Assim
como em diversos e importantes momentos anteriores o povo brasileiro foi às
ruas para aclamar mudanças, em 2016 o Brasil voltou a vivenciar manifestações
de grandes proporções no mês de março.
O
contexto geral é de uma operação que investiga corrupção generalizada no
governo federal envolvendo inúmeros políticos de alto escalão.
Eu
como professor de Geografia e Atualidades com a missão de auxiliar estudantes
que farão vestibulares e Enem sinceramente não acredito muito em temas
extremamente polêmicos e políticos como os que vêm sendo discutidos na política
brasileira. No Enem seria um tiro no pé e nas federais também. Em universidades
particulares até podem rolar algumas alfinetadas daqui ou dali, mas nas
públicas qualquer uso político das provas seria severamente criticado.
Detalhe
bem importante! Na época do Mensalão este blog aqui recebeu mais de 100 mil
acessos na semana que antecedeu o Enem em uma postagem intitulada “Resumo do
Mensalão”. Na época fui desesperado conversar com meus alunos e deixar claro
que estudar isso para o Enem seria besteira, e de fato era!
Voltando
ao que interessa para o vestibular então, acredito até no uso de temas
envolvendo ética, moral, constituição, responsabilidades institucionais entre
outros. Mas é bem complicado buscar textos “imparciais” para colocar na prova
ou na explicação de um tema de redação.
Manifestações
Contra e Favoráveis ao governo Dilma
Abaixo
eu postei textos que considerei bons entre os que eu pesquisei para explicar as
manifestações mais volumosas de 2016 até o momento.
Chamou-me
atenção que muitos textos sobre a manifestação contra o governo exaltavam o
volume de participantes como informação mais relevante. Enquanto que as
manifestações favoráveis ao governo exaltavam a palavra Golpe e a data de 31/03
como uma referência ruim do Golpe Militar de 31/03/1964 e por explicar a importância histórica da data, deixei o texto maior.
Espero
que seja de alguma forma esclarecedor e tento ser o mais imparcial possível na
escolha do texto e no que escrevi até aqui.
Obs:
A ordem das exposições dos textos é da que aconteceu antes para a que aconteceu
depois.
Jonathan Kreutzfeld
Manifestações Contra
Governo 13/03
Fontes deste texto:
Mais
de 3,3 milhões de pessoas foram às ruas em pelo menos 250 cidades brasileiras.
Brasileiros protestaram contra o governo da presidente Dilma.
Os
organizadores falam em 6,9 milhões por todo o Brasil. O maior número de
participantes havia sido registrado no protesto de 15 de março do ano passado:
2,4 milhões, segundo a PM, e 3 milhões pelos dados dos organizadores.
Na
capital paulista, a Polícia Militar estima que cerca de 1,4 milhão de pessoas
estiveram no ato. Segundo o Instituto Datafolha, o protesto reuniu 500 mil
pessoas. Já o movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores, contabilizou 2,5
milhões de pessoas na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, os organizadores
falaram em 1 milhão na Praia de Copacabana. A PM não divulgou números.
As
manifestações foram pacíficas, com poucos incidentes isolados em algumas
cidades. Grande parte dos manifestantes vestia verde e amarelo e levava
cartazes contra a corrupção, o governo federal e o PT.
Além
de pedirem a saída de Dilma, várias pessoas protestaram contra o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e lembraram que, na semana passada, o Ministério
Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do líder petista.
Outro
nome citado nos atos, mas de maneira positiva, foi o do juiz da Operação Lava Jato.
Sérgio Moro foi exaltado em faixas em diversas cidades brasileiras.
Em
São Paulo, políticos foram hostilizados, entre eles Marta Suplicy (PMDB), o
governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o senador Aécio Neves (PSDB).
Manifestações Pró
Governo Dilma 31/03
Fonte
deste texto:
Manifestações
contra o golpe e em defesa da democracia aconteceram em todos os estados do
Brasil e em várias partes do mundo neste 31 de março de 2016. Em São Paulo, na
Praça da Sé, o ato fez lembrar o comício das Diretas Já, em 1984, quando se
pedia o restabelecimento das eleições para presidente da República
Uma
multidão saiu às ruas nesta quinta-feira, dia do “aniversário” de 52 anos do
golpe militar de 1964. Os atos em defesa da democracia e contra o golpe foram
registrados em todos os estados do Brasil, além do Distrito Federal.
Um
dos pontos de maior aglomeração foi na Catedral da Sé, em São Paulo. Também
foram registrados protestos de brasileiros no exterior: Berlim e Munique
(Alemanha), Barcelona (Espanha), Londres (Inglaterra), Copenhague (Dinamarca),
Paris (França), Lisboa e Coimbra (Portugal), Buenos Aires (Argentina) e
Santiago (Chile).
Os
setores da sociedade contrários ao impeachment, que identificam nesse processo
uma tentativa de golpe para derrubar um governo legitimamente eleito e que não
cometeu crime de responsabilidade, se reuniram para mostrar que nem todos são
favoráveis à retirada da presidente Dilma Rousseff.
Embora
façam críticas ao governo e suas políticas, esses manifestantes defendem a
legalidade e a normalidade democrática, ao mesmo tempo em que cobram medidas
para recuperar a atividade econômica e retomar o crescimento. A pauta da Frente
Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo era clara: em defesa da democracia e
dos direitos trabalhistas, contra o golpe e por outra política econômica.
O
ato realizado na Praça da Sé, na região central de São Paulo, fez lembrar o
comício das Diretas Já, em 25 de janeiro de 1984, quando se pedia o
restabelecimento das eleições para presidente da República – o que só ocorreria
em 1989.
O
professor Paulo Sérgio Pinheiro, ex-integrante da Comissão Nacional da Verdade
e secretário de Direitos Humanos no governo Fernando Henrique Cardoso, recordou
a data e fez críticas ao partido que agora articula a queda da presidenta,
anunciando sua saída do governo, no qual permanece com o vice, Michel Temer. “A
Praça da Sé lotada novamente é um recado para esse PMDB golpista”, afirmou
Pinheiro, de acordo com o site da revista Fórum. Ele lembrou ainda que o ato
das Diretas era liderado exatamente pelo PMDB.
Figura
presente em todos os comícios daquele período e nas manifestações políticas e
eleitorais das décadas seguintes, o cantor e compositor Chico Buarque apareceu
hoje no ato realizado no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro, para
criticar o golpe. Em rápida intervenção, disse que a manifestação poderia
reunir pessoas que votaram ou não em Dilma, e inclusive eleitores decepcionados
com os rumos do governo, mas que não se poderia duvidar da integridade da
presidenta. Segundo ele, os presentes estavam “unidos pelo apreço à democracia
e em defesa intransigente da democracia”.
Alvo
de ataques por suas posições políticas e preferências eleitorais, Chico também
lembrou de 1964, vivido por sua geração. “Vocês me animam a acreditar que não,
de novo, não, não vai ter golpe”, afirmou aos manifestantes no Rio.
Representantes
da classe artística já haviam se reunido pela manhã, no Planalto, com Dilma,
para manifestar apoio. O neurocientista Miguel Nicolelis não participou, mas
mandou um vídeo com um pedido à presidenta para resistir. “O mundo inteiro sabe
da tentativa de se remover uma presidenta sem a legitimidade das urnas, mas por
meio de um processo que combina múltiplas formas, que se iniciou na noite do
anúncio do resultado das urnas”, afirmou. “Os que insistem no seu afastamento
atropelam a legalidade, subvertendo o Estado democrático de direito. Os que
tentam promover a saída de Dilma arrogam-se hoje sem qualquer pudor como
detentores da ética, mas serão execrados amanhã, não tenho dúvida”, afirmou na
cerimônia o escritor Raduan Nassar.
A
preocupação com a turbulência política motivou uma reunião do ministro da
Justiça, Eugênio Aragão, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo
Lewandowski, nesta tarde. “A onda de ódio não pode continuar”, disse Aragão,
pedindo também respeito às decisões judiciais. “A Constituição garante aos
nossos juízes a independência. Nós temos que garantir que eles julguem a partir
de sua consciência e do texto constitucional”, declarou, acrescentando que “não
é admissível que se comece a agredir um ministro e suas famílias em razão de
opiniões leigas diferentes e, muitas vezes, inspiradas por noticiário
deturpado”.
Um
dos principais protestos ocorreu no Distrito Federal, onde segundo os
organizadores 100 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios. Grupos
saíram de vários lugares da capital e fizeram passeata até a frente do
Congresso Nacional.
Outros
estados
No
Ceará, a Polícia Militar estimou em 10 mil o número de manifestantes em
Fortaleza. A concentração começou na
Praça da Bandeira. Depois, uma caminhada percorreu as ruas do centro até chegar
à praça do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema, próximo
à orla da Beira Mar.
Em
Porto Alegre, também houve críticas ao PMDB, destacando o presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha, e o vice-presidente da República, Michel Temer.
Concentrados no centro histórico da capital gaúcha, manifestantes criticaram
ainda o juiz federal Sérgio Moro.
No
centro de Salvador, manifestantes cantaram músicas como Cálice, de Chico
Buarque e Gilberto Gil, canção censurada em 1973, durante a ditadura. Em um
trio elétrico, uma banda cantava músicas que remetiam àquele período.
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