentos desde a independência, cerca de 7.000 jovens fortemente armados da tribo Lou Nuer atacaram aldeias pertencentes à tribo rival Murle, no Estado de Jonglei (leste), roubando dezenas de milhares de cabeças de gado e sequestrando mulheres e crianças.
Dezenas de milhares de pessoas fugiram das suas casas devido ao incidente, que matou 612 pessoas e desencadeou uma onda de retaliações que provocou outras 276 mortes, segundo relatório da divisão de direitos humanos da Missão da ONU no Sudão do Sul.
A cifra de mortos estimada pela ONU é inferior à apresentada inicialmente por autoridades locais, que falaram em 2.000 a 3.000 mortos. O relatório disse que a missão da própria ONU também não conseguiu controlar a violência por estar carente de soldados e equipamentos.
Em nota, a alta comissária de Direitos Humanos da entidade internacional, Navi Pillay, disse ser vital que "os perpetradores e instigadores de todos os lados sejam responsabilizados".
Nos últimos tempos, a região sul do Sudão (país africano) era referida como Sudão do Sul, uma região autônoma que lutava pela independência política. Também conhecido como Sudão Meridional, o processo de independência foi iniciado em 2005, quando o governo sudanês concordou em conceder à autonomia à região a partir do Tratado de Naivasha.

Histórico Sudão do Norte – Sudão do Sul 
Mapa mostra a nova fronteira entre Sudão do Norte e Sudão do Sul
O tratado foi assinado em 9 de janeiro de 2005, na cidade de Nairóbi, capital do Quênia, como forma de acabar com a Segunda Guerra Civil do Sudão. A decisão seria finalizada por meio de um referendo com os eleitores da região.
A maior cidade e capital da região é Juba. O referendo ocorreu no início de 2011, no dia 7 de fevereiro, foi publicado o resultado no qual confirmou a vontade de mais de 98 % dos votos favoráveis à independência. O resultado foi recebido com grande alegria pela população.
No Sudão do Norte a população é, predominante, mulçumana de origem árabe, enquanto que no  sul, a população é de origem negra, cristã e animista.  O novo país é rico em petróleo, mas grande parte da infraestrutura está na região norte.
Para afastar qualquer ameaça de novos conflitos armadas, o presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, havia dito pela televisão que aceitaria e apoiaria o resultado da votação. Com esse resultado, o EUA já planejou retirar o Sudão da lista de países mantenedores do terrorismo no mundo.
O Sudão do sul nasce como uma nação pobre, carente de infraestrutura e energia elétrica, apesar de ser uma região rica em petróleo. Hoje, o novo país herda mais de 2 milhões de mortes causadas por mais de 40 anos de guerra civil travada entre os exército sudanês e o Exército de Libertação do Povo Sudanês.
Imagem do dia da vitória do referendo que dividiu o Sudão em Norte e Sul.
O novo país tem o tamanho do estado de Minas Gerais, com cerca 8,5 milhões de habitantes. O Sudão, maior país da África, com a separação, perderá 25 % de seu território.
Apesar dos conflitos terem terminado, a situação social não melhorou, considerando a população feminina, 92 % das mulheres são analfabetas. A água potável é distribuída por uma empresa privada que disponibiliza caminhões tanque, mais da metade da população não tem água potável. O país não possui estradas e ruas pavimentas, o que prejudica o trabalho de auxílio social de ong´s e da ONU.

Jonathan Kreutzfeld

TRAILER DE FILME INTERESSANTE SOBRE O TEMA, BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL. LANÇADO NO ANO DA INDEPENDÊNCIA DO  PAÍS


Fontes:


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Barraco de Ministra Brasileira na Rio+20


Ministra Izabella Teixeira em um "barraco ambiental"


A ministra representava o Estado brasileiro num debate dos muitos dos eventos paralelos da Rio+20. Pelo visto, o estado de nervos.
Era um evento que tinha tudo para ter conteúdo sustentável. Até que virou um insustentável barraco. Discutiria economia com o BNDES, Banco Mundial, ministros da Alemanha, Noruega. O tema era o que o Brasil tem feito de combate ao desmatamento.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não gostou quando uma pessoa da plateia levantou um cartaz com um desenho de uma motoserra.
Ela passou dez minutos aos gritos para a perplexidade dos estrangeiros. Mostro no vídeo abaixo apenas os dois minutos finais.
Há um momento em que até o tradutor de libras (linguagem dos sinais) desiste. Não tinha mãos para traduzir toda aquela eloquencia.
Estavam lá o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; Maria A. Barton-Dock, diretora do Departamento de Meio Ambiente da Rede de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial; Dirk Niebel, ministro da Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha; Bård Vegar Solhjell, ministro do Ambiente da Noruega; Tasso Azevedo, consultor ambiental. A Noruega é a financiadora do Fundo Amazônia.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Impressões Distintas - Rio+20



De um lado o ex Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc diz que o texto da Rio+20 é um suicídio planetário, de outro o atual secretário geral da ONU, Ban Ki-moon diz que a Rio+20 é o evento que vai mudar o mundo. Embora Ban diga que esperava um documento mais ambicioso.

Veja abaixo síntese dos discursos.

BAN KI-MOON

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, abriu oficialmente a reunião dos chefes de Estado e de governo na Rio+20 na manhã desta quarta-feira. Ao eleger Dilma Rousseff como presidente da conferência, ele destacou a necessidade de avanços 20 anos após a realização da Eco92, em 1992. "É um prazer estar no Brasil mais uma vez em um evento que vai mudar o mundo 20 anos depois da Eco92. Nesse período o progresso foi muito lento, por isso precisamos do empenho de todos".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, admitiu nesta quarta-feira que esperava um documento final mais ambicioso para a Rio+20. Ele, no entanto, ressaltou que a conferência não é o fim, e sim, o início do que pode ser um novo caminho em busca de um mundo menos pobre, mais igualitário e sustentável nos próximos anos.

CARLOS MINC

O ex-ministro e atual secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou nesta quarta-feira o texto final da Rio+20 como suicídio planetário. Ele criticou principalmente a falta de uma política para substituir os combustíveis fósseis por fontes renováveis. "Esses combustíveis são responsáveis pela febre do nosso planeta. Não eliminá-los já é ruim, agora, manter os subsídios para sua produção é péssimo. O que o texto apresenta é um incentivo ao suicídio planetário. Não podemos aceitar."

O ambientalista também criticou a ausência de uma política específica para proteger os oceanos. "Por questão de quatro países, se tirou a questão dos oceanos do texto, ficando apenas algumas generalidades", disse ao citar a atuação do Japão, Austrália, Canadá e Estados Unidos.

Minc acredita que ainda há tempo para revisar o documento que deve ser assinado pelos chefes de Estado na sexta-feira. "O problema que enfrentamos hoje é que o aumento da degradação é maior que o ritmo das decisões políticas", completou.

Abaixo o discurso da neozelandesa que representa o que sua geração gostaria de ter para o futuro. (Fraco perto da garota de 1992)


Obs: este ainda não é o discurso feito pela manhã na reunião.

Jonathan Kreutzfeld

Fonte: terra.com.br e onu.org.br

terça-feira, 19 de junho de 2012

G20 (México, 2012) - Crescimento e Preocupação

  • Compromisso de impulsionar o crescimento;
  • Preocupação pela crise que atinge a Europa.


Esse foi o resultado da reunião realizada em Los Cabos no México nesta terça feira dia 19 de junho de 2012.

Frases de efeito foram destacadas no relatório final do encontro:

A presidente Dilma Rousseff destacou que no G20 existe "um consenso" de que as políticas de ajuste fiscal não são suficientes para se enfrentar a crise, e que deve haver espaço para estímulos fiscais aos investimentos.

"O G20 se compromete a adotar as medidas necessárias para reforçar o crescimento mundial e restaurar a confiança".

"No caso de a situação econômica se deteriorar ainda mais, os países que dispõem de uma margem de manobra fiscal suficiente estão dispostos a coordenar e aplicar as medidas orçamentárias necessárias para apoiar a demanda interior"

"Atuaremos conjuntamente para reforçar a recuperação e responder às tensões nos mercados financeiros"

Existe a "percepção da importância da consolidação fiscal acompanhada de crescimento", insistiu Dilma, que destacou que há um clima de preocupação e cooperação entre as nações desenvolvidas e emergentes ante a crise que golpeia a Europa.

Os presidentes e chefes de Estado do G20 concordaram em dar um respaldo aos membros europeus do grupo, que atenue as pressões dos mercados sobre as economias do Velho Continente.

Os europeus, por sua vez, se comprometeram a tomar "todas as medidas necessárias para proteger a integridade e a estabilidade da zona do euro", além de afirmarem apoio à Grécia para permaneça no euro.

Os Estados Unidos inclusive pediram aos europeus para que deem mais tempo à Grécia para adequar-se às exigências feita pelo segundo resgate financeiro internacional de 130 bilhões de euros, sem o qual o país já teria entrado moratória.

O presidente francês, François Hollande, destacou que a Europa "deve contar com sua própria resposta" à crise, sem esperar uma "resposta do exterior", e enfatizou a necessidade de França e Alemanha trabalharem "conjuntamente".

"É preciso afirmar a vontade dos europeus de solucionar todas as questões presentes na zona do euro", explicou.

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu "uma mescla adequada de reequilíbrio orçamentário e de estímulo ao crescimento simultaneamente" para relançar a economia europeia.

Merkel reiterou seu pedido por "uma cooperação mais profunda" entre os países da Europa.
Sobre a Grécia, Merkel estimou que "as eleições não podem questionar os compromissos assumidos por Atenas. Não podemos por em perigo os passos da reforma que temos acordado". "O governo grego tem que cumprir e cumprirá seus compromissos".

Nas discussões sobre o comércio, a presidente Dilma pediu aos sócios do G20 disposição para relançar a Rodada Doha de liberalização comercial da OMC em 2014.

O Brasil "propõe que em 2014 seja reaberta a discussão da Rodada de Doha", bloqueada pela questão dos subsídios agrícolas dos países ricos, disse Dilma aos jornalistas. "Não aceitamos prorrogar por prorrogar".

Dilma, que deixou Los Cabos antecipadamente devido à Rio+20, afirmou que no seio do G20 muitos países compartilham dessa posição sobre 2014 como data limite para que sejam estabelecidas novas negociações na Organização Mundial do Comércio.

"Caso se prorrogue isto... não haverá Doha", advertiu Dilma sobre as negociações para promover o comércio mundial.

Jonathan Kreutzfeld


Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5846888-EI294,00-G+fecha+compromisso+de+crescimento+preocupado+com+Europa.html

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Complexo do Porto do Açu - Eike Batista



Superporto do Açu

Complexo Industrial do SUPERPORTO DO AÇU
O Complexo Industrial do Superporto do Açu é o maior empreendimento porto-indústria da América Latina e deverá movimentar, pelo menos, 350 milhões de toneladas por ano, entre exportações e importações, posicionando-se como um dos três maiores complexos portuários do mundo.
O Complexo Industrial do Superporto do Açu possui área de 90 km² e receberá siderúrgicas, pólo metalmecânico, unidade de armazenamento e tratamento de petróleo, estaleiro, indústrias offshore, plantas de pelotização, cimenteiras,  termoelétrica e indústrias de tecnologia da informação.
O Complexo Industrial do Superporto do Açu prevê atração de investimentos de US$ 40 bilhões e geração de 50 mil empregos.
Localizado no norte do estado do Rio de Janeiro e em construção desde outubro de 2007, o Superporto do Açu é composto por dois conjuntos de terminais que juntos totalizam 17 quilômetros de cais: TX1, correspondente aos terminais offshore, e TX2, terminal onshore desenvolvido no entorno do canal interno de navegação, com 6,5 km  de extensão,  13 mil metros de cais, 300 metros de largura e até 18 metros de profundidade.
A previsão é que a operação do Superporto do Açu seja iniciada em 2013.


1 Indústria offshore
2 Technip
3 NKTF
4 Intermoor
5 Siderúrgica Ternium
6 Aço / Granéis sólidos
7 UCN Açu - OSX
8 Supply boat
9 UTE Açu - MPX
10 Granéis Líquidos
11 Terminal de Minério de Ferro
12 Siderúrgica Wuhan
13 Cimenteiras
14 Vale do Silício
15 Polo metalmecânico
16 Pátio logístico / UTP
17 Carvão
18 Petróleo
19 Minério de ferro

TX1
TX1 é um terminal offshore com uma ponte de acesso com 3 quilômetros de extensão, píer de rebocadores, píer de minério de ferro, canal de acesso e bacia de evolução – todos já concluídos. Ele contará com 9 berços para movimentação de minério de ferro e petróleo e profundidade inicial de 21 metros (com expansão para 26 metros). O TX1 poderá movimentar até 100 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e 800 mil barris de petróleo por dia.
O TX1 terá capacidade para receber navios de grande porte, como Capesize (220 mil toneladas), CHINAMAX (400 mil toneladas) e VLCC (320 mil toneladas).



TX2
O TX2 do Superporto do Açu possui uma combinação única de características que resultam em significativas vantagens para as atividades de suporte às operações de E&P  de óleo e gás. O terminal será instalado no entorno de um canal para navegação, que contará com 6,5 km de extensão e 300 metros de largura.

O TX2 contará com mais de 13 quilômetros de cais e cerca de 30 berços para atracação de navios, onde serão movimentados produtos siderúrgicos, carvão, ferro gusa, escória e granito, além de granéis líquidos e sólidos.
Com área total de 8 milhões de m², o TX2 contará com cerca de 2 milhões de m² para a instalação de indústrias de apoio offshore e será um importante pólo de apoio para petróleo e gás.


Unidade de Tratamento de Petróleo (UTP)
Com localização privilegiada, a UTP do Superporto do Açu trará significativas vantagens para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural e processará, principalmente, o petróleo das Bacias de Campos e Espírito Santo e parte da produção do pré-sal da Bacia de Santos.
Na UTP, o petróleo bruto chega ao porto através de navios aliviadores e segue, por meio de dutos, para estocagem e tratamento em área onshore. Essas instalações permitem a consolidação de cargas de petróleo cru para exportação em eficientes navios de grande porte e a adequação das características do petróleo brasileiro ao exigente mercado internacional, reduzindo o custo do frete por tonelada e agregando valor ao produto final.

A consolidação de cargas e o blending serão realizados nos tanques com aquecimento e agitadores laterais ou nos sistemas de mistura in-line de petróleo. A UTP será capaz de remover água e sal do petróleo oriundo da produção offshore, utilizando centrífugas e dessalgadoras de alta eficiência.


Operações sinérgicas e eficiência de classe mundial
A sinergia é uma das maiores vantagens do Superporto do Açu. A integração total entre as suas atividades acelera os processos de produção e logística, reduz os custos e garante eficiência de classe mundial.
No Complexo Industrial do Superporto do Açu, siderúrgicas e cimenteiras operam de forma integrada, o que resulta em ganhos significativos para as empresas que dispõem de seus serviços. O minério de ferro é recebido através de mineroduto ou ferrovia e pode seguir para exportação por meio do porto ou para as siderúrgicas instaladas no próprio complexo.

As siderúrgicas fornecerão bobinas e outros produtos para metalúrgicas no polo metalmecânico que atenderão, com perfis e outros materiais, às indústrias e prestadores de serviços situados no TX2 que apóiam as operações de E&P de óleo e gás.

O carvão, necessário para o processo siderúrgico, será recebido pelo TX2. O carvão e o minério podem ser utilizados pelas siderúrgicas, transformados em aço e exportados por meio do porto. A escória, resíduo gerado pelas siderúrgicas, é utilizada como matéria-prima para as cimenteiras; estas recebem o coque através do porto e produzem o cimento que será vendido para o mercado interno. A escória excedente é exportada pelo porto.

Acesso logístico
As empresas que se instalarem no Superporto do Açu serão beneficiadas com duas alternativas para o transporte ferroviário: a Nova Linha Mineira (ligando o Rio de Janeiro ao Estado de Minas Gerais) e a Linha Litorânea (interligando as malhas da MRS e da FCA). Os dois acessos possibilitarão que o Superporto do Açu atenda as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país. As ferrovias já existem e os estudos para a recapacitação destes trechos já foram iniciados. 

O Superporto do Açu também contará com acesso rodoviário pelas principais rodovias brasileiras, como a BR 116 (Rodovia Presidente Dutra) e a BR 040 (Rio - Juiz de Fora). Para acesso ao Superporto do Açu, será construído um corredor logístico com 400 metros de largura e 43 km de comprimento. Ele terá 4 faixas rodoviárias, 2 linhas ferroviárias e 3 linhas de transmissão (135 kv, 345 kv e 500 kv). O Corredor Logístico foi dimensionado para transportar 200 milhões de toneladas por ano, com circulação de até 100 mil veículos por dia.



domingo, 17 de junho de 2012

Meio Ambiente - Conferências da ONU




"As principais conferências foram:



a) Estocolmo (1972) - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente;
b) Rio de Janeiro (1992) - ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento;
c) Kyoto (1997) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global;
d) Olinda (1999) - Convenção da Desertificação;
e) Haia (2000) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global;
f) Bonn (2001) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global; e
g) Johannesburgo (2002) - Rio + 10. "

Logo após a Segunda Guerra Mundial ocorreu um grande crescimento econômico em quase todo o mundo. Um dos agentes desse crescimento foi a expansão da atividade industrial, impulsionada por inúmeros fatores, dentre os quais se destacam: o crescimento populacional, a ampliação do número de consumidores de produtos industrializados e a incessante busca de maiores lucros pelos empresários.

Os custos econômicos e ambientais desse crescimento industrial irrefreável surgiram quando o meio ambiente não conseguiu mais absorver a poluição gerada e os gastos para corrigir os danos provocados tornaram-se inevitáveis, pois a saúde humana, as propriedades ou os ecossistemas estavam ameaçados.

Apesar de existirem alguns relatos do século 19 sobre os fenômenos da poluição, direta ou indiretamente provocados pela produção industrial, a preocupação com a poluição e a degradação ambiental originadas pela atividade econômica é relativamente recente.

Somente em 1972 foi realizada, em Estocolmo, na Suécia, a primeira Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o Meio Ambiente (United Nations Conference on the Human Environment). Essa conferência chamou a atenção do planeta para as ações humanas que estavam provocando uma séria destruição da natureza e gerando graves riscos para a sobrevivência da humanidade. 

A Conferência de Estocolmo reuniu representantes de 113 países, 250 ONGs (organizações não-governamentais) e órgãos ligados à ONU. Ao final do encontro foi divulgada uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam conduzir as decisões em relação às questões ambientais. Outra consequência foi a elaboração de um Plano de Ação, que convocava toda a comunidade internacional a contribuir na busca de soluções para uma diversidade de problemas de cunho ambiental.

No ano de 1983, a ONU retomou o debate das questões ambientais. A entidade indicou a primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para chefiar a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, sendo que essa comissão estaria encarregada de aprofundar estudos na área ambiental.

O documento final desses estudos, publicado em 1987, chamou-se "Nosso Futuro Comum" ou "Relatório Brundtland". Ele defendia a distribuição das riquezas como forma de desenvolvimento global e buscava chegar a um acordo entre as posições antagônicas dos países ricos e pobres. Foi nesse relatório que se empregou o conceito de desenvolvimento sustentável, que é "aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades".

Desde então, a ONU realiza conferências para debater questões, como desenvolvimento e meio ambiente, e ao mesmo tempo procurar soluções para os principais impactos ambientais globais. As principais conferências foram:

a) Estocolmo (1972) - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente;
b) Rio de Janeiro (1992) - ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento;
c) Kyoto (1997) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global;
d) Olinda (1999) - Convenção da Desertificação;
e) Haia (2000) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global;
f) Bonn (2001) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global; e
g) Johannesburgo (2002) - Rio + 10.

ECO-92




O debate ambiental ganha impulso em 1992, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro. O evento, que ficou conhecido como ECO-92 ou Rio 92, teve a presença de 172 países, representados por aproximadamente 10.000 participantes, incluindo 116 chefes de Estado. Além disso, receberam credenciais para acompanhar as reuniões cerca de 1.400 ONGS e 9.000 jornalistas.

Essa conferência tinha como objetivo decidir que medidas os países do mundo deveriam tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e preservar o meio ambiente para as gerações futuras. Havia, também, a intenção de introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.

Como resultado positivo foram programadas a Convenção sobre Mudanças Climáticas - que mais tarde daria origem ao Protocolo de Kyoto -, a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção sobre Desertificação, bem como a assinatura da Agenda 21, um plano de ação com metas para a melhoria das condições ambientais do planeta.

Protocolo de Kyoto

Como estava previsto na Convenção sobre Mudanças Climáticas, assinada durante a ECO-92, deveria ocorrer uma nova reunião internacional para debater a redução da emissão de gases responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta.

Esse encontro ocorreu no ano de 1997, em Kyoto, no Japão, onde líderes de 160 nações assinaram um tratado que ficou conhecido como Protocolo de Kyoto. Esse documento prevê, entre 2008 e 2012, uma redução de 5,2% (em relação aos níveis de 1990) nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênica do aquecimento global.

Em julho de 2001, representantes de 178 países reunidos em Bonn, na Alemanha, aprovaram a regulamentação do Protocolo de Kyoto. Essa regulamentação manteve os índices de redução estabelecidos em 1997, mas abrandou o cumprimento das metas previstas anteriormente, por meio da criação dos "sumidouros de carbono". 

Segundo essa proposta, os países que tivessem grandes áreas florestadas, que absorvem naturalmente o CO2 (gás carbônico), poderiam usar essas florestas como créditos a serem descontados do total de emissões que deveriam reduzir. Isso, na prática, permite que eles não cumpram a meta de redução e comercializem suas cotas de poluição com os países desenvolvidos. 

O Protocolo, contudo, corre o risco de não sair do papel, pois os Estados Unidos, responsáveis por aproximadamente um quarto das emissões mundiais de gás carbônico, negaram-se a ratificá-lo. De acordo com a alegação do ex-presidente George W. Bush, os compromissos acarretados pelo tratado interfeririam negativamente na economia norte-americana. Além disso, o Japão e a Rússia também relutam em assinar o documento, o que, na prática, inviabiliza sua implantação.

Um dos fatores que pressionam os EUA a não assinarem o Protocolo é a enorme pressão política exercida pelo setor industrial desse país, formado por poderosas empresas, que receiam perder lucros, pois todas as ações sugerem que elas devem substituir as atuais fontes de energia, altamente poluidoras, por outras, mais limpas. 

Essa substituição poderia levar à uma drástica redução da utilização de combustíveis fósseis ou mesmo à adoção de meios de transporte que adotariam tecnologias não poluentes, fato que iria contra os interesses econômicos das corporações empresariais norte-americanas.

Rio + 10

O mais recente fórum mundial foi realizado no período de 2 a 11 de setembro 2002, em Johannesburgo, na África do Sul e contou com a presença de governos, agências da ONU e ONGs. Esse encontro foi realizado para avaliar os resultados obtidos e as mudanças ocorridas nos dez últimos anos, desde a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro.

Nessa reunião verificou-se que a pobreza e a degradação ambiental aumentaram. Também ficou estabelecido que não seria preciso determinar uma nova Agenda, visto que os objetivos da Agenda 21 ainda não tinham sido atingidos.

Vale salientar que a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, ou Rio + 10, como ficou conhecida, integra o conjunto de iniciativas da ONU para reduzir pela metade o número de pessoas extremamente pobres (que vivem com menos de 1 dólar por dia) até 2015.

Nesse mesmo prazo, os países estipularam a meta de reduzir pela metade também o número de pessoas que não têm acesso a água potável e saneamento básico. Outro acordo assumido prevê a recuperação, também até 2015, dos cardumes espalhados pelos oceanos. Isso ocorreria por meio do controle da pesca, para que as espécies possam se reproduzir antes de serem capturadas.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rio + 20

Fonte: http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/rio20-comeca-nesta-quarta-com-negociacoes-no-riocentro.html

13/06/2012 06h45 - Atualizado em 13/06/2012 11h52

Rio+20 começa nesta quarta com 

negociações no Riocentro

Fase final de debates entre diplomatas segue até a sexta-feira.
Presidente Dilma inaugura espaço do governo no Parque dos Atletas.

Eduardo CarvalhoDo G1, no Rio
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A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começa oficialmente nesta quarta-feira (13), no Riocentro, no Rio de Janeiro. O encontro, que ocorre 20 anos depois da Rio 92, deve reunir mais de 130 chefes de Estado em sua fase final, para debater propostas sobre como aliar o desenvolvimento econômico à proteção ao meio ambiente e à inclusão social.
Desta quarta (13) até a sexta (15) ocorrem as últimas negociações sobre o documento que será levado aos chefes de governo -- é a “Reunião do Comitê Preparatório da Rio+20”.
Entre os dias 16 e 19, o governo brasileiro organiza mesas de debate sobre temas ligados à sustentabilidade com especialistas na área, nos “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”. A fase final, chamada de “Segmento de Alto Nível”, com presidentes e líderes de governos, vai de 20 a 22 de junho.
Soldados fazem policiamento no Riocentro, sede da Rio+20. (Foto: Reuters)Soldados cuidam da segurança no Riocentro, sede da Rio+20, na terça (12). (Foto: Reuters)
Nesta quarta, as negociações começam às 10h e devem continuar até o início da noite. Na sessão de abertura, os “co-chairs” (pessoas que ajudam o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, a comandar o encontro) vão divulgar a agenda das negociações e eleger aqueles que vão coordenar a redação dos capítulos do documento final.
Às 11h, a presidente Dilma Rousseff inaugura o “Pavilhão Brasil” no Parque dos Atletas, em frente ao Riocentro. No local, o governo brasileiro vai apresentar iniciativas e projetos ligados à temática ambiental.
Segundo o Comitê Nacional de Organização da Rio+20, ainda na quarta, às 18h30, haverá uma cerimônia oficial que deve contar com a presença dos ministros Antônio Patriota, das Relações Exteriores, e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente.
Documento final

O texto final deve apresentar propostas para que os países sejam capazes de desenvolver sua economia sem impactar o meio ambiente e erradicando a pobreza extrema – os pilares da chamada “economia verde”.
Em entrevista concedida ao Jornal Nacional na última segunda-feira (11), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que apenas um quinto do documento teve consenso de todos os países. O restante terá que ser debatido agora no Rio de Janeiro.
Organizações não-governamentais e demais representantes da sociedade civil criticam a falta de acordo entre as nações e o próprio documento, designando-o como “fraco” e “sem metas obrigatórias”.
A falta de obrigações do documento para os países foi criticada por especialistas ouvidos pelo G1, já que a ausência de metas pode ter afastado importantes líderes como David Cameron, do Reino Unido; Angela Merkel, da Alemanha; e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Para o secretário da Rio+20, tais ausências não enfraquecerão o encontro.
Eventos paralelos

Fora do Riocentro, outros eventos e mesas de debates acontecem em diversos locais do Rio de Janeiro. O maior deles é a Cúpula dos Povos, organizada por entidades da sociedade civil críticas à agenda oficial da Rio+20.
Humanidade 2012 tem instalações, seminários e oficinas (Foto: Marcos de Paula / Agência Estado/ AE)Humanidade 2012 tem instalações, seminários e oficinas (Foto: Marcos de Paula / Agência Estado/ AE)
No Forte de Copacabana, a Exposição Humanidade 2012 traz uma mostra gratuita e aberta ao público da diretora e cenógrafa Bia Lessa sobre os temas da Rio+20. O mesmo local recebe mesas de debate e, nos próximos dias, encontros de prefeitos e de empresários.
No hotel Windsor Barra, entre os dias 15 e 19, homens de negócios de todo o mundo se reúnem no "Forum sobre Sustentabilidade Global" para debater maneiras de impulsionar empresas levando em conta os quesitos de proteção ambiental.
Veja o mapa dos eventos da Rio+20  (Foto: Arte G1)Veja o mapa dos eventos da Rio+20 (Foto: Arte G1)
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