sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Como vai a Síria?

Nesta penúltima semana de fevereiro de 2018, a Síria tem registrado alguns dos piores momentos de sua guerra civil que já dura mais de seis anos.

Mais bombas atingiram a região síria de Guta Oriental nesta sexta-feira 23 de fevereiro, em um ataque descrito por uma testemunha como o pior até agora, antes de uma votação do Conselho de Segurança da ONU para pedir um cessar-fogo de 30 dias em toda a Síria.

Pelo sexto dia seguido, aviões de guerra têm atacado a densamente povoada região agrícola e último reduto rebelde perto da capital síria, Damasco. O agravamento da violência deixou ao menos 417 mortos e centenas de feridos até agora, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

O conflito que vai completar 7 anos em 2018, tem origens que passam pela Primavera Árabe, no Oriente Médio e na África, e por outros episódios do complexo contexto geopolítico da região. Mais de 400 mil mortes e quase dez milhões de refugiados já se retiraram do país.
  


Ao contrário de outras postagens feitas por aqui anteriormente, agora podemos dizer que em território Sírio, os maiores agentes da guerra civil são apenas o Governo Sírio de Assad e as pequenas áreas de rebeldes que lutam contra o governo. O Estado Islâmico da Síria e do Iraque ISIS atualmente se apresenta bastante reduzido e não é mais o principal ator deste conflito.

O governo de Assad recebe uma contundente ajuda russa a cerca de 2 anos o que praticamente eliminou a presença do Estado Islâmico e suprimiu a ação dos rebeldes contra o governo desde que os EUA retiraram apoio aos grupos.
                     
Jonathan Kreutzfeld

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Saiba o que é uma Intervenção Federal

A nossa Constituição Federal tem como principio o Pacto Federativo (art. 18), onde as esferas do poder (Federal, Estadual e Municipal) são autônomas, autogovernáveis, (podem escolher, por meio de eleição, seus chefes do Executivo e do legislativo) auto organizáveis (expressa no poder de elaborar sua Constituição) e normas estaduais e auto administráveis (têm competências administrativas e tributos próprios). No entanto, esse principio, assim como os demais, não é absoluto. Há uma situação excepcional em que a autonomia dos Entes Federativos é temporariamente suprimida para que a ordem e o Estado Democrático de Direito.

Há um Capitulo especifico da Carta de 1988, o qual é chamado de “CAPÍTULO VI – DA INTERVENÇÃO”. Há um rol taxativo (numerus clausum) dos do que pode ensejar uma Intervenção Federal, como diz o artigo 34:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
A) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

Quem decreta a intervenção federal?

Assinatura do decreto de Intervenção Federal
É o presidente da República, por iniciativa própria ou por solicitação do Poder Legislativo, de alguma instância superior do Judiciário, especificamente o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou por solicitação da Procuradoria-Geral da República provida pelo STF.

O que deve trazer o decreto?
O decreto de intervenção precisa especificar a amplitude, o prazo e as condições de execução da intervenção e, se couber, trazer o nome do interventor. No caso do Rio de Janeiro, o general do Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, vai assumir a segurança pública do Rio. Assim, governador Luiz Fernando Pezão continuará em seu posto.

Ou seja, a intervenção federal no caso do Rio de Janeiro vai agir neste caso, apenas na questão da segurança e esta por sua vez atin

A Intervenção Federal no Rio de Janeiro

O decreto já aprovado na câmara e senado, estabelece que a medida vai durar até 31 de dezembro deste ano. Nesse período, o general do Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, será o interventor no estado e terá o comando da Secretaria de Segurança, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário no estado do Rio.

A intervenção federal ocorre em um momento onde as forças de segurança do Rio de Janeiro apresentam apenas 60% do efetivo que seria considerado ideal para o estado.



Estratégia

As Forças Armadas querem estrangular o crime organizado, fechando as rotas de entrada de armas e drogas no Rio, com o uso de Exército, Marinha e Aeronáutica. Essa é parte da estratégia definida pelo militares para a atuação no estado até 31 de dezembro de 2018

Nessa estratégia, caberá ao Exército bloquear acessos com postos de revista em três níveis. O primeiro será perto das divisas, em estradas como as BRs 101, 116 e 040. O segundo nível de bloqueio será feito no Arco Metropolitano (BR-493) e, por fim, o terceiro deve ocorrer na entrada de áreas dominadas por grupos armados, em uma estrutura parecida com a ação nas Favelas do Chapadão, na zona norte do Rio, e Kelson’s, na Penha.

Os planos reservam para a Marinha a fiscalização na Baía de Guanabara e no porto para controlar navios e contêineres. Embarcações que ancoram afastadas para esperar a fila do porto e as de passeio e de pesca também serão alvo de vigilância. A Aeronáutica e a Receita vão cuidar do Aeroporto Tom Jobim.

Para os militares, a geografia do estado facilita o controle das entradas e saídas. Segundo um general ouvido pelo jornal, o “planejamento seguirá essa lógica”. O Comando Militar do Leste (CML) vai procurar a CCR, concessionária que administra a Via Dutra, para ter acesso às câmeras da estrada.

Com a intervenção na segurança pública do Rio, o Exército passou a agir em quatro áreas: operacional, administrativa, jurídica e política. Por enquanto, as ações nas ruas vão seguir o planejamento com base no decreto sobre a Garantia da Lei e Ordem (GLO), em vigor desde agosto de 2017. Esse foi o caso de ações em fevereiro de 2018, que levou à prisão de 11 pessoas e à apreensão de seis armas, além de veículos e drogas. E isso deve ser só o começo.

Só pra ter uma ideia, algumas ações de segurança tomadas nesta primeira semana após a aprovação da intervenção inseriram mais de 3 mil militares do exército em ações em favelas da zona oeste do Rio de Janeiro.

No decorrer dos primeiros meses de 2018 devem ser identificados todos os responsáveis por suprir as necessidades da intervenção, bem como o custeio da mesma. E não será barato para o país!

A intervenção na segurança do Rio de Janeiro ocorre com aprovação de 74% dos brasileiros, de acordo com pesquisa feita pelo próprio governo federal.

Se esta intervenção é eleitoreira ou não eu não sei mas me parece de momento necessária e esperamos que investimentos precisos sejam feitos para garantir que o próprio estado do Rio de Janeiro possa suprir suas necessidades e que em 2019 a situação se estabilize.

Jonathan Kreutzfeld

Fonte:






terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Resumo Reforma da Previdência - PEC 287

Introdução

O ano de 2017 certamente foi de grandes discussões a respeito deste assunto, as opiniões favoráveis e contra a reforma são, por vezes calorosas. Fato é que sempre que assistimos à televisão ou lemos alguma coisa sobre o assunto, podemos ter mais opinião sobre dados do que análise ou interpretação dos mesmos. Neste resumo, vou primeiramente expor alguns dados sobre população, previdência e economia. O ano de 2018 já inicia politicamente com a mesma discussão mas, com as eleições pela frente, deve ficar só no talvez por mais algum tempo.

Mas antes de olhar os dados, é importante saber que o conceito de seguridade social pode ser bastante distinto entre as pessoas que expõem opinião e dados técnicos ou não. Algumas pessoas entendem que aposentadoria e pensões devem vir do mesmo fundo, outros não, tem os que entendem que a seguridade social abrange também a área da saúde, entre outras inúmeras formas de ver o assunto. Sem contar a famosa separação entre o regime dos funcionários públicos e dos privados.

Todos os dados utilizados nesta pesquisa estão nas fontes ao final da postagem e são em bases oficiais do próprio governo.

Quais são as principais mudanças que a reforma do governo prevê?

A proposta do governo fixa idade mínima de 65 para requerer aposentadoria e eleva o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 25 anos.

O governo pretende pressionar o trabalhador a contribuir mais tempo para melhorar o valor a receber. O benefício será calculado com base em 51% de 80% das melhores contribuições mais um ponto percentual a cada ano pago. Para se aposentar com 100% do benefício, será preciso contribuir 49 anos.

Ao elevar elevar a idade mínima do regime próprio da União, de 60 anos (homem) e de 55 (mulheres) para 65 anos para todos, o governo federal, automaticamente, aumenta as idades dos servidores de estados e municípios, do Judiciário e Legislativo. (espertamente o governo já revogou toda essa abrangência, tirando os estados e municípios, deixa o problema com centrais sindicais, por exemplo, na mão dos governadores e prefeitos.)

Os militares permanecem com as mesmas regras que possuem atualmente, os demais profissionais que tinham condições especiais, perdem as mesmas. Os servidores públicos continuariam tendo regimes de funcionamento separados do INSS porém com as mesmas regras dos demais trabalhadores.

SITUAÇÃO ATUAL


Considerando os dados fornecidos pelo INSS é fácil notar que com apenas 3,6 milhões de beneficiários, os funcionários públicos custam 255 bilhões de reais, enquanto os 32,6 milhões de beneficiários do INSS custam 418 bilhões. Se dividirmos o valor pago pelo numero de beneficiários, fica nítido que o funcionário público tem valores extremamente maiores.

Custo anual médio

INSS: 13.062,00 reais
Públicos: 70.833,00 reais

Sendo o teto do INSS de 5.531,00 reais, essa diferença absurda entre a remuneração que é paga a maioria dos trabalhadores do INSS que é em média de mil reais por mês só é possível porque muita gente do funcionalismo público consegue se aposentar com salários muito acima dos 5 mil reais.

E eu sempre digo que não vejo problema algum em ter pessoas ganhando salários enormes, desde que isso não comprometa a dignidade de recebimento de aposentadoria dos demais! E é o que vem acontecendo. Não é possível manter tantas pessoas aposentadas com valores muito elevados? Então desonera o excesso da folha deles, que certamente quem tem um super salário, tem mais condições de se garantir “sem aposentadoria” do que o operário da fábrica que ganha mil reais. E isso pode ser importante para que todos não precisem trabalhar em jornadas elevadas até os 65 anos.

Até porque penso que muita gente não se importaria de trabalhar até os 65, mas eu, por exemplo, não me imagino com 65 anos dando 40 aulas semanais no ensino médio, menos aulas quem sabe.

Sendo assim, os dados que veremos a seguir se referem apenas aos dependentes do INSS do setor privado, onde temos a maior parte dos contribuintes afetados pela reforma prevista pelo atual governo.

Aposentadoria Rural e Urbana

Outro fator que gera bastante discussão é o fato de que durante muito tempo, os trabalhadores rurais se aposentaram sem nenhum tipo de contribuição para o INSS. E neste caso eu digo que temos duas situações que devem ser avaliadas.

1 – Hoje nós temos um déficit absurdo nas aposentadorias rurais, se conseguirmos aumentar a formalidade desses trabalhadores e arrecadar mais e por mais tempo, podemos tapar um pouco desse rombo, mas realmente existe um rombo.

2 – Digamos que não conseguimos revolver da forma 1, se olharmos abaixo o gráfico referente as aposentadorias rurais veremos que o déficit tende a aumentar certo? Sim, mas saiba que a tendência, mesmo que não mude nada do que temos hoje, teremos num futuro próximo, uma parcela muito pequena trabalhando no campo e as maiores gerações de trabalhadores rurais já estão digamos, falecendo. Ou seja, se formalizar os que hoje estão no campo, no futuro dificilmente haverá déficit no campo.

Na separação contábil das contas observa-se o seguinte, no ano de 2015: a arrecadação da previdência rural foi de R$ 7,1 bilhões, com despesas de de R$ 98 bilhões, déficit de R$ 90,9 bilhões. Na previdência urbana, a receita foi de R$ 343,2 bilhões, com despesas de R$ 338 bilhões; superávit de R$ 5,2 bilhões. 

RESULTADOS URBANO 

RESULTADOS RURAL

Na imagem abaixo podemos também verificar, que a maior parcela absoluta dos trabalhadores rurais se aposenta com idade mais avançada e consequentemente fica em média, menos tempo aposentada que a população urbana.


Abaixo temos o resultado oficial (Urbano + Rural) e também a evolução do PIB brasileiro.

No gráfico dos resultados, é possível perceber que de 2003 até 2013 o Brasil tem um déficit “pagável”, sim pagável. Tá mas e de 2014 pra cá a coisa desaba e se torna perigosa! Isso mesmo, atualmente o governo alega que temos um déficit na previdência de 149,7 bilhões de reais e isso é bem perigoso. Mas é aí que vem a necessidade de olhar para o outro gráfico, o de evolução do PIB. Neste gráfico é possível perceber que de 2003 até 2011 temos crescimento do PIB e sabemos que desde então temos recessão (em 2012 e 2013 o Brasil cresceu 0,9 e 2,3% porém em dólar nosso PIB não subiu).

O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que o governo deve trabalhar para fazer o PIB do país voltar a crescer e não simplesmente me fazer trabalhar até os 65 e pronto!

RESULTADOS URBANO + RURAL


Beneficiários: Acidentários e Previdenciários

Até agora já pudemos constatar que:

- O governo precisa fazer o PIB crescer;
- Os funcionários públicos precisam ter um teto de benefício igual aos demais contribuintes;
- A arrecadação previdenciária dos agricultores precisa ser feita.

Mas e se mesmo assim tivéssemos um déficit? Mesmo que não fosse hoje, sabemos que a população está envelhecendo, que hoje a população ativa é grande, mas no futuro não será... Onde podemos mudar mais alguma coisa?

Se pegarmos os dados mais recentes de quantidade de benefícios emitidos, veremos que no ano de 2015, a Previdência Social concedeu 4,3 milhões de benefícios, dos quais 88,5% eram previdenciários, 6,4% assistenciais e 5,1% acidentários.

E é dos acidentários que eu gostaria de falar um pouco mais. Digamos que um trabalhador de 30 anos de idade perca sua mobilidade em um acidente de trabalho porque não lhe foi oferecido o equipamento de segurança adequado. Este trabalhador deve receber uma indenização, certo? Sim, ele deve. Mas mesmo assim, esse cidadão vai acabar recebendo posteriormente um benefício por invalidez certo? Sim, e quem vai pagar eternamente este benefício ao trabalhador? O INSS! Então veja bem, o trabalhador sofreu um acidente de trabalho e não consegue mais trabalhar e recebendo ou não uma indenização do empregador, quem certamente vai ter um grande tempo pagando seu benefício é o INSS. Eu não tenho absolutamente nada contra o trabalhador acidentado (óbvio), mas não posso concordar com isso. Creio que em primeiro lugar, o governo deveria cobrar deste empregador todas as contribuições previdenciárias necessárias para garantir o benefício deste trabalhador via INSS. Depois de feito isso, o acidentado deveria buscar seus direitos individuais de indenização.

Abaixo a tabela que descreve o volume de benefícios por motivo.


Relatório da composição dos benefícios concedidos pelo INSS

No ano de 2015, a Previdência Social concedeu 4,3 milhões de benefícios, dos quais 88,5% eram previdenciários, 6,4% assistenciais e 5,1% acidentários.

Comparando com o ano de 2014, a quantidade de benefícios concedidos reduziu 16,6%, com decréscimo de 15,9% nos benefícios urbanos e 19,9% nos benefícios rurais. Os benefícios concedidos à clientela urbana atingiram 81,6% e os concedidos à clientela rural somaram 18,4% do total. As espécies mais concedidas foram o auxílio-doença previdenciário, a aposentadoria por idade e o salário-maternidade, com, respectivamente, 42,1%, 13,3% e 12,9% do total.

O valor total dos benefícios concedidos em 2015 atingiu R$ 5,0 bilhões, valor que representou um decréscimo de 8,1% em relação ao ano anterior, com os benefícios urbanos reduzindo 7,4% e os benefícios rurais 12,8%. Considerando o valor dos benefícios, as espécies mais concedidas foram todas previdenciárias: o auxílio-doença, a aposentadoria por tempo de contribuição e a aposentadoria por idade, cujas participações foram de 43,5%, 12,7% e 10,8%, respectivamente.

Em 2015, 99,4% dos benefícios concedidos à clientela rural apresentavam valor de até um piso previdenciário, enquanto que os benefícios da clientela urbana dessa faixa corresponderam a 41,9% do total. Observa-se que 98,2% dos benefícios urbanos estavam contidos na faixa que atinge até cinco pisos previdenciários.

Cerca de 57% dos benefícios foram concedidos a pessoas do sexo feminino, sendo que na clientela urbana esta participação foi de 55,0% e na rural 65,9%. Os benefícios concedidos a pessoas com 60 anos ou mais representaram 22,3% de todos os benefícios concedidos. Esse percentual aparentemente reduzido deveu-se aos benefícios que são concedidos independentemente da idade e que responderam por 67,7% do valor das concessões. Eram constituídos pelos benefícios de curta duração ou pelos benefícios decorrentes de invalidez, tais como os auxílios previdenciários, o salário-maternidade, os benefícios acidentários e o amparo ao portador de deficiência e ao idoso.

O valor médio dos benefícios apresentou um crescimento de 10,2% no ano, passando de R$ 1.052,62 em 2014 para R$ 1.159,68 em 2015. O valor médio dos benefícios urbanos foi 57,6% maior que o dos benefícios rurais, respectivamente, R$ 1.243,15 e R$ 788,83. A espécie de benefício com maior valor médio é a aposentadoria por tempo de contribuição (R$ 1.996,20), seguida da pensão por morte acidentária (R$ 1.692,90) e da pensão mensal vitalícia (R$ 1.575,38). O valor médio dos benefícios urbanos concedidos a pessoas do sexo masculino (R$ 1.397,37) é 25,1% maior que o do sexo feminino (R$ 1.116,78). Na clientela rural, a diferença percentual foi praticamente nula (R$ 789,19 para homens e R$ 788,65 para mulheres).

Considerações Finais

- O governo precisa fazer o PIB crescer;
- O governo precisa fazer o desemprego diminuir e assim aumentar a arrecadação previdenciária;
- A arrecadação previdenciária dos agricultores precisa ser feita.
- Os acidentes de trabalho devem ter maior responsabilidade por parte dos empregadores do que do INSS;
- A previdência pública precisa ter as mesmas regras que as do setor privado.

Se os dois primeiros itens são de responsabilidade do governo e podem contribuir muito para sanar os problemas do déficit previdenciário porque não começar a resolver o problema pela raiz? Afinal, a raiz de todos os nossos problemas neste momento é RECESSÃO ECONÔMICA. Então o governo precisa ter COMPETÊNCIA para resolver este problema sem ferrar com o trabalhador e tentar nos fazer trabalhar até os 65 anos.

Jonathan Kreutzfeld

Fonte:








Estrutura da População: Evolução das Pirâmides Etárias

O estudo das pirâmides etárias, é muito importante para identificar o "momento econômico" de um país. Consiste em elementos gráficos que apresentam as seguintes características de estrutura da população de um lugar:

Divisão por sexo: homens e mulheres. 

Neste item é importante lembrar que as mulheres é que de fato são responsáveis pela "reposição" populacional, uma vez que apenas elas possuem real capacidade de reprodução. Se tivermos um lugar com poucas mulheres, a chance deste lugar ter um crescimento vegetativo negativo é grande. Outra coisa que dá para notar em alguns casos, é um grande volume de redução de homens adultos em casos de países em guerra por exemplo.

Divisão por faixa etária: jovens (0-19), adultos (20-59) e idosos (60+). 

Esta informação é super importante para compreender a fase de transição demográfica que o lugar se encontra. Se houver proporcionalmente muitos jovens, significa que o lugar ainda apresenta sérios problemas na área da saúde. Oras, se muitos não ultrapassam os 19 é porque faltam investimentos na saúde das crianças e na das mães das mesmas. Já uma pirâmide com grande volume de adultos, significa que o lugar possui grande possibilidade de PEA (População Economicamente Ativa) e o lugar deve priorizar investimentos para garantia de empregos e então talvez ter grande crescimento econômico. Já uma pirâmide com um grande volume de idosos representa que este lugar está se desenvolvendo, e isso é muito bom! Mas deve tomar os devidos cuidados previdenciários que podem ter neste momento, uma certa sobrecarga. Problema este, que pode ser resolvido com planejamento.

Esta primeira imagem abaixo, demonstra da esquerda para direita, a transição demográfica de um país jovem para um país maduro. O Brasil é um país que está saindo da piramide do centro para a que está na direita.


A transição demográfica brasileira

O gráfico abaixo mostra a evolução da população idosa brasileira prevista para o período 2000 - 2060 se nada de muito contundente acontecer nas características demográficas que temos hoje.



Atualmente (2017) temos um universo de idosos que pode ser triplicado nas próximas décadas, afinal, a geração dos que hoje tem entre 25 e 35 anos é a maior que já tivemos (entre os fecundados no Brasil). E esta geração possivelmente chegará em peso aos 60 anos ou mais nas próximas décadas devido as melhorias na área da saúde principalmente.

Abaixo nós vamos verificar diversas pirâmides etárias brasileiras (1940 - 2060).

Essas duas primeiras (1940 - 1950), mostram um Brasil com grande percentual de jovens. Nesta época, o país ainda era extremamente rural e com sérios problemas de saúde, a taxa de mortalidade infantil era muito alta. Estas pirâmides rurais e de baixo crescimento populacional caracterizam a 1a fase da transição demográfica.




As décadas de 1960 até 1980 já apresentam um comportamento de país que estava se urbanizando. Caracterizando a 2a fase da transição demográfica e com as melhorias de acesso à saúde que isso pode trazer a população avançando também, temos nesta fase uma explosão demográfica muito bem caracterizada. Embora alguns passos já tenham sido dados para controlar a população como campanhas de uso de preservativo e da pílula o país passou nestas décadas por uma rápida duplicação de população.






Dos anos 1990 em diante, o Brasil já se encontra na 3a fase da transição demográfica e sua taxa de fecundidade dica abaixo de 3 filhos por mulher. É visível em todas as pirâmides a partir daqui que a população jovem vai de forma vertiginosa ficando menor que as demais camadas da estrutura etária do país. Os motivos desta postura de menor quantidade de filhos vem das campanhas contra a AIDS que acabam de certa forma aumentando o uso de preservativo, uso de pílula mais popularizado, inserção mais contundente da mulher no mercado de trabalho e altos custos de vida com a urbanização intensa.  As consequências desta redução populacional nas camadas mais jovens são:

- Falta de PEA em medio e longo prazo e a solução deste problema costuma ser buscar migrantes que possam suprir essas necessidades do mercado de trabalho e nem sempre isso é feito de forma tranquila e sem preconceitos.
- Sobrecarga do sistema previdenciário.






O gráfico abaixo demonstra o volume populacional dentro de cada faixa etária no ano de 2010. Com este grande volume populacional adulto o país costuma ter que se preparar para um futuro com muitos aposentados. Isso justifica reformas como a da previdência para estabilizar a economia e você pode ler mais a respeito em outro post que fiz sobre o assunto no link abaixo:

A partir do Censo de 2020 possivelmente teremos em nosso país, caracterizada a 4a fase da transição demográfica. Isso significa que teremos uma estabilidade populacional em curso com crescimento populacional entre -1% e +1% que é o esperado pelas Nações Unidas e tratado como ideal para um país.









Jonathan Kreutzfeld


Fonte: IBGE

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Países mais turísticos do mundo

O que será que torna um país muito mais turístico do que o outro?

A resposta na verdade envolve diversas variáveis, e quando se trata de turismo internacional podemos destacar:

- Poder aquisitivo dos países vizinhos;
- infraestrutura viária e de comunicações;
- Segurança;
- Paisagens naturais;
- Conservação de patrimônio histórico-cultural;
- Proximidade de grandes centros econômicos mundiais,

Se você parar para refletir sobre cada um desses itens, vai entender porque o Brasil não aparece na lista. Estamos longe de quem tem grana, derrubamos nosso patrimônio histórico sem refletir muito, e pra piorar nossas paisagens naturais embora sejam maravilhosas, não são tão exclusivamente nossas. Tem Amazônia na Guiana Francesa, praias no caribe, na Tailândia, na Indonésia... lugares que mesmo tendo alguns problemas em comum conosco, em geral estão mais próximos de grandes centros ou fazem parte deles.

Segue abaixo mapa com os 30 países mais visitados do mundo.


Jonathan Kreutzfeld