terça-feira, 23 de abril de 2019

Ciclone IDAI - Moçambique

A REGIÃO AFETADA

Sudeste africano é uma região bastante pobre da África subsaariana, a região atingida possui cerca de 50 milhões de pessoas e o principal país atingido cerca de 30 milhões. As notícias sobre o ciclone foram bastante difundidas pelo Brasil, além pelo fato ser extremamente trágico, por Moçambique ser um país lusófono. Recomendo que além de ler este texto, o leitor assista o programa Profissão Repórter, recentemente apresentado na rede Globo.


 REGIÃO ATINGIDA PELO IDAI



CICLONE IDAI

O ciclone Idai foi o ciclone tropical mais forte a atingir Moçambique desde Jokwe em 2008. A décima tempestade nomeada e o sétimo ciclone tropical da temporada de ciclones no Índico Sudoeste de 2018-2019, o Idai se formou na costa leste de Moçambique em 4 de março. A depressão atingiu o país no final do dia e permaneceu como um ciclone tropical durante toda a sua caminhada por terra. No dia 9 de março, a depressão foi atualizada para a Tempestade Tropical Moderada Idai no dia seguinte.

O sistema começou então a intensificar-se rapidamente, atingindo uma intensidade de pico inicial como um intenso ciclone tropical com ventos de 175 km/h em 11 de março. Idai então começou a enfraquecer devido a mudanças estruturais em curso dentro de seu núcleo interno, caindo para a intensidade do ciclone tropical. A intensidade de Idai permaneceu estagnada por aproximadamente um dia antes de começar a se intensificar novamente. Em 14 de março, Idai atingiu a intensidade máxima com ventos máximos sustentados de 195 km/h. Idai começou então a enfraquecer à medida que se aproximava da costa de Moçambique devido a condições menos favoráveis. Em 15 de março, Idai atingiu terra firme perto da Beira, em Moçambique, como um ciclone tropical intenso. Idai trouxe fortes ventos e causou graves inundações em Madagascar, Malaui e Zimbábue

Autoridades de Moçambique anunciaram que o número de mortes provocadas pelo Ciclone Idai e as cheias que se seguiram no centro do país chegam a mais de 600. O balanço foi divulgado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). E se considerar os dados de outros países vizinhos as mortes ultrapassam a casa dos mil.


O número de famílias afetadas de acordo com dados da Organização das Nações Unidas apontam que 1,8 milhão de pessoas foram afetadas pela destruição causada pelo fenômeno climático, muitas delas perderam suas casas e encontram-se desabrigadas.

Recentemente, infelizmente o governo anunciou o fim das operações de salvamento e resgate. O foco agora é a ajuda humanitária. Atualmente, mais de 32 mil famílias recebem assistência do governo e de organizações nacionais e internacionais.

ACAMPAMENTOS DE DESABRIGADOS

Por Rafael Stédile (fotógrafo)

O acampamento não tem nome. Mas é ali que, em tendas azuis e brancas, vivem hoje cerca de 1 mil moçambicanos e moçambicanas. Após a passagem do ciclone Idai no Sudeste da África – que atingiu, além de Moçambique, o Malawi e o Zimbábue –, milhões de pessoas buscam reconstruir suas vidas.

Na cidade moçambicana de Beira, uma das mais afetadas, no acampamento visitado encontram-se idosos, adultos, adolescentes e muitas crianças. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pelo menos 1,6 milhão de crianças precisam de assistência urgente nos três países do Sudeste africano, principalmente ajuda humanitária com serviços de saúde, nutrição, proteção, educação, água e saneamento.

Algumas organizações estrangeiras, como ONGs e outras ligadas à Igreja Católica, também atuam na região e distribuem comida a partir de um caminhão.

A maior parte da infraestrutura por ali, como as tendas, são doações internacionais.

As condições de higiene são precárias, as tendas são muito suscetíveis aos ventos e pouco resistentes às chuvas. As pessoas têm acesso à eletricidade através de carregadores de bateria com luz solar. Quem possui parentes no acampamento recebe visitas e alguma ajuda a mais.

Faz muito calor de dia e frio à noite. As pessoas não têm expectativa de quando vão sair do acampamento. Quando chove, entra água nas barracas e é um desespero para proteger as crianças. Faltam telas de proteção contra mosquitos, esteiras para dormirem, mantas para se abrigarem do frio e a qualidade da comida não é das melhores. Muitos reclamavam de alimentos repetitivos e mal cozidos.

Jonathan Kreutzfeld

Fonte:





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