
O
assunto é grave e hoje as pessoas já tem dificuldade em acreditar em notícias
fora dos veículos de comunicação tradicionais. E isso levou várias comissões a se formar e analisar o impacto das
notícias falsas no Brasil e no Mundo. Abaixo teremos dados levantados pela
UNESCO, União Europeia, Instituto de Internet de Oxford e agências de
comunicação brasileiras.
A Comissão Europeia diz que termo fake news é
inadequado e tornou-se arma para atacar veículos independentes. O relatório
feito por 39 especialistas da União Europeia afirma que muitos políticos
descontentes com algumas notícias publicadas corretamente são desdenhados com o
uso do termo e isso põe em risco o próprio jornalismo sério. O relatório
rechaça o uso da expressão, destaca o direito fundamental da liberdade de
expressão e repudia qualquer tentativa de censurar conteúdos.

Relatório
da Unesco
A indústria da mídia, que permanece a principal fonte
de notícias e informação na era digital, tem diante de si amplas oportunidades
e profundos desafios, disse a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO) no relatório sobre liberdade de imprensa,
pluralismo, independência e segurança de jornalistas.
O relatório alertou que “no mundo todo, o jornalismo
está sob ataque”, citando a disseminação das notícias falsas e dos algoritmos
nas redes sociais, que criam “salas de eco” e exacerbam a polarização política.
A
indústria da mídia, que permanece a principal fonte de notícias e informação na
era digital, tem diante de si amplas oportunidades e profundos desafios, disse
a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) no início de novembro (6) em relatório sobre liberdade de
imprensa, pluralismo, independência e segurança de jornalistas.
“Cobrindo
o período de 2012 a 2017, esse estudo não apenas mapeia as tendências globais,
como faz um chamado inequívoco para ação para superar novos e persistentes
desafios”, disse Irina Bokova, então diretora-geral da UNESCO, no documento
intitulado “Tendências Mundiais para a Liberdade de Expressão e Desenvolvimento
da Mídia”.
“(O
relatório) fornece um ponto de referência único para Estados-membros,
organizações intergovernamentais, grupos da sociedade civil, academia,
jornalistas e profissionais de mídia, e todos aqueles que desejam compreender
os fundamentos da liberdade de imprensa em um mundo em mudança”, acrescentou.
O
relatório destaca desenvolvimentos positivos enquanto a sociedade civil se
mobiliza para promover um maior acesso à informação, veículos de mídia
cooperando com serviços de checagem de dados para combater uma torrente de
desinformação, e um número cada vez maior de governos adotando leis de
liberdade de informação.
Na
era digital, diz o relatório, as mulheres jornalistas podem desenvolver uma
presença on-line desprendidas das hierarquias das redações, e os jornalistas
cidadãos e ativistas têm acesso a meios de comunicação de massa que antes eram
inacessíveis.
O
relatório, no entanto, alertou que “no mundo todo, o jornalismo está sob
ataque”, citando a disseminação das notícias falsas e dos algoritmos nas redes
sociais, que criam “salas de eco” e exacerbam a polarização política. Além
disso, lembrou que alguns governos derrubaram o acesso à Internet,
principalmente em períodos pré-eleitorais, enquanto jornalistas permanecem sob
ataque, enfrentando crescente violência.
“Os
desafios são ainda maiores para cidadãos do mundo todo, mulheres e homens que
dependem do jornalismo profissional para conduzir o desenvolvimento e a
transformação de suas sociedades”, disse Bokova.
Os
principais dados foram reunidos por Guy Berger, diretor da Divisão de Liberdade
de Expressão e Desenvolvimento de Mídia da UNESCO, em evento realizado ao lado
da Comissão de Comunicação e Informação da Conferência Geral da UNESCO em
Paris.
Fake News no Brasil
No
Brasil, os grandes agentes de proliferação de notícias falsas são o Facebook e
o Google. Embora 78% dos brasileiros
usem as redes sociais para se informar, pelo menos 42% assumem já ter
compartilhado notícias falsas nas redes sociais, aponta uma pesquisa com
mais de mil participantes.
A
pesquisa Consumo de Notícias do Brasileiro mostrou também que apenas 39%
dos respondentes têm o hábito de sempre checar a fonte da informação, um número
ainda pequeno comparado à porcentagem de usuários que se informam pelas mídias
digitais.
O Facebook é a
principal plataforma utilizada para se informar, de acordo com 6 a cada 10 respondentes.
Em seguida, aparece o Twitter com apenas 4% e o Linkedin com 2%. O Whatsapp
também foi citado por 10% dos respondentes. Apesar da adesão em massa, apenas
6% confiam totalmente no que leem nas redes, enquanto 26% confia parcialmente e
11% desconfia totalmente.
“O
fato de 42% dos respondentes indicarem que já compartilharam uma notícia falsa
é bem expressivo e preocupante. Pois entendemos que somente as pessoas que
tiveram contato com a notícia verdadeira assinalaram essa alternativa. Ou seja,
esse número pode ser potencialmente
muito maior, pois algumas pessoas podem nem saber que disseminaram uma
notícia falsa”, disse Fernanda Dabori, presidente da Advice Comunicação
Corporativa, em comunicado.
Eleições 2018
Uma
das principais preocupações para as eleições de 2018, as fake news, notícias
falsas disseminadas nas redes sociais, são tema de um anteprojeto anunciado
este mês na primeira reunião do ano do Conselho de Comunicação Social do
Congresso Nacional (CCS).
Desde
a posse dos novos membros do Conselho de Comunicação Social, em novembro, o
combate às fakes news vem sendo apontado como prioridade. A preocupação é que a rápida circulação de noticiário falso interfira
diretamente na disputa eleitoral, desequilibrando o pleito e prejudicando
candidatos e partido.
Questionado
pela imprensa, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, manifestou-se
contrário aos termos do anteprojeto.
Leia a nota de esclarecimento da Presidência do Senado:
"A Presidência
do Senado Federal enfatiza que não solicitou e que não está em elaboração
qualquer projeto de lei para alterar o Código Penal, a Lei Eleitoral ou o Marco
Civil com o objetivo de criar mecanismos de censura à livre manifestação e
informação na internet.
O senador Eunício
Oliveira acrescenta que não solicitou ao Conselho de Comunicação do Congresso
Nacional, um órgão apenas consultivo e sem a faculdade de apresentar projetos,
para que elaborasse qualquer sugestão nesse sentido."
Jonathan Kreutzfeld
Fonte:
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