Trabalho realizado para a disciplina
de Geografia.
Professor: Jonathan
Kreutzfeld (edição e revisão).
Por: Fernanda Barma Leitzke e Gabriel Antonio Zoboli
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Introdução
A energia é o combustível que move um país, inclusive,
um mundo inteiro. Porém, as formas utilizadas atualmente para gerá-la vêm se
tornando cada vez mais desgastantes para a vida no planeta, sobretudo quanto aos
desafios encontrados atualmente quanto a melhor forma de continuar o seu uso,
talvez propondo a sua substituição por fontes energéticas mais limpas e
renováveis.
O objetivo deste trabalho é satisfazer todas as
dúvidas referentes ao tema em questão, além de possibilitar um melhor
entendimento quanto às dificuldades sociais, econômicas e ambientais provocadas
pelo aumento da demanda energética a nível mundial e nacional.
No desenvolvimento do trabalho foram encontrados
dados, a maioria em porcentagem, referentes ao aumento da demanda energética
nos próximos anos, suas principais causas e as consequências para a vida na
Terra. Os desafios mundiais causados por esse aumento, bem como os problemas
enfrentados no Brasil, serão tema de destaque nesse trabalho.
As pesquisas foram realizadas em sites da internet,
os quais continham notícias relevantes acerca do assunto em questão.
Fornecimento de energia, suas causas e
consequências
A energia é essencial no progresso econômico e
social de uma nação. Contudo, é cada vez maior a dificuldade de se desenvolver
um futuro melhor para a energia, com menor uso de combustíveis fósseis, visando
à adoção de um sistema energético com menos emissão de carbono.
Uma alternativa ao uso dos combustíveis fósseis
está em trocá-los pela energia renovável, a qual é proveniente de fontes novas
e mais limpas e, portanto, deverão suprir com maior eficiência a demanda por
energia a longo prazo. Tendo em vista a questão do consumo humano e do
aquecimento global, acredita-se que esta seja a medida mais cabível, a
princípio.
A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que
a demanda energética aumente até 2030, principalmente nas economias de países
como Índia e China, que possuem um forte crescimento (dados mais precisos serão
encontrados ao longo do presente trabalho). Isso fará com que a demanda mundial
de energia primária seja modificada em todo o globo.
Por outro lado, regiões menos desenvolvidas, como o
sul do Saara, na África, predomina uma enorme falta de energia.
No período compreendido entre os anos 2007 e 2008,
a alta nos preços da energia gerou, em muitos países, uma grande preocupação,
ameaçando o desenvolvimento da economia, os serviços públicos e o preço dos
alimentos, pois este está ligado ao da energia. A maior preocupação nos países
em desenvolvimento é quanto à oferta de energia de base, e, nos países
desenvolvidos, a segurança energética duradoura é a questão que vem gerando
apreensão.
Essa questão da segurança energética é uma
estratégia importante, pois abrange o desenvolvimento econômico, bem como as
mudanças climáticas, a variedade ecológica e a segurança nacional. Pensando
nisso, percebe-se que é há a necessidade de se combater o problema a partir do
desenvolvimento de energias renováveis e da conservação, juntamente com o apoio
dos setores público e privado.
No meio político, uma fonte alternativa de energia
que vem se destacando é a bioenergia, cuja produção, nos últimos anos, só tem
aumentado. Essa fonte surgiu sob pressão em meio à crise alimentar de 2007 e
2008, quando havia o dilema “combustível versus
comida”. Todavia, a redução nos preços do petróleo entre 2008 e 2009 diminuiu a
vantagem comercial do biocombustível que, ainda hoje, possui elevado custo de
produção.
Demanda de energia no mundo
O crescente aumento do consumo de energia é uma
grande preocupação mundial. De acordo com
pesquisas, entre 2010 e 2040 a demanda de energia no mundo irá aumentar 35%. Essa
mesma pesquisa mostra que o gás natural será a fonte energética que mais
crescerá no mundo, e sua demanda ficará em torno de 65%, passando o carvão
mineral e ficando atrás somente do petróleo. A maior parte desses 65% será
proveniente de fontes não convencionais, sendo liderado pela América do Norte.
O
carvão mineral terá um aumento de 25% em até 2025, depois disso, chegará a
menos de 20%.
O petróleo também crescerá em torno de 25%,
impulsionado pela maior atividade de transporte e comércio. Antes de sua exploração, estima-se que
existiam reservas de 2,3 trilhões de barris de petróleo. As atuais reservas
comprovadas no mundo somam 1,137 trilhões de barris, 78% dos quais se encontram
no subsolo dos países do cartel da OPEP. Essas reservas permitem suprir a
demanda mundial por 40 anos, mantido o atual nível de consumo.

Entre os 34 países que compõem a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD em inglês), o consumo de energia
deve crescer apenas 4% entre 2010 e 2030. Já os países que não pertencem à OECD,
devem ter um crescimento de 69% entre 2010 e 2030. Desta forma, os países da
não-OECD, que já eram responsáveis por 54% do consumo mundial de energia em
2010 devem passar a consumir 65% em 2030. Conclui-se, assim, que o mundo em
desenvolvimento passará a consumir quase dois terços da energia mundial no ano
de 2030, o que é uma grande novidade em relação ao que acontecia no século XX,
quando os países desenvolvidos monopolizavam o uso da energia não animal.
Ainda segundo a BP, a energia não fóssil (nuclear, hidrelétrica,
biocombustíveis, solar, eólica, etc) deve apresentar o maior crescimento nos
próximos 20 anos. Porém, as fontes fósseis (petróleo, gás e carvão) continuarão
representando mais de 75% da oferta de energia em 2030, sendo que o crescimento
maior do consumo ocorrerá nos países em desenvolvimento. Ou seja, se estas
previsões estiverem corretas, mesmo com maior eficiência energética, o mundo
vai continuar dependendo das energias fósseis nas próximas décadas.
Isto quer dizer que a emissão de CO2 vai
continuar aumentando nos próximos anos com o constante aumento do aquecimento
global e com todos os efeitos negativos sobre o meio ambiente. Outro ponto
negativo seria o aumento dos acidentes com vazamento de óleo, principalmente no
mar, como aconteceu no Golfo do México e como já está acontecendo no Brasil. As
dificuldades de exploração de petróleo em águas profundas (além dos problemas
de gestão administrativa) são um dos motivos que estão por trás da recente
queda de valor das ações da Petrobrás. Em todo mundo, crescem as preocupações
com os impactos ecológicos da indústria da energia fóssil.
Essas dificuldades podem vir a trazer o aumento no
preço dos combustíveis, aumentando assim o preço dos alimentos. Ou seja,
combater a fome e garantir que a população mais pobre tenha dinheiro para
comprar comida seria um grande desafio.
Evidentemente, a indústria do petróleo tende a
desconsiderar os problemas ecológicos e a ponderar o sucesso da produção de
energia baseado somente das novas tecnologias e nos novos investimentos. Porém,
muitos críticos alertam que o fim do mundo do petróleo não está longe e é
preciso estar preparado para isso.
Brasil em comparação com o mundo
Segundo informações da Agência Internacional de
energia (AIE), o Brasil está na décima posição entre os países que mais
consomem energia elétrica no mundo. Em 11 anos, o aumento do consumo de eletricidade
no país ficou acima da média mundial, que era de 30%, enquanto que, no Brasil,
foi de quase 38%.
Todavia, em comparação com países como China e
Índia, cujo aumento foi de 153% e de 64%, respectivamente, o Brasil não obteve
um aumento tão grande do consumo energético.
A nível mundial, o aumento crescente do consumo de
energia têm se tornado cada vez mais preocupante. A AIE informa que a demanda
por energia primária deve aumentar um terço no período de 2010 a 2035, sendo
somente China e Índia os responsáveis por metade desse crescimento. No Brasil,
o aumento deve ser de 78% nesse período.
Quanto
à produção e ao consumo de fontes renováveis de energia, o Brasil é um dos
líderes mundiais, principalmente em relação à energia hidrelétrica e de biocombustíveis.
O Brasil está em segundo lugar entre os maiores produtores mundiais de energia
hidrelétrica, perdendo apenas para a China. 45% de toda a energia produzida em
território brasileiro vem de fontes renováveis, dado esse consideravelmente
maior do que a média dos países ricos da OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), que é de 8%.
Entre
2009 e 2035, prevê-se que a utilização de fontes energéticas renováveis como a
solar e a eólica (com exceção da hidrelétrica) tenha um crescimento de 3% a
15%, devido ao aumento dos recursos para o aprimoramento dessas fontes. China e
União Europeia devem ser as que mais participarão nesse crescimento.
Apesar disso, cerca de 1,3 bilhão de pessoas no
mundo ainda não tem energia elétrica em casa.
Problemas quanto à demanda de energia no Brasil
Consumo brasileiro de energia aumentou mais que a
média mundial nos últimos 13 anos. Desde 2001, o consumo de eletricidade no
país aumentou quase 38%, acima da média mundial, que foi de 30% no período, ficando
como o décimo maior consumidor mundial de energia elétrica, segundo dados da
Agência Internacional de energia (AIE).
Apesar de significativo, o crescimento do consumo
de eletricidade no Brasil ficou bem abaixo das taxas registradas pela China e pela
Índia entre 2001 e 2009. Nesses dois países, o aumento foi, respectivamente, de
153% e de 64%, de acordo com a AIE. Os Estados Unidos, a China, a União
Europeia e a Índia representam mais de 60% do consumo mundial de eletricidade.
A situação energética do país preocupa com seus
reservatórios esvaziados, usinas com impasses para construção e possibilidade
de novos custos ao consumidor. As discussões, no entanto, adotaram mais um
caráter politico do que um compromisso ou preocupação com uma solução para
estabilizar a oferta de energia no país. As discussões mais promissoras são as
voltadas à racionalidade do consumo, conforme alerta Gilberto De Martino
Jannuzzi, professor da Unicamp. Ele destaca que a crescente demanda de energia
elétrica no Brasil pode tomar proporções insustentáveis, que nenhuma nova usina
hidrelétrica seria capaz de suprir.
Jannuzzi explica que o problema maior que a
dificuldade para implantar novas usinas ou tecnologias que deem conta da
demanda é justamente perceber que um aumento constante desta é insustentável,
além de tornar a energia cada vez mais cara. É urgente implantar então uma
política de demanda consciente, o que só é feito quando a população se depara
com uma crise como a de 2001, que impôs um racionamento e poderia ter
funcionado para educar os brasileiros, que não seguiram o aprendizado.
A classe média se expandiu e o ar-condicionado, por
exemplo, deixou de ser algo que pertencia somente às pessoas de classe alta. Hoje
em dia, são muitas as famílias que possuem esse aparelho. Falta agora uma
conscientização para saber lidar com a nova capacidade de consumo.
O consumo de energia acabou “virando moda” no
Brasil, como é o caso de ter ar-condicionado em cada cômodo da casa. A
construção de prédios e cidades é feita com o uso de uma arquitetura que não
está associada ao clima do país, que dependerá sempre de climatização. Isso
gera uma demanda desnecessária de energia elétrica.
Jannuzzi destaca medidas positivas e negativas
adotadas nos últimos anos, do ponto de vista da demanda da energia elétrica.
Uma das medidas positivas foi a redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) de eletrodomésticos mais eficientes que, inclusive, acredita,
poderia ter sido uma medida mais agressiva, implantada logo em dezembro de
2011. Também poderia ter sido incentivada a oferta de aparelhos ainda mais
eficientes no mercado. As medidas menos eficazes seriam, por exemplo,
incentivar o consumo, ao contrário do restante do mundo, e a redução de
tarifas, que gerou problemas de sustentabilidade financeira para um setor “tão
crítico”.
O Brasil tem capacidade para administrar melhor o
seu sistema energético, afinal, o país conta com recursos, pessoas e inteligência
suficiente para fazê-lo, basta aprender a fazer melhor uso desse sistema, bem
como dos seus recursos financeiros. Segundo Januzzi, é necessário administrar a
demanda por energia o tempo inteiro, não somente em tempos de crise,
estimulando o racionamento de forma mais eficaz.
Pensando nisso, vem sendo desenvolvidos programas
que incentivam o consumo consciente de energia no Brasil. Um exemplo é a
melhora da capacidade de pagamento das contas pelos clientes, além do aumento
do nível de consciência ambiental e energética para as questões ligadas ao
desperdício de energia. Outro é a redução da demanda de ponta, com a
postergação de investimentos nos sistema de geração, transmissão e
distribuição; redução de perdas comerciais e técnicas, bem como o aumento da
adimplência dos clientes beneficiados pelo programa.
Além do mais, com o aumento da conta de energia
elétrica, é bem provável que a população diminua o consumo de energia, visto
que essa ação necessária afetará (e muito) a parte financeira das famílias
brasileiras.
Em relação ao custo do programa embutido na conta
dos clientes, afirma-se que 1% da receita operacional líquida das concessionárias
se destina ao programa e à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), sendo que este
percentual já é um encargo na tarifa de energia elétrica estabelecido por Lei
Federal nº 9.991, de 24 de julho de 2000.
Seria necessária a criação de uma política de
desenvolvimento tecnológico para garantir que os melhores equipamentos estejam
no mercado, e ainda avaliar se os selos oferecidos são os mais adequados. As
políticas fragmentadas falam em construir novas usinas, e isso é cada vez mais
difícil, considerando-se a questão do reservatório, a climática e um incentivo
ao consumo que poderia ser feito de outra maneira. O país deveria trabalhar
melhor a questão do gasto de energia elétrica. Na mentalidade do brasileiro,
quanto maior sua geladeira, maior o seu “status”, não se importando com a
quantidade de energia que ela irá gastar. O perigo está em insistir na ausência
do planejamento da demanda de eletricidade. Como o setor de energia é
estratégico para o desenvolvimento do país, é preciso investir em planejamento
hoje.
Projeções quanto ao futuro da energia elétrica no Brasil
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o
consumo de energia elétrica no país vai crescer 4,3%, em média, nos próximos
dez anos. Os dados serão utilizados como subsídio para a formulação do Plano
Decenal de Expansão de Energia (PDE) e do Plano Nacional de Energia de Longo
Prazo (PNE). De acordo com as novas estimativas, o crescimento médio anual da
demanda total de eletricidade (que inclui consumidores cativos, consumidores
livres e autoprodutores) será 4,3% ao longo da próxima década, atingindo 781,7
terawatts-hora (TWh) em 2023, contra os atuais 514 TWh.
Para esse ano (2014), o crescimento do consumo será
de 3,8%, com destaque para os setores comercial, com alta de 4,4%, e
residencial, com crescimento de 4,1%. Essa taxa supera a do ano passado, quando
o consumo de energia cresceu 3,5%, segundo dados preliminares apurados pela
EPE. E para os próximos anos, essa taxa será, em média, 4,3% ao ano.
Ainda segundo a EPE, este ano, a indústria deve
apresentar uma taxa de crescimento do consumo de eletricidade na rede de 3,4%,
contra a alta de 0,6% registrada no ano passado.
Projeção do aumento do consumo de energia elétrica e a variação
acumulada do PIB. Fonte: brazilenergy.com.br
Conclusão
O aumento do consumo humano de energia elétrica tem
gerado o crescimento da demanda nesse setor, e a tendência é continuar com esse
crescimento nos próximos anos. Isso vem causando grande preocupação mundial,
pois o aumento da demanda energética fará com que as fontes atuais se esgotem
mais rapidamente, mesmo as renováveis. Por isso da importância e urgência de
descobrir novas e mais limpas fontes de energia.
Em
relação ao Brasil, o uso desnecessário e sem consciência de energia também vem
sendo um desafio para o país, apesar de contar com fontes renováveis,
principalmente a hidrelétrica. Um exemplo é quanto ao ar-condicionado, presente
na maioria das residências brasileiras e que está sendo utilizado de forma
inadequada, sem levar em conta fatores como os prejuízos financeiros à própria
família, visto que a conta de luz está aumentando consideravelmente em
decorrência disso.
Segundo
as pesquisas apresentadas no decorrer desse trabalho, a energia elétrica deve
aumentar 15% nos próximos 10 anos. Isso mostra que o país precisa encontrar
novas alternativas ou melhorar o desempenho das já existentes, caso contrário,
é bem provável que aconteça uma crise energética.
Referências
http://www.biodieselbr.com/energia/alternativa/demanda-energia.htm
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