Fundada
no ano de 1866, no estado do Tennessee,
a Ku
Klux Klan (KKK) surgiu como um clube social que tinha como membros os soldados
que haviam lutado na Guerra Civil Americana, ocorrida nos anos de 1861 a 1865,
representando os estados do sul, que haviam sido derrotados. Lembrando que
naquela época os estados do sul que eram escravocratas e controlados pelos
democratas enquanto os do norte, que eram contra a escravidão eram controlados
por republicanos.
Guerra
Civil Americana
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Abraham Lincoln |
A Guerra Civil Americana ocorreu
devido à eleição de Abraham Lincoln (Republicano). Sete estados se rebelaram
contra o governo, o que culminou na cessão com a União, surgindo assim os
Estados Confederados da América. Seus esforços para a abolição da escravidão
incluíram a assinatura da lei de Proclamação de Emancipação em 1863,
encorajando os estados escravocratas de fronteira a tornarem a escravidão
ilegal, e dando impulso ao Congresso para a aprovação da Décima Terceira Emenda
à Constituição dos Estados Unidos, que finalmente pôs fim a escravidão em
dezembro de 1865.
A
KKK na verdade era uma organização racista secreta, que tinha entre seus
objetivos resistir à política imposta pelos estados do norte após a Guerra
Civil e intimidar os negros, na maioria das vezes com atos de violência,
garantido assim a supremacia branca no país.
Chamem-se
hoje, Ku Klux Klan, alt-right, neonazis, movimento nacional socialista ou
Partido Americano da Liberdade, todos partilham uma crença: a de que a raça branca é superior a todas as outras e, por isso, deve
dominar a sociedade.
O
nome da organização, cujo registro mais antigo já conhecido é datado do ano de
1867, tem origem da palavra grega Kyklos, que significa “Círculo”, e da inglesa
“Clãn”, que foi escrita com K para poder entrar no contexto do título, já que
muitos acreditam que o nome foi inspirado no barulho feito quando se põe um
rifle em ponto de atirar.
Surgimento
Criada
pelo general Nathan Bedford Forrest, e tendo ainda membros como os veteranos da
confederação sulista, Calvin Jones, Frank McCord, Richard Reed, John Kennedy,
John Lester e James Crowe, a KKK conseguiu crescer em proporções inimagináveis
em muito pouco tempo, ampliando seu número de seguidores por diversos outros
estados.
Para
que suas identidades fossem preservadas, os membros do clã usavam roupas
brancas com capuzes que cobriam o rosto. Para que alguém pudesse entrar na
seita era necessário passar por um ritual de iniciação, que se dava pelo fato
do indivíduo ser colocado dentro de um tonel e empurrado ladeira abaixo.
Cada “K” uma
renovação

O
segundo grupo atingiu aproximadamente 5 milhões de pessoas, foi fundado em 1915
e começou a atuar em todo o país em meados da década de 1920, especialmente nas
áreas urbanas do Centro-Oeste e Oeste. Ele se opunha aos católicos e judeus,
especialmente os imigrantes mais recentes, sendo que ressaltava sua profunda
oposição à Igreja Católica. Esta segunda organização adotou um traje branco
padrão e usava palavras de código semelhantes como as do primeiro Klan, além de
ter adicionado os rituais de queima de cruzes e de desfiles em massa.
A
terceira e atual manifestação da KKK surgiu depois de 1950, sob a forma de
grupos pequenos, locais e desconexos que fazem uso do nome KKK. Eles se
concentraram na oposição ao movimento dos direitos civis, muitas vezes usando
violência e assassinatos para reprimir ativistas. É classificado como um grupo
de ódio pela Liga Antidifamação e pelo Southern Poverty Law Center. Estima-se
ter entre 5.000 e 8.000 membros em 2012. A segunda e a terceira encarnações do
Ku Klux Klan faziam referências frequentes ao sangue "anglo-saxão"
dos Estados Unidos, que remete ao nativismo do século XIX. Embora os membros da
KKK jurem defender a moralidade cristã, praticamente todas as denominações
cristãs oficialmente denunciaram as práticas e ideologias da KKK.
Atualmente,
considerando que as redes sociais escondem muitos grupos e membros alicerçados estima-se
que o número de seguidores praticantes ou não de atos violentos seja de dezenas
de milhões de pessoas só nos Estados Unidos.
Eu
recomendo alguns filmes bem fáceis de encontrar para compreender um pouquinho mais
dessa história.
-
Lincoln
-
Deuses e Generais
-
Gangues de Nova Iorque
Como aconteceu a
reviravolta que levou os radicais da supremacia branca para o lado Republicano?
A
primeira migração dos eleitores negros para o terreno democrata se deu durante
o governo de Harry Truman (1945-1953). Democrata, ele baixou decretos contra a
segregação nas forças armadas e no funcionalismo público e discursou contra a
segregação racial.
A
segunda onda, bem mais intensa, veio nos anos 1960, na sequência dos protestos
contra as leis estaduais que separavam negros e brancos em lugares públicos e
escolas. Após o assassinato do pastor batista Martin Luther King, a mais contundente voz desse movimento, quem
tomou a dianteira foi o pastor democrata Jesse Jackson, seu colega.
Enquanto
Luther King pregava a igualdade de todos os americanos, Jackson ressaltava as
diferenças e fez campanha pelas políticas multiculturalistas de ação
afirmativa, como as cotas raciais. Medidas desse tipo já estavam sendo
implementadas pelo presidente republicano Richard Nixon, mas os democratas
foram eficientes em roubar a paternidade da coisa. “Quando Nixon, com o Plano
Filadélfia, tentou recuperar o espaço perdido pelos republicanos entre os
negros, os democratas abraçaram as políticas de ação afirmativa e passaram a
reclamar o estatuto de pioneiros”, escreve Demétrio Magnoli no livro Uma Gota
de Sangue (Contexto).
O
apoio do presidente democrata Bill Clinton às políticas de preferências raciais
nos anos 1990 e a eleição de Barack
Obama em 2008, com mais de 80% dos votos dos negros, sedimentou a transição
do voto negro para o campo democrata.
E
em 2016, Hillary Clinton, levou a maior parte dos votos negros. Barak Obama, o
presidente negro (ainda que de mãe branca) é democrata. E Donald Trump, o pré-candidato republicano, evitou condenar o apoio de
um líder da KKK, David Duke durante sua campanha.
Jonathan
Kreutzfeld
Fonte:
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