quarta-feira, 7 de junho de 2017

50 anos da Guerra dos Seis Dias

A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado entre Israel, com o apoio dos EUA, e a frente árabe, formada por Jordânia, Egito, e Síria, apoiados pelo Kuwait, Iraque, Argélia, Arábia Saudita, e Sudão.

O crescimento das tensões árabe-israelenses, em meados de 1967, levou os dois lados a movimentarem as suas tropas. Antecipando um possível ataque do Egito e da Jordânia, Israel surpreendeu as nações aliadas, lançando um ataque preventivo e arrasador à força aérea egípcia.

O Estado-Maior israelita traçou um plano, chefiado pelo general Moshe Dayan, começou a ser posto em prática ao amanhecer do dia 5 de junho de 1967, quando aviões de Israel atacaram nove aeroportos militares, destruindo a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas de aterrissagem, inclusive com bombas de efeito retardado dificultando as reparações.

O elemento surpresa fez diferença frente um exército muito mais numeroso e equipado.

As forças egípcias consistiam em 7 divisões, 4 blindadas , 2 de infantaria e 1 de infantaria mecanizada . No geral, o Egito tinha cerca de 100.000 soldados e entre 900 e 950 tanques no Sinai, apoiados por 1.100 APCs e 1.000 peças de artilharia. Este sistema foi baseado no modelo soviético, onde as unidades blindadas proporcionavam uma defesa dinâmica, enquanto unidades de infantaria se envolvia em batalhas defensivas.

As forças israelenses estavam concentradas na fronteira com o Egito e incluia 6 brigadas blindadas, 1 brigada de infantaria, 1 brigada de infantaria mecanizada, 3 brigadas pára-quedista, dando um total de cerca de 70.000 homens e 700 tanques, que foram organizados em três divisões blindadas.

Mirage IIICJ
Ao cair da noite, Israel disse que teria destruído cerca de 420 aviões árabes, e perdido 26 de suas aeronaves nos dois primeiros dias da guerra. Os aviões israelenses abatidos incluíam 6 caças Mirage IIICJ, 4 caças Super Mystère, 8 aeronaves de ataque ao solo Mystère IVA, 4 aeronaves de ataque ao solo Ouragan e 5 bombardeiros médio Vautour II. Doze pilotos israelenses foram mortos, cinco feridos e quatro capturados.

Ao mesmo tempo, forças blindadas israelenses investiam contra a Faixa de Gaza e o norte do Sinai. A Jordânia então abriu fogo em Jerusalém e a Síria interveio no conflito.

No terceiro dia de combate todo o Sinai já estava sob o domínio de Israel. Nas 72 horas seguintes, os israelenses impuseram uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Gola, na Síria. Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a União Soviética, aproveitando também para recuperarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis mais próximos ao Canal de Suez.

Nos anos seguintes à crise de Suez, a tensão entre árabes e israelenses foi elevando-se perigosamente, devido a vários fatores como a instalação de governos de caráter progressista em países árabes (Síria e Iraque) em substituição aos regimes conservadores neles existentes até então. Esses novos governos se mostravam favoráveis a uma ação militar contra Israel e pressionavam o governo egípcio - o mais forte e populoso do mundo árabe - a se encaminhar nessa direção e também a formação de movimentos de resistência palestinos que passaram a reagir cada vez mais à ocupação de Israel. A repetição contínua desses incidentes, que ocorriam principalmente ao longo da fronteira de Israel com seus vizinhos, e as pressões dos países árabes para que adotassem uma posição mais firme por parte do Egito levaram este último a formalizar pactos militares de defesa mútua com a Síria, a Jordânia e o Iraque.

Não há registro na história militar, de uma vitória tão grande e que foi conquistada em tão pouco tempo onde em apenas quatro dias um amplo exército é derrotado.

A guerra se estendeu até o dia 10 de junho, com Israel controlando toda a península do Sinai, Cisjordânia, que incluía toda a cidade de Jerusalém, a Faixa de Gaza, e as Colinas de Golã, na Síria. Por fim, Israel possuía um território quatro vezes maior do que tinha antes, com um total de 1,5 milhões de pessoas.



Consequências

·                 Os estados árabes perderam mais da metade de seu equipamento militar;
·                 Israel perdeu cerca de 800 homens, enquanto os árabes perderam cerca de        18.000;
·                 O presidente do Egito, Nasser, renunciou ao cargo devido a derrota;
·                 O mundo islâmico ficou com aversão ao estado israelita;
·                 Aumentou o número de refugiados da Jordânia.

Em 1979 ocorre o Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o presidente Anwar Sadat.

Jonathan Kreutzfeld

Fonte:



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