O
Irã (República Islâmica do Irã) e anteriormente conhecido como Pérsia, é um
país localizado na Ásia Ocidental. Tem fronteiras a norte com Armênia,
Azerbaijão e Turcomenistão e com o Cazaquistão e a Rússia através do Mar
Cáspio; a leste com Afeganistão e Paquistão; ao sul com o Golfo Pérsico e o
Golfo de Omã; a oeste com o Iraque; e a noroeste com a Turquia. Composto por
uma área de 1.648.195 quilômetros quadrados é a segunda maior nação do Oriente
Médio e a 18ª maior do mundo. Com mais de 77 milhões de habitantes, o
Irã é o 17º país mais populoso do mundo.
O
Irã é uma República Islâmica que é o
nome dado à república que constitui seu corpo instituicional de maneira
compatível com os preceitos do islamismo. Na prática, cada um dos países que
adota o republicanismo islâmico tem sua maneira própria de aplicar os preceitos
islâmicos às instituições republicanas. Entre os países no mundo que adotam o
regime incluem as repúblicas islâmicas do Irã, Paquistão, Afeganistão e a
Mauritânia.
Economia
A
economia iraniana é extremamente dependente da exportação de petróleo, isso significa
que enquanto havia restrição a compra de petróleo iraniano, o mundo teve uma
alta de preço pois se um dos maiores produtores deste recurso não está no
mercado a oferta diminuía. E para o Brasil o petróleo caro tem dois lados:
-
por um lado é bom para a Petrobrás lucrar mais e viabilizar projetos caros e;
-
por outro lado seria interessante para nós usuários caso o nosso preço de
combustíveis também caísse.
Mas
devemos olhar para a economia iraniana não como um rival petroleiro e sim como
um gigante e potencial cliente dos produtos brasileiros, principalmente
alimentos. Com um PIB de quase 1 trilhão de dólares e muita coisa que não
conseguem produzir, o Irã pode ser um grande parceiro econômico de qualquer
nação produtora de alimentos.
Exportações
|
66,37
mil milhões
|
Produtos
exportados
|
Petróleo
(80%), produtos químicos e petroquímicos, frutas e nozes, tapetes
|
Principais
parceiros de exportação
|
República
Popular da China 21,4%, Japão 9,1%, Turquia 8,8%, Índia 8,1%, Coreia do Sul
8%, Itália 5,3%
|
Importações
|
66,97
mil milhões
|
Produtos
importados
|
Matérias-primas
e bens intermediários, bens de capital, alimentos e outros bens de consumo,
serviços técnicos
|
Principais
parceiros de importação
|
Árabes
Unidos 30,9%, República Popular da China 17,4%, Coreia do Sul 7,1%, Alemanha
4,8%, Turquia 4,2%
|
Dívida
externa bruta
|
9,452
bilhões
|
Outro
aspecto interessantíssimo da economia iraniana é sua pequena dívida externa que
corresponde a cerca de 10% do PIB, só pra ter uma ideia, os EUA possuem dívida
externa equivalente a quase 100% do seu PIB e a Noruega mais de 800%.
Situação
atual: "Pior negócio de todos os tempos", diz Trump
O
acordo nuclear marcou a maior realização estrangeira do ex-presidente americano
Barack Obama. Trump, no entanto, chamou o pacto de "desastre" e de
"o pior negócio de todos os tempos" e tem trabalhado
para desfazer grande parte das agendas de política interna e externa deixadas
por Obama.
O atual presidente dos EUA critica o
acordo por não incluir o programa de mísseis balísticos do Irã ou o apoio
governamental iraniano a grupos como o Hezbollah e a ajuda enviada por eles ao
presidente sírio Bashar Assad. Trump também critica o fato de os termos do
acordo terem data para expirar. Ele afirma que o pacto "deu à ditadura do
Irã uma linha de vida política e econômica".
O
primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, um dos inimigos do Irã, também
critica a negociação. Buscando garantir a retirada de Trump do pacto, ele
apresentou na semana passada o que disse ser provas de que o Irã mentiu sobre
suas ambições nucleares nos anos 2000. Porém as informações utilizadas por
Netanyahu parecem coincidir com as que a AIEA já informara anteriormente sobre
o programa nuclear de Teerã.
Enquanto isso, muitos iranianos
dizem que não viram os benefícios econômicos que o presidente Hassan Rohani
prometeu com o acordo. O público foi atingido pela espiral inflacionária, que
alimentou protestos pelo país em dezembro e janeiro.
O acordo sobre o Programa Nuclear Iraniano aprovado por Obama em 2015
As
grandes potências e o Irã concluíram em 14 de julho de 2015 em Viena, após
meses de intensas negociações, um
acordo final sobre o programa nuclear iraniano, destinado a garantir a
natureza estritamente pacífica do programa em troca do levantamento das sanções
internacionais contra o Irã. Uma constatação importante é a de que Barack Obama se arriscou bastante encabeçando um acordo que é relativamente arriscado.
Entre
os principais "parâmetros" do acordo estão:
'Breakout
time'
O
objetivo é fixar um ano, no mínimo, e pelo menos dez anos, o "breakout
time", o tempo necessário para o Irã produzir material físsil suficiente
para a fabricação de uma bomba atômica, e para tornar uma tal tentativa
imediatamente detectável. Este período é atualmente de 2 a 3 meses.
Enriquecimento
de urânio
O
enriquecimento de urânio por meio de centrífugas abre caminho para diferentes
utilizações, segundo a taxa de concentração de isótopo U-235: 3,5 a 5% para
combustível nuclear, 20% para uso médico e 90% para uma bomba atômica. Esta
última etapa, a mais crucial, é também tecnicamente a mais rápida a produzir.
-
O número de centrífugas do Irã passará de mais de 19.000 atualmente, incluindo
10.200 em atividade, a 6.104 - uma redução de dois terços -, durante um período
de 10 anos.
Apenas
5.060 entre elas serão autorizadas a enriquecer urânio, a um nível que não
ultrapassará 3,67% durante 15 anos. Trata-se exclusivamente de centrífugas de
primeira geração.
Contudo,
o Irã poderá prosseguir com suas atividades de pesquisa com centrífugas mais
modernas e começar a fabricação, após oito anos, dos IR-6, dez vezes mais
eficazes que as máquinas atuais, e ao IR-8, com desempenho 20 vezes superior.
-
Teerã reduzirá a 300 kg, por um período de 15 anos, seu estoque de urânio
enriquecido (LEU), atualmente de 10.000 kg.
-
Teerã aceitou não construir nenhuma nova instalação de enriquecimento de urânio
durante 15 anos.
-
O Irã concorda em interromper o enriquecimento de urânio por pelo menos 15 anos
na usina de Fordo, enterrada sob as montanhas e, portanto, impossível de
destruir por ação militar.
Não
haverá material físsil em Fordo por pelo menos 15 anos.
O
local permanecerá aberto, mas não enriquecerá urânio.
Cerca
de dois terços das centrífugas de Fordo será removido do local.
-
Natanz: é a principal instalação de enriquecimento iraniano, com cerca de
17.000 centrífugas IR-1 de primeira geração, mil de IR-2M, e com capacidade de
acomodar um total de 50.000.
Teerã
concordou em torná-la sua única usina de enriquecimento e manter apenas 5.060
centrífugas, todas IR-1. As centrífugas IR-2M serão retiradas e colocadas sob
controle da AIEA.
Controle
A
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), já presente no Irã, será
responsável por controlar regularmente todas as instalações nucleares
iranianas, e terá suas prerrogativas reforçadas consideravelmente.
-
O campo de competência da AIEA se estenderá a todo programa nuclear iraniano,
da extração de urânio à pesquisa-desenvolvimento, passando pela conversão e o
enriquecimento de urânio. Os inspetores da AIEA poderão ter acesso às minas de
urânio e aos locais onde o Irã produz o "yellowcake" (um concentrado
de urânio), durante 25 anos.
-
O Irã também concedeu um acesso limitado a suas instalações não-nucleares,
principalmente militares, em caso de suspeita de atividade nuclear ilegal,
pelos inspetores da AIEA como parte do Protocolo adicional ao Tratado de Não
Proliferação Nuclear (TNP) que os países se comprometeram a aplicar e
ratificar.
Plutônio
O acordo visa a tornar impossível a produção pelo Irã de plutônio 239, outro componente que pode compor uma bomba nuclear.
-
O reator de água pesada em construção em Arak será modificado de modo a ser
incapaz de produzir plutônio de qualidade militar. Os dejetos produzidos serão
enviados ao exterior durante toda a vida do reator.
-
Teerã não poderá construir um novo reator de água pesada durante 15 anos.
Sanções
O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve adotar uma nova resolução para aprovar o acordo e anular todas as resoluções anteriores contra o programa nuclear iraniano.
Algumas
medidas serão, no entanto, mantidas como exceção.
-
As sanções americanas e europeias relacionadas com o programa nuclear iraniano
visando os setores das finanças, energia e transporte, serão levantadas
"assim que o Irã implemente" seus compromissos nucleares, atestado
por um relatório da AIEA, o que não deve acontecer antes de 2016.
-
As sanções da ONU sobre as armas: vão ser mantidas por cinco anos, mas exceções
poderão ser concedidas pelo Conselho de Segurança. Todo comércio de mísseis
balísticos com capacidade de transportar ogivas nucleares permanece banido por
um período indeterminado.
Considerações finais
O fim do embargo recolocava o Irã na economia mundial em uma época de crise econômica global, a atual gestão dos EUA prefere o distanciamento do Irã e o isolamento econômico do mesmo.
Jonathan Kreutzfeld
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/07/1658978-ira-se-volta-a-cultura-pop-do-ocidente-para-reconquistar-sua-juventude.shtml
https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,o-que-e-o-acordo-nuclear-com-o-ira-e-por-que-ele-e-criticado,70002299880
https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,o-que-e-o-acordo-nuclear-com-o-ira-e-por-que-ele-e-criticado,70002299880
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