terça-feira, 9 de outubro de 2018

Maduro, Duterte e Erdogan: Ditadores eleitos?

O que será que Nicolás Maduro, Recep Tayyip Erdogan e Rodrigo Duterte tem em comum?

Então, eles são presidentes, eleitos pela urna e são autoritários.

Eu acabei decidindo não colocar Hitler na lista, pois já fiz uma postagem anterior sobre ele ter sido eleito e não ter causado golpe algum.

Vivemos um momento bastante polarizado na política mundial e não é diferente no Brasil. Estamos num período eleitoral entre turnos nas eleições para presidente e governadores que foram para o segundo turno. E ficou nítido nas urnas do dia 7 de outubro de 2018 que o país está MUITO polarizado. E desta forma, dois representantes com muitas características autoritárias disputando os votos de seus eleitores que estão entre fiéis seguidores beirando ao fanatismo nem sempre visto diante de astros de rock, e eleitores comuns que simplesmente não desejam ver o outro lado no poder.

Eu particularmente fico muito triste com a polarização extremada que tivemos e fico preocupado com as características que notoriamente são autoritárias da parte dos candidatos e então decidi lembrar os leitores do blog que existem atualmente no mínimo 3 presidentes eleitos na urna que ou estão desrespeitando o legislativo ou princípios básicos dos direitos humanos e com discursos retrógrados, perseguem, matam, torturam a parcela da população que não agrada.

MADURO - VENEZUELA

Maduro é um ditador de araque que se manteve no poder após a morte de Hugo Chávez, este que por sua vez foi eleito pela primeira vez em 1998 fez de tudo para se manter no poder até sua morte em 2012. Pegou um país petroleiro em boas condições, viu as guerras no oriente médio favorecer o aumento do valor do petróleo durante uma década e nadou em dinheiro até o valor da commodity baixar violentamente e a economia da Venezuela entrar em frangalhos dependendo 96% da venda do óleo.

Já faz 18 anos que opositores querem a saída do governo que deixou o país com nem mesmo itens de necessidade básica sem produção no país. O preço do barril de petróleo, de 120 dólares em 2008, caiu para menos de 50 dólares a partir de 2014. Além de perder a capacidade de importar, o país não pôde manter os investimentos sociais, um dos pontos mais positivos do governo de Chávez.

O controle nos preços, uma medida tomada por Hugo Chávez para evitar inflação, desestimulou investimentos de iniciativa privada dentro do país. Em alguns casos, a venda era desvantajosa para empresas privadas devido aos impostos, o que ajudou a fazer com que os produtos sumissem das prateleiras. A dependência do Estado na economia prejudica o país, quando esse não consegue, sozinho, suprir as demandas da população.

Outra medida de combate à inflação no governo de Chávez também mostra resultado agora, em tempos de crise. O controle do câmbio, adotado desde 2003 com o objetivo inicial de impedir a fuga de dólares do país, deu espaço para uma corrupção interna por parte dos militares e membros do governo. O desvio ilegal provoca escassez da moeda estrangeira dentro do país, o que agrava o problema de abastecimento.

A escassez de alimentos e a crise econômica no contexto atual da Venezuela têm aumentado a violência na região. Em 2017, o país registrou os índices de homicídio mais altos da América Latina.

DUTERTE - FILIPINAS

Duterte foi eleito em 2016 com apenas 38% dos votos válidos, sem segundo turno, desbancando seus opositores que ficaram na casa dos 20%. Até aí tudo certo, mas o presidente foi eleito com discurso inflamado e odioso, mesmo em um país de maioria cristã, chegou a chamar Deus de estúpido, inexistente e ainda xingou o Papa Francisco.

Na noite de sua posse, há dois anos, Duterte detalhou durante o jantar oficial a principal promessa de seu programa. Como sempre, falou como um valentão: “Esses filhos da puta estão destruindo nossos filhos. Faço um alerta para não mexerem com nisso, mesmo que sejam policiais, porque, estou falando sério, vou matar todos… Se conhecer algum viciado, mate-o você mesmo, porque seria muito doloroso pedir para seus pais fazerem isso… Os que continuam usando drogas já foram alertados durante a campanha. Aconteça o que acontecer, aviso: sem remorsos. Falei para pararem. Se acontecer algo [aos viciados], eles procuraram”.

Ok, mas ele tá querendo cuidar das pessoas de bem não é mesmo? Enfim, não acho que banalizar a morte é uma coisa bacana. Até porque quantos que estão lendo este texto conhecem alguém viciado ou não que faz uso regular de alguma droga? Como ela chegou na mão de seu coleguinha? Só pra que todos por aqui reflitam. A maioria nem chega a ler até aqui.

Fato é que Duterte já garantiu a morte de mais de 10 mil usuários e notificou a família de mais de um milhão deles para que se encaminhem aos tratamentos, que em geral não são suficientes e acabam se transformando em chacinas!

ERDOGAN – TURQUIA

Há quinze anos de poder, Recep Tayyip Erdogan é tido como um líder reformador, combativo, autoritário e repressivo. Promoveu profundas transformações na Turquia através de megaprojetos de infraestruturas e conduz uma política externa firme diante do Ocidente, chegando a incomodar seus tradicionais aliados ocidentais.

Erdogan é Presidente da Turquia desde 28 de agosto de 2014. Anteriormente, ocupou o cargo de Primeiro-ministro do país entre 14 de março de 2003 e 2014.

Erdogan é um homem que divide o país. De um lado, a base muçulmana conservadora exalta a aproximação com o islamismo e o milagre econômico turco. De outro, os que o enxergam como ditador criticam a repressão a opositores. No domingo 16, Erdogan venceu um referendo histórico sobre a revisão constitucional que reforça seus poderes e muda os rumos da Turquia, distanciando-a da União Europeia e, quiçá, da democracia. Em uma disputa acirrada, 51,3% dos turcos disseram “sim” à reforma proposta pelo presidente. Com a vitória, a Turquia deixa o atual sistema parlamentar para tornar-se uma república presidencialista. Erdogan, que passará a acumular inúmeras atribuições legislativas e poderá indicar a maioria dos juízes às altas cortes do sistema judiciário, tem a chance de permanecer no poder até 2029, ao final de três possíveis mandatos consecutivos – um sultanato de longo prazo.

Em 2013, quando a população foi às ruas gritar contra a remodelação do Parque Gezi, muitos turcos laicos juntaram-se às manifestações para protestar contra suas inclinações islâmicas, mas foram reprimidos pela polícia. A escalada de violência ganhou força depois da tentativa de golpe militar, em julho de 2016, quando Erdogan convocou a população às ruas. Desde então, com o país em estado de emergência, o governo passou a açodar seguidores do clérigo Fethullah Gulen, a quem o presidente culpa pelo golpe. Cerca de 45 mil pessoas acabaram detidas e outras 130 mil foram removidas de suas funções públicas. À imagem de ditador, somou-se o declínio dos resultados econômicos da Turquia: no ano passado, o PIB cresceu 2,9% em relação ao ano anterior, bem abaixo de 2015. Ainda que tenha conseguido uma importante vitória no referendo, a popularidade de Erdogan é questionada. “Cada vez que se sente ameaçado, ele sobrevive com o apoio popular. Olhando para o referendo, o que não é claro é se esse apoio ainda está lá”.

O referendo sofreu críticas desde o início das campanhas. Com a imprensa controlada pelo governo, a oposição teve liberdade limitada. Agora, com o fim do cargo de primeiro-ministro, Erdogan poderá escolher os membros do gabinete, o vice-presidente e outros servidores que se reportarão diretamente a ele. Ele também deve indicar a maioria dos juízes das altas cortes do sistema jurídico turco, em um regime que se assemelha cada vez mais ao de Nicolás Maduro, na Venezuela, que, inspirado pelo chavismo, aparelha e controla todas as instituições.

Considerações Finais

Seja lá qual for o resultado, espero que não tenhamos caminho parecido ou estamos ferrados :(

Jonathan Kreutzfeld

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