segunda-feira, 5 de junho de 2017

10 Anos da Lei do Saneamento: Veja o que mudou no Brasil

Lei do Saneamento Básico completa 10 anos em 2017. Acesso à coleta de esgoto passou de 42% para 50,3%; já o de abastecimento de água passou de 80,9% para 83,3%.

Comparando a situação do saneamento básico no país entre 2007 e 2015:

Casas em palafitas na Baixada Santista
·   O total de brasileiros atendidos por abastecimento de água tratada passou de 80,9% para 83,3%
·         A população atendida por coleta de esgoto passou de 42% para 50,3%
·         O percentual de esgoto tratado foi de 32,5% para 42,7%
·         A região Norte segue com os indicadores mais baixos do país (56,9% para cobertura de água, 8,7% para esgoto e 16,4% para esgoto tratado)
·         A Sudeste continua como a região com a melhor situação: 91,2% (água), 77,2% (esgoto) e 47,4% (tratamento de esgoto)


O SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

O SNIS surgiu para acompanhar o andamento dos investimentos feitos em saneamento básico do país, anualmente são emitidos diagnósticos atualizados. Abaixo veremos alguns dados importantes sobre o fornecimento de água e coleta de esgoto no Brasil.

Considerando as respostas aos dois tipos de formulários (Simplificados e Completos) e descontando-se as repetições de municípios atendidos por dois prestadores de serviços, têm-se os dados do Quadro 1 com a quantidade de municípios presentes no SNIS em 2015.





























Como se observa, para abastecimento de água há dados de 5.088 municípios com população urbana de 169,0 milhões de habitantes, assegurando uma representatividade de 91,3% em relação ao total de municípios e de 97,8% em relação à população urbana do Brasil.

Para esgotamento sanitário, a quantidade de municípios que enviaram dados é de 3.798, cuja população urbana é de 158,6 milhões de habitantes, resultando em uma representatividade de 68,2% em relação ao total de municípios e de 91,8% em relação à população urbana do Brasil.

O Quadro 2 apresenta os valores médios dos índices de atendimento com água e esgotos e dos índices de tratamento dos esgotos, distribuídos segundo as regiões geográficas e a média do Brasil.

Cabe ressaltar que os índices de atendimento com rede do Quadro 2 são calculados para o conjunto de municípios cujos prestadores de serviços responderam ao SNIS em 2015. Segundo este critério, os municípios que são atendidos por mais de um prestador de serviços têm somada a população atendida, informada por cada prestador, enquanto que a população residente é utilizada uma única vez para cada município, de forma a evitar a duplicação desta população.


Cabe destacar que, em 2015, os índices de atendimento total e urbano de água da região Norte cresceram 2,4 e 1,4 pontos percentuais, respectivamente.
 
Melgaço - PA - Banheiros com fossa são opção
à falta de saneamento municipal.
Percebe-se que, em 2015, na média do país, o índice de atendimento total com rede de esgotos (IN056) foi igual a 50,3% e o atendimento urbano, foi de 58,0%. Com relação ao índice de atendimento com rede coletora de esgotos, registra-se, em 2015, um crescimento de 0,4 ponto percentual tanto no índice total (IN056) como na área urbana (IN024), quando comparado ao ano de 2014.

A comparação dos índices de atendimento com esgotos por macrorregião aponta as maiores elevações nas regiões Sul e Centro- Oeste, iguais a 2,9 e 2,7 pontos percentuais, respectivamente. Na área urbana, os índices médios têm comportamento similar, com altas de 3,1 pontos percentuais nas regiões Sul e Centro-Oeste. Já na região Sudeste, novamente, os índices de atendimento caíram devido ao impacto de uma correção da população feita pela COPASA-MG.

Mapa de municípios que fazem parte do SNIS e possuem serviço público de fornecimento de ÁGUA

 Mapa de municípios que fazem parte do SNIS e possuem serviço público de ESGOTO

Abaixo podemos verificas no próximos 2 mapas, o percentual de atendimento de esgoto em área urbana, e é alarmante ainda a situação verificada na região norte. Lembrando que os dados destes mapas são de área urbana!

Índice de atendimento URBANO de ESGOTO - ESTADOS

Índice de atendimento URBANO de ESGOTO - MUNICÍPIOS

A Lei do Saneamento Básico e o Plano Nacional de Saneamento

Em 2007, quando a lei 11.445 foi sancionada, 42% da população era atendida por redes de esgoto. Até 2015, o índice aumentou 8,3 pontos percentuais, o que corresponde a menos de um ponto percentual por ano. Quanto ao abastecimento de água, apesar de a abrangência ser bem superior à de esgoto, a evolução foi ainda mais lenta: passou de 80,9% em 2007 para 83,3% em 2015, um aumento de apenas 2,4 pontos percentuais. Já o índice de esgoto tratado passou de 32,5% para 42,7%.

Em paralelo com a Lei do Saneamento Básico, um plano nacional foi elaborado e lançado em 2014 pelo governo federal para servir de base para o setor. O plano estabelece metas de curto, médio e longo prazo com base em indicadores de água, esgoto, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais e gestão dos serviços de saneamento. Há metas de universalização dos serviços, de diminuição dos índices de desperdício de água, de erradicação de lixões, entre outros.

Segundo o plano, o custo para universalizar os quatro serviços (água, esgoto, resíduos e drenagem) é de R$ 508 bilhões entre 2014 e 2033. Já para a universalização de água e esgoto, o custo será de R$ 303 bilhões.


O Ministério das Cidades diz que a implementação do Plano Nacional de Saneamento Básico, resultante de uma mobilização dos principais atores do setor saneamento, "é o caminho seguro para se alcançar as metas estabelecidas". "Lembrando que o plano foi aprovado em 2013, com horizonte de 20 anos e previsão de revisão a cada quatro anos. A questão tanto da coleta quanto do tratamento de esgoto está sendo priorizada pelo governo federal, e nenhum projeto é considerado com funcionalidade se não houver previsão de tratamento do esgoto coletado. Deve-se ressaltar ainda o esforço de boa parte dos demais entes federados e dos prestadores de serviços de saneamento."

Jonathan Kreutzfeld

Fonte:







Nenhum comentário:

Postar um comentário