sexta-feira, 15 de maio de 2020

Estudo Comparativo COVID-19 – Blumenau x Cidades Semelhantes


O seguinte trabalho tem como proposta, avaliar cidades com população semelhantes a Blumenau-SC no que diz respeito as incidências de casos e óbitos provocados pelo COVID-19.

O trabalho consistiu em coletar nos Boletins Epidemiológicos dos governos estaduais os dados da doença necessários para elaboração do comparativo. O Critério de semelhança utilizado para simples comparação foi o de população. Para suprir esta necessidade, foram coletados os dados no site do IBGE com projeção para o ano de 2019.

Blumenau X Brasil

No comparativo da Tabela 1, foram colocados os 10 municípios maiores e os 10 menores que Blumenau da lista do IBGE.

Para analisar os dados obtidos, é um pouco complicado pois acabam sendo municípios com funções muito diferentes dentro de seus contextos regionais. Há uma disparidade muito grande de fluxo de pessoas que circula nas cidades, bem como a presença de hospitais, comércios e presença de universidades, por exemplo, são absurdamente diferentes.

De todo modo, chamou atenção a cidade de Olinda que tem o maior número de casos e o maior número de óbitos, gerando um percentual muito grande de óbitos para cada 100 mil habitantes. Mas vale ressaltar que no Brasil hoje, temos muito mais precisão nos óbitos do que nos casos, pois a chance de um óbito ser testado é muito maior do que casos que por inúmeras vezes nem levam a hospitalização.

Esta provável sub-notificação maior nos casos do que nos óbitos, devem nos fazer olhar com cuidado para os dados de Itaquaquecetuba - SP e Caruaru - PE, por exemplo, no item Taxa de letalidade (Casos x Óbitos).

Destaque muito negativo também é de Paulista – PE que possui o dobro de casos de Blumenau e possui 20 vezes mais óbitos.

Tabela 1: Comparativo COVID-19 – Blumenau x Brasil


Blumenau X Santa Catarina

Já na Tabela 2 temos a comparação de Blumenau com cidades nem tão semelhantes assim, porém do mesmo estado e com funções relativamente parecidas em termos regionais.

Em Santa Catarina, até o momento o epicentro foi no sul do estado com destaques em letalidade para Criciúma e Tubarão. Mas é possível observar que os picos são muito inferiores às cidades da Tabela 1, mesmo quando colocados em paridade que na relação para cada 100 mil habitantes.

Minha hipótese de geógrafo é que a fortíssima influência italiana no sul do estado contribuiu muito para que o vírus circulasse com mais intensidade, inicialmente por ali. Pois há muitos registros recentes de viagens para a Itália entre os residentes da região.

Tabela 2: Comparativo COVID-19 – Blumenau x Santa Catarina

Em suma, sabe-se que muita coisa ainda vai acontecer até o final desta pandemia. E será muito interessante postar as informações finais para fazer um novo comparativo.

Jonathan Kreutzfeld

Urbanização Brasileira


Aula sobre a urbanização brasileira desde a ocupação do período colonial até os tempos atuais. Inclui brevemente os ciclos econômicos que favoreceram modelos diferentes de ocupação do território brasileiro.


Acessem no canal

GEOGRAFIA ENSINAR E APRENDER


Jonathan Kreutzfeld

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Urbanização - Conceitos - Metrópoles - Hierarquia Urbana


Aula sobre os principais conceitos ligados aos Espaço Urbano e a hierarquia urbana.
- Cidade; - Metrópole; - Megalópole; - Megacidade; - Conurbação;
- Mancha Urbana;
- Região Metropolitana.


Acessem no canal


Jonathan Kreutzfeld

Origem e Funções das Cidades


Aula sobre a origem das cidades e sobre as funções das cidades. Exemplos brasileiros e internacionais.
- Espontânea; - Planejada; - Artificial; - Turística; - Portuária;
- Universitária...


Acessem no canal


Jonathan Kreutzfeld

Problemas Sociais e Ambientais das Regiões Metropolitanas

VÍDEO AULA SOBRE PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS URBANOS


Trabalho realizado na disciplina de Geografia, supervisionado pelo professor Jonathan Kreutzfeld

Por: Rebecca Raíssa Piovesana, Luiza Hansen, Paola Panini, Emily Bertsch, Sabrina Salvador, Guilermerme Deschamps.

INTRODUÇÃO

Os problemas ambientais no Brasil estão relacionados ao complexo quadro de crise geral e a falta de uma política quanto ao planejamento da utilização dos recursos naturais, o qual tem gerado a sua utilização irracional com algumas perdas irreversíveis, induzindo a importantes implicações econômicas devido à degradação ambiental.

Os problemas, tanto sociais quanto ambientais, nas áreas metropolitanas, na maioria das vezes são analisados como se afetassem ao conjunto da população de maneira indiscriminada. Ainda que isso ocorra, se faz de suma importância destacar que seus efeitos não atingem igualmente todos os segmentos sociais. Assim, alguns são mais imediatamente sentidos por determinados grupos, seja por sua proximidade cotidiana, ou seja, pela escassez de recursos de que estes dispõem para buscar soluções próprias.

O trabalho está dividido em partes, tendo como base um conceito mais elaborado sobre as Regiões Metropolitanas no território brasileiro, com os nomes e mapas das devidas regiões e por fim com seus problemas sociais e ambientais.

Portanto, o trabalho sobre problemas sociais e ambientais das regiões metropolitanas pretende abordar de forma clara os conceitos e informações sobre os principais problemas sociais urbanos no Brasil decorrentes da desigualdade social e das contradições econômicas que se manifestam no espaço geográfico.


REGIÃO METROPOLITANA

Uma região metropolitana é uma área formada por vários municípios que apresentam uma estrutura ou aglomeração urbana interligada entre si ou em torno de uma cidade principal, geralmente uma metrópole. Assim, uma região metropolitana costuma ter um município-sede e as demais localidades sendo suas cidades-satélites ou área metropolitana.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Região Metropolitana “é uma região estabelecida por legislação estadual e constituída por agrupamentos de municípios limítrofes (que fazem fronteiras), com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”.
Portanto, cada unidade federativa do Brasil tem autonomia para criar suas Regiões Metropolitanas, sendo a concentração populacional e a conurbação os principais critérios utilizados. A formação dessas áreas objetiva a realização de políticas públicas destinadas à melhoria da qualidade dos serviços públicos, englobando todos os municípios da Região Metropolitana.

Por exemplo, quando nos referimos ao município de São Paulo, estamos falando de uma metrópole que centraliza em torno de si uma região metropolitana. Quando falamos em “Grande São Paulo” ou Região Metropolitana de São Paulo, estamos incluindo também as suas cidades-satélites, tais como Guarulhos, Osasco e muitas outras. Essa região, no caso, é formada por um conjunto total de 39 cidades, a maior aglomeração urbana do Brasil, com uma população que se aproxima da casa dos 20 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE de 2010.

Atualmente, o Brasil possui 36 Regiões Metropolitanas, sendo essas:

(Gráfico IBGE, Censo demográfico 2010, Regiões Metropolitanas no Brasil)

A implementação de leis para regiões metropolitanas ocorreu em razão da necessidade de uma maior complementaridade entre as estruturas que formam essas cidades. Em outras palavras, as cidades de uma mesma região metropolitana precisam apresentar sistemas de transporte, comunicação, pavimentação e outros que estejam interligados entre os diferentes limites municipais. Isso tudo porque essas cidades passaram ou estão passando por um processo de conturbação, ou seja, um processo em que a área urbana de duas ou mais cidades fica interligada entre si, de modo a não haver uma distinção visual entre ambas, ou seja, as áreas urbanas de diferentes municípios formam uma mesma aglomeração, incluindo aí uma relação socioeconômica de interdependência, algo característico das regiões metropolitanas.

Essa “junção” de diferentes municípios desencadeou problemas nos serviços públicos: transporte, educação, saúde, segurança, entre outros. Nesse sentido, houve a necessidade de se desenvolver políticas públicas urbanas integradas entre os municípios envolvidos. Para isso, foram criadas as Regiões Metropolitanas.

As 10 maiores regiões metropolitanas do Brasil (2010)

Podemos notar que, apesar de a maioria das regiões metropolitanas ser liderada por capitais estaduais, isso não necessariamente é uma regra, tal qual o caso de Campinas, que possui sua própria região metropolitana sem ser uma capital. Existem também outros casos, como a Baixada Santista (SP), Londrina (PR), Cariri (CE) e outras.

Um fato curioso é que o estado de Santa Catarina, cuja população é de 6.248.436 habitantes (11° mais populoso do Brasil), possui sete regiões metropolitanas. A legislação catarinense considera que um aglomerado de cidades que reúna 6% da população estadual pode formar uma região metropolitana.

Essas regiões possuem grande concentração populacional. Nas últimas décadas, as grandes aglomerações urbanas vêm crescendo bem mais do que o resto do país. Em 2008, aproximadamente, 56,3 milhões de pessoas (cerca de 30% da população nacional) residiam nas nove maiores Regiões Metropolitanas do Brasil. A mais populosa é a Região Metropolitana de São Paulo: 20.309.647 habitantes.

PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS URBANOS

Dentre muitos munícipios brasileiros, alguns, acabam atraindo moradores de outros locais, por concentrar serviços, comércio e órgãos públicos. Isso quer dizer que eles exercem influência econômica, política e cultural sobre outros lugares, por causa da melhor infraestrutura urbana e dos serviços que oferecem. São municípios que apresentam uma grande CENTRALIDADE. São Paulo é a cidade que tem maior poder de atração sobre cidades de todas as regiões brasileiras.

Essa relação de atração/influência que os municípios têm uns sobre os outros é o que denominamos REDE URBANA.

Com a migração de indústrias e de pessoas para as grandes cidades e para municípios vizinhos a elas, ocorre o crescimento urbano algumas áreas vão sendo densamente ocupadas a ponto de, muitas vezes, não conseguirmos distinguir um município de outro. Essa grande aglomeração, que une municípios vizinhos é denominada CONURBAÇÃO.

Devido a esse processo, em algumas áreas, são definidas as REGIÕES METROPOLITANAS, formadas por um município central e outros que estão sob sua influência.

Assim, ocorre um constante movimento de entrada e saída de pessoas entre os municípios que compõem uma região metropolitana, onde predominam atividades dos setores secundário e terciário. A maioria das regiões metropolitanas está situada nas regiões Sudeste e Sul. A região metropolitana de São Paulo é a que apresenta o maior número de municípios (39). Já a chamada Grande São Luís é a menor das regiões metropolitanas, com apenas quatro municípios.

Da população considerada pobre, ou extremamente pobre, a maioria vive nas cidades, principalmente nas regiões metropolitanas. Nessas regiões vivem 80% da população moradora da favela.

·                    Alguns problemas sociais e ambientais das Regiões Metropolitanas são:

1.           Insuficiência ou má qualidade dos serviços de hospitais, moradia, escolas, creches, centros de lazer e cultura;


(Hospital público na cidade de São Paulo)






2.           Precariedade nos serviços de saneamento básico é um dos problemas característicos das regiões metropolitanas, fato que influencia diretamente nos índices de mortalidade infantil.
  
(Tietê em péssimas condições)




3.           Sistema de transporte coletivo deficiente e precário, com Superlotação a que está sujeito, principalmente nos horários de pico; Falta de segurança nos pontos de espera e Impossibilidade de transportar cargas.



(Sistema de Transporte Coletivo da cidade do Rio de Janeiro lotado)

4.           Elevados índices de violência, à medida que as cidades passaram a inchar de forma caótica, desordenada, sem nenhum planejamento, absorvendo também os trabalhadores do campo, principalmente após a mecanização rural, sua população foi dividindo os territórios - um centro ocupado pela elite, alguns círculos habitados pela classe média, e uma periferia crescente que cada vez mais se expande por todos os espaços desocupados que restam nas metrópoles urbanas. Tudo isso, somado a um sistema econômico que mais exclui do que inclui as pessoas, mecanismo cruel que, por um lado, explora os trabalhadores, aliena-os do produto de seu trabalho, e por outro estimula ao máximo o consumo, através dos canais disponibilizados pela mídia e pela cultura de massa. Assim, a maior parte dos jovens, excitados pelo apelo ao consumismo, sem perspectivas materiais e sociais, abandonados pelo Poder Público, que não investe o suficiente em políticas educacionais e culturais, vê abrir-se diante de seus olhos o universo do crime organizado, que eles acreditam lhes proporcionar tudo o que mais desejam.

(em destaque a “pacificação” do Morro do Alemão na cidade do Rio de Janeiro)

5.           Acúmulo de lixo e de esgotos, boa parte dos detritos pode ser recuperada para a produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso dificilmente acontece. Normalmente, esgotos e resíduos de indústrias são despejados nos rios. Com freqüência esses rios “morrem” (isto é, ficam sem peixe) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em algumas cidades, amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a multiplicação de ratos e insetos. Para quem trafega pelas marginais de São Paulo, por exemplo, e sente o mal cheiro exalado pelos rios Tietê e Pinheiros, este indicador pode surpreender: a coleta de esgoto atende a 96% dos domicílios urbanos em São Paulo, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).Porém a coleta é muito diferente de tratamento de esgoto. Este último sim é a solução para boa parte da poluição dos rios em São Paulo. Entretanto, custa caro, muito caro, para uma cidade do porte de São Paulo tratar seu esgoto. Exige investimentos vultosos e muita consciência e participação dos habitantes, empresas e indústrias.

(em destaque o acúmulo de lixo em Manaus)

6- Desemprego: provoca um grande crescimento no número de pessoas que atuam no mercado informal, além de promover o aumento da violência, pois muitas pessoas, até mesmo pela falta de oportunidades, optam pelo crime;

7- Acaba formando as favelas que apresentam uma concentração de casebres e barracos em situação precária, desprovidos, em sua maioria, de serviços públicos básicos, geralmente estão situadas em áreas de risco e abrigam grandes grupos criminosos, como o tráfico de drogas.

(Favela na cidade do Rio de Janeiro)

8- Formação de Cortiço corresponde a moradias que abrigam um grande número de famílias, quase sempre são cômodos alugados em antigas casas enormes situadas no centro, essas construções se encontram em condições deterioradas.

9- Loteamentos populares e loteamentos clandestinos, o maior problema desse tipo de habitação é que quase sempre os loteamentos são clandestinos. As casas são construídas pelo próprio morador ou em forma de mutirão.

10- Enchentes, enxurradas e alagamentos: os centros urbanos possuem extensas áreas cobertas por concreto e asfalto, dificultando a infiltração da água da chuva no solo. As chuvas em grandes proporções ocasionam um acúmulo muito grande de água e as galerias pluviais não conseguem absorver toda enxurrada e essas invadem residências, prédios públicos, túneis e comprometem o trânsito. Seja em caso de transbordamento de cursos de água, ou do próprio sistema de drenagem insuficiente.

(em destaque: Enchente em Blumenau, SC)


11- Trânsito e Congestionamentos frequentes, especialmente nas áreas em que os automóveis particulares são muito mais importantes que os transportes coletivos muitos moradores da periferia das grandes cidades dos países do Sul, em sua maioria de baixa renda, gastam três ou quatro horas por dia só no caminho para o trabalho. Só no município de São Paulo, tem de uma frota de mais de 5 milhões de automóveis (1 carro para 2 habitantes), 10 mil ônibus e 600 mil motocicletas. No pico da manhã, a velocidade média é de 23 km/h, à tarde, 27 km/h. Chega a ser um pouco mais rápido do que uma bicicleta a passeio. Há dias em que são registrados de 120 a 140 km de lentidão. O recorde, no entanto, é estonteante: incríveis 242 km de congestionamento. Mais do que aborrecedor e estressante, o trânsito em São Paulo é violento. Em 2006, 1,48 mil pessoas morreram em acidentes, sendo que 49,4% eram pedestres. Por dia, morreram, em média, 2 pedestres e 1 motociclista.



12- Poluição sonora, provocada pelo excesso de barulho (dos veículos automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda comercial ruidosa). Isso pode ocasionar neuroses na população, além de uma progressiva diminuição da capacidade auditiva.

13- Carência de áreas verdes (parques, reservas florestais, áreas de lazer e recreação, etc.). Em decorrência de falta de áreas verdes agrava-se a poluição atmosférica, já que as plantas através da fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio no ar. Além disso tal carência limita as oportunidades de lazer da população, o que faz com que muitas pessoas acabem passando seu tempo livre na frente da televisão, ou assistindo a jogos praticados por esportistas profissionais (ao invés de eles mesmos praticarem esportes).

14- - Poluição visual, ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários, pelos edifícios que escondem a paisagem 

(Poluição Visual na cidade de Belém)

Esses são alguns dos problemas vividos nas cidades brasileiras e que podem ser realidade também em outros países, pois todas as cidades possuem problemas, porém, os acima citados fazem parte de grandes aglomerações, e dificilmente serão solucionados. As autoridades não conseguem monitorar todos os problemas devido ao acelerado crescimento ocorrido no passado. Ou até mesmo por falta de vontade e competência.

CONCLUSÃO

Concluímos este trabalho escolar compartilhando conhecimento sobre os problemas sociais e ambientais das regiões metropolitanas. Destacando conceitos técnicos utilizados e dando como exemplo diversos problemas derivados do acúmulo de pessoas, tais como a insuficiência ou má qualidade dos hospitais, precariedade nos serviços de saneamento básico, sistema de transporte coletivo deficiente e precário, elevados índices de violência acúmulo de lixo e de esgotos, desemprego, favelas, cortiços, enchentes problemas no trânsito, poluição sonoro, carência de áreas verdes, poluição visual, entre outros não especificados.

Fontes:














quinta-feira, 7 de maio de 2020

Redação Nota 1000 – Ódio e Polarização Política


Série de postagens de redações que atingiram nota máxima, considerando os critérios do Enem e ou de importantes vestibulares do Brasil.

A redação a seguir foi proposta e corrigida pelo professor Nardy Bechtold Júnior do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Cônsul Carlos Renaux de Brusque.

Tema: “Ódio e polarização política”

Por: Bernardo Zen
     
Embora o mundo esteja cada vez mais conectado e a informação paulatinamente mais difundida, efetua-se evidente que o ódio e a polarização política configuram-se como assuntos relevantes em âmbito nacional, quiçá, global. Nesse ínterim, com origem em tempos pretéritos a radical divisão de ideologias políticas assola o progresso brasileiro, tendo vindo à tona nas manifestações de junho de 2013 e agravando-se nas eleições presidenciais de 2018. Dessarte, duas problemáticas merecem atenção: o reflexo da polarização nas decisões do Congresso Nacional; e, depois, a falta de instrução política no ensino brasileiro.

Precipuamente, torna-se notável os prejuízos causados pela divergência extrema de ideologias aos setores gerenciadores do Brasil. Na esfera legislativa, dentre o Congresso Nacional, as opiniões políticas têm sido cada vez mais motivadoras de ataques pessoais entre senadores e deputados durante as sessões. Nesse viés, as ofensas tomam lugar de discussões pertinentes, gerando impasses para a aprovação de leis e reformas. Desse modo, evidencia-se que a confinação de ideologias à extremos, como direita e esquerda, apenas atrasa e prejudica o desenvolvimento brasileiro.

Obstante isso, segundo pesquisas do instituto Ipsos, sediado na França, 32% dos brasileiros entrevistados consideram inútil dialogar com pessoas de visão política diferente. Tal dado salienta um déficit da educação brasileira: a alienação e o analfabetismo político. Nesse hiato, fica claro a ignorância de grande parte da população, pois a negação do debate com o divergente resulta na intolerância, causa de inúmeras mortes, além de gerar indivíduos alienados, esquecidos de que os políticos devem servir ao povo e não o contrário.

Por conseguinte, faz-se nevrálgico apresentar solução para o ódio e a polarização ideológica difundidos no Congresso Nacional e a carência de educação política no Brasil. Sob essa óptica, cabe ao Ministério da Educação oferecer instrução política para todos os níveis do ensino, por meio de aulas inseridas nas matérias de Sociologia, Filosofia e História; ou seja, proporcionar momentos de debates e reflexão, sempre promovendo o respeito e combatendo o extremismo. Logo, a nação brasileira terá uma população consciente e superará as diferenças de pensamento em respeito às individualidades; afinal, parafraseando o filósofo alemão Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele.