Trabalho escolar dos alunos do 1o ano do Ensino Médio do Centro Educacional Timbó S/A (CETISA).
Rebecca Raíssa Piovesana;
Heloise Lenzi.
Professor: Jonathan Kreutzfeld
1. DEFINIÇÃO DE IMIGRAR
Imigrar, no sentido da palavra ao pé da letra,
significa a entrada de um individuo ou um grupo de indivíduos em um país do
qual não é o seu de origem para ali viver ou passar um período de sua vida.
A imigração geralmente ocorre por motivos pessoais
ou pela busca de melhores condições de vida e de trabalho por parte dos que
imigram, mas ainda temos os que precisam fugir de perseguições ou
discriminações por motivos religiosos ou políticos.
E é a partir desse conceito, que pelos anos de
1530, a imigração no Brasil teve início, com a chegada dos colonos portugueses,
que vieram para o Brasil com o objetivo de dar início ao plantio de
cana-de-açúcar.
2. HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO NO BRASIL
Conseguimos considerar como marco inicial da
imigração no Brasil a data de 1530, pois a partir deste momento os portugueses
vieram para o nosso país para dar início ao plantio de cana-de-açúcar. Contudo,
a imigração intensificou-se a partir de 1818, onde houve a chegada dos
primeiros imigrantes não-portugueses, que vieram para o Brasil durante a
regência de D. João VI. Devido ao vasto tamanho do território brasileiro e a
prosperidade das plantações de café, a imigração teve uma extensa importância
para o desenvolvimento do país, no século XIX.
A busca de oportunidades nas novas terras, fizeram
com que viessem para cá os suíços, que chegaram em 1819 e se instalaram em Nova
Friburgo (Rio de Janeiro), os alemães, que vieram logo depois, em 1824, e foram
para o sul, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Blumenau, Joinville e Brusque, os
eslavos, originários da Ucrânia e Polônia, habitando o Paraná, os turcos e os
árabes, que se concentraram na Amazônia, e os italianos de Veneza, Gênova,
Calábria, e Lombardia, que em sua maior parte vieram para São Paulo. O maior
número de imigrantes no Brasil são os portugueses, que vieram em grande número
desde o período da Independência .
Depois da abolição da escravatura (1888), o governo
brasileiro incentivava a entrada de imigrantes europeus em nosso território.
Com a necessidade de qualificada mão-de-obra, para substituir os escravos,
milhares de italianos e alemães chegaram para trabalhar nas fazendas de café do
interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país. Já no ano de 1908, começou a imigração
japonesa com a chegada ao Brasil do navio Kasato Maru, trazendo do Japão 165
famílias de imigrantes japoneses, que também buscavam os empregos nas fazendas de
café do oeste paulista.
Estes povos todos vieram e se assentaram no nosso
território, com os mais variados ramos de negócio, o ramo cafeeiro, a atividade
artesanal, a policultura, a atividade madeireira, a produção de borracha, a
vinicultura, etc.
Atualmente, observamos um novo grupo imigrando para
o Brasil: os coreanos. Estes não são diferentes dos anteriores, porque da mesma
forma, vieram acreditando que poderão encontrar oportunidades aqui que não
encontram em seu país de origem. Eles se destacam no comércio vendendo produtos
dos tipos mais variados que vai desde alimentos, calçados, vestuário (roupas e
acessórios) até artigos eletrônicos.
Embora a imigração tenha seu lado bom, diversos países,
procuram dificultá-la e, sempre que possível, até mesmo impedi-la, para que não
haja um crescimento exagerado e desordenado de sua população, como por exemplo,
os Estados Unidos, que cada vez mais adota medidas com este propósito, e uma
delas é a dificuldade para no passaporte obter um visto americano.
2.1 IMIGRAÇÃO PORTUGUESA
A Imigração Portuguesa no Brasil representou se não
a maior, umas das maiores correntes de estrangeiros que vieram fazer a vida no
país.
Portugueses possuem uma história muito íntima com a
história do Brasil. Do mesmo modo, o Brasil tem todo seu processo de
desenvolvimento histórico muito aliado aos portugueses, inicialmente porque
fomos colônia de Portugal por mais de trezentos anos e, em segundo lugar,
porque abrigamos no decorrer do século XIX e início do XX um amplo fluxo de
imigrantes.
Com o descobrimento do Brasil, que a imigração
portuguesa teve sua origem. Quando Pedro Alvarez Cabral tomou posse do Brasil,
em 1500, em nome de Portugal, a partir desse momento que os portugueses vieram
para as novas terras, por força do Estado português. Neste momento inicial, os
portugueses não tinham interesse em viver no Brasil, acarretando a emigração de
indivíduos problemáticos, na maioria das vezes, como alternativa de se livrar
dos indesejáveis, transferindo-os para o Brasil. Muito pouco Portugal estava
obstinado a empreender esforços na colonização do Brasil, a situação só mudou
quando outras nacionalidades, como é o caso dos franceses, tentaram tomar conta
do Brasil. Marca esta da fase primeira do século XVI e XVII que é caracterizada
pela baixa imigração portuguesa, é um período restrito, ainda sem muitos
atrativos nas terras do Novo Mundo.
Em 1696 a situação sofreu um grande revés, quando foi
encontrado ouro no Brasil. Esse metal precioso era muito cobiçado na Europa e
despertava enorme interesse em muitas nações,
Portugal tinha grande ressentimento por ainda não ter encontrado ouro nas suas
terras na América, uma vez que sua vizinha Espanha era colonizadora da maior
parte do continente, e já havia encontrado o metal em tampouco tempo de
colonização. A notícia do ouro encontrado se espalhou rapidamente por Portugal
e gerou uma enorme emigração para o país, milhares de portugueses abandonaram o
país de origem e se dirigiram para o Brasil atrás do tão valioso metal. Vilas
inteiras chegaram a ficar vazias em terras lusas (portuguesas). E então nosso
país começou a receber um número absurdo de portugueses que queriam explorar
minas e fazer a situação colonial sofrer uma alteração sem precedentes. Acostumada
a exportar seus produtos, a colônia, passou a comprar as mais variadas mercadorias
por causa do fluxo de ouro, o que marcou todo o século XVIII.
No começo do século XIX, a principal atividade de
renda dos portugueses já não era mais o ouro, que havia sido esgotado devido a
exagerada exploração das minas brasileiras. O século novo já determinava o café
como o principal produto gerado no Brasil para o mundo. Em 1808, impulsionado
por fatores políticos e pressões de Napoleão na Europa, o rei de Portugal,
juntamente com toda sua corte, mudam-se para o Brasil a fim de salvar o Império
Português da expansão napoleônica. Durante esta época, muitos portugueses
acompanharam a corte e migraram para o Brasil, que passou a ser o centro
administrativo de todo o Império. No ano de 1822 o Brasil acaba ficando
independente e é quando realmente os portugueses passam a ser imigrantes, pois
o Brasil é então um Estado diferente de Portugal.
Ao longo do século XIX e durante metade inicial do
século XX que ocorre a grande imigração portuguesa no país. Portugal sobre
problemas econômicos com a perda de sua colônia e fica fica incapaz de
sustentar sua população adequadamente. Na Europa passa-se por momentos
revolucionários e contestatórios no século XIX, proporcionando outro elemento
para emigração. Porém, no caso do Brasil, é principalmente devido a necessidade
de mão-de-obra na lavoura e nas nascentes indústrias que faz impulsionar a
imigração. O crescente, embora lento, cenário de abolição do trabalho escravo
desperta nos cafeicultores o interesse pelo trabalhador livre estrangeiro.
O momento final de imigração portuguesa no Brasil
tem início no governo de Getúlio Vargas quando, em contexto geral, todas as
nacionalidades passam a entrar no Brasil em menor número. É uma fase arcada
pelas políticas de controle dos estrangeiros no país e principalmente pelo declínio
da imigração no Brasil. E então passa a cair o número de imigrantes
portugueses, assim como de outras nacionalidades, caí seguidamente. Porém hoje em dia temos um número irrisório
(pequeno) de imigrantes portugueses, não são contabilizados mais com tanta
ênfase como nas fases anteriores.
2.2 IMIGRAÇÃO ITALIANA
Com a abolição da mão de obra escrava no Brasil, os
europeus passaram a tomar conta da mão-de-obra escrava, tendo como um dos
primeiros imigrantes, os italianos, que chegaram no Brasil por volta do ano de
1870, com a estimulação da imigração europeia pelo Brasil, especialmente depois
de 1850 (abolição da escravidão).
A região sul foi onde os italianos chegaram de
inicio, e a partir dai foram instalando colônias de imigrantes. No século XIX,
o governo brasileiro criou as primeiras colônias. As colônias foram fundadas em
áreas rurais como a Serra Gaúcha, Garibaldi e Bento Gonçalves. E os imigrantes
eram, em sua maioria, da região do Vêneto, norte da Itália. Após cinco anos,
devido ao grande número de imigrantes, o governo criou uma nova colônia
italiana em Caxias do Sul. Lá começaram com o cultivo de uva e vinho, e
atualmente são lugares onde se produzem os melhores vinhos do país. Em 1875,
também foram fundadas colônias em Santa Catarina, sendo estas, Criciúma e
Urussanga e, em seguida, as primeiras colônias no Estado do Paraná.
Devido ao processo de expansão das fazendas de
café, no estado de São Paulo, a região sudeste, foi que recebeu o maior número
de imigrantes oriundos da Itália, mesmo tendo sido a região sul que primeiro
recebeu os imigrantes italianos.
Os italianos começaram a expandir-se por Minas
Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A maioria teve como destino inicial o
campo e o trabalho agrícola. Muitos imigrantes italianos, após trabalhar anos
colhendo café, conseguiram juntar dinheiro suficiente para comprar suas
próprias terras e tornaram-se fazendeiros, outros partiram para os grandes
centros urbanos (como São Paulo), pois as condições de trabalho no campo eram
péssimas.
Contínuas notícias de trabalho semi-escravo e
condições indignas nas fazendas de café no Brasil fizeram com que os italianos
preferissem destinos como a Argentina e os Estados Unidos. A imigração italiana
no Brasil continuou até a década de 20, quando o ditador Bento Mussolini, com
seu governo nacionalista, começou a controlar a imigração italiana. Também com
a Segunda Guerra Mundial a chegada de italianos ao Brasil entrou em decadência.
Entre as inúmeras contribuições italianas à cultura
brasileira podemos citar novas técnicas agrícolas, o uso do “tchau” (ciao) em
todo o Brasil, pratos que foram incorporados (pizzas, spagueti e o costume de
comer panetone no natal), novas palavras (paura, polenta, etc.), o enraizamento
do catolicismo, incorporando elementos italianos na religião brasileira, e
muito mais.
2.3 IMIGRAÇÃO ALEMÃ
Os alemãs procurando uma melhor condição de vida do
que a que encontravam na Alemanha vieram para o Brasil por volta do ano de
1818, o primeiro grupo de imigrantes alemães que chegou ao Brasil, fixou-se no
sul da Bahia. No entanto, a primeira colônia fundada pelos alemães foi no
extremo sul do país, em São Leopoldo, hoje, região metropolitana da capital
gaúcha.
Chegaram os primeiros imigrantes germanos ao porto
de Santos, em 1827, este primeiro grupo
foi para Santo Amaro, os grupos que vieram a seguir foram para localidades como
São Roque, Embu, Itapecerica, Rio Claro e para os cafezais, no interior do
estado de São Paulo. Dois anos depois, tinha início a colonização de Santa
Catarina (hoje, o mais alemão dos estados brasileiros, calcula-se que 35% da
população deste estado tem ascendência alemã) nas cidades de Mafra e São Pedro
de Alcântara. É interessante destacar que em Santa Catarina fica também
Pomerode que localizado na Mesorregião do Vale do Itajaí e na Microrregião de
Blumenau é conhecido por ser "A cidade mais alemã do Brasil". Posteriormente
foi a vez do Paraná, lá a colonização começou pela cidade de Rio Negro. E em
Curitiba, a partir de 1833, começou a chegar um número um pouco maior de
imigrantes alemãs.
O Rio Grande do Sul também foi um estado que
recebeu muito imigrantes alemães, seguido de Santa Catarina. No ano de 1930,
aproximadamente 20% da população destes estados eram compostos de imigrantes de
origem germânica. Porém embora menor, a presença alemã foi marcante em estados
como São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Minas gerais e Rio de Janeiro (Nova
Friburgo e Petrópolis).
Logo após a I Guerra Mundial e antes do início da
Segunda Grande Guerra houve o ápice da imigração alemã no Brasil que ocorreu
entre 1920 e 1930, época em que desembarcaram no país aproximadamente 75.000
alemães fugindo das tensões de cunho político e econômico que aconteciam na
Alemanha. E com o desenvolvimento de novas tecnologias que acabaram por
substituir a mão de obra do homem, teve
muitos desempregos que fizeram com que artesões e industrias falassem.
A mão de obra especializada foi de grande
importância para o sul do país, estes novos imigrantes já não se dirigiam
apenas as áreas rurais (alguns deles vieram como refugiados políticos), mas
trabalhavam como operários, professores, etc
2.4 IMIGRAÇÃO JAPONESA
A colônia japonesa do Brasil é a maior do mundo.
Hoje, composta por 1,5 milhões de nikkeis (japoneses e seus descendentes).A
imigração japonesa no Brasil começou no início do século XX, em função de um
acordo entre os governos japonês e brasileiro. O Japão tinha um problema de
superpopulação e o Brasil necessitava de mão-de-obra para os cafezais.
O primeiro navio a chegar no Brasil foi o Kasatu
Maru, que chegou no porto de Santos com imigrantes japoneses, chegou no dia 18
de Junho de 1908, vindo de Kobe e trouxe a bordo 65 famílias que vieram
trabalhar nos cafezais do oeste paulista. Nos primeiros sete anos, chegaram
mais 3434 famílias (14.983 pessoas). Durante o início da I Guerra Mundial, a
imigração se intensificou, entre 1917 e 1940, chegaram 164 mil japoneses ao
Brasil. 75% deles se estabeleciam em São Paulo, onde já havia bairros e
colônias japonesas.
Quase 85% dos japoneses que vieram ao Brasil tinham
a intenção de enriquecer e voltar ao Japão, porém enriquecer rápido em terras
brasileiras era um sonho praticamente irrealizável. A grande maioria dos
japoneses trabalhou em plantações de café no interior de São Paulo e
posteriormente no norte do Paraná. Outros foram trabalhar na exploração da
borracha na Amazônia ou nas plantações de pimenta no Pará. Constituída de
campesinos pobres vindos das províncias do sul e do norte do Japão eram a maior
parte dos japoneses.
O governo nipônico começou a incentivar a ida para
o Brasil por diversos motivos: o campo e as cidades japonesas estavam
superlotados de gente, causando pobreza e desemprego, além disso, o governo
japonês queria espalhar a etnia japonesa pelo mundo, e além disso com o fim da
guerra, o fluxo de imigrantes japoneses cresceu consideravelmente no Brasil.
O Brasil na década de 30, o Brasil já abrigava a
maior população japonesa fora do arquipélago. Com o começo da II Guerra
Mundial, a migração japonesa cessou totalmente e só voltou a crescer quando terminou
a guerra. Porém, o Brasil tinha declarado guerra ao Japão e a imigração foi
proibida. Os imigrantes já estabelecidos começaram a ser perseguidos pelo
governo brasileiro e o presidente Getúlio Vargas proibiu o uso da língua
japonesa em território nacional e qualquer manifestação cultural nipônica era
considerada crime.
Diante as diversas marcas que a cultura japonesa
deixou no Brasil podemos destacar: uma culinária muito rica e saudável, a
tecnologia agrícola e os esportes como o karatê, judô, taekwondo e os mangás.
2.5 IMIGRAÇÃO ESPANHOLA, FRANCESA E JUDAICA
Era proibida a entrada de estrangeiros no Brasil
pela legislação portuguesa no período colonial, mas isso não impediu que viessem
espanhóis entre 1580 e 1640, quando as duas coroas estiveram unidas; judeus
(originários, sobretudo da península ibérica), ingleses, franceses e
holandeses. Esporadicamente (de vez em quando), viajavam para o Brasil
cientistas, missionários, navegantes e piratas ingleses, italianos ou alemães.
3. IMIGRAÇÕES ATUAIS NO BRASIL
O Brasil abriga 1.847.274 imigrantes regulares,
segundo estatísticas da Polícia Federal atualizadas em março de 2015. Conforme
a classificação adotada pela instituição, esse total engloba :
1.189.947 “permanentes”;
595.800 “temporários”;
45.404
“provisórios”;
11.230 “fronteiriços”;
4.842 “refugiados”;
e 51 “asilados”.
É um grande número, mas que constitui apenas uma
pequena parcela do conjunto global de imigrantes. Este alcançou o patamar dos
250 milhões em 2013.
Os imigrantes compõem, no Brasil, somente 0,9% da
população. Em destinos tradicionais da imigração, como Estados Unidos, Canadá,
Alemanha, Espanha e França, o percentual é da ordem de dois dígitos.
Porém o número de imigrantes no Brasil está
aumentando de forma consistente. E tende a aumentar ainda mais nos próximos
anos.
3.1 IMIGRAÇÕES
HAITIANAS
Em 2010, a imigração de haitianos que deixaram a
terra natal com destino ao Brasil ganhou força, quando um forte terremoto
deixou mais de 300 mil mortos e devastou parte do país. Eles vêm ao Brasil em
busca de uma vida melhor e de poder ajudar familiares que ficaram para trás.
Segundo o governo do Acre, desde dezembro de 2010,
cerca de 130 mil haitianos entraram pela fronteira do Peru com o Estado e se
instalaram de forma precária nos estados do Pará, Acre, Amazonas, Mato Grosso e
Mato Grosso do sul. De acordo com o delegado Carlos Frederico Portella Santos
Ribeiro, da Polícia Federal (PF), entre janeiro e setembro do ano de 2011,
foram 6 mil e, em 2012, foram 2.318 haitianos que entraram ilegalmente no
Brasil.
Para chegar até o Acre, eles saem, em sua maioria,
da capital haitiana, Porto Príncipe, e vão de ônibus até Santo Domingo, capital
da República Dominicana. Lá, compram uma passagem de avião e vão até o Panamá.
Da cidade do Panamá, seguem de avião ou de ônibus para Quito, no Equador.
Por terra, vão até a cidade fronteiriça peruana de
Tumbes e passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari,
cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passam até chegar a
Brasiléia, também no Acre.
Eles chegam em Brasileia, no Acre, de ônibus e são
orientados a procurar a delegacia da Polícia Federal solicitando refúgio,
preenchendo um questionário no próprio idioma e sendo entrevistados por
policiais. A PF emite um protocolo preliminar que os torna "solicitantes
de refúgio", obtendo os mesmos direitos que cidadãos brasileiros, como
saúde e ensino. Os haitianos também podem tirar carteira de trabalho,
passaporte e CPF, sendo registrados oficialmente no Brasil.
Depois do registro na PF, a documentação segue para
o Comitê Nacional de Refugiados (Conare) e para o Conselho Nacional de
Imigração (Cnig), que abrem um processo para avaliar a concessão de residência
permanente em caráter humanitário, com validade de até 5 anos.
3.2 IMIGRAÇÕES BOLIVIANAS
A imigração boliviana no Brasil é um movimento
migratório ocorrido a partir do último quarto do século XX. É uma das maiores
populações do 0,5% da população brasileira que é proveniente dos países da
América do Sul , estando sua maioria localizada nos estados de Mato Grosso do
Sul, São Paulo, Rondônia, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
Os bolivianos começam a vir ao Brasil durante a
década de 1950, mas a imigração atual data da década de 1980. No entanto pouco
a pouco, entram cada vez mais e mais bolivianos. Os valores variam conforme a
fonte, mas é fato que as informações dadas pela mídia destoam enormemente das
estimativas acadêmicas e oficiais. A Polícia Federal estima que em todo
território brasileiro tem cerca de 32 mil bolivianos, a Pastoral do Imigrante
acredita que os números estejam por volta dos 60 mil e o Ministério do Trabalho
acredita que existam 10 mil a 30 mil bolivianos no Brasil.
Grande parte dos bolivianos que vem ao Brasil
provêm de grandes cidades bolivianas, como Cochabamba, La Paz e El Alto. A
maioria dos bolivianos trabalha na Indústria de transformação, termo que
engloba a Indústria têxtil , embora também exista uma menor porcentagem no
comércio. Segundo alguns pesquisadores, como Lara Rolnik Xavier, uma parte
grande dos bolivianos que trabalham na indústria têxtil brasileira é
proveniente da cidade de El Alto, dada a especialização local nesse tipo de
indústria. Cada vez mais o perfil do imigrante também tem se tornado familiar e
há também uma tendência a igualdade entre sexos, em comparação com o antigo
perfil migratório masculino e individual.
3.3 IMIGRAÇÕES SÍRIAS
De acordo com dados do Conare (Comitê Nacional para
os Refugiados), um órgão ligado ao Ministério da Justiça, 2.077 sírios
receberam status de refugiados do governo brasileiro de 2011 até agosto deste
ano. Trata-se da nacionalidade com mais refugiados reconhecidos no Brasil, à
frente da angolana e da congolesa. O número é superior ao dos Estados Unidos
(1.243) e de países no sul da Europa que recebem grandes quantidades de
imigrantes ilegais, mas não apenas sírios, também de todo o Oriente Médio e da
África que vieram em busca de refúgio, como a Grécia (1.275), Espanha (1.335),
Itália (1.005) e Portugal (15).
Os dados da agência de estatísticas da União
Europeia (Eurostat), referem-se ao total de sírios que receberam asilo, e não
aos que solicitaram refúgio. Apesar da distância entre Brasil e Síria, o
governo brasileiro vem mantendo uma política diferente da de muitos países
europeus em relação a refugiados sírios. Por isso muitos sírios vêm escolhendo
o Brasil com o destino para fugir de guerras, perseguições e pobreza. Segundo
fontes ouvidas pela BBC Brasil no Ministério das Relações Exteriores, o número
de vistos concedidos por mês a cidadãos sírios em apenas uma das embaixadas
brasileiras no Oriente Médio, hoje é quatro vezes maior do que em 2011 antes do
início da crise.
O mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a
Segunda Guerra Mundial, segundo organizações como a Anistia Internacional e a
Comissão Europeia. E o Brasil é o país que mais concedeu asilo a refugiados
sírios na América Latina. No continente americano, só perde para o Canadá ─ que
recebeu 2.374 refugiados entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015.
4. DISTRIBUIÇÃO DO IMIGRANTE
Identificam-se dois tipos de distribuição do
imigrante no país, com relação nos processos de assimilação. O primeiro tipo
pode ser chamado de "concentração", estes imigrantes se encontram em
colônias, como no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nos primeiros tempos
os imigrantes não mantêm contato, com os nacionais, mas à medida que a
colonização cresce e surge à necessidade de comercialização dos produtos da
colônia, a aproximação ocorre. O segundo tipo pode ser chamado de
"dispersão", ocorrem nas fazendas de café de São Paulo e nas cidades,
principalmente Rio de Janeiro e São Paulo.
Desde a chegada, os imigrantes, continuam em
contato com a população nacional, e isso facilitava sua assimilação.
No Brasil os principais grupos de imigrantes que
representam mais de oitenta por cento do total são Portugueses, Italianos,
Espanhóis, Alemães e Japoneses.
Os
Portugueses até o fim do século XX aparecem como grupo dominante, com mais de
trinta por cento, por causa da sua afinidade com a população brasileira. Com
quase trinta por cento do total os Italianos são segundo grupo que tem maior
participação no processo migratório, localizados, sobretudo no estado de São
Paulo, onde se encontra a maior colônia italiana do país. Em seguida vêm os
Espanhóis, com mais de dez por cento, os Alemães, com mais de cinco, e por
ultimo com quase cinco por cento do total de imigrantes vem os Japoneses.
5. CONTRIBUIÇÃO DO IMIGRANTE
No processo de urbanização, a contribuição do
imigrante, atualmente com a transformação de antigos núcleos em cidades (São
Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias, Farroupilha, Itajaí, Brusque, Joinville, Santa
Felicidade etc.), com sua presença em atividades urbanas de comércio ou de
serviços, com vendas ambulantes, nas ruas, como se deu em São Paulo e no Rio de
Janeiro.
Em vários pontos do Brasil ao longo do século XIX,
colônias fundadas se transformaram em importantes centros urbanos. Como em
Holambra SP, que foi criada pelos holandeses; de Blumenau SC, estabelecida por
imigrantes alemães liderados pelo médico Hermann Blumenau; Americana SP,
formada originalmente por confederados emigrados do sul dos Estados Unidos em
consequência da guerra de secessão. Imigrantes Alemães se estabeleceram também
em Minas Gerais, nos atuais municípios de Teófilo Otoni e Juiz de Fora, e no
Espírito Santo, onde hoje é o município de Santa Teresa.
Toda a colônia destaca igualmente o papel
desempenhado pelo imigrante como introdutor de técnicas e atividades que se
expandiram em torno das colônias. Ao imigrante devem-se ainda outras
contribuições em diferentes setores da atividade brasileira.
Imigrantes enriquecidos contribuíram com a
aplicação de capitais nos setores produtivos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Portugueses merecem destaque especial nas suas
contribuições, pois sua presença constante garantiu a continuidade de valores
que foram básicos na formação da cultura brasileira.
Os Franceses dominavam nas artes, literatura,
educação e nos hábitos sociais, além dos jogos hoje incorporados à lúdica
infantil. Em São Paulo, é grande a influência dos italianos na arquitetura,
mas também tiveram uma influência na
culinária e nos costumes, estes traduzidos por uma herança na área religiosa,
musical e recreativa.
Os Alemães contribuíram na indústria com várias
atividades e, na agricultura, trouxeram o cultivo do centeio e da alfafa. Os
Japoneses trouxeram a soja, bem como a cultura e o uso de legumes e verduras.
Os Libaneses e outros árabes divulgaram no Brasil sua rica culinária.
CONCLUSÃO
Portanto podemos definir o imigrante como aquele
que imigra, isto é, a pessoa que entra em um país estrangeiro com o propósito
de trabalhar ou residir. O individuo que imigra é visto pela concepção do país
que o acolhe, aquele que vem do exterior.
Os processos migratórios sempre existiram ao longo
da historia humana e geralmente aconteceram em momentos de crise. O Brasil teve
como formação étnica a vinda de vários imigrantes, iniciando-se
com os portugueses que fizeram deste país uma colônia, depois vieram os
italianos, os alemães, os espanhóis, os japoneses, e entre outros. Porém mesmo
com a chegada de outros migrantes no território brasileiro, os portugueses
sempre obtiveram um número maior de indivíduos no Brasil.
A abolição da escravatura em 1888, fez com que o governo brasileiro incentivasse ainda mais a
entrada de imigrantes europeus no Brasil, pois precisava-se de mão-de-obra
qualificada, para substituir os escravos, e a partir desse momento que muitos
italianos e alemães se instalaram principalmente nas regiões do sul do país.
Atualmente, acontecem muitas imigrações devido as
guerras civis, a terremotos, a problemas políticos e a péssimas condições de
vida, e o Brasil acaba recebendo migrantes de diversas regiões do mundo a
procura de uma melhoria na condição de vida.
Nosso
país foi um lugar de grande miscigenação devido os vários povos que vieram para
cá, cada um com a sua cultura, costumes, religiões, e permitiram que o Brasil
transforma-se neste país diferente e único. Estes processos imigratórios foram de suma importância para a
formação da cultura e economia brasileira, pois no decorrer dos anos fomos
absorvendo características dos quatros cantos do mundo.
FONTES: