terça-feira, 5 de abril de 2016

Manifestações Brasileiras de 2016

Assim como em diversos e importantes momentos anteriores o povo brasileiro foi às ruas para aclamar mudanças, em 2016 o Brasil voltou a vivenciar manifestações de grandes proporções no mês de março.

O contexto geral é de uma operação que investiga corrupção generalizada no governo federal envolvendo inúmeros políticos de alto escalão.

Eu como professor de Geografia e Atualidades com a missão de auxiliar estudantes que farão vestibulares e Enem sinceramente não acredito muito em temas extremamente polêmicos e políticos como os que vêm sendo discutidos na política brasileira. No Enem seria um tiro no pé e nas federais também. Em universidades particulares até podem rolar algumas alfinetadas daqui ou dali, mas nas públicas qualquer uso político das provas seria severamente criticado.

Detalhe bem importante! Na época do Mensalão este blog aqui recebeu mais de 100 mil acessos na semana que antecedeu o Enem em uma postagem intitulada “Resumo do Mensalão”. Na época fui desesperado conversar com meus alunos e deixar claro que estudar isso para o Enem seria besteira, e de fato era!

Voltando ao que interessa para o vestibular então, acredito até no uso de temas envolvendo ética, moral, constituição, responsabilidades institucionais entre outros. Mas é bem complicado buscar textos “imparciais” para colocar na prova ou na explicação de um tema de redação.

Manifestações Contra e Favoráveis ao governo Dilma

Abaixo eu postei textos que considerei bons entre os que eu pesquisei para explicar as manifestações mais volumosas de 2016 até o momento.

Chamou-me atenção que muitos textos sobre a manifestação contra o governo exaltavam o volume de participantes como informação mais relevante. Enquanto que as manifestações favoráveis ao governo exaltavam a palavra Golpe e a data de 31/03 como uma referência ruim do Golpe Militar de 31/03/1964 e por explicar a importância histórica da data, deixei o texto maior.

Espero que seja de alguma forma esclarecedor e tento ser o mais imparcial possível na escolha do texto e no que escrevi até aqui.

Obs: A ordem das exposições dos textos é da que aconteceu antes para a que aconteceu depois.

Jonathan Kreutzfeld

Manifestações Contra Governo 13/03

Fontes deste texto:



Mais de 3,3 milhões de pessoas foram às ruas em pelo menos 250 cidades brasileiras. Brasileiros protestaram contra o governo da presidente Dilma.

Os organizadores falam em 6,9 milhões por todo o Brasil. O maior número de participantes havia sido registrado no protesto de 15 de março do ano passado: 2,4 milhões, segundo a PM, e 3 milhões pelos dados dos organizadores.

Na capital paulista, a Polícia Militar estima que cerca de 1,4 milhão de pessoas estiveram no ato. Segundo o Instituto Datafolha, o protesto reuniu 500 mil pessoas. Já o movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores, contabilizou 2,5 milhões de pessoas na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, os organizadores falaram em 1 milhão na Praia de Copacabana. A PM não divulgou números.

As manifestações foram pacíficas, com poucos incidentes isolados em algumas cidades. Grande parte dos manifestantes vestia verde e amarelo e levava cartazes contra a corrupção, o governo federal e o PT.

Além de pedirem a saída de Dilma, várias pessoas protestaram contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e lembraram que, na semana passada, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do líder petista.

Outro nome citado nos atos, mas de maneira positiva, foi o do juiz da Operação Lava Jato. Sérgio Moro foi exaltado em faixas em diversas cidades brasileiras.

Em São Paulo, políticos foram hostilizados, entre eles Marta Suplicy (PMDB), o governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o senador Aécio Neves (PSDB).
  
Manifestações Pró Governo Dilma 31/03

Fonte deste texto:



Manifestações contra o golpe e em defesa da democracia aconteceram em todos os estados do Brasil e em várias partes do mundo neste 31 de março de 2016. Em São Paulo, na Praça da Sé, o ato fez lembrar o comício das Diretas Já, em 1984, quando se pedia o restabelecimento das eleições para presidente da República

Uma multidão saiu às ruas nesta quinta-feira, dia do “aniversário” de 52 anos do golpe militar de 1964. Os atos em defesa da democracia e contra o golpe foram registrados em todos os estados do Brasil, além do Distrito Federal.

Um dos pontos de maior aglomeração foi na Catedral da Sé, em São Paulo. Também foram registrados protestos de brasileiros no exterior: Berlim e Munique (Alemanha), Barcelona (Espanha), Londres (Inglaterra), Copenhague (Dinamarca), Paris (França), Lisboa e Coimbra (Portugal), Buenos Aires (Argentina) e Santiago (Chile).

Os setores da sociedade contrários ao impeachment, que identificam nesse processo uma tentativa de golpe para derrubar um governo legitimamente eleito e que não cometeu crime de responsabilidade, se reuniram para mostrar que nem todos são favoráveis à retirada da presidente Dilma Rousseff.

Embora façam críticas ao governo e suas políticas, esses manifestantes defendem a legalidade e a normalidade democrática, ao mesmo tempo em que cobram medidas para recuperar a atividade econômica e retomar o crescimento. A pauta da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo era clara: em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas, contra o golpe e por outra política econômica.

O ato realizado na Praça da Sé, na região central de São Paulo, fez lembrar o comício das Diretas Já, em 25 de janeiro de 1984, quando se pedia o restabelecimento das eleições para presidente da República – o que só ocorreria em 1989.

O professor Paulo Sérgio Pinheiro, ex-integrante da Comissão Nacional da Verdade e secretário de Direitos Humanos no governo Fernando Henrique Cardoso, recordou a data e fez críticas ao partido que agora articula a queda da presidenta, anunciando sua saída do governo, no qual permanece com o vice, Michel Temer. “A Praça da Sé lotada novamente é um recado para esse PMDB golpista”, afirmou Pinheiro, de acordo com o site da revista Fórum. Ele lembrou ainda que o ato das Diretas era liderado exatamente pelo PMDB.
Figura presente em todos os comícios daquele período e nas manifestações políticas e eleitorais das décadas seguintes, o cantor e compositor Chico Buarque apareceu hoje no ato realizado no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro, para criticar o golpe. Em rápida intervenção, disse que a manifestação poderia reunir pessoas que votaram ou não em Dilma, e inclusive eleitores decepcionados com os rumos do governo, mas que não se poderia duvidar da integridade da presidenta. Segundo ele, os presentes estavam “unidos pelo apreço à democracia e em defesa intransigente da democracia”.

Alvo de ataques por suas posições políticas e preferências eleitorais, Chico também lembrou de 1964, vivido por sua geração. “Vocês me animam a acreditar que não, de novo, não, não vai ter golpe”, afirmou aos manifestantes no Rio.

Representantes da classe artística já haviam se reunido pela manhã, no Planalto, com Dilma, para manifestar apoio. O neurocientista Miguel Nicolelis não participou, mas mandou um vídeo com um pedido à presidenta para resistir. “O mundo inteiro sabe da tentativa de se remover uma presidenta sem a legitimidade das urnas, mas por meio de um processo que combina múltiplas formas, que se iniciou na noite do anúncio do resultado das urnas”, afirmou. “Os que insistem no seu afastamento atropelam a legalidade, subvertendo o Estado democrático de direito. Os que tentam promover a saída de Dilma arrogam-se hoje sem qualquer pudor como detentores da ética, mas serão execrados amanhã, não tenho dúvida”, afirmou na cerimônia o escritor Raduan Nassar.

A preocupação com a turbulência política motivou uma reunião do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, nesta tarde. “A onda de ódio não pode continuar”, disse Aragão, pedindo também respeito às decisões judiciais. “A Constituição garante aos nossos juízes a independência. Nós temos que garantir que eles julguem a partir de sua consciência e do texto constitucional”, declarou, acrescentando que “não é admissível que se comece a agredir um ministro e suas famílias em razão de opiniões leigas diferentes e, muitas vezes, inspiradas por noticiário deturpado”.

Um dos principais protestos ocorreu no Distrito Federal, onde segundo os organizadores 100 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios. Grupos saíram de vários lugares da capital e fizeram passeata até a frente do Congresso Nacional.
Outros estados

No Ceará, a Polícia Militar estimou em 10 mil o número de manifestantes em Fortaleza.  A concentração começou na Praça da Bandeira. Depois, uma caminhada percorreu as ruas do centro até chegar à praça do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema, próximo à orla da Beira Mar.

Em Porto Alegre, também houve críticas ao PMDB, destacando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o vice-presidente da República, Michel Temer. Concentrados no centro histórico da capital gaúcha, manifestantes criticaram ainda o juiz federal Sérgio Moro.


No centro de Salvador, manifestantes cantaram músicas como Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil, canção censurada em 1973, durante a ditadura. Em um trio elétrico, uma banda cantava músicas que remetiam àquele período.

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