sexta-feira, 24 de junho de 2016

Brexit: A Saída do Reino Unido da União Europeia

(Brexit, “britain”, diminutivo nativo para Grã-Bretanha, e “exit”, que significa saída).

Hoje dia 24/06/2016 saiu o resultado do plebiscito onde os britânicos votaram se preferem permanecer ou não na União Europeia. O plebiscito foi uma iniciativa de David Cameron que nem imaginava uma vitória do “sair”, em contrapartida Cameron já informou que vai sair do cargo, fazendo uma transição nos próximos três meses.

A União Europeia pra quem não conhece, nasceu de um bloco econômico bastante antigo que evoluiu e com o tempo trabalhou numa interação maior entre os membros nas seguintes áreas:

- meio-ambiente,
- desenvolvimento industrial,
- infraestrutura,
- transporte e telecomunicação,
- liberdade na circulação de mercadorias, bens, serviços, capitais e pessoas,
- uniformidade das taxas de juros, tributos e circulação de mercadorias facilitaram o crescimento econômico desse importante bloco.



A meu ver, analisando inúmeros textos e acompanhando essa evolução por alguns anos, posso garantir que mesmo tentando justificar com motivos econômicos para a saída, o Reino Unido quer mesmo ter um controle muito maior sobre a circulação de pessoasE não estamos necessariamente falando da atual crise migratória que a Europa toda vive, estamos falando de britânicos que não querem os vizinhos portugueses, italianos, espanhóis, franceses entre outros dentro do reino. Este ponto de vista também é bastante discutido entre outros países do continente, por fim eles entendem que ter colonizado e explorado 90% do mundo não deve ser motivo para essa “migração de retorno”. Ou seja, eles (nunca generalizando) podem ir pra qualquer lugar do mundo, mas o contrário não deve ser permitido, afinal eles são bonzinhos, os demais nem tanto. Lembrando que até os anos 1950, China e Índia eram colônias britânicas! Isso só pra dar um pequeno grande exemplo do que foram as Grandes Navegações.

Vamos aos dados do Plebiscito:

O resultado do plebiscito a favor da saída do Reino Unido da União Europeia revelou profundas divisões entre os britânicos.

Revelou, por exemplo, duas 'Inglaterras': Londres votou pela permanência, enquanto a maioria das outras cidades votou pela saída. A diferença entre as gerações também ficou clara. No grupo entre 18 e 24 anos, 64% disseram ter votado pela permanência, escolha de apenas 33% dos britânicos entre 50 e 64 anos. O resultado levou ao anúncio de renúncia do primeiro-ministro David Cameron, que liderou a campanha pela permanência. 51,9% dos britânicos votaram pela saída contra 48,1%. Espera-se que o processo seja negociado ao longo dos próximos dois anos.


Cameron havia prometido o plebiscito durante sua campanha, cumpriu a promessa, defendeu a permanência e acabou derrotado. Os principais partidos políticos apoiaram a campanha pela permanência. No entanto, havia grandes divisões internas, principalmente, no Partido Conservador, que governa o país. O mais cotado para assumir o cargo de Cameron é o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, a principal voz em favor da saída do bloco, este que representa a extrema direita dentro do Reino Unido.

OS RESULTADOS DO PLEBISCITO NO REINO UNIDO




Analisando brevemente o mapa, se percebe que as áreas onde houve maior votação para sair da União Européia são fora dos grandes centros urbanos e dentro de áreas industriais importantes. Nessas áreas industriais, é grande o volume de operários que temem perder seus empregos para imigrantes do bloco ou de fora dele.


Geografia

O Reino Unido é formado por quatro unidades: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. E por exemplo Grã-Bretanha podemos dizer que corresponde à ilha principal onde ficam três destes países. Observe imagem abaixo.


O contraste da votação entre Londres e a maior parte da Inglaterra foi considerável. Na capital, 60% votaram pela permanência e 40% pela saída. Esse grande volume de votos da capital à favor da permanência pode ser atribuído ao fato de que a cidade é bastante “cosmopolita” ou, cidade de pessoas que se julgam cidadãs do mundo inteiro.  Os londrinos tendem a aceitar e a valorizar mais a globalização e a diversidade. Estão mais acostumados a seus efeitos, positivos ou negativos.
  
Então, em 2014, um plebiscito acabou decidindo pela permanência da Escócia no Reino Unido, e um dos argumentos principais da campanha contra a independência era o acesso à União Europeia via Reino Unido. Sendo assim 62% dos escoceses votaram pela permanência e apenas 38% pela saída e após o resultado a primeira-ministra do governo escocês, Nicola Sturgeon, afirmou que "uma mudança significativa e material nas circunstâncias" deve tornar "muito provável" a realização de um novo plebiscito sobre a independência da Escócia.

A Irlanda do Norte também votou pela permanência (55% contra 44%). O País de Gales votou pela saída (52,5% contra 47,5%).

O fosso entre geração talvez seja o maior registrado na análise da votação do país, com os mais jovens optando pela permanência na União Europeia e os mais velhos, pela saída. No grupo entre 18 e 24 anos, 64% votaram pela permanência, segundo pesquisa de boca de urna do instituto YouGov. No grupo com mais de 65 anos, apenas 33% disseram ter votado pelo Reino Unido dentro do bloco.

Essa divisão gerou críticas de muitos jovens de que os mais velhos decidiram pelo futuro de quem, de fato, irá vivê-lo.
Em um comentário postado em uma reportagem do Financial Times, um leitor escreveu: "A geração mais jovem perdeu o direito de viver e trabalhar em 27 países. Nós nunca conheceremos a extensão da perda de oportunidades, amizades, casamentos e experiências que serão negadas. A liberdade de movimento nos foi retirada pelos nossos pais, avós e tios em um golpe contra uma geração já afundada nas dívidas da geração anterior. Talvez mais importante, vivemos em uma sociedade pós-factual em que fatos se revelaram inúteis ao se confrontarem com mitos".


Efeitos para os brasileiros e demais estrangeiros que vivem no Reino Unido

A decisão deve afetar as vida de milhares de brasileiros que vivem no Reino Unido com passaporte europeu ou são parentes de cidadãos europeus. Quem hoje se beneficia das regras de livre circulação no bloco passará a se submeter a regras estabelecidas pela legislação nacional britânica. Para quem já está no Reino Unido com visto gerido por essa legislação - com visto de trabalho, estudo ou cônjuges de britânicos - pouco deve mudar.

Em geral muita gente vai ter que passar pela imigração, e ali aqueles que satisfizerem os critérios poderá ficar. Mas eles vão ter mais burocracia e custos para se manter por lá. Porém esse seria o entendimento inicial, mas devem ocorrer mudanças significativas na própria legislação do Reino Unido.

Durante a campanha do plebiscito, os proponentes da saída enfatizaram que preferem substituir as regras de livre circulação da UE por um sistema de pontos e cotas, como acontece na Austrália.
Nesse sistema, os imigrantes vão acumulando pontos de acordo com os critérios que cumprirem, e são aceitos em vagas disponíveis nas diferentes categorias de cotas. O Reino Unido já possui um sistema baseado em categorias, que rege a entrada de estudantes, visitantes, trabalhadores qualificados e trabalhadores com pouca qualificação, por exemplo.

Em teoria, muitos europeus poderiam simplesmente continuar a viver no Reino Unido dentro das novas categorias. Da mesma forma, os cidadãos com passaporte brasileiro que querem entrar no Reino Unido poderiam ser aceitos dentro de uma dessas categorias expandidas.

Atualmente, cerca de 3 milhões de cidadãos europeus vivem no Reino Unido, principalmente da Polônia (850 mil), República da Irlanda (330 mil) e diversos países do antigo bloco soviético. Estes cidadãos podem pedir a residência permanente no Reino Unido quando completarem cinco anos vivendo no país. Porém, essa autorização, o Certificado de Residência Permanente para Cidadão da UE, deve deixar de valer. Já quem vive no Reino Unido com um visto regido pela legislação nacional recebe o Indefinite Leave to Remain - a autorização para viver no Reino Unido indefinidamente - e não é provável que isto seja modificado.

Em ambos os casos, a cidadania só é obtida um ano depois, mediante o cumprimento de requisitos como domínio da língua e conhecimento básico do funcionamento da sociedade britânica.

Por fim, até o brasileiro europeu que ficou aqui cinco anos e pediu o documento de residência permanente está em uma situação incerta. Quem não tiver a papelada concluída para se naturalizar deve ter muito problema para conseguir nesse momento pois as regras podem e devem mudar durante o jogo rolando.

Fonte:










terça-feira, 21 de junho de 2016

Fuga de Cérebros no Brasil

O Brasil é um país que realmente não sabe aproveitar seus talentos, o fenômeno também conhecido como “Fuga de Cérebros” faz deste país um fracasso tanto em CIÊNCIA como em INOVAÇÃO.

· Perdemos gênios livres para empregos confiáveis e muitas vezes restritos na atuação em instituições publicas;

· Falta verba pública ou incentivo para as privadas contribuírem efetivamente com a execução de projetos no país;

· Nosso mercado valoriza muito mais a titulação pois não consegue identificar competências!

Enfim, o texto abaixo de Litza Mattos mostra por que o êxodo científico impede o nosso país de superar suas crises.

Jonathan Kreutzfeld

Os obstáculos para a prática da ciência no Brasil impulsionam o “brain drain” – expressão em inglês que significa a saída de cientistas de um país para trabalhar em instituições estrangeiras. E a tendência é que a fuga de cérebros aumente. Recentemente, uma das pesquisadoras brasileiras de maior destaque mundial, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, deu adeus ao país. Ela trocou o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Em carta, disse “ter-se cansado do ambiente que incentiva a mediocridade”. “A ciência brasileira está agonizante”, escreveu ela na revista “Piauí”.

Principal autora de uma das raras pesquisas brasileiras divulgadas na revista “Science”, ela diz que existe uma penúria tão grande no país que ela já precisou tirar dinheiro do próprio bolso para bancar suas pesquisas. “Todo o establishment (sociedade) científico do Brasil está dominado por uma visão anacrônica que desestimula inovação, desperdiça recursos e não dá esperança a uma geração talentosa de pesquisadores que está deixando o país em massa, em busca de oportunidades melhores”, afirmou. Para Suzana, mudanças profundas são urgentes, uma vez que sem ciência de ponta não há saída para a crise.

Histórias como a de Suzana e de tantos outros pesquisadores brasileiros que tiveram que deixar o país para conseguir tocar seus projetos, vão, dessa forma, se multiplicando. Em 2015, 49.735 pesquisadores deixaram o Brasil rumo a universidades estrangeiras, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Porém, esse estímulo ao intercâmbio científico, difundido pelo governo como estratégia, esbarra nas condições favoráveis encontradas pelos pesquisadores em outros países, especialmente o fato de trabalhar em laboratórios de ponta, e eles não voltam. E, assim, a burocracia vai deixando seu rastro: o país perde não só capital humano, como também a chance de desenvolvimento científico.

Efeitos. Pesquisadores e especialistas são taxativos ao afirmarem que esse problema deixa o Brasil para trás. “Depois, o governo espera que aqueles indivíduos nos quais investiu por meio de bolsas de estudo, Ciência sem Fronteiras etc, retornem e se estabeleçam aqui, no país. Como, se não temos condições para trabalhar? Este é outro ponto em que o governo joga dinheiro no lixo: investe na formação e capacitação desses pesquisadores, mas não pensa em como criar condições atrativas para que eles permaneçam no país”, afirma a pesquisadora do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, Karina Griesi.

No último Relatório sobre Ciência, de 2015, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afirma que, embora o país tenha expandido o acesso ao ensino superior nos últimos anos e aumentado os gastos sociais, a produtividade do trabalho continua baixa. Isso sugere que o Brasil, até agora, não conseguiu aproveitar a inovação para impulsionar o crescimento econômico.

Para a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, fazer ciência hoje no país é “uma verdadeira corrida de obstáculos”. “Quando vence um, logo aparece outro. A ciência no país só não está em um patamar pior porque é feita com qualidade, e os pesquisadores são teimosos”, reforça.

A onda de impacto de todas essas medidas negativas – como a diminuição de bolsas de incentivo à pesquisa e o “rebaixamento” do Ministério da Ciência no governo do presidente em exercício Michel Temer – só vai começar a aparecer daqui um tempo. “A ciência que estamos vendo ser publicada hoje já foi feita. O novo é que vai ser afetado”. Por isso, Helena Nader se diz extremamente preocupada com essa fuga de cérebros. “A ciência lá fora também está complicada. Financiamento não está fácil”, lamenta.

Fonte:



De El niño para La niña

Em linhas gerais isso deve prolongar o frio do inverno e reduzir as chuvas na região Sul do Brasil.

A temperatura do Oceano Pacífico equatorial oriental encontra-se em declínio. Desvios monitorados pelo centro meteorológico norte americano (NCEP-NOAA) indicam redução de 0,5°C na região indicada.

A anomalia (La Niña)

Além das águas superficiais, áreas em grande profundidade também indicam resfriamento mostrando que neste ano mal teremos neutralidade climática. A tendência é de uma rápida transição de El Niño para La Niña. Análises do Instituto Internacional de Pesquisa, da Universidade de Columbia (IRI), de 16 de junho de 2016, indicam que a chance de desenvolvimento do fenômeno La Niña aumenta para 49% no trimestre junho-julho-agosto prosseguindo para até 76% entre novembro de 2016 e janeiro de 2017. Normalmente, fenômenos La Niña são menos intensos, porém mais duradouros que os fenômenos El Niño. Tanto que o desvio de temperatura previsto por simulações dinâmicas monitoradas pelo IRI indicam desvio de até -0,9°C desde o trimestre outubro-novembro-dezembro até o trimestre dezembro-janeiro-fevereiro ante o +2,3°C registrado durante o último fenômeno El Niño no mesmo período do ano passado.

Efeitos

Para o Brasil, a maior parte dos efeitos será sentido no decorrer do próximo período de chuva, entre a primavera e verão. Agora no inverno, seja El Niño ou La Niña, a estação normalmente é seca. Somente na Região Sul, os efeitos do La Niña serão sentidos já a partir da próxima estação com tendência de acumulado de chuva MENOR que o registrado no mesmo período do ano passado, embora a chuva seja tão frequente o observado em 2015.

Jonathan Kreutzfeld

Fonte:


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Atualidades em Provas de Inverno 2016

No Vale do Itajaí, temos dois importantes vestibulares (ACAFE E UDESC) que ocorrem também no inverno. Seguem abaixo, questões que trabalharam com temas atuais. Nas questões podemos verificar que este blog conseguiu, neste ou em semestres anteriores expor muitos temas que caíram nas provas!

Felizmente foi sucesso!

Jonathan Kreutzfeld

PRINCIPAL QUESTÃO DE ATUALIDADES

63) Leia as afirmações sobre a atualidade e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.

( ) Um terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter fez a terra tremer no noroeste do Equador em virtude do choque entre a placa de Nazca e a Sul-americana, segundo os relatórios do Instituto Geofísico da Escola Politécnica desse país.
( ) A proximidade temporal (abril) entre os terremotos do Japão e do Equador levou muita gente a se preocupar com os dois eventos, porém, as placas tectônicas onde estão localizados os dois países são diferentes, muito embora estejam localizados no chamado Cinturão de Fogo do Pacífico.
( ) Embora o aquecimento global ameace o planeta, no Encontro da Convenção - Quadro das Nações Unidas, cerca de 50% dos países presentes ratificaram o acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, que passou a vigorar já em dezembro de 2015, o qual determinou um investimento de 100 bilhões de dólares, divididos igualitariamente entre os países-membros para o combate dos fatores provocadores das mudanças do clima.
( ) Os Jogos Olímpicos a serem realizados pela primeira vez na América do Sul, especificamente no Rio de Janeiro, em agosto de 2016, tiveram seu início em Olímpia, ainda na Antiguidade, e depois na era Moderna em Atenas, capital da Grécia, país que tem preocupado a zona do Euro em função da crise econômica que vem passando.
( ) A cidade de Paris (França), em novembro de 2015, e Bruxelas (Bélgica), em março de 2016, sofreram ataques terroristas, com várias mortes e muitos feridos, atribuídos ao “Estado Islâmico”, atentados que trouxeram preocupação internacional.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A F - V - F - V - F
B V - F - V - F - V
C F - F - V - V - F
D V - V - F - V - V

1a afirmação correta (V) Fonte:http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/17/internacional/146085 4987_169190.html
2a afirmação correta (V) Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160419 _terremotos_japao_equador_fn
3a afirmação incorreta (F) - São 195 países na COP 21. Oficialmente existem trâmites para isso ocorrer. A data de 22 de abril de 2016 é importante.
Veja o site: https://nacoesunidas.org/ acordodeparis/
sobre Perguntas frequentes a respeito da cerimônia de assinatura do acordo de Paris referente às mudanças climáticas. Ademais os 100 bilhões de dólares não foram divididos igualitariamente, mesmo porque nem todos os países têm a quantia que lhe caberia.
4a afirmação correta (V) Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/04/100428_ente
ndagrecia_ba.shtml http://www.rio2016.com/jogos-olimpicos
5a afirmação correta (V) Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/o-que-sabemossobre-
os-ataques-terroristas-a-bruxelas http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151114_franca_hollande_hb

BIOLOGIA

46) Países assinam pacto de luta contra as mudanças climáticas em Nova York. Em Nova York, a Organização das Nações Unidas (ONU) inicia processo de ratificação das metas assumidas por 195 países e pela União Europeia no Acordo de Paris, que visa combater os efeitos das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Com o objetivo de entrada em vigor em 2020, o acordo, no entanto, só se concretizará quando for ratificado por 55 Estados responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de gases de efeito estufa. Esse é o primeiro pacto universal de luta contra a mudança climática de cumprimento obrigatório e determina que seus 195 países signatários ajam para que a temperatura média do planeta sofra uma elevação "muito abaixo de 2°C".

Fonte: Jornal Zero Hora, 22/04/2016

Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias

Considere as informações acima e os conhecimentos relacionados ao tema e assinale a alternativa correta.

A O gás carbônico (CO2) presente na atmosfera é emitido como resultado de inúmeras atividades humanas como, por exemplo, por meio do uso de combustíveis fósseis. Também provém dos processos
de respiração e de decomposição dos seres vivos. Durante a realização da fotossíntese, os átomos de carbono presentes no gás carbônico são utilizados para a formação de moléculas orgânicas, constituídas essencialmente por glicose. Parte dessas moléculas é degradada durante a respiração celular, sendo o carbono devolvido à
atmosfera na forma de CO2, indicando que, do ponto de vista da reação química, a fotossíntese é complementar à respiração.
Alternativa incorreta - do ponto de vista da reação química, a fotossíntese é o oposto da respiração.
B A emissão dos chamados gases de efeito estufa (GEE) é uma das causas do aquecimento global. Há quatro principais gases GEE, o dióxido de carbono (CO2), o gás metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o hexafluoreto de enxofre (SF6), além de duas famílias de gases, regulados pelo Protocolo de Quioto, o hidrofluorcarbono (HFC) e os perfluorcarbonos (PFCs).
Alternativa correta.
C A preocupação de reduzir-se a emissão dos chamados gases de efeito estufa (GEE), com destaque para o CO2, deve-se ao fato desses intensificarem a dispersão dos raios solares antes que eles alcancem a superfície, resultando no aumento da temperatura do planeta.
Alternativa incorreta - Os gases de efeito estufa contribuem para uma maior conservação de radiação solar na atmosfera, resultando no aumento da temperatura do planeta.
D O aumento significativo da temperatura da superfície terrestre deve-se exclusivamente à ação antropogênica, tais como as queimadas, o desmatamento, a queima de combustíveis fósseis, além
da liberação de gases gerados na pecuária, nos aterros sanitários e os produzidos pelas fábricas.
Alternativa incorreta - O aquecimento global é consequência das alterações ocorridas no planeta, sejam elas de causas naturais ou antropogênicas.

HISTÓRIA

52) Acerca dos processos eleitorais nos EUA e os presidentes desse país desde a Segunda Guerra Mundial, é correto afirmar, exceto:

A A atual corrida presidencial já lançou várias polêmicas, em especial pelo caráter conservador e xenófobo de Donald Trump, o candidato republicano.
Alternativa correta - Trump tem exagerado nas palavras e tem sido duramente criticado dentro e fora dos EUA, inclusive por aliados históricos como o premiê britânico David Cameron.
B Democratas e Republicanos são legalmente os dois únicos partidos do país. A lei de corte de 1956 exige que um partido só possa participar de eleições se tiver pelo menos 10% de representação no Congresso. Isso eliminou os partidos menos expressivos.
Alternativa incorreta - Não existiu nenhuma lei de corte e há outros partidos que não são muito expressivos.
C A postura dos republicanos na Casa Branca tem sido marcada por uma postura mais intervencionista e militar, como nas gestões de Ronald Reagan e George Walker Bush.
Alternativa correta - De maneira geral a política externa desses dois republicanos foi marcada por conflitos e intervenções militares.
D O partido democrata de maneira geral é visto como maior defensor de políticas sociais e projetos educacionais que são criticados por seus opositores.
Alternativa correta - O perfil democrata é mais ligado a esses temas do que o de seus opositores republicanos. O recente programa de saúde proposto no Governo Obama é um bom exemplo.

56) Acerca dos principais conflitos do século XX é correto afirmar, exceto:

A A guerra de 2003, no Iraque, levou à ocupação do país por tropas ocidentais, principalmente dos EUA e Reino Unido. A resistência interna aos ocupantes tornou-se bastante forte, como constantes choques e atentados terroristas.
Alternativa correta - Após a rápida e fácil invasão, a resistência interna tornou-se constante e complexa. Até hoje o país está em conflito e dividido.
B Uma das características marcantes da Segunda Guerra Mundial foi sua amplitude, envolvendo a participação das principais potências e múltiplos cenários como, por exemplo, a Europa, norte da África e grande parte da Ásia.
Alternativa correta - A 2ª Guerra Mundial foi de fato ampla, envolvendo todos os cenários citados.
C A Guerra do Vietnã, amplamente retratada pelo cinema dos EUA, foi responsável por inúmeros movimentos contrários ao conflito dentro e fora dos EUA. Acabou com a derrota da superpotência estadunidense.
Alternativa correta - Foi a guerra com múltiplas percepções cinematográficas, sendo um dos motivos centrais de revoltas dentro e fora dos EUA. Os EUA saíram derrotados do conflito.
D A Guerra da Coréia foi um dos conflitos que marcou o início da Guerra Fria. EUA, Reino Unido e URSS enfrentaram-se diretamente, disputando a península coreana que se mantém até a atualidade
dividida entre as duas Coreias.
Alternativa incorreta - Não houve enfrentamento direto entre esses três países no referido conflito.

GEOGRAFIA

60) “Desde a sua origem a Terra sempre sofreu mudanças climáticas. (...) Entretanto, recentemente foram detectados alguns fenômenos provocados pela ação humana que tem alterado o clima no planeta bem mais rapidamente do que os acontecimentos transcorridos ao longo da história”.

Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia
geral e do Brasil: v.1: espaço geográfico e globalização.
São Paulo: Scipione, 2010.

Sobre as ações humanas na nossa casa, que é o planeta Terra, é correto afirmar, exceto:

A A poluição atmosférica, além de provocar chuvas ácidas e afetar a saúde da população, tem também intensificado o efeito estufa, o qual reflete no aquecimento global.
Alternativa correta - As chuvas ácidas e o efeito estufa são dois dos fenômenos provocados pela poluição atmosférica, sendo que o segundo provoca o aquecimento global.
B A expansão urbana altera o comportamento térmico e tem como uma de suas consequências a formação das chamadas “ilhas de calor” nas zonas rurais onde as temperaturas, em média, são mais altas que as das cidades.
Alternativa incorreta - As “ilhas de calor” são fenômenos urbanos em que as temperaturas em média são mais altas do que as zonas rurais.
C A tragédia em Mariana (MG) provocada pelo rompimento das barragens de rejeitos da Samarco em novembro de 2015, além de causar mortes e afetar a população, foi considerada destaque mundial em função do volume e da distância percorrida pelo material, bem como dos custos ambientais e financeiros.
Alternativa correta - o site a seguir explica a alternativa: http://noticias.terra.com.br/brasil/desastre-emmariana-e-o-maior-acidente-mundial-com-barragens-em-100-anos,874a54e18a812fb7cab2d7532e9c4b72ndnwm3fp.html
D As inversões térmicas ocorrem particularmente no inverno, de modo que a camada de ar frio permanece embaixo e o ar quente acima e, por conseguinte, a circulação de ar fica bloqueada, o que favorece a retenção dos poluentes, como é o caso das áreas urbanas.
Alternativa correta - A inversão térmica é um fenômeno natural mais frequente no inverno e se caracteriza pela inversão das camadas de ar quente (acima) e frio (embaixo). Normalmente o ar quente está embaixo e o ar frio acima, o que resulta na circulação atmosférica. Na inversão térmica a circulação de ar é bloqueada e os poluentes permanecem no lugar, o que resulta em sério problema ambiental.

(UDESC) Q47 – No mês de março de 2016, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, rompeu um período de quase 90 anos, durante os quais nenhum presidente norte-americano havia feito uma visita oficial a Cuba. Assinale a alternativa correta sobre este país da América Central.

A. ( ) É um país insular que divide sua ilha principal com a República Dominicana.
B. ( ) Após a derrubada de Fulgêncio Batista, ocorrida em 1959, o país teve diversos presidentes eleitos e empossados, durante as quatro décadas seguintes.
C. ( ) Na província de Guantánamo localiza-se uma base naval dos Estados Unidos.
D. ( ) A economia é baseada no plantio de café e soja, mas o turismo é uma atividade em franca expansão.
E. ( ) Tinha uma economia independente da União Soviética, o que explica a aceleração do crescimento que atravessou durante a década de 1990.

(UDESC) Q50 – Assinale a alternativa que associa corretamente o país apontado no mapa às suas características.

A. ( ) C – Kossovo – declarou sua independência da Sérvia em 2008, sendo hoje reconhecido como independente por todos os países membros da ONU.
B. ( ) B – Líbia – a maior parte é dominado pelo deserto do Saara; vive uma crise política desde 2011, quando o ditador deste país foi deposto.
C. ( ) E – Itália – país de economia instável no contexto europeu, sendo por isso pouco visado pelos imigrantes provenientes do norte da África.
D. ( ) A – Síria – país dominado pela França após o fim do Império Otomano, vive hoje uma violenta guerra civil.
E. ( ) D – Turquia – pleiteia ingressar como membro efetivo na União Europeia; entretanto, as acusações de desrespeito aos direitos humanos dificultam a entrada nessa organização.



segunda-feira, 6 de junho de 2016

Cultura do Estupro

Certamente um grande tema para os vestibulares de verão 2016. No final de maio de 2016, o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro foi o principal assunto de várias manchetes brasileiras. Não só o corpo da vítima foi violado por 33 homens como imagens do ato foram registradas e divulgadas nas redes sociais pelos próprios criminosos.

Em entrevista ao Fantástico, a adolescente comentou que foi hostilizada por milhares de pessoas em redes sociais, e inclusive foi tratada como culpada por parte dessas pessoas incluindo o primeiro delegado designado ao caso.

É por conta desse tipo de reação agressiva que grande parte das vítimas não denuncia os estupros e outros tipos de violência que sofre. E não são poucas: a cada uma hora e meia, uma mulher morre no Brasil por causas relacionadas à violência, em sua maioria, cometidas por homens, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Mas por que quando um estupro acontece, a primeira coisa que se passa pela cabeça das pessoas é se questionar se a vítima está falando mesmo a verdade? Certamente não é o que ocorre com outros crimes, a não ser que você duvide toda vez que alguém afirma ter sido vítima de um assalto ou roubo. A resposta é simples: por conta da cultura do estupro, que é muito enraizada na nossa sociedade.

Uma série de mitos sobre o estupro e a cultura que o perpetua é disseminada diariamente. Você provavelmente já contribuiu para isso ocorrer, mesmo sem querer.

Você pode até ter opinião divergente da que será exposta aqui abaixo, porém dificilmente com ela você se dará bem numa redação do vestibular ou até mesmo num relacionamento com uma mulher. Talvez até você encontre um homem com opinião semelhante, tudo bem, mas mulher será bem difícil.

1 - O que é a cultura do estupro?

O termo foi cunhado na década de 1970 por feministas americanas e, de acordo com o Centro das Mulheres da Universidade Marshall, nos Estados Unidos, é utilizado para descrever um ambiente no qual o estupro é predominante e no qual a violência sexual contra as mulheres é normalizada na mídia e na cultura popular.

Ao disseminar termos que denigrem as mulheres, permitir a objetificação do corpos delas e glamourizar a violência sexual, a cultura do estupro passa adiante a mensagem de que a mulher não é um ser humano, e sim uma coisa. "Vivemos em uma sociedade patriarcal que considera que nós mulheres somos ou sujeitos de segunda categoria, ou em alguns casos, que não somos sujeitos e podemos ser utilizadas ou destruídas", explica Izabel Solyszko, que é professora, assistente social e doutoranda em Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

2 - A cultura do estupro começa no nascimento

Quando uma família dá boas-vindas a um bebê, o recém-nascido vem com várias expectativas: se for menino, espera-se que ele seja agressivo; se for menina, espera-se que seja delicada. São scripts pré-determinados para cada gênero. "O conceito de gênero surge para questionar a ideia de uma essência ou natureza que explique os comportamentos", diz a pesquisadora Jane Felipe de Souza, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "É essa necessidade de se pautar em aspectos biológicos para justificar diferenças, as colocando como desigualdade, inferioridade, que o conceito de gênero procura combater."

Como aponta Arielle Sagrillo, doutoranda em psicologia forense na Universidade de Kent, na Inglaterra, a sociedade cria expectativas muito grandes para ambos os gêneros. "Não permitimos que as crianças e adultos transitem entre esses espaços. Desde cedo dizemos a esses sujeitos o que eles devem ser, antes mesmo que possam descobrir o que querem, o que lhes afeta e como lidam com suas próprias emoções", afirma.

Dentro das expectativas, observa a advogada americana Reshma Saujani, os meninos são criados para serem corajosos e se arriscarem, enquanto as meninas são criadas para buscarem a delicadeza e a perfeição. Da mesma forma, espera-se que eles sejam mais agressivos ("Homem de verdade não chora", não é mesmo?) e que elas se sintam responsáveis — pela casa, pelos filhos, pelo companheiro e até mesmo pelas violências que sofrem.

"Os homens são ensinados a usarem a agressividade de maneira violenta, desde a infância são estimuladas a vivenciarem sua sexualidade até um ponto de serem reconhecidos como pessoas que 'precisam de sexo', 'que perdem a cabeça por sexo', que se tornam praticamente 'irracionais' quando o assunto é sexo", explica Solyszko. "Isso faz com que as pessoas pensem que o estupro é uma questão de sexo e sexualidade quando o estupro é uma questão de violência porque se trata de uma agressão bárbara e brutal que invade o corpo de outra pessoa."

3 - Existem vários mecanismos que propagam a cultura do estupro

Pense nos comerciais aos quais você assistiu recentemente. Agora se concentre naqueles que possuem presença feminina. Reflita ainda mais: em quantos deles as mulheres aparecem como um simples corpo para agradar os homens? Quantos deles contam com piadas relacionadas às aparências delas?

Tal representação é chamada de objetificação. Um estudo realizado pela Associação Americana de Psicologia explica que "muitas mulheres são objetificadas sexualmente e tratadas como objetos para serem valorizadas por seu uso", o que só reforça a ideia de que a mulher é uma coisa, e não um ser humano. Segundo Solyszko, além de ser patriarcal, a sociedade em que vivemos é racista e capitalista. "Essas três dimensões de dominação e de opressão vão permitir que as vidas e os corpos das mulheres sejam explorados, mercantilizados, coisificados e, inclusive, agredidos, mutilados, estuprados e assassinados."

4 - Você também contribui com a cultura do estupro

E não precisa ser um estuprador para que isso aconteça. Ao consumir músicas que denigrem a mulher e disseminar vídeos, imagens, comentários e piadas sexistas, por exemplo, você contribui para que a objetificação da mulher seja reforçada. "Nessa cultura machista que só pode se sustentar pela existência de uma sociedade patriarcal, são diversos os mecanismos que vão das piadas que nos desqualificam para dirigir, para ser engenheiras, para ser presidente do país até a violência sexual no transporte público e nas ruas", pondera Izabel Solyszko.
 
Vale ressaltar que a violência contra a mulher não se restringe ao estupro. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular, podem ser consideradas formas de assédio cantadas ofensivas ou com apelo sexual indesejado; coerção; a violência física; a desqualificação intelectual e a violência sexual, que vai desde o toque sem consentimento até o estupro. Dados do Think Olga mostram que 48% dos assédios são verbais e 68% deles ocorrem durante o dia.

5 - O estuprador pode ser um cara normal

Existem alguns mitos em torno dos estupradores, sendo os principais deles o de que o agressor é uma pessoa estranha e o segundo de que é um ser cheio de problemas psicológicos. Nenhuma dessas afirmações são verdadeiras.

Um levantamento realizado pelo IPEA em 2014 aponta que 24,1% dos agressores das crianças são os próprios pais ou padrastos, e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima. Isso sem contar casos de violência contra a mulher dentro de relacionamentos como namoros e casamentos, onde as linhas entre o consensual e a violência são mais nebulosas.

Além disso, de acordo com Arielle Sagrillo, os estudos que foram feitos sobre estupradores até o momento não identificaram nenhum tipo de patologia. "O que leva um sujeito a cometer um estupro pode ser uma série de coisas. Entre elas, um não entendimento de que o que está fazendo é violência, não ver seu ato como violência sexual, e isso tem relação com a educação. É uma questão cultural", afirma Sagrillo.

Ela explica ainda que existem várias "crenças disfuncionais" em relação às mulheres que colabora para que os agressores cometam a violência. "Só é estupro se for em um beco escuro", "uma mulher se comportando ou vestindo uma roupa está pedindo para ser estuprada", "mulheres secretamente desejam que o estupro aconteça" e "o não quer dizer sim, ela deve estar fazendo charme", são alguns deles.

6 - A vítima nunca é a culpada

Como reforça Izabel Solyszko, "independentemente do nosso comportamento e da nossa aparência, nada, absolutamente nada (nem que eu seja garota de programa, nem que eu seja promíscua, nem que eu esteja bêbada, nem que eu esteja sozinha com vários homens em um quarto), realmente nada vai justificar uma violência contra mim".

No livro Missoula, de Jon Krakauer, a promotora Suzy Boylan pondera que o estupro é o único crime em que presume que a vítima esteja mentindo. "Se uma pessoa é assaltada num beco, ficaríamos céticos com o depoimento da vítima só porque não havia testemunha ocular? Nós iríamos duvidar da vítima de um roubo porque ela deixou a porta de casa destrancada?", questiona.

O silenciamento e a culpabilização das vítimas são alguns dos principais artifícios da cultura do estupro. "Se o sigilo falha, o agressor ataca a credibilidade de sua vítima. Se não consegue silenciá-la totalmente, ele tenta se certificar de que ninguém lhe dê ouvidos. Para tanto, convoca um impressionante esquadrão de argumentos, da negação mais descarada à racionalização mais sofisticada e elegante", explica Judith Lewis Herman em "Trauma and Recovery". "Depois de cada atrocidade, podem-se esperar ouvir as mesmas desculpas previsíveis: jamais aconteceu; a vítima mente; a vítima exagera; a vítima que provocou isso; e em todos os casos é o momento de esquecer o passado e seguir em frente."

O problema é que a cultura do estupro está tão enraizada na sociedade em que vivemos que não é só o agressor que apresenta tal comportamento: profissionais da saúde e da lei também o reproduzem. No relato que deu ao Fantástico, a vítima do estupro coletivo no Rio de Janeiro contou que foi interrogada por vários homens que expuseram imagens do crime para ela, além de realizarem questionamentos absurdos como se já tinha feito sexo grupal. "É fácil esquecer que o dano causado a uma vítima de estupro que é desacreditada pode ser no mínimo tão devastador quanto o dano causado a um homem inocente que é injustamente acusado de estupro", aponta Jon Krakauer em Missoula. "E, sem dúvida, o segundo caso acontece com muito mais frequência."

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